Era Bellini - Conjuradores da escuridão escrita por Penumbra da Alma


Capítulo 4
Capítulo IV - Aradia, a sacerdotisa


Notas iniciais do capítulo

Comecei a escrever o quarto capítulo mais cedo hoje, espero que gostem! Boa leitura.



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Dinheiro não faltava na minha conta, aliás, nunca faltou. O casal que cuidou de mim eram médicos, e eles sempre tiveram muito dinheiro, e deixaram um testamento pronto antes de morrerem, que tudo ficaria comigo. Portanto eu tinha dinheiro para pagar e bancar a mim e a minha tia. Mas eu lembro-me do que ela disse “Tome conta de quem você ama por que almas ruins tentarão matar estas pessoas”. Por conta disto, as principais pessoas que eu deveria levar comigo eram Nica, Layla e Rachel. As três mulheres da minha vida. E que até pouco tempo eu descobri a quarta: Diana. Eu preciso encontrá-la.

Procurar em todos os cantos do mundo por quatro pessoas seria para uma pessoa normal. Eu tinha maneiras mais fáceis. Diana, a deusa da escuridão, das bruxas e a melhor arqueira de toda a história de deuses, era também uma Involutti, uma deusa do universo. Com meu sangue marcado por ela, eu possuo algum tipo de magia, eu tenho certeza. Eu devo saber fazer algo para ajudar a minha mulher. Talvez isso seja possesão, mas ela é minha.

Eu tentaria algo lá na floresta novamente agora, mas é muito cedo, não quero que ninguém veja.

Desci as escadas pensativo e entrei dentro do carro. Naquele momento eu não sabia o que fazer, estava ansioso. Decidi ir ao bar Finnegans. Há de tudo lá. De gays à hermafroditas, mulheres, crianças e lésbicas. Talvez esse público tivesse tão “global” por todos eles pensarem como eu em relação à não ter nada pra fazer, e simplesmente vir aqui.

Escolhi a mesa mais perto da saída que poderia haver. Eu optaria por beber Absinto. Essa bebida é co mo o Ecstasy, a sensação é de bem estar. Ela te faz ver fadas verdes que giram a sua volta. Minha tia era casada com um homem que morreu assim. Ele bebeu uma garrafa inteira, e começou a ver fadas verdes e brilhosas (a cor da bebida também é assim) dentro da piscina, e quando elas começaram a chamar ele, ele se afogou, e morreu. Eu sinto muito pela Rachel. Portanto eu não beberia isso, e, além disso, hoje de noite eu já verei minha fada, ou ao menos escutarei. E então pedi uma garrafa de Amarula.

Enquanto eu bebia, minha mão esquerda estava apoiada na cadeira. Sabe quando olhamos para os lados para olhar o movimento? Era assim que eu estava e avistei Nica de longe, e resolvi ir até ela.

– Ei, você!

– Olá Luke! – ela me abraçou.

– Vamos embora daqui. Agora.

– Por que, o que houve?

– Eu quero que você venha, minha princesa.

– Luke, chamar de princesa não me convencerá se não der uma explicação convincente.

– Vamos! – eu a puxei

– Eu estou acompanhada. – ela parou.

– Como é que é?

– É tão difícil de entender? Não sou bonita como a Layla, mas eu tenho os meus “casos”.

– Não quis dizer isso.

– Nicole, este bêbado está te incomodando? – ela olhou para a garrafa na minha mão, mas eu não havia bebido muito.

– Não, ele já está indo. – ela me olhou e botou a mão na barriga dele, como se o quisesse puxar pra longe de mim.

– Quem é você, seu trouxa? – eu o empurrei para trás. O erro foi ter empurrado com força, por que ele caiu em um monte de bebidas. Lá no Finnegans é assim: Brigou, apanha.

Os seguranças começaram a nos chutar muito forte para que nós dois saíssemos, e foi o que fizemos. Um para cada lado.

A minha direção foi à floresta perto da ponte Kyle.

– Deusa, eu estou aqui! – eu não tive resposta alguma. Depois de uns 50 minutos chamando pelo seu nome, eu finalmente ouvi a sua voz.

– V-á papa-ra a ponte – aquilo foi torturador. Ouvir a voz dela daquele jeito, falhada e cansada, e então eu corri.

Tinha um casal lá, e eu precisava falar com Diana, e então inventei que o jornal The News já tinha noticiado que cairia um raio naquele lugar em poucos minutos. Eram tão burros que saíram correndo sem nem se perguntar por que eu não corri. Será que pensaram que eu era um para-raios? Idiotas mesmo...

– Por que sempre aqui Diana? – eu finalmente estava sozinho com ela. Não conseguia vê-la, mas a sentia. Só por este motivo já estava ofegante.

– Olhe para o lago. – sua voz era mais calma agora – Eu sou a lua. É assim que eu venho para o seu mundo, Luciano. Eu já fui muito contemplada nesta ponte, por casais apaixonados, como este que você enganou. Também já fui contemplada por pessoas solitárias, que encontram em mim uma saída, como se eu fosse seu refúgio da noite. A lua abrange a todos. É assim que observo a todos. E meu poder, que já não é o mesmo, fica mais forte por causa do reflexo na água. Com este reflexo, eu sou duas. – ela silenciou-se como se quisesse descansar – Mas diga-me, o que você quer? Eu não posso falar muito, eles descobrirão.

– Eu tenho poderes não é?

Eu escutei sua gargalhada, que era quase infinita. Isso me cortou.

– É claro que sim, há coisas que você não sabe, mas quando você vier comigo, eu te explicarei, se eu ainda estiver viva.

– Como vou usar?

– Como achar melhor. –ela disse rapidamente.

– Eu não sei.

– É simples, eu sou uma Involutti, e você já sabe o que é. Há tempos eu ganhei uma batalha entre deuses, como um torneio, para adquirir o poder de cada um deles. Então me tornei deusa de todos eles. Sem poderes, eles viriam ao mundo, e eu não deixei que isso acontecesse. Então nomeei quatro grupos de mentores, os dos quatro elementos, como você já sabe. Mas eles foram se reproduzindo e se revoltaram contra mim. Estou presa em algo que me impossibilita de agir. Mas... a coisas que você não sabe, e terá que descobrir sozinho. Diga-me agora o que você quer se tornar, que como deusa do universo, eu te tornarei.

Eu a escutava atentamente para não perder nada. Tudo aquilo não me deixava surpreso, e sim feliz. Ao mesmo tempo, preocupado com ela.

– Há uma lenda na internet, sobre uma sacerdotisa, chamada Aradia. Que uma deusa com o mesmo nome que o seu havia mandado para ensinar aos mais oprimidos o dom da bruxaria. Essa mulher era poderosa, e ensinava como chegar até a outra Diana.

– Outra Diana? – ela me interrompeu – Sou eu. Eu a mandei no século XIV para ajudar as pessoas, e assim ela fez. Ela foi perseguida, pois bruxaria era proibida.

– Bom de qualquer forma, eu quero ser como ela. Quero dizer, ter os poderes dela. Assim poderei fazer de tudo – pude ouvir o riso de Diana novamente, e era bom.

– Sabe que podes escolher qualquer outra coisa para se tornar, não é mesmo?

– Não consigo pensar em nada melhor.

– Que assim seja, mas escute bem, um bom bruxo sempre se inicia, como um apresentação à mim.

– Mas você sabe como eu sou.

– Apenas faça, Luciano. E saiba que os outros quatro, quando você se iniciar, se auto-iniciarão. E você não sabe se eles terão predisposição à magia negra. Se cuide que eu tenho que ir. Limpe este sangue do seu rosto, e não se meta em brigas com meros humanos.

– Espera! A Aradia, mande ela novamente para cá, ela me ensinará.

– Aradia foi apenas uma sacerdotisa, seu espírito não vive mais. Se eu a ressucitar, não sei como ela voltará, a personalidade dela pode mudar muito rápido.

– Eu quero correr este risco.

Quando eu acabei minha frase, luzes de todas as cores do arco-íris sugiram a minha volta, e coisas pretas como panos de seda, me envolveram. Um vento forte, como eu nunca tinha visto antes estava lá agora, e relâmpagos tremeluziam o céu. Raios cortavam árvores ao meio. Quando tudo cessou, em um passe de mágica, literalmente, uma mulher apareceu.

Ela vestia um vestido branco e longo, com um pano esquisito na cabeça. Ela era branquinha, e seus cabelos eram negros. E ela segurava uma bacia de bronze naquele instante, e eu não sabia o porquê disto exatamente. Por ela estar com uma expressão de confusão, acho que nem ela sabia. O jeito que ela andava e falava, e até mesmo se vestia... Parecia que eu estava no século XIV, mas eu olhei para o lado e avistei meu carro.

Eu abri a porta para que ela entrasse, e de lá até em casa, ela não me disse nada e eu fiz o mesmo.


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Notas finais do capítulo

Pronto, finalmente terminei o quarto capítulo. Não ia colocar Aradia na fic, só que achei que ficou bem bacana. E aí, o que acharam?
Beijos ;*



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