– Tá feliz? - Anita perguntou, fitando Ben com ousadia, interrompendo o beijo trocado.

– Como assim? – respondeu ele, com outro questionamento.

– Por isso, me tornar uma mentirosa irretratável, eu acabei de mentir pra minha mãe ao telefone, quando disse que estava na Julia, e pra piorar envolvi minha melhor amiga nisso. – exclamou Anita. – Eu devo estar realmente agindo como uma mentirosa de marca maior e o Antônio é só o castigo por isso. – disse ela, não muito confortável com o fato.

– Pode parar com o drama. – afirmou Ben, não se convencendo muito dos adjetivos distorcidos, que ela destinava a si própria.

– É esse também é outro mal terrível que eu sofro, sempre dar drama a coisas que não necessitam. – completou ela entre suspiros.

– Numa hipótese falha que você tenha razão! – Tecnicamente o que você vai fazer em casa, ok você podia de fato ir pra Julia ou procurar o Serguei, só que até nisso você se auto sabota, com essa mania de nunca querer alugar ninguém com teus problemas. – disse ele. – Aliás, porque isso Anita, de onde você alimenta esse fato de nunca pedir ajuda, nem quando as pessoas te oferecem. – o garoto a confrontou.

– Vai bancar o psicólogo agora, pode esquecer, para que já tá chato. – retrucou Anita de cara fechada, sentando-se a cama. – Você pode ter razão numa coisa, a única coisa de útil que eu vou fazer hoje é remoer a loucura que virou minha vida, acompanhada do meu travesseiro, eu tenho que agradecer isso sim por ninguém ter percebido nada de estranho comigo nesses últimos dias lá em casa. – ela concordou em parte com ele.

– Então... – Ben fez uma cara de quem queria convencê-la. – Fica vai, pra que se punir tanto assim, deixa eu cuidar de você. – quis argumentar ele. – Hein, por favor. – pediu o garoto se aproximando para um beijo.

– Para Ben, eu to falando sério. – rebateu ela não deixando de rir.

– Eu também to. – ele acabou achando graça também.

– Não vem com essa do que aconteceu hoje, fica somente no hoje, que pra amanhã não serve, você tá errando de irmã isso sim. – declarou Anita com seriedade. – Pra mim ou as coisas são ou não são, só que ultimamente eu já nem sei o que ainda é, foi, vai vir a ser, não sei lidar com essa situação. – afirmou ela, constatando que não tinha paciência para vivenciar as coisas em metades e viver sempre declinando a mudar seu jeito de agir e decidir o que faria.

– Só falta agora você dizer que tá preocupada com tua falta de fidelidade ao Antônio. – Ben fez graça com as opiniões da garota, enquanto ela o fitava descontente e quase sem acreditar.

– Você tá fazendo de propósito, não é, só pra me deixar cada vez mais desajustada, só pra ver se eu saio correndo por aquela porta ali, não é. – ela cobrou apontando em direção à saída, Ben sorriu sem contrariá-la.

– Eu não vou negar que... – proferiu ele ficando próximo a ela novamente. – Ficar implicando com você, principalmente quando teu único pensamento é uma maneira de sair pela tangente, chega ser algo inevitável, e acaba gerando cenas bastante inusitadas. – ele riu recordando-se de algumas trapalhadas da garota.

– Jura? – Nunca desconfiei, mais agora que você me disse eu estou ciente. – Anita ironizou com um sorriso. – Tá isso me leva a não saber realmente o que o Antônio viu em mim, ele deve ser mais louco do que eu descompensada mesmo. – alegou ela com deboche, por um segundo Ben viu a expressão preocupada da garota se manifestar novamente.

– Hei não fica se torturando com isso, Anita não vai resolver nada, só vai te deixar pior. – Ben ainda quis argumentar, se preocupando com o desanimo que a garota não conseguia esconder por mais que quisesse.

– Eu sei, eu não queria vir aqui te preocupar, na verdade acho que eu não pensei muito. – ela afirmou esboçando um sorriso.

– Eu não to preocupado, eu só não gosto de ter ver cabisbaixa desse jeito. –esclareceu ele.

– Ah tá é o que então. – Anita implicou com a falsa verdade dita por ele.

– Não é que... – É preocupação sim, mais você também não tem culpa disso. – Ben admitiu. – Mais chega de falar disso, vamos esquecer essa história ao menos por um segundo. – pediu ele juntamente com um sorriso encantado a ela.

– É tudo que eu mais quero. – dobrou-se ela retribuindo o sorriso.

– Então hein... – sorriu ele se aproximando.

– Então o que. – implicou Anita no intuito de provocá-lo, se debruçando para trás na cama e puxando o garoto pela blusa para perto, gesto que foi seguido por o inicio de um beijo calmo e desejoso.

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– Bom pelo menos à arte de fazer sanduiche eu domino. – argumentava Ben alegremente, no momento em que ele e Anita preparavam um lanche. – Acho que já posso casar! – disse ele brincalhão.

– Hahaha, e domina também a arte de fazer bagunça, olha estado que a gente deixou a cozinha. – provocou Anita as risadas. – O Omar nunca mais vai ter deixar sozinho aqui, disso eu não tenho dívidas. – murmurou ela com deboche.

– É também mero detalhe. – Ben observou que ela tinha razão. - Ah que feio, fazendo pouco dos meus dotes. – ele expressou uma cara séria.

– Admiti vai, se a gente dependesse de dons pra culinária pra sobreviver, a gente tava ferrado. – afirmou Anita continuando a achar graça.

– Pode parar de rir. – ordenou o rapaz com travessura, a segurando pela cintura e a erguendo no ar.

– Não consigo. – declarou ela entre gargalhadas.

– Para agora. – repetiu o garoto, entre muitos beijos.

– Ben. – Anita o chamou ainda tentando ficar séria.

– Acho que eu não vou te deixar ir embora nunca mais. – afirmou ele a olhando fixamente.

– Infelizmente, é meio impossível de você realizar esse desejo. – a menina o contrariou. – Mais hoje, quem sabe ele não chegue um pouco perto de se tornar realidade. – ela sorriu, realmente querendo desejar que o hoje fosse infinito e duradouro, os dois apenas beijaram-se, em um beijo repleto de paixão e carinho.