Apenas um olhar escrita por Eubha


Capítulo 106
Capítulo 106:


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pelo atraso, sei que andei muito sumida pois estava total sem tempo de entrar aqui. Mais estou aqui novamente com mais um capítulo. Obrigada a todos!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/471808/chapter/106

Continuação capítulo anterior...

– Minha família, sempre será tudo pra mim, e eu acho que você sabe disso. – garante ele, evitando ao máximo que o nervosismo se instala-se em si, já que a enteada a sua frente mal conseguia disfarçar o olhar assustado, diante de seu jeito nervoso e agoniado.

É que Ronaldo... – Anita puxa o ar dos pulmões, já quase se deixando sufocar pela enorme vontade de se debulhar em lágrimas que seu coração e olhos expressavam. – Não é um assunto fácil, na verdade eu não queria falar com ninguém, meu plano era resolver sozinha. – ela começou a explicar-se, mal conseguindo encarar Ronaldo aflito a sua frente, que também não entendia do que a enteada falava.

– Como assim Anita? – Meu deus, do que você está falando, o que aconteceu, por favor, eu não consigo entender seja mais clara. – o homem pediu quase suplicante, ao sentir uma preocupação enorme a respeito do que podia ter atingido a garota.

– Ronaldo, por favor, eu, me deixa falar, por favor, antes que eu perca a coragem. – Anita o interrompeu nervosamente, implorando que ele lhe ouvisse antes de mais nada. – Eu não ia falar nada, como eu disse antes, mais o Ben, ele argumentou, me pressionou, e me convenceu por que... – contou ela de maneira atrapalhada.

– Ai Anita, então quer dizer que o Ben, está no meio disso. – Ronaldo adicionou realmente assustado.

– Tá, e também talvez se ele não estivesse, nada disso estaria acontecendo. – confirmou Anita, procurando controlar-se.

– Então... – Não pode ser o que eu estou pensando, seria muita loucura, e bastante surreal também. – proferiu ele, em estado de alerta, já imaginando mil coisas em sua mente, mais focando em uma que seria mais adequada talvez, ao que Anita falava, sem conseguir chegar a algum lugar, qualquer que fosse. – Você desse jeito, totalmente nervosa, você não está querendo me dizer, que você... – Você está grávida, me diz que você e meu filho não fizeram uma besteira dessas na idade de vocês, não que eu tenha alguma moral pra julgar, mais como pai, eu não posso deixar de me preocupar. – o padrasto supôs, ficando tenso em imaginar que essa fosse à revelação da garota.

– Não Ronaldo. – Anita sorriu de canto por um segundo. – Eu não to grávida. – ela negou veemente. – Mais quer saber, acho que se fosse isso, seria difícil, mais seria menos pior do que está acontecendo e do que ainda pode acontecer. – ela declarou, não conseguindo mais conter sua angustia que brotaram em lágrimas.

– Eu não sei se fico aliviado, ou mais preocupado Anita. – afirma Ronaldo não sabendo como agir diante do estado da garota.

– Ronaldo, eu e o Ben, nós terminamos sim, mais não foi por querer, o Antônio me chantageou, ele está me chantageando na verdade. – Anita derramou tudo de uma vez antes que não conseguisse mais falar do assunto.

– O Antônio. – foi à única coisa que em meio ao turbilhão que se formou na cabeça de Ronaldo, que parecia ter sido assimilado por ele.

– É, o Antônio, eu não sei exatamente o que ele pretende, mais ele está planejando alguma coisa muito séria, e entre os planos dele, sem dúvida está destruir eu e o Ben, ele alegou que se eu não me afastasse, ele iria tentar contra a vida do Ben, e também se eu não cumprir aquilo que ele me impõe. – ela falou com a voz tremê-la.

– Esse garoto enlouqueceu, Anita você está ciente disto. – Ronaldo questionou não conseguindo assimilar tamanha situação mirabolante.

– Ele é louco, ele tá cada vez pior Ronaldo, aquele teatro de quando saiu da instituição, que melhorou, é tudo golpe, mentira, ele nunca se regenerou, muito ao contrário. – ela sustentou enxugando o choro. – Primeiro ele tentou ficar comigo, ela tava conseguindo, só que à medida que eu passei a não desconfiar tanto do Ben, e achar que não tinha sido ele que postou o vídeo. – a menina reafirmou desolada. – Não sei, foi como se eu tivesse voltando ao meu estado normal, aí corri atrás da verdade, tive certeza que tinha sido o Antônio o responsável, aí mais pra frente, o Ben e eu voltamos, e com isso o ódio do Antônio só foi crescendo, sendo alimentado pelo dia que ele veria eu e o Ben na pior, o dia que ele tiraria tudo da gente. – Anita alegou, não querendo nem pensar na hipótese.

– Isso só pode ser um pesadelo. – murmurou Ronaldo levando as mãos ao rosto consternado.

– É pior, é real, o Antônio não está se quer pensando, que ele pode ser preso, ou qualquer outra coisa que possa ocorrer, ele só quer, vê a gente sofrendo na pior, mais horrível ainda vendo o sofrimento um do outro, como se isso fosse todo combustível pra felicidade dele, e ele não vai medir esforços pra conseguir Ronaldo. – Anita garantiu sabendo que estava certa, mesmo que somente a possibilidade já lhe trouxesse uma agonia sem tamanho.

– Deus, mais o que eu faço, o que você quer que eu faça, porque eu não posso deixar esse garoto fazer nada contra vocês, isso é surreal demais Anita, só pode ser um equivoco. – contrariou Ronaldo em choque.

– Ronaldo, eu não posso denunciar o Antônio, é a minha palavra contra a dele, e ele sabe manipular qualquer pessoa a favor dele. – alegou ela. – E o ao mesmo tempo eu não posso passar a vida toda a mercê desse maluco, eu preciso que você me ajude, eu preciso de um reforço, de alguém que me dê uma estrutura pra lidar com isso, até eu consegui provar do que o Antônio é capaz, pra aí sim eu poder fazer algo, e me livrar dele. – explicou ela, deixando o padrasto ainda mais tenebroso.

– E como você pretende fazer isso. – pronunciou Ronaldo apreensivo e extremamente perturbado.

– Primeiro, o Antônio não sabe que eu contei pro Ben toda verdade, e muito menos deve saber que eu estou contando pra você. – exclamou Anita tentando falar com calma, mesmo que fosse difícil. – Agora eu preciso te dizer o resto e tudo que eu sei do Antônio, e que você precisa fazer pra me ajudar. – afirmou Anita pedindo ao apontar para o sofá que o padrasto se sentasse, já que a conversa seria ainda mais longa deste ponto em diante.

=============================

– Pai. – Ben abriu a porta do quartinho de Omar, após alguém insistir muito, e viu na imagem de Ronaldo uma preocupação estranha, que ele não soube decifrar.

– Como você tá. – o homem perguntou de imediato entrando apressado.

– Como assim. – Ben quis disfarçar antes de tudo, pensando em duas coisas que pudessem justificar com exatidão a pergunta de Ronaldo, ou sua cara estava péssima e lhe entregando ou Ronaldo sabia de algo a mais.

– A Anita ela, bom conversou comigo hoje cedo e... – Ronaldo foi direto ao assunto ao se ver completamente tenso, com o que a garota lhe revelava.

– Não sei o que te dizer, melhor eu, eu não sei o que fazer, bom ou... – disse Ben em plena confusão. – Talvez eu saiba, só que nesse caso o remendo pode sair pior do que tudo. – Ai só dá tempo de sentir medo mesmo, não por mim, mais por ela, pai você tem que convencer a Anita sair de perto do Antônio, fazer o jogo dele, não significa que o problema fica ameno ou resolvido, fala com ela por que... – o garoto alegou assustado com o rumo que tudo parecia tomar.

– Oh meu filho, vamos ter calma, acima de tudo. – Ronaldo pediu penalizado, pelo descontrole que via no olhar de Ben. – Deixar o medo e impaciência nos dominar, também não é o caminho Ben. – argento ele, se aproximando dele para um abraço.

– Como, sério que você ainda consegue pensar diante disso, por que... – esquivou-se Ben impaciente. – Você não entendeu o que tá acontecendo, ou melhor, mais uma vez vocês devem estar achando que eu e a Anita somos dois malucos e que não passa de um devaneio adolescente, assim como é ou foi nosso namoro, eu já nem sei mais. – retrucou Ben, hostil e desapontado.

– Vamos conversar com calma, calma. – garantiu o pai, lhe dando um apertado abraço, e Ben só parecia entender que necessitava de um apoio, uma ponte, alguém que o impedisse de cair no enorme abismo que rondava sua vida.

Depois de encerrar a conversa longa e exaustiva com o padrasto, Anita acabou indo a aula.

– Oi amiga. – Julia expressou docemente, quando encontrou Anita, parada ao balcão da cantina inercia em olhar para o copo de suco a sua frente.

– Oi. – respondeu ela, junto a um sorriso tímido.

– E aí como você está? – a morena indagou, mesmo entendendo que era tão óbvio, o jeito arrasado de Anita estava perceptível a qualquer um que há conhecesse um pouco.

– Não sei mais, Ju, acho que... – Anestesiada, ou sei lá. – Anita expressou sorrindo irônica, nem ela sabia mais o que se passava em seu corpo e sua mente devido a tudo.

– Vai dar tudo certo Anita, confia. – Julia quis garantir, no intuito de amenizar a tristeza dela.

– Eu quero muito acreditar, eu juro. – disse ela. – Ih me desculpa, eu fiz você mentir, quando mandei você dizer pra mamãe que eu tava lá na tua casa, o Ben insistiu e... – De algum jeito eu entendi que aquela seria a única noite de paz e um pouco de felicidade que eu teria, daqui pra frente, enfim. – se retratou Anita com o olhar cabisbaixo.

– Não se preocupa com isso, há coisas mais sérias né amiga. – Julia afirmou, dando um abraço em Anita, como forma de confortá-la.

– Você viu o Ben hoje. – ela perguntou ansiosa.

– Ele, acho que estava lá fora, com Serguei, eu vi de longe quando passei pelo pátio. – Julia revelou.

– Você pode, chamar ele pra mim, preciso falar com ele, mais enfim pra todos os efeitos ele não é mais meu namorado. – Anita argumentou, sentindo forte o peso das palavras dentro de si.

– Tá eu vou sim, mais fica calma tá. – pediu Julia, comovida pela situação de Anita e Ben.

– Ah eu não sei mais o que fazer Serguei, parece que minha que cabeça entrou em um labirinto sem fim, meus pensamentos eles não se conectam mais, eles giram e giram, mais se quer conseguem sairem do mesmo lugar. – lamentava Ben resignado.

– Cara, eu sei que é difícil, mais tenta não deixar essa história te pilhar desse jeito, ou aí, que vai ser o fim de você, e da... – o ruivo hesitou. – Enfim da Anita, ou de nós todos que carregar isto. – Serguei aconselhou, mas também se viu nervoso.

– Oi, bom dia gente. – Julia os abordou quando chegava apreensiva.

– Bom dia Ju. – Serguei foi o único que respondeu algo, Ben continuou mais preocupado em remoer seus dilemas.

– Então é... – Ben a Anita me pediu que te avisasse que ela quer falar com você. – a garota proferiu calmamente.

– Anita, onde que ela está. – Ben questionou exasperado.

– Lá na sala vazia, no corredor de baixo, aquele que dá pra cozinha da cantina. – explicou Julia.

– Eu vou falar com ela, obrigada Julia. – se prontificou Ben saindo apressado.

– É Jujuba, a situação tá difícil. - disse Serguei, confuso também, sem conseguir pensar direito sobre o assunto, enquanto a amiga sentava ao seu lado.

– Você tá legal. – Ben indagou impulsivamente, quando pôs os olhos em Anita, sentada ao chão, escorada a uma das paredes brancas do cômodo vazio.

– To respirando ainda, eu acho, e depois eu já tive dias piores com toda certeza. – Anita não conteve a ironia ao responder, não sabia mais o que sentir. – Desculpa, a resposta foi idiota e estupida. – corrigiu ela, sorrindo de leve, ao vê-lo se aproximar.

– Acho que a pergunta também. – constatou Ben, óbvio que ela não estava bem, assim como ele também não estava.

– O Ronaldo te procurou. – ela pediu confirmação, o vendo sentado ao seu lado.

– É, procurou sim, apavorado. – Ben assentiu. – E ele me contou também o que você está pensando em fazer pra continuar com essa loucura doentia. – rebateu ele, não escondendo que não concordava e nem estava contente.

– Eu sei, eu sei que você não concorda, mais a gente não tem escolha Ben, ou é isso, ou é aceitar as consequências depois. – Anita alegou, não conseguindo encará-lo.

– Mesmo assim, eu continuo vivendo com medo que alguma coisa te aconteça. – argumentou Ben, procurando ao máximo encontrar o olhar dela.

– Pode ser, já eu, sinto alguma esperança de que nada vai te acontecer. – Anita falou, disfarçando o olhar lacrimejado. – Mais então. – ela se pronunciou atropelando o silêncio que havia se formado entre os dois, era mágoa, era tristeza, talvez até saudade, ela não saberia decifrar ao certo, mas havia algo muito incomum entre os dois. – Preciso que você entregue isso aqui pra mim, na caixinha de correio da instituição. – ela alegou, retirando um envelope lacrado da bolsa.

– O que tem aqui dentro. – Ben perguntou no segundo que seguia.

– Uma carta anônima, e uma foto do Palhares e do Antônio, aqui na praça, Serguei me ajudou a conseguir, eu preciso que o Psicólogo fique sabendo que ele não viajou coisíssima nenhuma, só está fazendo isso pra não comparecer na instituição e prestar contas do que anda fazendo. – explicou Anita.

– E se ele desconfiar que foi você. – Ben se assustou com a hipótese.

– É um risco, mais risco a gente já está correndo, mesmo parados, por isso que eu não coloquei no correio, iria acabar tendo o endereço do bairro, e enviado de qualquer outro lugar também ele podia chegar mais fácil a mim. – ela preferiu arriscar. – E eu também não posso ir até lá, e correr o risco de alguém ver e me reconhecer, a Julia já teve lá comigo um outro dia, e o Serguei, ainda to tentando não envolver muito ele nisso tudo. – justificou. – Mais Ben, você não pode deixar que o Antônio saiba que foi você, ou caso contrário, eu vou me arrepender amargamente por ter te envolvido nisso. – ela o suplicou alterada.

– Calma, tá bom, eu vou fazer o que você disse, e envolvido eu já estou Anita, não adianta você negar isso, aliás, pra ser mais objetivo, se eu não existisse na tua vida você não estaria nessa. – o garoto disse com certa culpa contida.

– Não fala bobagem, por favor. – Anita o pediu, nenhum calvário, sofrimento maior que fosse, faria com que ela se arrependesse de amá-lo e ser amada por ele, era algo inexplicável acima de tudo aquilo, e Anita não precisa pensar muito para se dar conta de tal fato.

– Foi mal, acho que eu to, não sei, meio confuso. – afirmou ele, partilhando do pensamento dela. – Era só isso. – Ben indagou a fitando fixamente.

– Acho que era, por enquanto ao menos. – Anita alegou o olhando de forma confusa.

– Então tá, eu vou pra sala, eu acho. – respondeu ele, procurando conter toda agitação que o movia naquela manhã.

– Eu já to indo daqui a pouco. – afirma Anita entre suspiros tensos.

– Tchau. – Ben se despediu incerto de suas ações.

– Então tchau. – Anita devolve apenas enquanto o olha de relance.

– Tchau. – repetiu Ben, com um sorriso discreto, e sem hesitar deixando um beijo singelo no rosto dela, que continuo ainda estática no mesmo local, Anita parecia tentar encarecidamente que a paz do local vazio, também se fizesse presente em sua alma e pensamentos.

========================

– Você ficou linda, não falei que podia confiar. – Sofia dizia sorrido animada, depois de ajudar a irmã a se arrumar.

– Dessa vez você pode guardar o elogio Sofia, até porque isso aqui não é pra comemorar. – retrucou Anita fitando sua imagem refletida ao espelho sem conseguir esconder o mau humor, por tudo que lhe acontecia e principalmente o porquê de se arrumar. – A única coisa que combina aqui é esse vestido preto, igualzinho minha vida ultimamente, e mais combinante ainda ele está com minhas escolhas. – a garota acrescentou rancorosa consigo mesma.

– Pode até ser, mais é melhor um preto com estilo, do que um farrapo qualquer, sofre né Anita, mais sofre com estilo. – a loira bem que tentou animá-la, nem que fosse com seu sarcasmo corriqueiro, mais o sorriso debochado de Sofia foi sumindo aos poucos, quando olhava Anita e percebia que se quer a irmã ficava brava com suas falações.

– Amiga ainda está em tempo de você desistir disso. – Julia argumentou mais uma vez, temendo as decisões que Anita tomava.

– É nisso a Julia tá certa. –reforçou Sofia, também achando tudo muito arriscado. – Sem falar que, vai cair todo mundo matando em cima de você Anita, a mamãe vai querer te matar, ninguém vai entender nada. – a patricinha resmunga.

– Eu não to preocupada, não vai ser a primeira vez que alguém nessa casa vai achar que eu sou, algo que eu não sou... - E que no fundo eu to fazendo algo, que eu não queria, juro que eu não queria. – ela balbucia se vendo perdida entre os pensamentos que vinham e iam em sua mente.

– Bom então, boa sorte, péssima hora pra mim te desejar isso, mas... – Sofia afirmou com cara tensa saindo do quarto.

– Eu só to preocupada com o Ben, tá na cara que o Antônio foi lá, esfregar essa história na cara dele, e o convocar pra ver esse circo ridículo. – confessou Anita agoniada.

– Mais ele não tava sabendo, você contou pra ele né. – rebate Julia com tensão evidente na voz.

– Eu falei, o Ronaldo conversou com ele mais... – Ai to me sentido muito mal, assimilar isso tudo, é muito diferente de saber, ai não sei, não sei. – Anita desabafa por um segundo seus devaneios.

– Anita se você quer mesmo ir adiante com isso, tenta manter a calma, por favor, to ficando aflita demais sabia. – Julia tenta amenizar, não escondendo estar também nervosa.

– Tem razão, não dá pra voltar atrás né, é pra frente que se segue. – decidiu-se ela, procurando encontrar dentro de si um pouco de confiança.

===========================

– Demorou por quê? – Antônio indagou imediatamente quando avistou Anita descendo a escada juntamente com Julia.

– Porque eu quis, to aqui não to, então para de me incomodar. – Anita devolveu ríspida e com um olhar raivoso.

– Acho bom você tentar ser mais educada comigo, ao menos. – o garoto pronunciou com certa ira contida.

– Anita que maluquice é essa, o Ronaldo me falou desse jantar que você armou aqui, eu só não estou entendendo pra que. – Vera os abordou, cheia de questionamentos.

– Nem eu. – Pedro se intrometeu, destinado olhares confusos a irmã e principalmente a Antônio que a acompanhava.

– Eu vou explicar. – Anita respondeu apenas, vendo que precisaria mais do que coragem, para o que estava prestes a fazer, mais acima de tudo força para aguentar retaliações que seriam certas.

– Eu espero. – Vera afirma encarando Anita com seriedade e indo ficar ao lado do marido.

– A gente já pode jantar. – Vitor pergunta abrupto, indo para perto da mesa.

– Antes eu preciso dizer uma coisa Vitor, pra todos. – diz Anita em voz alta, mas totalmente em choque.

– Melhor esperar mais um pouco, tem alguém que ainda não apareceu. – Antônio lançou um olhar arbitrário em direção dela.

– O que, pra que? - É o que tem que ser feito então. – contraria ela, se negando a atendê-lo.

– Mais do que vocês estão falando? – Hernandez pergunta não entendendo toda cerimonia, entre o filho e Anita, e nem o motivo de Antônio ter intimado ele e Tita, para aquele jantar no casarão.

– Eu explico, o que eu tenho pra falar é... – Anita hesitou por segundo, sentindo um nó se instalar em sua garganta, sem que ela conseguisse continuar. – Que, o Antônio, eu e o Antônio decidimos ficarmos noivos. – ela despejou da forma mais rápida que conseguiu, e enquanto sonoros ruídos de espanto soavam pela sala, e Ronaldo tentava disfarçar a tensão, e de alguma forma acalmar Vera, que com o olhar pedindo, ordenava uma explicação que fosse plausível para o momento, Anita pode comtemplar ao rolar seu olhar por toda extensão da sala, procurando algo que a fizesse ter certeza que tudo aquilo era um enorme equivoco, um pesadelo que teria fim, ela presenciou a figura de Ben, parado próximo a porta de entrada, parecendo ainda querer decifrar o que havia ouvido e sem conseguir esconder o quão impactado estava.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Apenas um olhar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.