Era Bellini - Conjuradores da escuridão escrita por Penumbra da Alma


Capítulo 7
Capítulo VII - Os lábios de Layla completam os meus.


Notas iniciais do capítulo

Amei escrever este capítulo gente ^^



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Hoje é o dia de mapearmos os outros quatro livros. Faremos isso ao nascer do sol, ou seja, está quase na hora. Eu mesmo escolhi esse horário, por que tenho compromissos pela noite.

Aradia está em algum lugar que eu desconheço, procurando pelo que precisamos. Logo, ela aparece por aqui, por que o Incantesimi pode ser feito por aqui mesmo.

– Cheguei. –Aradia trazia nas mãos uma folha branca, quatro velas, e quatro cristais.

– Temos tudo que precisamos?

– Olhe garoto, você pode ir... Vá, eu faço por você.

Eu não gostei muito da ideia, mas eu assenti. Minhas mãos formigavam, eu estava inquieto desde ontem, lá no shopping. Magia pra mim é assim: Quanto mais você usa, mais quer usar. Mas eu não tenho mais medo. Agora eu tenho o poder. Eu sou o poder. Eu sinto a magia pulsar em mim, e no meu sangue agora há poder. Eu posso ser o homem mais poderoso que todos reverenciarão, por que além de ser marcado por uma deusa, eu agora sou um Streghe – um bruxo. E de mim nascerá uma era poderosa de magia. Os filhos dos meus filhos, e os filhos deles, e assim eternamente, saberão quem eu sou. Eu viverei eternamente na memória de todos por ser quem eu sou.

– Eu vou até a praça ver o movimento, boa sorte com o mapa.

A Praça 19 fazia esquina com a minha casa. Havia um background para que as crianças tivessem a possibilidade de brincar lá, e também como um descanso para os pais.

No momento em que passei pela praça, eu comecei a escutar gritos. Eram gritos aterrorizantes e agudos. Pareciam crianças chorando, mas eu não via ninguém. Eu estava sozinho lá, até por que ninguém em Arienne acorda cedo. Eram gritos de ensurdecer e enlouquecer. Eu pedia para que parassem, e nada acontecia. Nisso, avistei uma menina, que deveria ter 5 anos de idade, sentada no chão, brincando com a areia.

– Ei garota. –ela não me ouvia – Olhe para mim.

Ela não olhava para o meu rosto, não importava o quanto eu implorasse, então direcionei o seu queixo para que eu pudesse ver seu rosto.

– O que é isso? O que houve com você? – O rosto dela era incomum demais para uma criança

– Isso vai acontecer com você, se você não parar. Você virá para as trevas e é tão escuro. – sua voz era angelical – Me tira daqui! – e rapidamente sua voz ficou firme e perturbadora. Qualquer um que escutasse ela por mais de uma hora, seria obrigado a se internar.

– Sinto muito, eu tenho que ir... Tchau!

Depois dessa loucura eu só pensava em ver Layla, por que de fato ela era o meu porto seguro, e sempre foi assim.

“Lay, estou em frente a sua casa, do outro lado da rua te esperando. 06:43”. Dois minutos depois de eu mandar a mensagem eu pude a ver acenando para mim na janela.

Eu a abracei forte, talvez como nunca houvesse abraçado.

– Luke, o que houve? – ela ficou preocupada.

– Eu... Eu preciso de você. – pude ver os olhos dela se abrindo e sua pupila dilatando quando eu a olhava fundo nos olhos. Aqueles olhos cor de esmeralda são prefeitos, é como se ela quisesse ler a minha mente e soubesse fazer isso;

Aproximei-me do seu rosto – Eu quero você para sempre. – sussurrei baixo.

Layla gaguejou um pouco para falar. – Eu... Estou c-com frio.

– É isso que vai me dizer?

Layla me abraçou. E quando eu pensei estar morto, senti que estava vivo ao lado dela.

– O tempo voa quando estou com você. – ela encostou sua cabeça em meu ombro – E eu gostaria de dizer tudo o que sinto, mas nenhuma palavra consegue traduzir. – Enquanto eu falava, eu podia escutar o coração de Layla Heck batendo, e sentir a sua respiração.

– Eu simplesmente não sei o que dizer, Luke.

– Você é tudo o que eu sempre quis sentir. Sem você, eu estarei perdido.

Layla não disse uma palavra. Ela aproximou seu rosto do meu, e fechou os olhos, vagarosamente. O tempo parou completamente para mim, e eu não pensei em mais nada, só senti. Seus lábios eram macios e era como se a língua dela tivesse tirado a minha para dançar. Eu segurei a mão dela, e pude a sentir apertando e acariciando.

Eu pensei que nunca me apaixonaria por ninguém, afinal, sempre fui meio “desligado”. Mas eu sabia, Layla Heck era a minha vida a partir daquele momento. Eu jamais a soltaria. E nada jamais faltaria, por que eu estaria lá, para completar tudo, assim como ela fez. Eu senti como se não quisesse mais magia alguma, e nem salvar deuses. Eu só a queria perto de mim.

– Luke, isso é tão... Sem sentido.

– É por que não precisa fazer sentido. – ela sorriu.

– Você me surpreende sempre...

– Minha loira, – eu toquei em seus cabelos – eu provavelmente tenha que ir viajar.

– Para onde vai?

– Resolver os teus problemas com o freezer – eu sorri.

– E eu posso ir? – eu provavelmente jamais esquecerei a expressão que ela fez. É como se ninguém pudesse dizer não para ela.

– Não sei, pode não ser muito seguro. Eu queria te contar tudo, mas... – virei meu rosto, não queria que visse a face de um covarde.

– Tudo bem, você me conta quando der, eu vou esperar, mas me deixa ir.

– Eu te ligo amanhã, Lay. Resolva tudo com seus pais e com a escola.

– Ok.

– Você pode me emprestar o colar. Já que você vai estar comigo, estará segura. Mas sei de gente que precisa mais do que você agora.

– Ah, claro – ela tirou o colar do pescoço – Agora tenho que ir, minha mãe acha que estou na cama.

Eu a beijei rapidamente para que ela pudesse ir, quando na verdade não queria deixa-la. Vi ela se afastando quando disse:

– Espera Luke, minha irmã veio de Viana e vai se casar hoje, ela chegou ontem. Você poderia vir comigo. Vai ser legal, depois vai ter uma festa de comemoração para a cidade toda, porque eles já estão indo embora – Layla mordeu levemente o lábio inferior, como se estivesse segurando o choro. Sua irmã era muito importante para ela.

– Claro que sim.

– Você pode passar aqui às 14h.

Eu assenti. Entrei no carro e fui para casa. Na verdade eu estava curioso com os esquemas do mapeamento e então me apressei.

O quarto estava fechado, e minha tia não estava em casa, o que dava mais liberdade ainda para Aradia trabalhar.

– Eu sei que você está aí, entre. – de alguma forma ela sabia que estava do lado de fora do quarto, tentando escutá-la.

– Como estão as coisas?

– Eu que deveria fazer-te essa pergunta. Parece-me que está ocupado demais se divertindo com mulheres.

– Precisa de alguma ajuda com a magia? Por que da Layla cuido eu.

– Dê-me suas mãos. – ela segurou a minha bem forte. No meio do quarto havia uma folha estendida e nas quatro pontas havia quatro velas, e os quatro cristais do lado.

– O que faremos?

– “Circolo magico dele streghe, Quattro figli della dea. Si sarà trovato”. Repita comigo. -Naquele momento eu tive vontade de socar o rosto dela. Ela não podia ser tão estúpida. Era óbvio que eu não saberia dizer. Mas apenas a olhei, não a soquei. –Você consegue.

Ela repetiu a frase novamente, e então eu tentei a seguir.

Tudo era tão improvável. Eu não tinha certeza sobre o que estava fazendo. Pareciam espíritos nos rodeando e eu escutava a voz daquela menina na praça. Tentei soltar as mãos de Aradia, por que eu estava sentido pontadas grandes no meu peito, como se eu estivesse enfartando. Eram vultos pretos e falhados que nos envolviam e um vento soprava.

– Está feito. –ela olhou para a folha no chão.

Surpreendi-me quando vi a folha. Tinha se transformado em um mapa. Eu não saberia decifrar o que estava escrito, eu acho.

As velas já tinham se apagado, e os cristais sumido.

– E agora?

– Vá procurar! Vagabundo.

– Com quem aprendeu esse palavreado? – eu ri.

– Adam esteve aqui.

– Só poderia ser, não ligue para ele, Aradia. – eu olhei para a porta – Quem são estes? – eu apontei.

– Do que está falando?

– Tem uma menina em meio a quatro meninos ali.

– Ah sim, olá pessoal. – os cinco balançaram suas cabeças positivamente quase que no mesmo instante, e como se quisessem demonstrar que ouviram Aradia.

– Quem são eles Aradia?

– São os filhos da deusa. Talvez eles resolveram vir para cá como crianças por que dói menos. Mas são eles que irão te ajudar a encontrar os outros. Estes foram os seus filhos, lá de antigamente, quando Diana procurava a luz.

– Dor? Mas eles estão mortos...

– A alma nunca descansa ou pelo menos não de onde eles vieram.

– Hey você! - eu apontei para a garotinha – Você estava na praça.

– Sim, a verdade é que apareceríamos para você, de qualquer jeito. Você é como a deusa que te marcou, escuro. Você está indo para a escuridão... – a garota falou. E eu estava ficando cada vez mais assustado e estático.

– Preciso de quatro livros, por que há cinco deles aqui?

– Este da esquerda é Lúcio. O primeiro filho de Diana com Sezeu. Seu primogênito.

– Mas eu já tenho o livro dele, Aradia.

– Mas para que eu pudesse invocar um, teria de vir todos. – ela me olhou – Olha, está tudo bem. Começamos a caçada hoje a noite.

– Tenho um casamento para ir.

– Tudo bem, eles irão com você, e guardarão o mapa. Nada impede de o primeiro livro estar lá. O mapa dirá.

– Não irão! Eu irei com a Layla.

– Escute, garotinho. – Aradia pegou em minha boca, como se quisesse amassá-la. Esta criança, como é mesmo o nome? Ah sim, Layla! Ela está te desviando do seu caminho. Você acha que Diana está feliz por ver isso? – eu abaixei minha cabeça.

– Os noivos não deixaram estas crianças horrorosas entrar, sinto muito. - Aradia e as crianças começaram a gargalhar. – Só nós podemos vê-los, afinal só nós fizemos o feitiço.

– Essas coisas vão me perseguir para todo o lugar que eu for? – eles me olharam com ódio. Ninguém gosta de ser chamado de coisa, muito menos espíritos, fantasmas, almas, ou seja lá como for.

– Basicamente isso. – eu revirei os olhos. Parecia que minha vida estava se acabando aos poucos e eu era responsável por isso. Eu só não desisti de tudo ali, por que Layla havia me dado um presente, o seu amor. Ela era meu porto seguro.

– Tudo bem então, deem-me licença, vou tomar um banho. O casamento é hoje.


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Notas finais do capítulo

Como ficou? Espero que tenham gostado.



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