Semana Cultural do Santuário escrita por Chiisana Hana


Capítulo 3
Capítulo III




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SEMANA CULTURAL DO SANTUÁRIO

Chiisana Hana

CAPÍTULO III – ENSAIO PARA LISÍSTRATA

A turma que apresentaria Lisístrata já estava reunida na sala do Grande Mestre antes mesmo da hora marcada, acenando para Dohko que seriam menos trabalhosos do que a turma de Édipo.

– Bom dia, pessoal. Estão prontos? – ele cumprimentou.

Eles responderam afirmativamente.

– Creio que todos conhecem a história da peça, mas vou fazer um resumo. Cansadas da guerra que já durava vinte anos, as mulheres de Atenas, de Esparta, da Beócia e de Corinto resolvem pôr fim à guerra através de uma estratégia inusitada: uma greve de sexo. Lisístrata é a líder da revolta. A primeira cena é entre Lisístrata e Cleonice, portanto, começamos com Aiolia e Máscara da Morte.

Os dois foram para o centro do círculo formado e Aiolia começou a fala da sua personagem.

– “Se fosse para uma bacanal ou coisa parecida nem teria sido necessário convidá-las. Como é para coisa séria, até agora nenhuma mulher apareceu”.

Máscara da Morte aproximou-se mais dele, e ele então continuou sua fala.

– “Até que enfim vejo uma vizinha saindo de casa! Bom dia, Cleonice!”

Máscara da Morte seguiu a deixa, com trejeitos exagerados e rebolativos:

– “Bom dia, Lisístrata. Por que você está de cara amarrada? Deixe esse ar trágico, meu bem, Você assim vai ficar com rugas.”

– Máscara, menos – Dohko interferiu. – Procure não exagerar nos trejeitos.

– Lembre-se de que é uma mulher, não é um travesti com problemas de coordenação motora! – Aiolia disse.

– Isso, continuem – instigou Dohko, sufocando o riso.

Com a advertência, os dois seguiram até a parte em que Mirrina também chegou à reunião, então foi a vez de Saga entrar em cena. A seguir chegaram Lampito, representada por Shiryu, e duas moças, uma da Beócia e outra de Corinto, representadas respectivamente por Kanon e Nachi.

Aiolia disse sua fala:

Aliás, Lampito está chegando! Muito bem, minha querida espartana! Salve ela! Você está linda, minha doçura! Que carnação bonita! Que corpo vigoroso! Você seria capaz de estrangular um touro!”

Todo mundo tentou controlar a risada, mas foi impossível. Quando pararam de rir, Aiolia comentou:

– É muito esquisito falar isso pro Shiryu!

– Pode crer, também é esquisito ouvir – retrucou entre risos o cavaleiro de Dragão.

– Vamos, Shiryu, diga sua fala – Dohko instigou, engolindo a risada.

Desculpe, Mestre – Shiryu disse, tentando não explodir novamente em risos, e depois recitou sua parte: – “Eu faço ginástica no estádio e dou meus pulinhos para ficar musculosa!”

Novamente ninguém aguentou e caiu na risada. Mesmo rindo, Aiolia continuou sua cena, com a parte em que apalpa os seios de Lampito.

Como é bom ter um busto assim rijo!”

A essa altura, os cavaleiros estavam quase rolando no chão de rir. Procurando controlar-se, Shiryu disse sua fala:

Você está me apalpando como se quisesse me cortar em pedaços para vender a carne!”

Mesmo morrendo de rir, eles continuaram o ensaio, até a cena em que Jabu, representando o Comissário da Polícia, entrou no jogo.

Ele começou seu texto:

Que barulho é esse aí? Mulher só sabe falar alto!”

– Pior é que é verdade – Aiolia comentou.

– Como é? – Marin rebateu. – Não me venham com esses machismos idiotas. Só aceito ouvir isso porque é um texto clássico e naquela época era admissível esse tipo de comentário, mas hoje...?

– Hoje não mudou nada – disse Aiolia. – O texto é atualíssimo. As mulheres continuam barulhentas...

Marin estava a ponto de dar um sopapo no namorado.

– Mas nós não vivemos sem elas – ele completou, redimindo-se com um sorriso maroto.

– Depois conversamos, senhor Aiolia – ela disse, com a cara emburrada.

– Ih, vai apanhar, hein, Leão? – cutucou Máscara da Morte. Aiolia não se manifestou, mas pensou:

“Tenho medo é da Marin incorporar essa ideia de greve de sexo...”

O ensaio prosseguiu. Na cena em que o marido de Mirrina apareceu, Shaka, que o representava, entrou muito compenetrado e começou sua parte. As risadas até pararam, mas quando ele chamou seu filho, os colegas não aguentaram e caíram na risada novamente, pois quem o representava era Aldebaran.

– “Mamãe! Mamãe! Mamãe!” – o gigante cavaleiro brasileiro gritou.

Controlado, Shaka conseguiu continuar a cena:

–“É o cúmulo! Que é que há com você? Você não tem pena de seu filho, que não toma banho e não mama há seis dias?”

Nova série de risadas ecoou e nem mesmo Shaka conseguiu manter-se incólume.

Marido de Saga e pai do Aldebaran... murmurou o cavaleiro de Virgem.Acho que nem sofrendo um Golpe Fantasma de Fênix eu poderia imaginar algo assim...

Ao final, o primeiro ensaio correu bem, apesar das risadas generalizadas.

–Excelente, rapazes – Dohko disse. – Mas nos próximos ensaios precisaremos trabalhar no controle dos risos.

– Vai ser bem difícil, mestre – Shiryu disse ao Mestre.

– Eu sei, mas gosto de desafios, Lampito das carnes duras! O que mais está rijo aí?

– A Shunrei fez essa piada comigo ontem enquanto líamos o texto... – resmungou Shiryu, vermelho de vergonha.

Continua...


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