Apenas um olhar escrita por Eubha


Capítulo 107
Capítulo 107:




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– Anita... – Vera rompeu o silêncio que vagava por toda sala, estupefata e sem saber o que dizer diante do que a filha mais velha revelava a todos. – Que brincadeira ridícula é está minha filha. – a mulher ordenou que ela explicasse e dessa vez dissesse algo que realmente fizesse algum sentido.

– Foi o que você ouviu mãe. – Anita sustentou se quer escutando a própria voz, ela fitou de relance Ben, que caminhou para mais perto de Ronaldo, sem conseguir tirar os olhos dela, sentir raiva de si mesma, era pouco pensar de tal forma, em meio ao sentimento que a dominava, devido à tristeza e nervosismo que pode perceber de imediato na única vez que ela teve coragem para olhar também em direção do garoto, era mais que isso era nojo de si mesma, por estar topando aquela loucura sugerida por Antônio, era repulsa por imaginar o que os demais, chegariam a cogitar, por acreditarem que ela estraria mesmo noiva de Antônio.

– Como que você decide isto desta forma, você ficou louca, ou quer me matar de desgosto. – Vera a repreendeu com um olhar rígido que tiraria as forças de qualquer um que o recebesse.

– Hei calme Vera, os dois devem ter uma boa explicação para isto. – ponderou Hernandez, que mesmo surpreso assim como os demais, não conseguiu esconder que havia gostado da noticia.

– Pois calme você, porque a filha é minha e eu digo o que eu quiser. – Vera se revoltou e ralhou com o latino sem a menor vontade de ser cordial.

– Bom a noticia é essa, e não a nada que vocês possam fazer. – Antônio sustentou altivo. – Eu e a Anita vamos nos casar. – ele disse, não escondendo o sorriso exibido que olhou para Ben, que parecia fazer força para segurar a própria raiva e não explodir, a julgar pela forma que ele fechava a mão direita, como se não tivesse mais forças para encarar tal situação.

– É. – Anita deu a confirmação encarando o chão aos seus pés.

– Palhaçada eu é que não vou ficar aqui assistindo isso, e na boa Anita, achei que você fosse mais leal, e não tão falsa com os sentimentos que você enchia a boca pra dizer que sentia. – Giovana ficou indignada, encarando a irmã postiça com ira, e lançando um olhar de apoio a Ben, já que percebeu que o rapaz não conseguia esconder seu estado de pura consternação pelo fato.

Anita ficou muda e engoliu a ofensa em seca, sentindo que merecia, fechou os olhos com força por um único segundo, como forma de espantar as lágrimas que seu coração queriam expressar.

– Sofia, leva o Pedro lá pra cima, pode sair também Vitor. – Ronaldo os pediu.

– Nem precisa pedir duas vezes eu é que não vou ver isso. – Vitor disse também nada paciencioso e confuso como os demais, apanhando sua bola de vôlei e saindo para jogar no quintal.

– Mais eu quero ficar. – Pedro contrariou decidido.

– Vem Pedro, de repente me deu uma vontade de estudar matemática. – Sofia se apressou puxando o caçula pelas escadas.

– Também vou. – Frédéric pareceu entender que a conversa era entre todos que continuaram nos seus lugares, e se dirigiu ao seu quarto que ficava nos fundos da casa.

– Você não vai dizer nada irmão. – Antônio cobrou uma atitude de Ben, que permanecia mudo e imóvel, sem nenhuma expressão que fosse perceptível.

– Quebrar a tua cara serve, seu desgraçado. – ruboriza Ben, sem se aguentar dando alguns passes para alcança- lo.

– Ben, não para, sem mais confusões, por favor. – Ronaldo o ordenou em um tom firme, parando a sua frente e o empurrando para trás, enquanto Antônio continuava a olhar a todos de forma dissimulada.

– Tem razão, eu não tenho mais nada pra fazer aqui mesmo, já vi o suficiente. – afirmou Ben, lançando um olhar revoltado a Anita, e saindo a bater a porta com rispidez.

– Agora explique-se Anita, por favor. – Vera cobrou novamente, para uma Anita tremula e com o olhar assustado.

– Não tenho nada pra explicar mãe, foi o que eu contei aqui pra vocês, também não precisem fazer esse escândalo todo, às vezes as coisas mudam. – Anita pronunciou, francamente ela pensou, nem ela mesma conseguia vender tal mentira com o mínimo de segurança que fosse.

– Pois você só pode ter perdido o resto do juízo, decepções, e mais decepções, eu já não sei como lido com isso, mais o que eu posso te afirmar com toda certeza, é que você não terá meu apoio, não pra concretizar um disparate destes, agora depois não venha para o meu lado com arrependimentos, não consigo te entender minha filha, não mesmo. – Vera garantiu taxativa. – Eu vou dormir, tive um dia cheio, e já não aguento mais, não por hoje. – a mulher disse sentindo sua cabeça quase retumbar, de tanta dor, já estava cansada, mas jamais imaginou ter que lidar com tal cena quando chegasse em casa.

– Hernandez, Tita vocês podem ir também, com o tempo todo mundo vai aceitar. – Antônio fez-se de compreensivo, e tudo que ele precisava agora era o apoio e consentimento do padrasto.

– Claro boa noite. – Hernandez achou mesmo que o melhor era deixar os ânimos de todos esfriarem.

– Eu vou levar vocês lá fora. – Ronaldo comunicou, lançando um olhar de apoio a Anita.

– Anita... – Antônio chamou a garota que continuava, no mesmo lugar de antes sem a menor reação.

– Saí daqui, saí Antônio. – ela falou com ira, levando o olhar até ele.

– As coisas não assim a gente. – o garoto quis argumentar arbitrário.

– Saí daqui, por piedade saí, me deixa em paz, por pelo menos o resto da noite. – Anita afirmou, vendo a tristeza se tornar em uma raiva com uma força que ela desconhecia.

– Tudo bem, a gente termina isso amanhã. – ele se rendeu, ao pressentir que ela parecia mesmo fora de si, já Anita andou até o sofá, onde ela sentou-se apoiando a cabeça nas próprias pernas, e não conseguindo evitar que algumas lágrimas se fizessem presentes.

– Anita, hei menina, o que passa. – Fred questionou com calma na voz, se aproximando dela, depois de ver certo silêncio tomar conta à sala do casarão.

– Fred, você vai me escorraçar também, pode falar, eu já levei tanta pedrada hoje que não vou me surpreender. – ela respondeu, continuando a chorar sem se erguer para conversar com ele.

– Às vezes um olhar, ou até o silêncio por trás de um olhar nos mágoa, muito mais do que as palavras, e acho que você entendeu isto hoje. – ela diz, sorridente em um tom sábio.

– Fred eu... – Não sei o que eu faço, como a gente para, quando a gente tem certeza que tá magoando a pessoa, que mais se importou com a gente, aquela que faria de tudo, qualquer coisa pela tua felicidade, a única que cruzou teu caminho durante toda tua vida, e que você sabe que sempre iria pensar em você, em te ajudar, antes do que a ele, que te ofereceu tudo, mais nunca te pediu nada em troca, simplesmente porque o sentimento era verdadeiro, puro, de um jeito que você tem certeza, que ninguém se aproximou ou olhou pra você dessa forma. – Anita pergunta totalmente agoniada, pensar em Ben naquele momento seria inevitável e ela sabia que não conseguiria evitar.

– Um sentimento, muitas vezes, é como um cristal, com o tempo as marcas aparecem, devido as batidas, os tombos desastrados, que ele se submete, mais ao mesmo tempo que ele é frágil, e fácil de se partir, ele é forte e difícil de ser quebrado, as marcas ficam sim, mais se for de verdade, as marcas não impedem que ele viva e seja lindo aos olhos de quem ama, o amor também concerta, não só muda ou reinventa, confie. – pronunciou ele.

– Não sei, mais dessa vez eu já cheguei a acreditar, mais não sei se eu consigo não de novo. – ela falou lhe dando um abraço. – Obrigada, de qualquer jeito. – Anita agradeceu permitindo-se esboçar um sorriso.

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– E aí Ben se tá precisando de alguma coisa, desde que chegou tá aí. – Omar perguntou ao garoto solicito.

– Não, mais valeu Omar. – Ben agradeceu.

– Ben, desculpa me meter, mais é que o Ronaldo comentou comigo, e bom tem rolado um burburinho por aí, que você e a Anita terminaram o namoro. – ele perguntou, talvez isso justificasse o jeito atônito de Ben.

– É. – Ben confirma sem nem mesmo acreditar.

– Bom foi mal me meter, é que eu achei que fosse fofoca sei lá, bom outro dia a Anita estava aqui, e você e ela pareciam bem um com o outro. – Omar se justificou, se sentindo um pouco intrometido.

– Pois é Omar, posso te pedir um favor, não comenta com ninguém que você viu a Anita aqui comigo, não posso explicar mais é importante pra mim. – Ben alegou.

– Claro, pode deixar, eu não vi nada. – ele garantiu. – Bom eu vou trabalhar, deixei um pouco de comida na geladeira, se você tiver fome. – anunciou ela.

Ben ficou inercio em seus pensamentos por mais alguns minutos até que ouviu alguém batendo a porta e acabou indo atender. – Ah não, só pode ser piada, Hernandez, eu não to afim de conversa você pode ir, passa amanhã quem sabe. – Ben realmente não conseguia mais.

– Vim ver como você está, Antônio e a Anita, acredito que você esteja mal com isso. – o homem entrou mesmo assim, pois estava preocupado com o filho.

– Ah sim. – Ben quase riu pela raiva em ainda ter que ouvir mais sobre o assunto. – E você veio aqui, falar o quanto você está feliz por ele. – cobrou Ben taxativo.

– Por o Tony estar se acertando na vida de alguma forma, com uma garota bacana, eu não nego que sim, ele também é meu filho, mais eu fico triste também por você. – o hondurenho agiu com sinceridade.

– A garota em questão, é a minha garota, é a Anita. – ele retrucou em tom de descontrole. - Qual felicidade que o Antônio está tendo hein Hernandez, muito me impressiona você, a felicidade do Antônio se resume a ter aquilo que foi meu, ele não gosta da Anita, é só um capricho. – afirmou Ben exasperado. – Melhor você ir embora, eu realmente to prestes a perder o controle de vez. – ele pediu, não deixando se quer que Hernandez explicasse qualquer coisa que fosse.

– Tudo bem. – Hernandez se venceu, conhecia Ben, e desde que ele era muito garoto sabia que quando o tiravam do sério, por qualquer coisa que fosse, a ponto dele chutar o balde, era melhor deixa-lo esfriar a cabeça com a companhia de sua própria solidão.

– E me faz um favor, pede pro Antônio, mudar de rua se ele for cruzar comigo por aí, porque eu não to podendo olhar pra cara de pau dele, é o melhor que ele faz. – alegou Ben, decidido a acertar suas contas com Antônio, e era melhor que o garoto adiasse isso ou teria sérios motivos pra se preocupar. – Hernandez, por mais que você não goste de ouvir isso, eu sei que você vai ficar do lado dele, você sempre ficou, é teu instinto, mais eu vou te dizer uma coisa, se ele encostar num fio de cabelo da Anita, se ele machucar ela de alguma forma, eu vou me arrepender amargamente de não ter deixado ele despencar daquele andaime, sem o menor remorso, e mais eu não vou deixar ele em paz se ele fazer qualquer coisa com ela. – taxou Ben, deixando o padrasto com um olhar assustado apenas.

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– Você vai conseguir deitar no travesseiro em paz, depois do que você fez Anita. – Giovana indagou agressiva, quando a viu entrar na quarto e indo pegar a roupa de dormir em uma das gavetas do armário.

– Giovana dá um tempo. – Sofia fala quase ordenando.

– Porque você fez isso com o Ben hein Anita, você não ficou com pena dele, você não viu a cara dele não, gente é inacreditável. – a ruiva lançou um olhar enfurecido a ela.

–Gio, nem sempre a gente faz aquilo que tem vontade, mais sim o que a vida nos impõe. – Anita profere apenas.

– Pois na boa, eu quero você se ferre, tá merecendo mesmo, porque o Ben não merecia o que você fez. – Giovana desejou de forma leviana e movida pelo momento.

– Giovana, cala a boca, não fala o que você vai se arrepender depois. – Sofia levantou de sua cama extremamente irritada com roqueira.

– Quem não sabe é você, oh loira azeda, e quer saber Anita eu não sou obrigada a olhar na tua cara, vai dormir em outro canto, na casa da Maura, por exemplo, bem perto do teu noivinho quem sabe. – a garota apontou para a saída do quarto, e com o olhar cansado Anita não soube o que argumentar.

– E o quarto é só teu, eu não pedi pra ela sair. – Sofia continuou a retruca-la já que Anita não o fazia.

– Sofia deixa, eu vou dormir na garagem, boa noite. – Anita preferiu mesmo se retirar, e comtemplar sua solidão, já era o estado de sua alma mesmo, porque recusar-se pensou por um segundo.

– Eu ainda te mato, eu ainda te mato Giovana. – Sofia ameaçou revoltada, a uma Giovana que se atirou em sua cama sem se importar nem um pouco.


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