Apenas um olhar escrita por Eubha


Capítulo 95
Capítulo 95:


Notas iniciais do capítulo

Uma boa leitura a todos!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/471808/chapter/95

Anita andava pelo bosque em busca de algum vestígio da presença de Antônio, mas ela estava vendo que não seria uma tarefa nada fácil.

— Ai Sofia foi mal, mais você vai ter que esperar. – disse ela quando retirou o celular do bolso de trás da calça e viu várias mensagens e ligações da irmã. Ela acabou ignorando e continuou andando. – Eu vou te achar Antônio. – garantiu ela para si mesma.

=============================================================================

— Sofia você está há minutos na minha frente e não falando coisa com coisa. – disse Ben já impaciente com a enrolação da loirinha. – Fala logo Sofia o que tem a Anita. – perguntou ele já tenso.

— Eu já expliquei a Anita ela, foi até o bosque e... – argumentou ela já pressentindo que estava se enrolando com as próprias palavras.

— Mais o que a Anita foi fazer lá há essa hora. – pressionou ele não conseguindo compreender.

— Ben você já entendeu que tem alguma coisa de errada com a Anita não é. – Sofia afirmou, gesticulando exasperada.

— Eu notei mesmo, que ela tá muito estranha, mais ela fez questão de dizer que está tudo bem. – falou Ben lançando um olhar desconfiado a garota, que apenas olhou o chão a seus pés. – Espera Sofia, você sabe o que é então. – perguntou ele confuso, em pensar no porque Sofia saber o que se passava e Anita confiar nela mais do que nele.

— Ai tá bom chega, eu sei. – Sofia ficou em total nervosismo.

— E o que é Sofia, pelo amor de deus me fala. – quase suplicou ele. – Me fala, a Anita pode estar em perigo, não pode. – afirmou o garoto ficando assustado.

— Eu não posso falar. – respondeu Sofia se negando a quebrar sua palavra que havia dado a Anita, mas achando também que ele poderia ter razão.

— Como não pode Sofia. – Ben disse com nervosismo elevando o tom de voz.

— Ben eu prometi pra Anita, que eu não iria falar, mais você tem razão ela pode estar precisando de ajuda sim, foi por isso que eu vim aqui. – proferiu a loira se mantendo firme. – Você melhor do que ninguém sabe que eu já errei muito com a Anita, e não é nada fácil pra mim admitir isso, por isso que eu acho que nesse momento eu não posso quebrar a única promessa, que eu realmente prometi pra mim mesma que eu cumpriria, custasse o que for. – ela expôs seus motivos de negação, mesmo tendo consciência que revelar o que ela sabia, pudesse até ser uma forma de ajudar a irmã, mesmo que Anita não concordasse.

— Isso tudo está muito esquisito. – reafirmou ele totalmente confuso.

— Então por isso mesmo que eu vim aqui, você tem que ir atrás da Anita. – disse ela taxativa.

— E quem me garante que você tá falando a verdade Sofia, porque convenhamos. – hesitou Ben achando tudo muito estranho.

— Então tá Ben, paga pra ver, só depois não reclama tá legal. – Sofia se exaltou com ele.

— Eu vou confiar em você Sofia, mas depois eu vou querer saber direito que história é essa. – ordenou ele, apanhando um casaco.

— E eu vou embora, mais acho melhor você correr. – disse ela, antes que ele resolvesse pressioná-la novamente. – Ih se eu fosse você ficava de olho na Anita, sem fazer muito alarde claro, mais não se distância dela tanto assim. – aconselhou ela enigmática.

==========================================================================

— Ué ainda tá aí, não tinha ido embora. – Sofia desdenhou quando encontrou Sidney, sentado a calçada.

— É eu fui, até um certo pedaço mais depois resolvi voltar, fiquei preocupado com você. – afirmou ele se levantando.

— Jura? – a patricinha sorriu irônica cruzando os braços para fita-lo. – Achei que você queria que eu morresse. – desdenhou ela ainda chateada com o filho de Maura.

— Sofia não dramatiza vai. – Sidney esboçou uma cara de riso devido ao jeito emburrado dela.

— Tá bom Sidney, vamos pra casa logo, antes que a mamãe descubra que eu sumi. – declarou ela.

— Claro. – ele apenas concordou seguindo caminhando com ela.

—___________________________________________________________________________

Enquanto Sofia e Sidney voltavam para casa, Ben se dirigia até o bosque, como a irmã de Anita havia pedido, não conseguindo compreender nada do que se passava a sua volta, para ele era como tentar juntar peças de quebra-cabeças diferentes.

Anita já caminhava perdida e tendo sua mente inebriada pela escuridão que já se fazia presente e todas as árvores que concentravam em volta, que para ela tão iguais, um lugar tão vago, promovendo um labirinto sem fim. Ela estava prestes a desistir de toda aquela loucura quando avistou ao longe uma cabana discreta, afastada do caminho habitual que todos que andavam por aquela mata estavam acostumados a fazerem. Curiosa e tendo a lembrança da conversa que Antônio teve com o pai, quando ela discutiu com ele na casa de Maura mais cedo, a garota pensou que os dois não iriam realmente conversarem ao ar livre no meio da mata e a noite ainda por cima, movida por um impulso e a vontade de se livrar de Antônio de uma vez por todas ela caminhou devagar e evitando ser percebida até a pequena casa que parecia abandonada.

— Você já veio até aqui, né Anita. – disse ela para si mesma para ver se tomava coragem enquanto rodeava em volta da cabana silenciosa, a garota assustou-se quando escutou vozes calmas e passes despretensiosos de alguém se aproximando, dando tempo dela apenas correr e esconder-se aos fundos do local.

— O que você quer com aquela menina Antônio, pra atrapalhar tua vida. – Palhares desaprovava a atitude do suporto filho.

— Jamais a Anita vai me atrapalhar, pelo contrário. – respondeu Antônio com voz calma, mesmo não gostando da interrupção do homem em sua vida.

Anita não pode de deixar de ouvir seu nome, identificando que a sombra dos vultos que ela via esgueirada atrás da cabana eram de Antônio e Palhares, mesmo sentindo que os disparos de seu coração lhe pediam para ir embora dali a menina resolveu ficar.

— Essa menina não é caso daquele moleque que você diz ser teu irmão. – questionou ele. – Metido a corajoso o garoto eu admito, mesmo que coragem demais não signifique nada as vezes. – fez uma ressalva o homem.

— Era, agora ela não é nada mais dele, e nem nunca mais vai ser, se o Ben não se metesse na minha vida, ela não estaria com ele. – Antônio rebateu enraivado pelas palavras de Palhares.

— E desperdiçar teus planos, por conta de uma garota, coisa que aliás, tem tantas iguais por aí. – Palhares insistiu entrando na cabana seguido de Antônio.

— Não, não tem. – Antônio gritou exasperado com o pai. – A Anita nunca vai ser igual a nenhuma outra garota, ela é pura, doce, inocente, ela não é maldosa igual a essas biscates que tem por aí, ela é fiel. – afirmou ele exaltado.

— Fiel, e a quem? – devolveu Palhares não deixando que Antônio o botasse medo.

— Ah mim, eu sei que no fundo ela ainda vai descobrir que me ama de verdade, que ela sempre me amou, e que se o Ben não tivesse se metido ela tava aqui, do meu lado. – falou Antônio, com olhares e sorrisos obsessivos ao lembrar da “amada”.

— Ah você não Antônio. – ele quis lhe abrir os olhos. – Ah esse moleque Antônio, o tal Ben, seria por ele que ela faria qualquer coisa, e jamais a você, ela só está te obedecendo por medo. – afirmou. – Ela vai te trair, ferrar com você se ela puder, e eu não vou ir para esse buraco junto com você, então não jogo nossos planos fora. – ele alertou taxativo.

— Eu já disse que isso não vai acontecer. – insistiu Antônio. – Você trouxe o dinheiro que eu te pedi. – indagou ele.

— Está aqui. – Palhares respondeu tirando um envelope da mochila e entregando a Antônio.

— Só isso. – Antônio perguntou descontente, ao ver poucas notas no envelope.

— E você acha que assalto, não dá gastos também. – Palhares retrucou, fazendo a cabeça de Anita “ascender” uma hecatombe de pensamentos.

— Há joalheria, não é, isso aqui é muito pouco. – Antônio afirmou arbitrário.

— Eu já acertei tudo com as pessoas que colaboraram com nós também, inclusive para o próximo empreendimento. – falou ele tranquilamente.

— Eu vou pensar a partir dos dados que você me passou. – Antônio respondeu altivo.

— Assalto... – Anita fiel. – sussurrou Anita para si mesma perplexa com os planos e pensamentos de Antônio. – Essa cara tá louco, e eu tenho que sair daqui. – alegou ela, pensando nas palavras de Sofia e pressentindo que a loirinha tinha razão investigar a vida de Antônio poderia ser uma tarefa desastrosa.

— Que barulho foi esse. – Palhares questionou ao ouvir alguns galhos de árvores se quebrarem bruscamente.

— Anita o que você fez. – disse a garota assustada, quando constatou que eles poderiam ter ouvido algo.

— Não sei, mas eu vou ver, já volto. – afirmou Antônio saindo para fora, o único impulso de Anita foi correr o mais discreto que ela pode para dentro da mata, Antônio não chegou a desconfiar da presença da garota pensou que poderia ser alguém sim, mais ficou sem nenhuma certeza, pois era uma mata fechada e com diferentes bichos, mas caminhou calmo para mais perto de onde vinha o barulho, mas como tudo silenciou ele voltou para dentro da cabana onde tinha deixado Palhares. Mas, a essa altura Anita já havia se embrenhado pela mata e caminhou e corrido o mais rápido que pode para longe da presença de Antônio e Palhares, ou ela nem gostaria de imaginar o que podia acontecer.

— Ai meu deus! – ela respirou ofegante parando um segundo. – Ai não, e agora cadê a trilha, como você vai sair daqui. – disse a menina se apavorando diante da hipótese de estar perdida naquele breu sem fim.

++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

Ben andava pela mata, não encontrando nenhum vestígio de Anita, e já achando que Sofia podia estar de zoação com sua cara já que não fazia sentido algum a garota estar por ali.

— Telefone agora, mais não possível. – reclamou ele ao ouvir o celular tocando. – Oi Sidney. – pronunciou ele ao atender a ligação e ouvir a voz do amigo do outro lado. – Não, não tava dormindo não, aliás, você nem imagina. – respondeu ele frustrado enquanto olhava em volta.

— Anita tá vendo o que dá, como você vai ir embora agora, passar a noite aqui, na pior das hipóteses se eu não cruzar com o Antônio de novo, ou... – Falou ela espantada ao ver um pássaro cruzar rapidamente. – Ou bicho, ai não. – proferiu ela assustada com a enrascada que havia se metido. – Isso não é, vai chover é isso. – se perguntou a garota olhando para o céu coberto de nuvens revoltas com alguns pingos fortes já caindo.

— Sidney, eu já disse a Sofia ela, também não dá pra te explicar isso agora, amanhã nós falamos. – Ben relutava em esclarecer os questionamentos do amigo a respeito da visita que a loira havia lhe feito na calada da noite. – Sidney é sério, eu preciso resolver uma coisa antes, Sidney espera. – Ben interrompeu a conversa com o garoto para ouvir vozes agudas vindo de algum lugar que ele não identificou muito. – Depois eu te ligo, tchau. – falou ele exasperado desligando o celular rapidamente, ou perceber que a voz que se espalhava com o vento que vinha junto à chuva era familiar para ele.

— É isso não é, vem cá deus, porque que eu não morro de uma vez. – dizia Anita em pleno desespero, enquanto as gotas que caiam ininterruptas já lhe encharcavam. – O que a vida quer de mim, me destruir aos poucos, eu devo ser muito desalmada mesmo pra merecer tudo isso, não é mais fácil cair um raio aqui mesmo. – afirmou ela, já em meio ao choro descompensado que Anita não pode mais evitar. A garota realmente desejou desaparecer dali, do planeta se fosse possível também e que tudo aquilo se desfase-se junto com aquela chuva que caia com rispidez, dispersa e em total nervosismo Anita só se deu por conta de que não estava mais sozinha quando sentiu a mão de alguém tocando seu braço e lhe puxando...

Continua.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Apenas um olhar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.