Manhattan, ah, que cidade! Com seus enormes arranha céus, grandes centros financeiros e um grande fluxo de turismo, é em minha opinião, uma das melhores cidades do mundo. Lá vive a família Jackson, uma família com uma ótima condição de vida. Sally Jackson, a “mãe” da família, era uma das mais famosas advogadas de toda Nova Iorque. Paul, o “pai”, era um médico muito estimado no país todo. Eles tiveram apenas um filho, que por boa parte da infância foi cuidado pela tia, Maggie, que agora já não tinha tanta disposição para cuidar de criança. Se bem, que Percy já não era mais criança. Ele e seus pais moravam em Upper East Side desde que tinha oito anos. Agora, com 16, estuda na The Dalton School, e tem uma vida muito boa. Está de férias ainda, mas não vê a hora de voltar para escola, não por estudar, claro, mas por ver os amigos. Seus melhores amigos, Grover e Leo, passaram quase as férias todas viajando. Grover foi passar uns tempos com a família no Brasil, e Leo foi fazer um tour pela Europa. Antes de ir, em uma das conversas com Percy, ele havia dito que Rachel, uma das meninas mais populares da escola iria chama-lo pra sair. Percy não via nada de tão grande nela, só que ela era uma ótima menina e muito bonita, então ele não via o porquê de não ir. Estava com saudades também de Thalia, que era uma de suas melhores amigas na escola, e estava em um acampamento desde o ultimo mês de aulas.

- Percy querido – Dizia Sally na mesa do café da manhã. – Faltam apenas três dias para o começo das aulas... Por que não vamos visitar sua tia Maggie? –

- Mãee, você sabe que eu amo a tia Maggie, mas não tenho mais idade para visita-la e ouvir as mesmas perguntas de sempre: Você não para de crescer? Sabe que está à cara de seu pai não é? E as namoradinhas? –

Paul e Sally não conseguiram conter as risadas. Paul levantou-se e foi dar uma olhada na correspondência.

- Sally, da só uma olhada. – Ele erguia nas mãos um envelope branco, que tinha como remetente um endereço em Littleton. –É de Katharine, vizinha de Maggie.

- Será que aconteceu algo? O que diz? – Sally logo se levantou e foi até o marido para pegar a carta.

- Va abrindo e me conte depois, se não irei me atrasar para o trabalho. – Deu um beijo em Sally, um tapinha nas costas de Percy e foi se arrumar.

Sally pegou a carta e abriu-a rapidamente, andando de um lado para o outro enquanto lia. A expressão de Sally era nula, e Percy ainda se perguntava como ela conseguia não demonstrar nada. Talvez pelas reuniões que ela tenha como advogada, ele pensou, mas aquilo só o deixava mais curioso.

-Mas isso é ótimo! – Agora ela parecia muito feliz.

-O que? – Percy tentava ler o que dizia na carta.

- Paul venha ler isso!-

- Me deixa ver mãe! –Percy ficava impaciente.

Não demorou muito para um Paul de blusa social azul, calça preta e sapatos de médico aparecer no vão da porta da cozinha.

- O que diz afinal? – Os dois meninos se alinharam em frente à Sally que começou a contar as novidades.

- Há um tempo, quando fomos visitar a tia Maggie e você ficou na casa do Leo Percy, nós fomos assistir o recital de ballet da Annabeth, filha dos vizinhos Katherine e Frederick. Ela dançava incrivelmente bem! Para sete anos, ela era surpreendente!-

-Tinha muito talento, eu lembro – Acrescentou Paul.

- Enfim – Retornou Sally – Uma coisa que ela também amava fazer era desenhar. Desenhava prédios, museus, e o mais lindo, a sua casa dos sonhos. Acabei de saber, que ela ganhou uma bolsa pra Dalton School como arquiteta! –

- Isso é incrível! Frederick e Katherine devem estar tão felizes por ela! 15 anos e já numa área especifica com futuro definido, isso é muito bom! Diga a eles que ela tem que ficar aqui! Faço questão. –

-Então, eles estão perguntando se ela poderia ficar aqui! Vou responder agora, o quanto antes ela chegar melhor. – Ela parecia extremamente empolgada e alegre com a notícia.

- Quem é essa Annabeth? – Percy parecia aflito.

-Annabeth filho! Você brincava com ela quando era menor! – Insistiu Sally na esperança de que ele se lembrasse.

- Não, não lembro. – Mentiu ele. – Mas ela está vindo para cá? Morar com a gente? Não! –

- Isso não é uma decisão sua Percy. Ela virá sim, viver conosco por um tempo, e você vai ser legal com ela e estará aqui no jantar pela chegada dela. – Ele viu que estava sem saída.

- Mas mãe, nós estamos bem assim, pra que mudar de uma hora pra outra? – Ele fez sua última tentativa.

- Mudanças podem ser boas, meu garoto. De uma chance! – O pai virou-se para pegar sua pasta, e com o jogo vencido por sua mãe, Percy foi batendo o pé para o quarto.

Sally não gostava de ver seu filho assim. Ele era um bom menino, sempre a ajudava, não era o melhor da turma (nem um muito bom), mas se esforçava, então ela sempre procurou deixa-lo feliz. “Eles se darão bem.” Dizia ela a si mesma, na esperança de que Percy não fale nenhuma besteira que a ofenda ou a deixe desconfortável quando chegar, até mesmo por que, lá será seu lar por um tempo.

- Vai dar tudo certo querida, - Paul deu um ultimo beijo em sua esposa. – Será uma ótima experiência para todos nós. – E assim ele foi para o trabalho.