Sobrevivendo pela Sorte escrita por Alexyana


Capítulo 16
Capítulo 16 - Cadê o rato?


Notas iniciais do capítulo

E a criatividade para nome de capítulos, cade? Enfim, espero que gostem do capítulo haha.



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“And you'll be lost!

Every river that you tried to cross

Every gun you ever held went off

Oh and I'm just waiting 'til the firing stops

Oh and I'm just waiting 'til the shine wears off.”

– Lost, Coldplay

Abro os olhos desorientada, então percebo que ainda estou no almoxarifado minúsculo. Concentro-me nos barulhos lá fora, mas não ouço nada. Levanto-me com alguma dificuldade graças às horas na mesma posição e abro a porta olhando em volta, tudo limpo. Volto para o cômodo apertado olhando no chão. Encontro um pé de cabra e o pego rapidamente, isso será minha salvação.

Acho que andei por pelo menos duas horas. Sinto que minhas forças foram totalmente sugadas de mim. Meu estômago está fazendo uma sinfonia de tanta fome que estou sentindo, minha garganta está parecendo lixa e meus pés doem. Encontrei alguns zumbis no caminho, mas nada que meu mais novo amigo pé de cabra não pudesse resolver, porém cada vez estava se tornando mais difícil e cansativo deferir golpes nos cabeças ocas.

Quando penso que já estou condenada a passar minha vida inteira nesse labirinto de celas e corredores, vejo a porta pela qual entrei. Com certeza eu devo ter virado em corredores errados nas tentativas de falhas de acertar. Nesse momento já estou me apoiando nas paredes, eu nunca tive uma saúde frágil, mas acho que ver Adam morrer e ficar sem a amada comida não fez tão bem a mim.

A única coisa que penso quando abro a porta e a luz do Sol cega meus olhos são em encontrar Carl, e um copo de água. Não tenho a mínima ideia de quanto tempo fiquei lá dentro, mas com certeza foram pelo menos umas 12 horas, meu cochilo deve ter durado um pouco mais que o previsto. Saio cambaleante no pátio e vou andando em direção ao bloco. Entro no refeitório quase caindo no chão, só espero que eles não pensem que eu virei um zumbi e atirem na minha cabeça.

–Katherine?! Graças a Deus! – Exclama Maggie, vindo me abraçar. – Oh, você está horrível.

– Onde está Carl? – pergunto com a voz rouca. Maggie chama-o e ele vem em minha direção e me abraça como se nunca mais fosse soltar.

– Porra Kath, você quase me matou de preocupação! – diz ele exaltado segurando meu rosto com as mãos.

– D-desculpe – peço olhando-o. Ele me puxa para outro abraço, como se eu fosse um criança desprotegida.

– Onde está Adam? – pergunta Beth olhando em volta.

– Ele não... sobreviveu. – respondo cabisbaixa. Um silêncio desconfortável prevalece sobre o lugar.

– E Piter? – pergunto depois de um tempo, procurando-o pelo recinto. Começo a me desesperar quando não o encontro.

– Ele se ofereceu para ir com Glenn atrás de munições. Não encontramos muito ontem – informa Rick. Fico aliviada no mesmo momento, eu não aguentaria perder mais alguém.

Carol me deu comida e água, fazendo com que eu fique bem melhor. Fiquei o resto da tarde seguindo obedientemente os mandamentos de Hershel sobre descansar e beber bastante água. No momento estou sentada na cama desenhando. É, eu gosto de desenhar, e por pura sorte acabei por encontrar um lápis. Estou tão concentrada em fazer minha floresta e fazendo caretas quando avalio, que nem percebo que estou sendo observada.

– É realmente engraçado as caretas que você faz – Diz Carl encostado no batente da “porta” da cela. Sinto-me corar. – E você corada é mais linda ainda.

–Certo, vamos parar de reparar em mim agora. – Digo colocando o caderno em cima da cômoda/guarda-roupa. – Alguém ficou ferido no ataque de ontem?

– Não, ainda bem. – diz Carl.

– Que intimidade toda é essa? – Questiono observando com uma sobrancelha arqueada ele se deitar na minha cama.

– Eu sou seu namorado, tenho esse direito. – responde ele presunçoso.

– Namorado é? – pergunto sorrindo e me sentando ao seu lado. Ele me puxa contra seu peito, fazendo com que eu me deite sobre ele.

– Atrapalho? – pergunta Piter, quando eu e Carl estávamos quase nos beijando. Saio de cima dele o mais rápido possível, enquanto o mesmo grunhi frustrado.

– Obrigado, cara. – “agradece” Carl mal-humorado saindo da cela.

– Espero que minha mãe tenha explicado a você como funciona o processo de reprodução. – comenta Piter se deitando na minha cama. Acho que todos a amam.

– Cala boca. – mando. Deitando-me ao seu lado, igual fazíamos quando éramos menores.

– O que você estava pensando quando entrou naquele bloco desconhecido com aquele Adam? – Questiona ele bravo e ao mesmo tempo indignado.

– Dá próxima vez eu fico lá pra morrer.

– Haha. Muito engraçada. – desdenha ele.

– Eu vi Ashley saindo do bloco A antes do ataque – digo. Ele é a única pessoa que eu falei isto, não que eu não confie em Carl, mas não sei se ele iria entender.

– É, eu também vi.

– E o que você acha sobre isso? – Pergunto.

– Que devemos tomar cuidado com ela. – responde ele simplesmente.

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Já se passaram uma semana desde o incidente com os zumbis. Venho falando com Ashley normalmente desde então, mas sempre cautelosa, e ela está bem amiga de Carl também. Argh. Acho que eu e Carl estamos namorando agora, e isso está me deixando à garota mais feliz do mundo apocalíptico. E uma coisa que está deixando todos na prisão apreensivos: Governador não deu nenhum sinal de vida.

Rick me avisou que precisava de gente nova para essa busca, então eu me ofereci, igual à Ashley e Piter. Carl também queria ir para me “proteger”, mas Rick obviamente negou. Eu nunca mais fui a uma busca, e isso é estranho, tanto tempo só no comodismo da prisão, sem enfrentar o verdadeiro inferno lá fora.

Depois de Carl e eu nos despedirmos demoradamente, partimos em direção a um pequeno vilarejo razoavelmente perto. É, de carro. Mas estou cumprindo bem a promessa que fiz a mim mesma sobre não me privar por lembranças.

Rick está dirigido, Daryl no banco do passageiro, e nós três a trás. Conversamos sobre coisas banais pelo caminho, mas nada importante ou legal. Finalmente Rick estaciona o carro em frente a um conjunto de casas simples, não há zumbis na área, mas a morte está presente, igual a todos lugares agora. Decidimos que Ashley e eu iriamos para uma casa, Piter na do lado, Daryl no mercado e Rick nos bares atrás de armas.

Vou em direção ao um sobrado amarelo simples. Subo as poucas escadas e abro a porta cautelosamente, mas nenhum zumbi está na sala.

– Procure aqui em baixo, vou lá pra cima. – aviso Ashley. Subo as escadas com meu machado em mãos, é um curto corredor, com três portas.

Vou em direção à primeira, que é um quarto de criança, limpo. A segunda é um banheiro claro e arejado. Abro a terceira porta e um zumbi vem pra cima de mim, mas antes que ele me derrube no chão, empurro-o em direção a parede para adquirir distancia e acerto sua cabeça com meu machado.

Percebo que é um quarto de casal, todo empoeirado e agora com um zumbi morto. Vejo uma foto de um casal na cômoda, eles pareciam felizes, e agora o que antes era o marido está jogado no chão do quarto, morto. A primeira gaveta está semiaberta, e não resisto em abri-la. Tem algumas fotos, papeis e o que está totalmente deslocado ali: uma adaga.

Pego-a e observo, é tão delicada, mas ao mesmo tempo mortal. Perfeita.

– Katherine! Me ajude! – grita Ashley desespera lá de baixo. Coloco a adaga na minha cintura e desço as escadas correndo.

– O que aconteceu? – pergunto em alerta olhando ao redor da cozinha pequena, mas não encontro nada demais.

– Tem um rato nojento no armário! Mata, mata! – exclama Ashley eufórica. Reviro os olhos e vou em direção ao armário debaixo da pia. Abro-o, mas não vejo nada além de um ou dois produtos de limpeza.

– Qual é Ashley. Não tem na... – antes que eu possa terminar minha frase sinto uma pancada forte na minha nuca, em seguida uma dor aguda e tudo fica escuro.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que vocês acham dessa ultima cena? O que acham que irá acontecer? Comentem!