Filhinha da Máfia - A intocável. escrita por moniquewindz


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos (as), fiquei muito feliz com o comentário de vocês que resolvi postar hoje, e esse capítulo está realmente enooooooorme, espero que gostem...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/471788/chapter/5

Capitulo 4: família unida? nem tanto.

Para a felicidade da ruiva o querido pai da menina decidiu que depois das festas comemorativas, ela ‘suspenderia’ a agenda e teria aulas de defesa pessoal com Jacob. Como usual ela tentou argumentar, sendo ignorada.

A ruiva quase espumava de tanta raiva, ela queria se vingar, mas sabia que afobação iria fazê-la perder o foco. Ela estava tratando Jacob friamente, e o mesmo não parecia nem um pouco arrependido. O que somente fazia ter certeza quanto aos planos de vingança.

Naquela semana eles tiveram que sair muito, Renesmee compareceu a vários eventos de moda e teve que fazer um editorial especial de natal para revistas de moda. E ainda teria que comprar alguns últimos presentes á pedido de Edward. O Sr. Cullen queria presentear especialmente alguns funcionários e pediu a filha, que em sua opinião, tinha um gosto impecável. Com essa deixa Renesmee poria seu plano em ação.

Foi ao shopping mais caro que conhecia com Jacob em seu encalço. Ela testaria ele. Desde pequena sempre ficou impressionada com as coisas que existia naquele lugar, tinha de tudo. Só não vendiam carros, mas de resto eles vendiam.

– Jacob o que acha que Paul gostaria de ganhar de natal? – Perguntou a menina com um ar inocente.

O moreno se incomodou com a pergunta, não entendia esse interesse iminente em Paul, não que estivesse com ciúmes. Longe disso. Mas ele sabia que a relação entre funcionário e patrão não podia passar do profissional, e pessoalmente ele nunca havia visto Paul puxar o saco do patrão.

– Não sei Nessie. – O tom que usou foi um pouco rude demais para o gosto do moreno.

Segurando o sorriso a menina deu meia volta em uma escultura de ouro e foi procurar outra coisa. Jacob sentia-se injustiçado, não tinha ideia de que ele também estava incluso nessa lista, mas Edward queria fazer surpresa e sabia que ninguém melhor do que Renesmee sabia surpreender alguém.

– Temos que comprar presentes especiais para Collin, Paul e Seth. – Disse a menina dando uma piscadela delicada em direção ao homem parado ao lado da enorme mesa da loja.

Se pudesse ele estaria batendo na menina, não conseguia entender o porquê que ele tinha que cuidar dela e não era ‘agradecido’ dessa forma, afinal ele cuidava do bem mais precioso dos Cullen. Ele se sentia ultrajado.

– Então devêssemos ir a uma concessionária. Eles gostam muito de motos. – Disse o homem ironicamente.

Ele nunca pensaria que a ruiva concordaria com algo assim, ainda não conseguia acreditar que eles saíram do apartamento dela no frio para comprarem presentes para funcionários. Estava nevando e ele sabia que a menina poderia encomendar qualquer coisa pelo celular, ou pela internet. Mas o fato de estar comprando pessoalmente mexeu com ele. Ele estava com ciúmes constatou.

– Certo. – Disse a menina saindo da loja sendo seguida pelo homem.

– Está falando sério? – Perguntou Jacob incrédulo.

– Não acha melhor um carro? Essas coisas de moto são perigosas. – Disse a menina andando.

Ele a seguia com raiva, não podia que acreditar que ela compraria carros que talvez ele fosse trabalhar a vida inteira e não poder comprar. Ele mal podia acreditar e o amargor do ciúmes estava presente.

– Ou talvez devia comprar uma casa para eles o que acha? – Perguntou Jacob ironicamente.

A ruiva parou de andar não acreditando nas palavras do moreno, estava comprando coisas que o pai mandou. E é lógico que não contaria a Jacob sobre o presente dele. O pai havia dito especificamente o que queria que ela comprasse para ele, e ela já havia comprado pela internet. Mas achou que Jacob gostaria de ajudá-la na escolha dos carros. Na realidade a ruiva sabia que ele ficaria ultrajado se não fosse incluído na lista de presenteados, uma coisa ela aprendeu sobre ele. Orgulho era a primeira característica dele.

– Está falando sério? – Perguntou ela incrédula.

O homem percebendo o deslize tentou se concertar.

– O que eu quero dizer é que acho um pouco exagerado. – Disse ele despenteando os cabelos nervosamente, o que não passou despercebido pela menina.

– Não temos que nos preocupar com dinheiro Jacob. – Disse ela sorrindo genuinamente.

Concordou em contragosto e foram até a uma concessionária de carros importados. Escolheram Porshes* de diversos modelos, um para cada. Jacob quase babava em cima dos carros, e isso não passou despercebido pela menina. O pai mal se importava em quanto gastaria, ele queria recompensar os funcionários pelo ótimo trabalho. E ela tinha que admitir que o presente de Jacob era o melhor. O pai da menina havia feito questão de deixar bem claro em relação a quantia que ela podia gastar com ele.

Voltaram para casa com um Jacob muito emburrado, jantaram juntos e a menina decidiu sondá-lo.

– Jacob você tem casa? – perguntou a menina inocentemente.

– Tá me achando com cara de pobre? – Perguntou ele irritado.

– Claro que não, mas é que fica comigo o dia todo, quem cuida da sua casa? – Enrolou a menina.

– Eu tinha um apartamento, e vendi, mas tenho dinheiro suficiente para comprar outro. – Disse ele.

O fato era que para cuidar de Renesmee, Jacob teve que vender os bens que tinha, só havia restado a casa dos pais do moreno, e isso o irritava profundamente, se fosse demitido ele não teria ao menos onde morar. Ele tinha dinheiro, mas ele sempre teve um apartamento equipado e custou muito para ele vender o mesmo. Até mesmo os carros que tinha teve que vender tudo e mandar o dinheiro para um conta no exterior. Esse mundo do tráfico e da máfia era perigoso e havia muitos ladrões por ai.

– Deve ser ruim não ter um canto só seu. – Disse a menina observando-o.

– Você acostuma. – Disse mais para si do que para ela.

A noite logo chegou, fria e com um ar melancólico. Renesmee logo se recolheu, tinha que avisar ao pai que já havia comprado tudo, inclusive o presente de Jacob. Pediu também para fingir que ele não tinha um carinho especial por Jacob assim a surpresa estaria completa. O pai sorriu com a artimanha da filha de tentar impressionar o funcionário, e disse que faria o que estava pedindo. Por mais que o pai da menina a privasse de algumas coisas, ele sabia que ela sempre conseguia o que queria.

Dia 24 de dezembro. Véspera de Natal.

O dia do velhinho mais querido do mundo, época de união, felicidade e dia sagrado para os religiosos. As famílias preparavam tudo para o natal, decoravam a casa juntos, faziam bonecos de neve. Renesmee sentia falta do tempo em que os avós eram vivos, ela se lembrava do quão unida à família era, eles costumavam se reunir uma semana antes e preparar tudo juntos. Mas depois da morte deles tudo mudou.

A ruiva entrou no carro sendo seguida por Jacob, mesmo sendo cedo, a menina tinha que estar na mansão para organizar tudo e não permitir que algo saísse errado. Ela havia planejado tudo da maneira que a avó gostava, as cores preferidas e até mesmo o cardápio era tradicional, a torta de passas e os bolinhos preferidos de Edward estavam incluídos. Mas mesmo com tanto preparativos a menina já havia perdido as esperanças de que este natal seria diferente.

Jacob não compartilhava da desanimação da menina, estava mais do que animado, natal para ele sempre fora uma época muito importante, nunca havia faltado a um natal em família, amava esses momentos que tinha com aqueles que se importava. Mas nesse ano ele tinha um motivo especial por estar assim, sua melhor amiga estaria de volta. Leah Clearwater era a pessoa que mais o conhecia, eles foram amigos de infância e ela nunca escondeu que sentia algo a mais pelo Black.

Na mansão Cullen não parecia que era dia de natal, se não fosse pela casa enfeitada e os preparativos, poderia ser considerado um dia normal. A família Cullen estaria presente somente no horário da festa, por ser véspera de natal eles tinham muitos eventos e fotos á tirar. Renesmee ficou extremamente magoada ao saber que ela não poderia participar da foto de família, Edward havia achado melhor assim, queria tirar a menina dos holofotes aos poucos.

Apesar de magoada ela forçava uma animação que não possuía mas estava levemente começando a ficar mais alegre. Só de perceber que não teria que tirar fotos de cinco em cinco minutos já a animou. Todos concordaram que a melhor opção era o evento ser fechado somente para convidados.

Aos poucos o dia foi tomado pela noite e a impaciência e ansiedade tomou a menina que terminava de se arrumar. Ela iria usar o vestido que havia escolhido, apesar de ser curto e decotado ela já o havia comprado e teria de usar. “Deveria ter pedido opinião de Alice.” Pensou a menina sentando-se na cama de roupão.

– Senhorita? – Chamou Sue.

Há anos Sue Clearwater trabalhava para os Cullen, quando pequena Renesmee se lembrava de como ela era carinhosa com a menina, apesar de ser Sarah quem passava a maior parte do tempo com ela.

– Oi Sue. – Disse a menina indicando para que a mulher entrasse no quarto.

– Acabou de chegar. – Disse a mulher depositando com cuidado a enorme caixa de presente na cama da menina.

Sem ao menos dizer uma palavra à mulher se retirou deixando Renesmee sozinha com o enorme presente sobre a cama. Curiosa como era ela se levantou e desfez o enorme laço de veludo vermelho em torno da caixa. Ela estava surpresa por ter ganhado algo antes do natal. “Papai, pode ter se arrependido talvez.” A menina se surpreendeu com o vestido dentro da caixa, sabia que seu pai nunca escolheria um vestido daquele tipo para ela, sua mãe muito menos, e até onde sabia Rosalie e os tios andavam ocupados demais. Só restava Alice.

Era um Alexander McQueen*; Sabia que Alice não mandaria um vestido desenhado por alguém que ela odiava, mas não tinha opção ao não ser ela.

A menina vestiu-o se surpreendendo ao constatar que era o número exato dela, a cor vinho do vestido combinou com seu tom de pele, e por ser de veludo a deixou com um ar luxuoso. “É lindo.” Tinha certeza que esse vestido era da coleção exclusiva e que com certeza era o mais caro.

Mesmo sem ter certeza de quem havia enviado o vestido á ela, decidiu que iria usa-lo, a maquiadora e a hair stylish chegou para terminar de arruma-la. Depois de duas horas a menina estava pronta. E linda.

Seus cabelos cacheados caiam perfeitamente em cascatas em suas costas, a maquiagem que havia escolhido era leve, e a deixou com um ar angelical. Decidiu que não usaria nenhuma joia que o pai havia dado. Optou por usar um colar delicado que havia comprado alguns dias atrás.

No salão a movimentação e as conversas fluíam por cima da musica calma e agradável, os Cullen já haviam chego, assim como a família Denali – primos e sócios dos Cullen – Edward não havia convidado os Passerati, apesar de serem amigos, ele não sabia até que ponto aquela família era fiel á ele. Alice sabia que podia confiar na sobrinha quanto à decoração, não sabia quantos elogios ao certo havia recebido, apesar de não ter participado da decoração se ocupou com as vestimentas de alguns funcionários de Edward, de maneira que todos se vestissem a La Red Carpet.

Como sempre a família de Renesmee ocupava a mesa central, com vinte e quatro cadeiras, todas ocupadas pelos ‘escolhidos’ de Edward. Impaciente o pai da menina procurava por ela por entre as pessoas, odiava atrasos.

Renesmee entrou e pode perceber que todos os olhares se voltaram para ela, era algo já estava acostumada mas, de qualquer maneira não podia deixar de sentir-se nervosa. Procurando não tropeçar ela se dirigiu até os pais que se encontravam de pé conversando com alguns convidados.

– Querida. – Bella a abraçou carinhosamente. – Está linda. – completou a mãe.

Renesmee pode avistar por sobre o ombro da mãe, com quem eles conversavam. A família Black. Os pais e irmãs de Jacob estavam sorrindo para ela alegremente. Percebendo que o abraço da mãe estava ficando longo demais, se afastou gentilmente, o foi cumprimentar os demais.

Sarah sempre havia sido muito carinhosa com ela, e a recebeu gentilmente, assim como o resto da família.

– Seu vestido é estonteante. – Elogiou Rachel abraçando o noivo. Paul.

– Obrigada. – Disse a menina sorriso fracamente.

Edward sabia que a filha estava magoada, mas não esperava que ela fosse ignora-lo. Como se a ruiva lesse os pensamentos do pai, ela o abraçou e beijou o rosto do mesmo.

– Eu sabia que podia confiar em você. – Disse Alice tirando-a do abraço de Edward.

– Gostou de verdade? – Perguntou sorrindo francamente.

– Claro. Aliás que lindo vestido. – Disse a fada da sua tia sorrindo.

A menina estranhou o fato de a tia dizer, isso se ela mesmo quem comprou, apesar de Alice amar elogiar o que fazia, estranhou mas preferiu não comentar.

Jasper deu um beijo na testa da sobrinha, e chamou Edward e Billy de canto para conversarem.

Rosalie e Emmett abraçaram a menina e logo seguiram conversando os outros convidados. Faltava muito ainda para a meia noite. Renesmee conversou com várias pessoas, variando o assunto mas, de qualquer forma os assuntos das pessoas presentes, era chato e monótono.

A modelo amava a vida que levava, luxuosa, e sem limites. Mas tudo demais cansa, e ela já estava no limite. Era natal, a época que se comemorava a união à família, e o que eles estavam comemorando ali?

Sem paciência a menina se dirigiu até o canto mais afastado do enorme salão, bebeu uma taça de champanhe e sentou-se no sofá, encarando a festa entediada. Cansava ter de conversar sempre com as mesmas pessoas, e quando ela tentava conversar com alguém diferente – como por exemplo os funcionários – todos se esquivavam. Ela tinha conhecimento sobre a restrição não explicita de Edward. “Renesmee é intocável!” Bebericou mais um pouco da champanhe e começou a analisar os presentes.

Apesar de conhecer quase todos, tinham alguns que ela ainda não havia visto. O homem loiro ao lado de Rachel e Rebecca; A mulher morena e vestida desapropriadamente para festa que estava ao lado de Jacob; e a nova cozinheira que estava sentada conversando com um senhor;

Renesmee sabia que a tia escolhia as roupas de todos os convidados, mas alguns insistiam em escolher por eles próprios – meninas – sempre erravam feio. Quando chamamos algo de elegante, não significa chamativo. Era tão difícil entender isso?! A mulher morena e vulgar ao lado de Jacob sorriu ironicamente ao constatar que a ruiva encarava com o cenho franzido o vestido vermelho – curto e decotado- que a mulher usava. Rapidamente a menina desviou o olhar.

Alice havia decidido que os presentes seriam entregues antes da meia noite, todos os funcionários haviam ganhado os seus e os pais da menina se aproximaram dela.

– Filha, feliz natal. – Disse o pai da menina abraçando-a fortemente.

Mesmo magoada com ele, o amava incondicionalmente. Abriu a pequena caixa de veludo que o pai havia dado a ela.

Uma chave dourada com um pingente prata adornado com cristais impressionou a menina, o que aquela chave abria? Ela havia ganhado outro carro?

– O meu presente completa o do seu pai. Lembra-se da nossa casa no Hawaii? – Perguntou Bella.

A menina balançou a cabeça, levemente confusa.

– Decidimos que precisa de férias, se divertir, já organizamos tudo. Pode levar Jacob e quem mais quiser para se divertir. A viagem é o meu presente. – Disse ela dando as passagens para menina.

Renesmee se surpreendeu ao constatar que a mãe havia fretado um jatinho para que ela viajasse.

– A chave é do seu novo Iate, assim pode conhecer costa á costa. – disse Edward sorrindo torto.

Sem fala a menina os abraçou sorrindo e agradecendo o gesto dos dois.

Rosalie e Emmett deram novamente um carro novo, mas esse era diferente. Era blindado e o pai da menina dissera que ela iria usa-lo e dispensar o motorista. Ela ficou animada com a ideia de dirigir novamente. O Mercedes preto era lindo e pode perceber que foi escolhido com muito amor pelos tios.

Ela agradeceu encantada com o presente.

Alice e Jasper, fizeram uma surpresa que não agradou Edward, Alice havia dado um apartamento para a menina, com um detalhe, era em Paris. Ela quase pulou de alegria – gesto comum de Alice – e os agradeceu.

Agora a vez de a menina entregar os presente que havia comprado. Para cada uma das mulheres de sua família, ela havia comprado um colar da Bulgari de safira. E para os homens, um Rolex especialmente desenhado para cada um deles, ela sabia que era bobagem escolher presentes quando eles podiam ter tudo. Só que de qualquer maneira ela gostava de escolher o que iria dar.

O momento tão esperado por todos enfim havia chego, a entrega dos presentes especiais. Ninguém sabia quem Edward iria escolher e presentear especialmente, ao não ser ela e Jacob.

Delicadamente e elegantemente Sr.Cullen levou a filha até o palco e entregou o microfone na mão dela.

Mesmo com o estômago embrulhado, e com as bochechas rosadas de vergonha ela sorriu com confiança.

– Gostaria de agradecer a presença de todos os presentes, e dizer que minha família e eu estamos muito felizes em poder compartilhar com vocês algo tão especial que é o Natal. O momento mais esperado da noite, é esse. Então sem mais delongas vamos acabar com o suspense. – Disse a ruiva sorrindo e pegando o envelope onde continha os nomes dos escolhidos.

– Aqueles que eu chamar, por gentileza, subam no palco. – Pediu ela.

A tensão e expectativa era palpável, todos gostavam dos presentes – exorbitantes e caros – de Edward. A menina abriu o envelope e segurou o microfone pronta para anunciar o primeiro nome.

– Por sua lealdade, e pelo ótimo desempenho e trabalho prestado. Paul Black. – Disse a menina sorrindo.

Alguns aplaudiram e outros não. O moreno sorria abertamente e ao subir no palco apertou a mão de Edward agradecendo. A menina entregou o envelope ao assistente atrás dela, trocando pela pequena caixa de veludo.

Paul não abraçou Renesmee, e sorrindo fracamente ela entregou a caixinha para ele. Não era elegante anunciar o presente deles em publico, portanto ficaria a decisão dele contar ou não. Sorrindo ele se posicionou ao lado de Edward.

– Mesmo sendo novo na casa, ocupa um cargo de muita responsabilidade. Collin Call.

O menino subiu no palco animado, agradeceu ao Edward e recebeu a caixinha de veludo de Renesmee que já se preparava para anunciar o ultimo presenteado.

– Pela lealdade, pelo respeito e acima de tudo pela dedicação no trabalho. Seth Clearwater.

Ele subiu ao palco, agradecendo ao Edward e recebendo a caixinha de veludo assim como os outros dois. Edward pediu o microfone e se pronunciou, fazendo um breve discurso, expressando o seu amor e gratidão para cada um ali presente. A menina que observava a plateia pode perceber Jacob saindo do meio das pessoas furiosamente, sendo seguido pela mulher mal vestida.

“Isso!”

Ela sorriu sinceramente agora, percebendo que o plano estava dando certo. Fizeram a contagem regressiva para o natal e comemoraram entre eles. Renesmee se afastou da festa e se sentou em um canto mais reservado. Mesmo tendo todos os seus parentes e amigos presentes ela se sentia solitária. Sua família sempre tinha que estar ocupada, e nem ao menos sentia a falta da moça.

– Atrapalho? – Perguntou um homem alto e moreno sentando-se ao lado dela.

Renesmee não se lembrava do nome dele, mas já havia visto ele em algum lugar, lembrou-se que ele trabalhava com Emmett. Surpresa a menina assentiu, não era comum um funcionário vir conversar com ela. Comum não, isso nunca tinha acontecido antes.

– O que está fazendo sozinha aqui? – Perguntou ele com um sorriso encantador.

Não pode deixar de reparar o quão bonito ele era quando sorria, mesmo sendo um homem, alto e cheio de músculos, ele parecia inofensivo. As covinhas apareciam conforme ele sorria. Tinha a mesma cor de pele que o Jacob e se pareciam bastante. Os olhos um pouco mais claros que os de Jacob, mas a cor do cabelo era igual. Aliás a maioria dos Quileutes se pareciam, e por ironia do destino todos – ou quase – trabalhavam para os Cullen.

– Só observando a festa. – Por fim a ruiva respondeu ainda levemente chocada por estar conversando com um funcionário.

– Não deveria estar sozinha. – O constatou.

– Não estou mais. – Comentou ela sorrindo fracamente.

O homem sorriu abertamente percebendo que sua companhia era bem vinda. Mas menina não conseguia se lembrar do nome dele.

– Não deveria estar com a sua família? – Perguntou ela.

– Não me quer aqui? – Rebateu ele.

A ruiva franziu o cenho observando o rumo que a conversa estava levando.

– Não quis dizer isso. – Ela se desculpou.

– Já comemorei com a minha família, Srta Cullen. – Disse ele.

– Pode me chamar de Nessie, não me lembro de seu nome. – Disse ela se desculpando.

– Embry, Embry Call. – Disse olhando-a nos olhos.

Ela sorriu corando, ao perceber que o homem ao seu lado a admirava descaradamente, o clima entre eles ficou estranho para não dizer intimo, ela sentiu-se lisonjeada por ele ter a coragem de se aproximar dela.

– Interrompo algo? – Perguntou Jacob quebrando o clima.

– Não primo. – disse Embry olhando para Renesmee como se estivesse falando com ela e não com Jacob.

– Srta Cullen, seu pai gostaria que fosse cedo para casa hoje. – Disse Jacob sério.

– Claro, vou me despedir de algumas pessoas. – Ela disse.

Embry observava cada movimento que ela fazia, incomodada a menina se levantou para se despedir do funcionário de seu pai.

– Foi um prazer conhecê-lo Embry. – Disse ela dando-lhe a mão.

Ele sorriu meio chocado, meio feliz e a observou se afastar com Jacob em meio às pessoas.

Renesmee se despediu dos pais e dos tios, Alice sempre falava demais, e nunca gostava de se despedir da sobrinha. Ela e Rosalie comentavam sobre os vestidos escolhidos e sobre como Alice estava aborrecida com algumas adolescentes.

– Alice quem escolheu o vestido daquela morena ali, ao lado de Jacob? – Perguntou Renesmee discretamente.

– Ah, Leah, ela chegou de viagem e rejeitou o meu vestido. O vestido dela me causa arrepios. – Disse Rosalie.

– Aliás ela não foi à única que rejeitou minha ajuda, sabe o quanto odeio o Alexander McQueen. Porque está usando este vestido Nessie? – Perguntou Alice aborrecida.

Chocada a menina não conseguiu responder, tentava entender quem havia mandado o tal vestido então. A única pessoa que poderia fazer algo assim era Alice ou Rosalie, mas as duas esperavam a resposta dela.

– Como assim? Você me mandou esse vestido tia! – Exclamou a menina visivelmente confusa.

– Nunca mandaria algo daquele homem! – Alice respondeu automaticamente.

– Se não foi você nem eu, quem te deu esse vestido Nessie? – Perguntou Rosalie observando o vestido desconfiada.

As duas trocaram um olhar, como se compartilhassem de alguma conversa silenciosa, Alice se afastou sem nem ao menos dizer por que e foi atrás da governanta. Rosalie perguntava tudo o que a menina sabia sobre o misterioso presente.

– Isso é muito estranho Jasper. – comentou Alice alto demais.

Algo estava acontecendo e ela sabia, a diferença desta pequena reunião era que a ruiva era o assunto. Não conseguia entender o porquê de tanta algazarra por causa de um simples vestido – que de simples não tinha nada.

– Senhorita, este bilhete acabou de chegar. – Disse uma moça de cabelos cumpridos entregando a carta a ela.

Sem entender a menina abriu a carta de papel pesado. E se assustou ao constatar que dentro do envelope, estavam várias fotos do momento em que ela recebeu a caixa. Fotos dela de roupão, com roupas íntimas e vestindo o vestido. Ela podia apostar que estava vermelha, muito vermelha. Isso devia ser alguma brincadeira de mau gosto. Quem tiraria fotos dela assim? A segurança da casa era impecável e impenetrável, como conseguiriam entrar? A menina se atrapalhou com as fotos deixando um bilhete cair no chão.

Antes que pudesse pegar Edward já o estava lendo. O que tinha lá, ela não fazia ideia, mas isso estava deixando-o mais irritado do que nunca.

– Paul! O que isso significa? Achei que tinha sido claro sobre a segurança da minha filha dentro desta casa! Que merda é essa? – Vociferou Edward quase partindo para cima do pobre homem que nada entendia.

– Pai, calma. – Pediu a menina com as fotos na mão, ela tentava puxar o pai para longe do homem.

– O que é isso em suas mãos? – Perguntou Emmett tirando as fotos da mão dela.

Tio! – A menina exclamou envergonhada.

Ela nunca tinha visto o tio tão bravo quanto naquele momento. Não duvidava que não fosse capaz de matar a todos ali dentro.

– Edward, olha isso. – Disse Emmett empurrando as fotos para o peito do irmão.

Sem entender, ele começou a analisar as fotos, e se a menina já não estivesse envergonhada, estaria naquele momento. A tensão era palpável, e foi quando Jacob se aproximou, a menina percebendo que o homem iria olhar suas fotos, em momentos não tão propícios, arrancou as fotos da mão do pai.

– Você vai para o quarto e vai arrancar esse vestido agora mesmo! E depois disso conversamos. Quero Jacob e o responsável pela segurança no meu escritório agora mesmo. – O Sr. Cullen vociferou marchando para o escritório.

Assustada ela se dirigiu ao quarto sendo seguida por Alice, que ficou com pena da menina, ajudou-a a escolher outra roupa, e ficaram no quarto conversando sobre amenidades. Ela percebeu que teria de passar a noite ali, na mansão com sua família.

O sol raiou no horizonte, e depois de algumas cansáveis horas Renesmee acabou dormindo. Na sala ao lado Edward se encontrava mais furioso do que nunca, não podia acreditar que não conseguia ao menos identificar quem era o autor disso tudo, tinha tantos inimigos que não conseguia saber quem poderia ser. Já estava cansado de brigar com os seus funcionários, que ele sabia não tinham culpa de nada. Mas o que não conseguia admitir era que não suportaria que alguém encostasse em sua inocente Renesmee.

Jacob por outro lado, não via a hora de se livrar da menina, que desde que havia voltado de viagem só causava problema, estava irritado por não ter recebido o presente de final de ano, sabia que merecia. E consequentemente todos sabiam disso também, já estava cansado de explicar para todos que não havia sido escolhido porque Edward já o considerava da família, obviamente que isso não passava de uma desculpa esfarrapada.

– Jacob! – Chamou Emmett.

– Estamos conversando irmão, não deve ficar interrompendo. – Vociferou Edward.

– Acontece, irmão que preciso conversar com ele também. – Rebateu Emmett.

– Vocês ficarem brigando não irá ajudar em nada. – Murmurou Alice.

Os dois irmão pararam de brigar assim que a jovem ruiva entrou no quarto exasperada.

– O que está acontecendo? Porque estão me dizendo que preciso de segurança até para ir ao banheiro? Isso já é ridículo. – Disse a menina com as mãos na cintura.

A menina pôde assistir seus pais trocarem olhares, e Edward tentando controlar-se. Viu Jacob observando-a de rabo de olho. E sua tia Alice fazer uma careta.

– Querida, você precisa entender...- começou Bella.

– Eu NÃO tenho que entender nada! Eu quero a MINHA vida de volta mãe! – Exclamou a menina.

– Vida? Que vida? Você nem sequer tem uma vida que seja sua! Você depende de mim para tudo, portanto o que eu decidir é a lei. – Gritou Edward dando um murro na mesa de mármore.

Instantaneamente os olhos da menina se encheram de água, era difícil demais entender o que estava acontecendo, e seu pai gritando com ela só tornavam as coisas mais difíceis, o pior de tudo, era verdade. Ela dependia dele para sobreviver, e isso era uma vergonha. Nem sequer tinha a própria vida.

Ela se virou e se afastou chocada com a verdade que antes não conseguia ver. Ouviu Bella gritar seu nome algumas vezes, mas antes mesmo que ela pudesse alcançá-la a menina já estava trancada no quarto.

Meio ás lágrimas, não conseguia respirar dentro daquela casa, queria se sentir livre, pelo menos uma vez. Precisava disso.

Precisava.

Precisa.. Agora.

A única resposta era que ela precisava sair dali. Mas como? Com tantos seguranças, ela conhecia o esquema da casa, era mais do que inteligente, praticamente impenetrável. Ela tinha que tentar.

Não era como se fosse mudar muita coisa, ela teria que se sustentar, e iria encontrar uma maneira, e sua família, eles nunca estavam com ela nos momentos difíceis mesmo. E talvez um dia Edward a perdoaria. Talvez.

A menina fez uma mochila com uma troca de roupa e a jogou pela janela, que dava para o jardim. Saiu do quarto indo em direção à cozinha com o segurança no seu encalço, ela não tinha ideia de como iria despistá-lo.

A menina entrou na cozinha e teve uma ideia.

– Eu quero passas crocantes, você vá comprar para mim. – Ela disse para o segurança.

– Mas temos aqui e.. – Começou o homem.

– Eu quero as francesas! Só temos russas. – Era uma mentira, não gostava de passas francesas. Nem ao menos gostava de passas.

O homem abaixou a cabeça e avisou que chamaria o outro segurança, ela só esperou o homem virar o corredor e abriu a porta que dava ao jardim. Pegou a mochila e correu. Correu muito.

Quando finalmente estava chegando na garagem, viu Embry e Jacob discutindo, não podia ser vista por eles, ou seu plano iria por água abaixo.

Se escondeu embaixo da mesa de ferramentas perto do corredor. Ela ficou bem quieta ouvindo os dois conversarem. Sabia que não demoraria muito até que um dos seguranças acionasse alguém porque a tinha visto pelas câmeras.

– Cara fica calmo, o chefe só está irritado. – Consolou Embry.

– Tudo por causa daquela mimada! Eu nem consigo acreditar que tenho que bancar o babá, ele sabe que eu não gosto desse tipo de trabalho, eu devia estar no lugar do Paul. Mas não ele tinha que me colocar pra ficar seguindo e fazendo os caprichos daquela garotinha. – Exclamou Jacob indignado.

O sangue da ruiva ferveu, agora mais do que nunca odiava aquele homem! E por muito pouco não saiu de baixo da mesa e bateu nele.

Esperou impacientemente os dois saírem da garagem, se levantou e foi até o carro, se enfiou embaixo dele e arrancou o chip de localização, assim ninguém perceberia nada. Entrou no carro e deu partida, os vidros pretos ajudaram muito a não chamar atenção. E ela sabia que ninguém revistava os carros da mansão, o sistema da casa era inteligente, mas nem tanto. Qualquer um pensaria que era mais um funcionário.

Renesmee já podia sentir o gostinho de liberdade, e mesmo sem saber aonde iria, estava feliz, magoada com a família, mas feliz por não ser mais o motivo de tanta confusão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

* Porshes: marca de carros conversíveis.
*Alexander McQueen: estilista relativamente famoso e conhecido.
Vocês puderam perceber o plano da Nessie não é? Nada mais esperado de uma menina, porque sim ela não tem essa mente tão perversa! Mas não acabou por ai... Não se preocupem hahahahaha
Espero que gostem e muito obrigada a todos que comentaram.
Continuem comentando rs...
Beijos M.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Filhinha da Máfia - A intocável." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.