Era Bellini - Conjuradores da escuridão escrita por Penumbra da Alma


Capítulo 5
Capítulo V - Fui iniciado


Notas iniciais do capítulo

Ufa! dois capítulos finalizados no mesmo dia. Desejo a todos uma boa leitura.



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– Tiaaaaaa! – eu gritava lá da porta, pois campainha estava estragada. Já eram 4 horas da manhã. Eu havia esquecido a chave, e era a única maneira de eu entrar era gritar.

– Cale a boca, seu Mané! – era Drosh, meu vizinho.

– Mané? Luciano, o que é Mané? Também quero ser um Mané – eu comecei a rir quando Aradia disse isso. No tempo dela não existiam essas coisas.

– Desculpe senhor eu esqueci as chaves! – ele me olhou, como quem estivesse com repúdio, e bateu as janelas, fechando-as.

– Racheeeeel! – eu gritei novamente – Aradia, ela não vai nos ouvir – completei.

– Está certo, acho que posso mudar isso.

– Como é que é? Estou a muito tempo aqui, e você só me diz isso agora?

Ela impôs as mãos em direção à janela e disse “Leggero come una goccia, fluttuiamo”. No momento em que entendi a frase, ou o dizer, me senti como gota, de tão leve, e é como se a gravidade tivesse deixado de existir, por que começamos a flutuar até a janela do meu quarto. Eu não temi por nós dois, por que era muito tarde, e estavam todos dormindo, mas tenho que avisá-la que ninguém pode saber disso.

– E então estamos aqui. O que faremos agora?

– Eu sou uma bruxa, e estou morta. Mas depois de voltar a vida, acho que gostaria de dormir. – eu sorri. Ela estava séria.

– É claro, durma na cama, e eu fico pelo chão – disse isso me lembrando de Layla, quando mais uma vez tive que dormir no chão.

– A meia noite de hoje, vai acontecer a sua iniciação.

Dormimos cerca de seis horas.

– Luciano Bellini, eu posso saber desde quando você traz mulheres para o seu quarto? – Rachel abriu a porta logo cedo, e ficou chocada.

– Não sei por que está surpresa, sempre foi assim. – ela não acreditou ter ouvido isso, e ficou estressada. – Estou brincando tia, falei me levantando do chão.

– Esta é Aradia, ela é Italiana, e veio fazer intercâmbio.

– E como eu não soube disso Luke?

– Eu escondi as cartas do correio para fazer uma surpresa. – franzi a testa. Com isso deu na cara, que minha desculpa era ridícula.

– Muito prazer, Aradia! Desculpe pelo que você acabou de ver. Vista-se e vamos tomar um café.

– Já estou vestida, senhora.

– Me desculpe, pensei que este pano branco fosse uma camisola.

– Temos de ir comprar roupas para Aradia, ela foi assaltada no aeroporto e roubaram suas lindas roupas italianas. – eu disse, as interrompendo.

– Oh, querida, – minha tia abraçou-a – claro que vamos, ainda hoje. – Mas então, venha, e vamos falar um pouco da sua língua, converse comigo.

– Cosa vuoi sapere?

– Que linda! Mas não entendi. – minha tia me olhou para ver se eu tinha entendido ela, e então eu sussurrei “o que você quer saber?”

– Vamos Aradia, venha, e fale a nossa língua, por favor.

– Claro, eu sei falar 20 idiomas, senhora. – eu revirei os olhos. Aradia era muito modesta.

– Toma o teu café, que nós temos que sair Aradia.

***
Aradia não era o tipo de pessoa que ligava para o que estava vestindo, mas eu ligava, e os outros também. Eu só queria que ela passasse despercebida, apesar de ser impossível. Hoje no shopping ela se socializou, e todas as garotas gostaram dela por ela ser italiana, inclusive Layla, que é apaixonada pelo país.

– Luciano, eu não me acostumo com essas coisas – ela apontou para as pernas.

– O jeans? Calma, vai dar tudo certo. Mas Aradia, o que você precisa pra me iniciar hoje de noite?

– Uma adaga, e fogo.

– Só? – fiquei surpreso.

– Um detalhe, a Adaga tem que ser nova, ou seja, nunca usada para tirar sangue de nada.

– Eu conheço a Sirius’ Artigos Esotéricos, uma loja específica de coisas assim.

– Podemos ir lá agora?

– Vamos, entra aí no carro.

***
“Conheci um homem que não acreditava em magia
até descobrir ele próprio ser um mago” – era o que estava escrito na fachada da loja do senhor Sirius. De certa forma, me identifiquei com isso. A loja era encantadora. Escura por dentro e iluminada por velas e lamparinas. Havia coisas antigas, muito antigas.

– Onde o senhor conseguiu isso? – Aradia perguntou a Sirius.

– Um senhor encontrou na floresta e nos trouxe, está a venda por duzentos coins.

– É da minha mãe. Chama-se Cimaruta. Eu conheceria isto de longe. O senhor pode me devolver? – o homem riu dela, e não parou mais, mesmo sem ela entender.

– Tudo bem, eu pago, – disse entregando a ele duzentos coins – e quero também uma adaga.

– São mais duzentos.

Eu entreguei a quantia de coins a ele, e ao sair pedi que Aradia me explicasse o significado da Cimaruta. Ela só disse que era encantado e era um símbolo de proteção e quem o possuísse estaria eternamente protegido. Ela poderia ter perguntado a ele quantas vezes foi assaltado depois que conseguiu o objeto, e resposta seria: Nenhuma!

Ela me entregou e eu o coloquei no pescoço. Fiquei intrigado com a beleza do amuleto. Cheio de detalhes e encantador, ele tinha vários símbolos que eu não conseguia entender.

– Vamos para um lugar calmo na floresta, o contato com a natureza é necessário.

Eu assenti.

Quando chegamos lá, Aradia estava misteriosa.

– Você não sabe de uma coisa, Luciano.

– Jura? Uma só? Estou me surpreendendo cada vez mais, mas conte-me.

– Você tem que morrer. – se ela não tivesse feito uma cara que se resumia em “do mal” eu não teria me assustado tanto – Era assim desde o começo. – eu me afastei, quando vi que ela estava pegando a adaga – São os ensinamentos de Diana, você tem que morrer e assim seu espírito estará livre do seu corpo humano. Mas ele voltará para um corpo puro e disposto a aprender magia, e voltará sábio.

Meu coração batia forte – Há outra maneira?

– Mas é claro que há!

–Ah, – eu a interrompi aliviado - era só ter dito antes, quase me matou de susto.

– Mas vai demorar anos, você teria que se habituar à natureza, aprender tudo que há sobre a magia, e depois se iniciar somente com um Incantesimi para Diana. O mesmo Incantisimi que eu usaria hoje depois que você estivesse morto, para trazer seu espírito de volta, mas não temos tempo.

– Incantesimi?

– Encantamento.

– Para me iniciar com segurança era só me habituar com a magia e depois que eu pensasse estar pronto, recitaria palavras para a deusa. E como não temos tempo eu devo morrer?

– Isso!

– Você só pode estar de brincadeira – e mesmo que se estivesse, não parecia, por que ela estava parada e séria, com um objeto afiado nas mãos.

– Diana está a sua espera.

–Tudo bem – eu disse isso, nem acreditando no que estava dizendo. Agora entendo por que Diana perguntou se eu tinha certeza sobre querer ser um bruxo.

– Deite-se – ela estava séria e estática, e me assustava um pouco.

Ela não esperou meu coração se aquietar, e me esfaqueou no lado esquerdo do peito com um grande grito. A dimensão do seu grito era tão grande que quem visse não se assustaria com um morto sangrando, e sim com o seu grito assombroso.

Mesmo esfaqueado, eu sabia de tudo que estava acontecendo, por que eu me vi saindo do meu próprio corpo e vagar.

– Prendete il mio poteri Benedetto sai
Moltiplicare il loro strengths da tre
Poi ho avuto il potere
Ero forte
Ma ero ovunque
C'era quattro me
Eravamo più forti insieme

Depois eu a vi ascendendo um fogo na floresta e não me lembro de mais nada.

Quando acordei estava tudo normal novamente. De alguma forma eu me sentia bem. Muito bem. Eu possuo o poder. É como se eu pudesse fazer qualquer coisa.

“E então, por que não usar um pouco o que eu consegui” – eu pensei.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?



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