Uma brisa passava nos cabelos negros de Reyna fazendo seus cachos caírem do coque frouxo que a garota fizera.

Poderia ter sido qualquer um a consolar ela e fazê-la esquecer o filho de Júpiter, mas havia sido ele. Leo Valdez. Ela se apaixonara por ele no fim da guerra contra Gaia e ainda não se declarara.

– Mi Reyna, pensar demais não é bom durante as férias. – disse ele com o típico sorriso torto que faria todos os Lares e Nova Roma o xingarem de graecus novamente.

– Pensar nunca é demais, Valdez. Talvez você devesse fazer isso ás vezes. – alfinetá-lo com indiretas sobre seu intelecto era o que Reyna mais fazia como desculpa para olhar nos olhos castanhos calorosos do garoto.

– Mas eu penso, dulzura. No momento eu estou pensando no quanto você fica atraente nesse biquíni roxo.

Apesar de Reyna bufar em reprovação para ele, o elogio tinha feito com que se abrisse um pequeno e divertido sorriso em seu rosto. E Leo não deixou de notar.

– Isso é um sorriso? Chame Hazel e Frank, vamos pegar um sol lá no Alasca. – ele riu e Reyna achava que aquela seria a trilha sonora do seu dia.

Num momento de impulso, Leo a pegou no colo, como se fosse sua noiva e tivessem acabado de se casar. Ela abriria um sorriso, mas seu orgulha falava mais alto e além disso, Leo estava com um sorriso malicioso estampado em seu rosto latino, ou seja, alguma coisa extremamente desagradável e a lá Leo Valdez iria acontecer.

– Me solta, Valdez! – ela gritava enquanto se debatia tentando desesperadamente ou não tão desesperada assim sair dos braços aconchegantes de Leo.

– Reyna, dulzura, eu apenas vou te mostra o que é diversão. – ele disse. Se Reyna fosse professora colocaria Leo na primeira carteira apenas pelo jeito como seus olhos brilhavam naquele momento.

Leo a carregava rapidamente tentando não deixar a garota escarpar de seus braços, enquanto a levava em direção ao lago que possuía as águas turvas devido a clorofila liberada ali por diversas plantas.

– Por favor, Leo, não! – ela implorou assim que entendeu o qe aconteceria logo em seguida.

– Calma Reyna. Eu só quero que você, dulzura... – ele falou e a jogou no lago com um sorriso – Esfrie a cabeça.

Eles estavam na beira do cais. Reyna na água e Leo em pé.

A vingança de Reyna foi puxar o pé do garoto, fazendo o mesmo se desequilibrar e cair também na água.

– Nossa, Reyna, quanta maturidade. – ele disse com seus sorriso irônico – Você molhou toda a minha roupa! E minha pochete com os cards de mecânicos famosos da história dentro.

– Você que começou, eu apenas terminei para você. – ela falou dando de ombros – Além disso, a vingança é um prato que se come frio e eu acabei de tomar um sorvete com o Frank.

– Reynitcha, por favor, não me deprecie com suas piadas, porque todos sabem que eu sou o rei das piadas. Leo Gostosura Valdez, está aqui pra isso.

– Por favor, não repita isso. – ela falou entre gargalhadas.

– E por que não? – ele perguntou arqueando as sobrancelhas.

– Você parece um gay falando isso. Espera você é gay?

Reyna esperava que Leo apenas desse um sorriso de desdém acompanhado de “eu sei que você me quer, Reynitcha” para que ela respondesse mentalmente “Com toda certeza, Valdez”, mas o que ele fez foi abrir um sorriso malicioso.

Posso te garantir que eu sou homem.

– Como?

A pergunta inocente viria a ser a coisa que ela ficara na indecisão entre a melhor ou a pior coisa que já fizera.

O sorriso de Leo aumentou ficando mais malicioso do que já estava. Ele a puxou pela cintura colando seus corpos, a distância entre seus lábios era quase nula e naquele momento ela percebeu o que ele iria fazer.

Leo selou seus lábios. O simples toque dele fazia a pele dela entrar em combustão, em seu beijo havia algo além de mostrar que era homem, havia desejo e paixão. O ar se fez necessário e os dois se separaram apenas colando as testas.

– Irônicamente, seu fogo fez eu esfriar a cabeça. – ela disse ainda arfando na mesma intensidade que ele.

– Ainda tenho fogo dentro de mim e acho que é a sua vez de me ajudar. – ele respondeu com mais um de seus sorrisos maliciosos.

Aquele foi o final feliz de Reyna. O último dia no lago, o melhor dia de todos.