História sem nome escrita por Henry RedLima


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Demorou...desculpa, meu baralho chegou *-* fiquei com ele desde terça, por isso não postei nada



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" -Olha o estado da nossa família!
–Que culpa eu tenho disso?! - Exclamou seu esposo
–Toda! Idiota, imbecil! - Enquanto gritava isso, a mulher o batia.
–O que eu fiz?! Olha nossa filha, seu estado emocional...ela está muito quieta. " Ana me contava como normalmente as coisas eram na sua antiga família -como gostava de chamar-.
"Você não os chama de 'mãe' ou 'pai'? " estou preocupado com o que ela imagina ser uma família.
"Não." respondeu friamente. "Ou os chamava pelo nome, ou por 'mulher' e seu esposo chamava de 'homem'. Não era uma relação muito agradável entre nós" Imagino, não deve ter sido fácil, a melhor decisão foi essa? Ela simplesmente ter desaparecido da visão humana? Valeu a pena?
"Você sabe onde seus pais estão?" Acho que essa tenha sido uma pergunta desnecessária.
"Sim...provavelmente discutindo" o que eu não entendo até agora é que mesmo divorciados continuam brigando. Ana ainda completou "Em qualquer lugar.", simplesmente deixou tudo mais triste.
Acho que devo mudar de assunto...o que se pode conversar em uma praça? Já havíamos jantado, realmente, a comida de lá é boa...diferente de como eu imaginava, acho que posso até dizer que compensa o fato de eles terem me irritado hoje. Estamos caminhando em volta do parque, podem até dizer que estamos nos expondo por caminharmos 23h em uma praça, onde se encontram para fumar, mas para falar a verdade...isso não importa. Afinal, ela está abraçando meu braço direito, apoiando sua cabeça proximamente ao meu ombro.
"Quando você disse que 'Deus' veio a Terra pra conceder seu pedido...quem era 'Deus' ?"
"huuh...?" ela me olhou com um olhar cerrado, desconfiado, nem virou a cabeça para me ver. Olhou-me com o canto dos olhos, deve ter se sentido insegura, afinal...ela me conheceu hoje. "Como assim 'quem era' Deus? " acho que ela pôde ter intendido de maneira errada.
"Quer dizer...como...era 'Deus'? 'Deus' tinha a forma humana? " corrigi minha pergunta.
"Sabe...você pensa de mais sobre Deus, ele pode se irritar com isso, mas sabe, não custa nada você as vezes usar o pronome 'ele' para se refirir a essa tal divindade." ela realmente me deu uma bronca por causa disso? Sério?!
"Eu não me posso me refirir a essa divindade -como você mesmo disso- por pronomes, ou até chama-lo de qualquer outra coisa. Não até saber como ele era." ela parecia surpresa, parece que falei como se fosse um de nossos diálogos, falei muito rapidamente.
"Se você quer mesmo saber...acho que posso falar."
Felicidade!
"Ele não é bem ele...era uma mulher, um corpo perfeito, qualquer mulher sentiria inveja, qualquer homem desejaria ter 'Deus' em sua cama, seios firmes, não estavam caídos, como se é de costume em mulheres adultas. Sua bunda era perfeita, aposto que se a visse me largaria em qualquer canto...ainda não falei de sua beleza facial,nem irei falar! Ela (ele) é morena, tinha o que chamo de 'sorriso perfeito'." Ei! Eu...não a...trocaria
"Você deve estar pensando que sou fútil por simplesmente falar apenas de seu físico...porém foi a única coisa que pude prestar atenção, sua personalidade não ficou clara, não deu pra saber como era, parecia não ter. Ela falava muito calmamente."
Ei! É isso...realmente o que ela viu...foi o que chamamos de 'ganância'. Tudo o que desejava ser, tudo que pensava de si própria...tornou-se vivo seus desejos. Ela não se vê atraente, por isso toda essa ênfase no corpo e na beleza. Uma personalidade neutra...o que ela mais queria no momento? Exato desaparecer, conseguir fugir. Calma...ela desejava ser calma?
"Por que você chama 'Deus', uma mulher, de 'ele'?" isso eu não havia entendido.
"Eu não quero acreditar que uma mulher consiga ser tão perfeita!"
"..." Qual o sentido disso?
"Se fosse assim, eu teria me tornado lésbica...porque me apaixonei por ela."
"Você não se apaixonou por ela...o que você viu, não foi Deus, mas sim a sua ganância, tudo o que você mais desejava para si, você viu se materializar, é o que você chamou de 'perfeição'."
"Não finja que sabe de mais para me impressionar." Respondeu como se o que eu tivesse dito não passasse de mentiras.
"Não é fingimento, meu pai viu sua própria ganância...eu estava ao seu lado."
"..." dessa vez eu a calei.
"Eu era apenas uma criança, tinha meus 7 anos, ou 8, por isso sempre acreditei que fosse tudo um sonho bobo, mas agora você me fez acreditar. Eu estava ao lado do meu pai, era a noite, minha mãe tinha...não é relevante o que tinha acontecido com minha mãe. Meu pai estava em prantos olhando para o corpo da minha mãe estendido sobre a cama, ele apertava minha mão com uma força que não deveria ser usada com crianças. Meu pai suplicava por ajuda, gritava: Deus! Por quê?
Magoava ver aquilo...por um momento pisquei, eu não sabia o que estava acontecendo ali...quando abri meus olhos havia, um homem alto, bonito, forte, com um corpo bem definido, chegou com um belo sorriso no rosto, parecia até mesmo estar rindo da situação. Meu pai gritou.
O homem disse: Eu sou a sua ganância, tudo o que mais deseja, tudo o que mais quer. Fui um desejo tão forte seu...que tive que prestar atenção em você. Quando colocou o nome de 'Deus' no meio...tive que prestar atenção no que dizia. O que desejas com 'Deus'?
Por um momento ele olhou para mim, tudo ficou mudo. Por instantes tudo o que meu pai dizia, perdia o sentido, ficava apenas um zumbido na minha cabeça. O homem parecia ler meus olhos e fez a única coisa que eu não tinha coragem, perguntar o que estava acontecendo.
–O que aconteceu, Senhor?
–Minha esposa...ela sofreu um...acidente e agora está perdendo todos os movimentos na perna, ela está sangrando muito. A última coisa que disse antes de desmaiar foi 'não sinto minhas pernas'. Por favor senhor, ajude minha esposa.
Esse foi o único erro do meu pai, chamá-lo de senhor. O 'Deus' pegou ele pelo pescoço e o prensou contra a parede.
–Quão íntimo acha que somos para me chamar assim?! Em!?
Aquele grito me assustou...depois daquilo perdi todas as minhas lembranças desse dia, acho que por isso mesmo achei que era um sonho" finalmente havia contado minha história.
"Você realmente fala muito, não?" para a minha surpresa ela não havia se comovido com a minha história...para falar a verdade, acho que já esperava que ela não se comovesse.
"Brincadeira..." disse ela como se estivesse apenas zombando de mim.
"Ah! Esqueci de falar a parte mais importante...ele me disse quando olhava para mim que não gostava que se referissem a ele com outro nome que não seja 'ganância' ou 'Deus'. Caso o chamasse de outra maneira, apareceria para tirar satisfações."
"Entendo...Sr. Sem nome. Não quero mais falar sobre famílias, já estou segurando lágrimas, odeio relembrar coisas sobre antigas famílias, ou no seu caso, família.
"..." me senti constrangido, para alguém falar isso com tanta claresa, ela realmente deve estar mal. Rapidamente mudei de assunto "Ei...já está tarde, quer voltar pra casa?"
"Acho que ainda não...você ainda não fez nada que envolva segundas intenções...estou esperando, não tenho atitude, mas não tenho medo de dizer o que penso."
Engoli seco...não sabia mais o que fazer, ela realmente queria que...? Acho que já estava na hora disso acontecer. Encostei ela na parede, percebi que ela estava até mesmo mais nervosa que eu, estava vermelha...sua personalidade havia mudado de novo!
Peguei-a pela cintura e a puxei contra o meu corpo, estávamos no ângulo perfeito para que o beijo acontecesse...porém...


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Notas finais do capítulo

.e.e



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