Era Bellini - Conjuradores da escuridão escrita por Penumbra da Alma


Capítulo 2
Capítulo II - O livro mensageiro de Diana


Notas iniciais do capítulo

eeeeeba, segundo capítulo!
Espero que gostem.
Boa leitura.



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Estacionei a S10, um modelo da Chevrolet em frente a uma das muitas varandas que havia na casa de Layla. Aquela casa era exageradamente grande. Muitas janelas, e a cor azul turquesa era vibrante.

Toquei a campainha. A senhora Heck foi quem abriu a porta. Ela estava com uma aparência horrível e por um instante eu achei que era por minha causa o motivo daquela cara. Talvez ela não tivesse gostado da minha presença.

– Boa noite senhora, a Layla está? - Ela me examinou, seus olhos passeavam pelo meu corpo de cima a baixo.

– Pode subir - ela abriu completamente a porta - ela está lá em cima, no quarto.

– Boa noite senhor. - Ele bebia cerveja e seu cheiro ruim infestava a casa inteira e por estar podre de bêbado ele nem ao menos me respondeu.

– Estou de olho em você Luciano Bellini! Não toque em meu bebê. -Era inacreditável ela chamar a filha desta forma ainda.

Eu me virei e subi a escadaria depressa. Era o melhor a ser feito. Não queria ser enfeitiçado por aquela bruxa.

– Oi pequena! - A porta estava aberta e então eu resolvi entrar.

– Luke, que bom que você veio - Ela levantou-se e ganhei um sorriso calmo.

– Quer me contar o que está acontecendo agora, ou está esperando eu me apaixonar por você? – eu diminuí a voz gradativamente. Quando eu disse “me apaixonar por você”, ela quase não pode escutar.

– Não preciso. Você já está apaixonado – ela revirou os olhos – né?

Eu fiquei sem palavras, portanto, me calei.

– Calma, foi uma brincadeira – ela completou se aproximando de mim lentamente.

– Eu sei que foi, não pensei nada demais – disse fazendo uma cara bastante duvidosa no momento em que falava, e dei um sorriso maroto, de canto.

– Eu estava com saudade Luke – Layla me abraçou enquanto falava.

– O que houve com você Lay? – me assutei. Ela estava gélida, quase sem batimentos. Mas o que mais me assustava nela era a sua palidez, e seus lábios que não estavam mais carnudos e avermelhados e sim secos e roxos.

Ela me olhava quando fiz a pergunta.

– Aconteceram coisas Luke. E eu estou com medo.

– O que houve? Você já pode me contar, está tudo bem.

– Você... Você está forte – ela apalpou os meus braços – E seus cabelos, eles estão mais claros e loiros.

De fato eu estava mais forte, pois não era o mesmo garotinho de antes. “Mas como ela só percebeu agora?” – eu pensei.

– Deite-se. Você está delirando. Que temperatura é essa? – A aparência dela não parava de me surpreender.

– Eu não quero me deitar – a voz dela estava frágil e sonolenta – E seus olhos as vezes me parecem azuis... – ela continuou a descrever-me sem sentido para fazer aquilo.

– Eles são azuis! Mas por que estamos falando disso? Deite-se. – eu apoiei sua cabeça nas minhas pernas – Você tem que me dizer o que houve, para eu poder ajudar, tente não delirar.

– Tudo bem. Eu... –ela parou.

– Se esforça Lay.

– Eu saí com o Brandon. Brandon Steven. –ela imediatamente riu. Descontroladamente e sem parar.

– Eu odiei ter ouvido isso, mas tinha esperanças de ser somente mais um delírio. Eu nunca disse ter gostado da Layla pra ninguém, então não tinha o direito de ficar irritado com o meu melhor amigo.

– Era isso?

– Shiiiiiiu! – sua voz era embriagada e fora de si – Escuta!

– Ontem eu saí com o Brandon. Ele tentou coisas comigo.

– Como assim Layla? – me levantei por impulso, e soquei a parede. Aliás, que dor que eu senti no pulso – Eu vou matar ele, babaca!

Eu pude sentir meu rosto pegando fogo, e foi tudo escurecendo na minha visão. Layla me viu daquela maneira, e então me abraçou. Talvez eu estivesse mesmo pegando fogo, pois a pele gélida dela adquiriu temperatura e cor normal. E eu? Eu fiquei calmo. Estranhamente calmo.

– Mas eu corri Luke! Eu corri muito. Quando estava passando pela ponte Kyle, eu caí. Eu senti algo me puxar. Puxava-me com uma foça que eu nem ao menos consigo descrever. O que me puxou era gelado, e não era um ser humano – enquanto Layla discursava, eu pude perceber que ela já estava sã.

– Um freezer te puxou? Entendo isso acontece... – eu sorri para descontrair.

– Idiota! –ela me beliscou – Eu falo sério!

– Lay... Está tudo bem. Antes de eu vir pra cá eu passei pela ponte e aconteceram coisas, mas vai ficar tudo bem... Mesmo – eu disse para confirmar e para passar mais confiança.

Ela assentiu – Você trouxe o Livro?

– Sim! –eu o tirei da mochila – Segura aí – eu o estendi até as mãos dela.

– Você não quer me ajudar?

– Pode ficar com ele, eu confio em você.

– Está com medo Luke? – ela sorriu. Um sorriso maléfico.

– Não, mas já está tarde. E sua mãe deixou bem claro que não me quer por aqui.

Enquanto isso, Lay já tinha aberto o livro, e com muita vontade. Eu percebi que ela não conseguia mais esperar.

– Vem aqui!

– Eu evitei esse livro por tanto tempo... Só quis ler as primeiras páginas e você sabe quais, a do sangue marcado da deu...

– Sei, sei sim - ela me interrompeu balançando a cabeça positivamente.

Folhamos o livro inteiro praticamente. Aquele livro devia ter umas 500 páginas e folhamos umas 312 até encontrarmos algo sobre o freezer perseguidor, quero dizer, o homem gelado.

– Olha aqui – eu apontei. O que eu vi eram desenhos extraordinários e muitas coisas escritas. A parte que me chamou atenção foi sobre os Mentores

“Mentores são os maiores aliados da deusa. Eles selecionam quem a seguirá e herdar parte do seu poder infinito. Não se sabe quantos Mentores existem, porém há quatro tipos: os de fogo, ar terra e água” – ela terminou de ler e eu a olhei com cara de tédio. Eu não devia ter feito isso, mulheres odeiam. E eu senti que ela ficou irritada, mas não posso ser culpado por isso. Eu fui diagnosticado com déficit de atenção com 15 anos de idade, o que não significa que as pessoas necessitem falar comigo como se estivessem falando com uma pedra. Eu não sou burro.

– Não percebe? Tem algo de errado. Aquela coisa poderia ser um Mentor.

– Claro! Existem os de água e...

–... Água muda de estado físico. – ela completou minha frase – Até que a grande e empoeirada escola Addolarata Meciole serviu para alguma coisa.

– Falando nisso mocinha, o formado aqui sou eu! Amanhã acabam as suas férias...

– Você é tão desligado Luke. Parece que acabei de ler uma receita de bolo para você. Como pode falar em escola? Sei que tem aquele problema com a atenção nas coisas, mas... O que essa coisa quer com a gente?

– Não sabemos se é verdade.

– Não? Mas aconteceu algo com você também na ponte Kyle.

– Comigo foi real, mas você pode estar ficando louca. Afinal, sair com o Brandon foi suicídio – eu ri dela quando vi a expressão de insatisfeita.

– Vai pra casa, vai!

–Tem razão, está tarde. Pedirei desculpas à Sra. Heck – eu me levantei.

–Não! Eu estava brincando. Você vai dormir aqui.

–É uma ordem?

– Claro!

– Sim, majestade! – risos espontâneos surgiram.

– Majestade é você, pelo que diz no livro. Mas você dormirá no chão.

– Não pensei nada diferente disso... - Talvez eu tivesse pensado em algo.

Pensei muito. Eu deitei no chão sim, porque Layla preparou um amontoado de almofadas no chão, estava confortável, mas mesmo assim não consegui pregar os olhos. A preocupação tomou conta de mim, só não queria que ninguém soubesse.

Aquele livro era muito misterioso. Parecia que tinha sido tirado de algum filme de magia, mas na verdade ele era feito de pele humana, o que provava que ela era muito antigo, pois os livros eram feitos assim antigamente. Mas tinha algo misturado com pele, pois tinha algo mesclado junto com uma pele branca. No centro havia um corvo. Alguns dizem que o corvo significa um mensageiro. E por coincidência ou não, é o que eu acho dele. Este livro foi um mensageiro para mim, de certa forma. Em volta do corvo havia um círculo com símbolos que eu jamais vira, e também algo escrito em outro idioma. A única coisa que eu sabia a tradução era a palavra “Involutti” que graças às aulas de etrusco eu pude descobrir que significava “deus por trás dos deuses”, que ainda assim talvez significasse “o deus do universo” ou “o deus de abrangência maior”. E por ter algo sobre a deusa Diana na primeira página, para mim ficava claro que ela era essa deusa maior.

Layla é importante pra mim, eu tenho que ajuda-la e descobrir o porquê de os acontecimentos ocorrerem sempre na ponte Kyle, ou se é apenas coincidência.

Quando amanheceu, eu a puxei da cama, afinal ela tinha de ir à escola, e hoje eu a levaria.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Críticas construtivas nos comentários.
Obrigada



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