Acordei no outro dia muito feliz, coisa que não acontecia a muito tempo, Fran entrou no meu quarto sorrindo e com o meu café da manhã.

–bom dia maninho!

–bom dia Fran. -digo sorrido

– e aí? Preparado pro almoço na casa da Maria?

–estou, sabe, não sei por que, mas ela me fez bem ontem!

– mas é claro, as vezes é bom ouvir de alguém que não seja eu, que você é lindo e que precisa sair mais de casa! - ela disse sorrindo

– é, as vezes é bom não ser chamado de "problemático da família." - eu disse me referindo a minha mãe.

– ei, eu já disse que você não é, e nunca será "problemático", você que põe isso na cabeça e da muita bola pro que a mãe fala.

–ta bom, ta bom! Agora vai se trocar e me deixa comer vai. Ela mostrou a língua pra mim e saiu, eu tomei café, fui pra cadeira de rodas que fica ao meu lado e fui tomar banho, o meu banheiro era especial pra caderantes, que depois de muita insistência da Fran minha mãe fez as alterações necessárias. Tomei banho e fui me trocar, não sabia ao certo o que usar, afinal a anos não saio de casa e não me visto bem, acabei escolhendo uma polo azul e um jeans normal, penteei o cabelo e fui rolando as rodas da cadeira até a sala, nossa, quanto tempo eu não vinha aqui, tinha até esquecido como era minha casa.

– então o aleijadinho vai sair finalmente? - disse minha mãe me tirando de meus pensamentos.

– uma hora eu tinha que sair né?- disse com indiferença, pra tentar mostrar que suas palavras não me afetavam.

– bem que voce podía salir de casa de vez né? Já tem 22 anos e fica aí só do dando trabalho e vergonha pra mim. - disse ela me olhando com desprezo. Nossa, aquilo foi malvado de mais até pra ela, ela nunca tinha pedido pra mim sair de casa.

–mãe, cala a boca que você ganha mais ok? - disse Fran chegando na sala, ela veio pra perto de mim e me deu uma tigela que estava carregando.

– toma, leva isso que é um doce que eu fiz pra Maria! - ela disse e foi empurrando minha cadeira até a porta, saindo de casa

. - não liga pro que ela diz, e nem pense em sair de casa e me deixar ouviu? - disse ela enquanto caminhava na causada me empurrando ( a casa de Maria era bem perto )

– más eu vou começar a pensar no assunto sabe... Ela de alguma forma está certa, eu tenho 22 anos Fran, tenho deixar de dar trabalho pros outros!

–você não da trabalho pra ninguém, eu amo te ajudar, e você sabe disso, agora... Pensa comigo, quem vai cantar pra mim quando eu não tiver sono? Quem vai me acolher quando eu tenho um pesadelo e vou correndo dormir com você? E pior, como eu vou aguentar aquela bruxa com roupas de marca sozinha dentro de casa? - disse Fran em um tom indignado

. -ta bom ta bom.... Mas eu não prometo que não vou pensar no assunto..

– ta né.. - disse ela derrotada - chagamos! - ela disse contente. Fran tocou a campainha e Maria logo apareceu ali, quando nos viu, deu um sorriso enorme.

–vocês vieram! Disse ela abraçando Fran e me dando um beijo na testa.

– sim, acho que vai ser bom sair daquele quarto um pouco. - eu disse sorrindo.

– há, mas se depender de mim eu vou te buscar toda semana pra vir aqui em casa, as vezes eu me sinto tão sozinha...

– mas e a sua filha? - Fran perguntou adentrando a sala e sentando no sofá, me deixando ao seu lado.

– ela é uma menina muito boa, e tem um coração de ouro, mas que já foi destroçado em mil pedacinhos...