Era Bellini - Conjuradores da escuridão escrita por Penumbra da Alma


Capítulo 3
Capítulo III - O chamado da deusa




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O primeiro dia de aula da minha loira não foi nada calmo. Mas imagino que seja sempre assim. Ela me contou que a prefeita da cidade estava lá para dar as boas vindas e a diretora também. Eu me lembro bem de quando estudava, e não tem como eu não me lembrar, afinal a escola não mudou nada. Continua velha, porém grande. Eu acho que se duas pessoas espirrassem perto da escola ao mesmo tempo, ela desabaria. A única salvação seria derrubá-la e construir outra no lugar. É claro que isso nunca acontecerá por que a prefeita nunca permitiria isso, por ser um patrimônio antigo da cidade.

Depois da aula de Layla eu almocei e fui dar um volta. Quem atravessa a ponte misteriosa –Kyle- encontra um floresta, depois de uns 100 metros de caminhada. Há uma passagem de pedras no meio dela, justamente para que as pessoas caminhem, e foi para lá que eu fui.

– Ho bisogno di Luciano. Mi sono bloccato. E senza di me, quello che tu chiami il mondo finirà tra pochi giorni in rovina. Prendersi cura di chi si ama da povere anime che cercano di uccidere queste persone. Ma soprattutto mi ha lasciato fuori. Ho cercato di comunicare agli altri, ma loro non hanno la nostra connessione. – eu não sabia uma palavra se quer em italiano e nem ao menos que isso pudesse ser italiano, mas de alguma forma eu sabia o que foi dito. A tradução parece ter vindo de encontro a mim, como a legenda amarela dos filmes, e passava diante dos meus olhos. Pelo que eu me lembro era: “Eu preciso de você Luciano. Eu estou presa. E sem mim, o que você chama de mundo acabará em poucos dias em ruínas. Tome conta de quem você ama por que almas ruins tentarão matar estas pessoas. Mas a cima de tudo me tire daqui. Eu tentei comunicar os outros, mas eles não possuem a nossa ligação”

A entoação era feminina, inclusive as mulheres que me perdoem, mas a voz dela era maravilhosa, e a mais inda que já ouvi. Cada palavra soava como melodia dentro da minha mente.

Parecia que só eu a escutava, e eu me apaixonei imediatamente por aquela voz, talvez tenha ficado hipnotizado a ponto de querer morrer e ao mesmo tempo viver por ela, e ao lado dela. Eu não tive medo, apesar de haver possibilidades disso. Alguns pensariam ser esquizofrenia, pelo fato de eu estar escutando vozes dentro da minha mente, e o pior disso tudo era se apaixonar por isso. Mas era real, eu sei que era.

“Como saberei o que fazer” – eu pensei silenciosamente. Como mágica a resposta veio:

– Você possui o mensageiro, ele não está com você por acaso...

– Apareça para mim! Apareça, por favor.

Eu esperei por quinze minutos lá, de pé e parado, e ela não me respondeu, mas mesmo assim eu estava disposto a ajudá-la. Era minha nova motivação.

***

– Tia, estou com fome! – minha voz era rouca e manhosa. Rouca talvez pelo frio que passei na floresta.

– Não me chame com frequência de tia, eu sou muito jovem ainda...

– Claro que é. – eu sorri – Estive pensando, o que acha de nós fazermos uma viagem? Faz tempo que não saímos de Arienne.

– Você já deveria saber que quem nasce aqui não é nem um pouco louco de querer sair, mas é louco por ficar.

– Mas eu sei que sair agora não vai ser loucura. É o certo.

– Para onde quer ir? – Eu passei a mão em meus cabelos como se estivesse pensando, por que afinal, eu não sabia a resposta – Eu não sei ainda, mas vou descobrir – eu disse depressa subindo para o quarto.

Eu leria o livro para descobrir o destino da nossa futura viagem mas Adam e Jensen estavam lá, jogando dardos contra a parede.

– E aí. – eu disse.

– Pulamos a janela. – eles riram.

– Espero que vocês caiam da próxima vez.

– Adam precisava de um banheiro, e ele achou que o seu serviria.

– Tudo bem, mas vocês precisam ir agora.

– Viemos para te buscar cara, Louise está dando uma festa.

– Legal, mas hoje não vai rolar, vão embora, seus merdas. – era normal xingarmos uns aos outros.

– Vamos cara, veremos quem pega primeiro aquela vadia aniversariante do mês.

– Ela é gata, mas... – eu parei pra pensar, estava confuso sobre o que fazer primeiro. Eu só pensava em uma mulher agora, e a sua voz era perfeita. – Ah, que mal tem, vamos! – Coloquei uma jaqueta de couro preto, e pulamos a janela, para que Rachel não percebesse.

A festa estava boa. Quando chegamos estava tocando Wake me up – Avicci. Louise estava em um vestido vermelho e curto. O vestido a deixava ainda mais bonita. Morena e cheirosa, não seria um grande esforço.

Antes que Adam e Jensen chegassem nela, eu atravessei quase toda a sala, peguei em sua cintura fina e a beijei. Nos beijamos por muito tempo, até porque queria que vissem quem pegou a vadia da cidade. Isso não era nem um prêmio, ou de se ter orgulho, mas ela era do tipo “me mostro, mas sou difícil”.

Eu não parei de beijá-la e ela gostou da surpresa,mas depois de algum tempo a voz gritou comigo. – Pare! Você tem uma missão.

– Louise, você escutou isso?

– Isso o que amor? – ela passava a mão pelo meu corpo.

Eu tirei suas mãos de mim, preocupado e me afastei.

A morena me puxou – Onde você vai?

– Sai, não quero nada com você, não foi o primeiro, mas será o último beijo.

***

Eu estudei cada palavra do livro até chegar a conclusão de que deveríamos ir para a região norte da Itália, mas precisamente, eu não sabia. Outras coisas me chocaram no livro, mas eu só podia pensar em ir para o norte da Itália. E houve coisas que eu não pude entender. Diana teve mais quatro filhos e cada um deles ficou com um livro. Talvez os juntando eu descobriria o que fazer. E para juntá-los eu teria que viajar muito para descobrir em que lugar os outros quatro livros estão. E se meus “parentes” não soubessem de nada? Eu teria que explicar tudo a eles, e eu nem sei de muita coisa. Me achariam um louco e eu acabaria em um hospício.

O livro inteiro fala praticamente da deusa. Era ela me chamando, só poderia ser. Era sim, o chamado da deusa. Eu não sei como ajudá-la, mas sei que ela me ajudará a descobrir.


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo para vocês, e eu espero que gostem. Beijos ;*



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