As gaivotas voavam calmamente pela ilha, deixando algum ruído naquele silêncio absoluto.
Um homem andava silenciosamente pela floresta da ilha, como um gato. Ele olhou para uma das gaivotas que havia pousado calmamente no galho de uma árvore.

A expressão do homem mudou. Ele mirou rapidamente na ave e atirou. Um grito de dor ecoou por toda a ilha, se estivesse outro humano habitando ali, se assustaria com certeza. O homem pegou o corpo da gaivota e o levou para casa. Aliás, " casa" é mais do que modo de falar, pois aquela cabana estava caindo aos pedaços. Mas ele nem ligava, lembrava de quando era criança, seu irmão o chamava de anti-social. Mas tudo bem, seu irmão nem já existia mais, tinha sido assassinado brutalmente quando tinha 15 anos. E foi neste dia que ele fugiu, apenas uma dor a mais para a família. Mas o homem nem ligava. Para ele a família sempre o odiara, pondo nele a culpa em tudo, e apenas defendendo seu irmão, o "Amorzinho" como eles chamavam. E foi aí que ele, com apenas 9 anos, buscou sua felicidade na dor. Matava gatos e cachorros brutalmente, sem nenhum dó, depois chegava em casa discretamente, e lavava as mãos na pia do banheiro ou na da cozinha, sempre discretamente.

" Você é estranho Ariel" Dizia seu irmão sempre que seus pais não estavam por perto. Ariel sempre sofreu. Na escola era constantemente alvo de brincadeiras. Ariel ainda se lembrava de seus "colegas" gritarem " - Esquisito!" durante as aulas. Conseguiu se vingar de três : Jonh, Lisa e Paul. Teve gosto em fazer isso, aliás eles mereciam.

Ariel comeu a gaivota que foi assada em uma simples fogueira na fina e branca areia da praia. A lua brilhando lá no mais alto do céu, lembrava a Ariel há quanto tempo ele havia fugido para aquela ilha. 20? 25 anos?

Há muito tempo ninguém de novo havia chegado naquela ilha. Mas sempre que chegava Ariel " brincava" com elas. E ele ainda estava esperando outras chegarem. Há muito tempo não se divertia.

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