Sobrevivendo pela Sorte escrita por Alexyana


Capítulo 24
Capítulo 24 - Assassina


Notas iniciais do capítulo

Uma onda de criatividade psicótica me atingiu há meia hora atrás e assim nasceu esse capítulo. Confesso que não revisei, então perdão caso houver algum erro.
AVISO: A fic está chegando ao fim, e já entramos em reta final, para a (in)felicidade de vocês!



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Já faz meses que estou vivendo com Nádia em uma pequena cabana na floresta. Ela me salvou aquele dia, e desde então temos andado juntas, ajudando e protegendo uma à outra. E eu a considero como uma terceira mãe e perde-la agora seria um desastre.

Nunca mais tive noticias de Carl, Rick ou qualquer outra pessoa da Prisão. Isso detonou comigo, e acho que sou uma pessoa mais amarga agora, o que é uma porcaria. Procuramos eles pela Prisão e nas redondezas, mas eles simplesmente sumiram, como se estivesse mortos. Bom, mesmo que eu não aceite, é bem provável que isso seja real. Uma merda, eu sei.

Penso neles todos os dias, principalmente em Carl. Desde maneira em que meu reflexo tremeluzia em seus olhos azuis até a sensação de sua boca na minha. É agonizante e torturante. Nádia tem tido um grande papel em me manter realmente viva, me distraindo e contando histórias de sua vida.

– Temos sopa! – anuncia ela sorridente quando entro na pequena cozinha da cabana. Nádia possui cabelos e olhos castanhos, e uma pele morena clara que é de levar qualquer homem à loucura.

– Legal – digo em uma voz monótona. São raros os momentos em que estou alegre de verdade, e isso não é nada normal no meu caso.

Sentamos-nos à mesa e comemos em silêncio. Mesmo depois de ver seu marido e sua filha morrerem Nádia continua lutando pela sobrevivência, e eu a admiro por ser tão forte. Ambas estamos limpas, graças ao pequeno riacho perto da cabana, mas estamos terrivelmente magras. Pelo menos não estou mais doente, o que foi muita sorte nas condições precárias em que nós duas vivemos.

– Vou até o riacho buscar água, quer ir Ther? – pergunta ela, usando o estranho apelido que me deu.

– Nop – nego, desviando o olhar do meu exemplar de “Plantas exóticas da Califórnia” para olhar em seus olhos calorosos.

– Okey, volto logo – diz ela saindo, e logo ouço o barulho da porta sendo fechada em seguida.

Continuo focada em ver as imagens do livro. É, não há muito que fazer em alguns momentos do dia, encontrei esse livro na nossa última busca, e desde então fico lendo e observando as imagens.

O barulho da porta se abrindo é novamente ouvida, e penso que Nádia deve ter esquecido alguma coisa. Não me preocupo e continuo deitada no velho colchão desgastado. Os passos ecoam pela casa, e noto que não possuem o mesmo barulho das botas de Nadia.

Levanto-me na mesma hora que a misteriosa figura aparece em minha frente. Não posso acreditar no que estou vendo. Uma das pessoas que mais odeio no mundo bem aqui na minha frente, a pessoa que foi a causa da morte de Piter e que me traiu. Ashley bem ali, acabada e suja, porém viva na minha frente.

– Ora, se não é a cachinhos dourados – diz ela sorrindo de canto. Fulmino-a com o olhar, ainda parada no mesmo lugar de antes. – Finalmente te encontrei!

– O que você quer? – questiono com a voz controlada. Várias lembranças invadindo minha mente.

– Te procurei por semanas e não encontrei nada. Você teve sorte em sobreviver ao ataque – diz ela ignorando minha pergunta. Seus olhos escuros estão despreocupados e ela observa cada detalhe do pequeno cômodo que serve de quarto.

– Cadê o Governador? – questiono. O peso de minha faca se faz presente no cós da minha calça.

– Morto. Ele simplesmente enlouqueceu, e mesmo depois de ver a Prisão destruída não sossegou. Virou um verdadeiro maluco psicótico, então fui obrigada a mata-lo – responde ela simplesmente, passando por mim e andando pelo quarto.

Fico surpresa com essa constatação. Governador está finalmente morto, e pelas mãos da própria sobrinha. Isso desafia as próprias leis da humanidade, meu Deus! Finalmente tomo a decisão que vem martelando em minha mente desde que ela apareceu na minha frente há alguns minutos, e que vem me corroendo há meses. Eu vou fazer Ashley pagar por tudo que fez.

– O que você veio fazer aqui, Ashley? – tento novamente.

– Tenho vivido sozinha por longas semanas, Kath. Pensei que seria bom reencontrar velhas amigas – diz ela me encarando, e vejo um brilho em seu olhar. Um brilho nada sincero. – Eu realmente sinto muito, por tudo.

– Hum... – murmuro simplesmente, pensando em maneiras de chegar até o outro lado do quarto – onde ela está – sem ser morta antes.

– É sério, não sei como tive coragem de fazer aquilo com você e com Piter... Eu ainda o amo. – Filha da Puta. Isso foi o estopim.

Avanço correndo até ela, pegando a faca no percurso. Derrubo-a no chão, mas ela é rápida e me da alguns socos, me desnorteando. Sinto o liquido vermelho escorrer pelo meu rosto, e um ponto acima da minha sobrancelha esquerda arder.

Empurro-a novamente, e sua cabeça bate no chão, o que faz com que ela fique um pouco perdida. Aproveito dessa situação e sento em cima dela, colocando as mãos em volta de seu pescoço. Ver filmes de ação realmente foi útil.

– C-Calma Katherine – sua voz sai entrecortada, e eu aperto um pouco mais a mão em sua garganta.

– Calma porra nenhuma, sua vadia! – esbravejo, sentindo toda frustração, raiva e tristeza se transformando e puro ódio dentro de mim.

– Melhores amigas para sempre, lembra? – tenta ela mais uma vez, com lágrimas escorrendo por seus olhos suplicantes.

– Rá, não acredito que você disse isso! – digo com mais fúria ainda, encarando-a nos olhos. Não estou ligando se irei atrair mais zumbis para cá, ou que estou sendo uma pessoa má. Eu não me importo com nada. Somente em me vingar da pessoa que mais me trouxe infelicidade.

– Você p-prometeu – sussurra ela. Seu rosto já está adquirindo um doentio tom arroxeado.

– Foda-se – digo apertando ainda mais a mão esquerda em seu pescoço, vendo claramente que o ar já não chega aos seus pulmões.

Pego novamente a faca e cravo na lateral de sua cabeça. Defiro mais um golpe em seu pescoço, tórax e barriga, e logo ela está toda esfaqueada. Meus braços estão sujos de sangue, igual a minha roupa. O corpo imóvel de Ashley permanece no chão, e eu paro de deferir mais golpes. Encaro a faca em minha mão, e sinto um sentimento de pavor de vê-la em minha mão ensanguentada.

Jogo-a para longe de mim, me arrastando para longe do corpo de Ashley. Trago meus joelhos até meu peito e começo a chorar desesperadamente. Eu matei uma pessoa. Eu matei minha melhor amiga.

Ouço passos na sala, e logo uma Nádia ofegante aparece na porta.

– Desculpe a demora, surgiu uma horda e... – Ela estaca no lugar quando registra a cena em sua frente. – Ai meu Deus, Katherine! O que aconteceu?

Lágrimas escorrem com mais rapidez por minhas bochechas, e logo a ouço se aproximando e me envolvendo em um abraço. Choro como uma criança abandonada no colo de Nádia, pensando em como eu sou uma pessoa terrível. Conto tudo que aconteceu a ela, e Nádia continua a afagar meus cabelos e falar palavras confortantes.

– Vamos, você precisa se limpar – ordena ela, nos fazendo levantar. Soluços incontroláveis saem pela minha boca, e estou tremendo – Shii, está tudo bem.

Isso com certeza fazeria que eu chorasse mais, porém sua voz confortante prevaleceu. Vou me acalmando, e o choro vai cessando enquanto ela tira minha roupa e enche a pequena bacia onde tomamos banho de água.

Apesar de ter me acalmado um pouco, eu sei que não está tudo bem, como nunca estará. A imagem dos olhos sem vida de Ashley continuam em minha mente, e os pensamentos me fazem pela primeira vez em todo esse tempo ter vontade de me matar. Porque eu sou uma assassina.


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Notas finais do capítulo

Nádia: http://img2.wikia.nocookie.net/__cb20140702142322/vampirediaries/images/2/2a/Npetrova.png

O que acharam? Peguei muito pesado? Será que Carl e os outros estão mortos? Opiniões sobre a Nádia? Felizes ou insatisfeitos com a morte de Ashley? O que esperam dos próximos capítulos?
Enfim, muitas perguntas. Queria convidá-los para darem uma olhadinha na minha nova fanfic de The Walking Dead, yeah!

http://fanfiction.com.br/historia/521945/Surviving_to_Hell/