Could Be True escrita por hllcamila


Capítulo 13
Seth II


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Esse cap. demorou mais saiu! Queria pedir desculpa pela enorme demora, mas eu preferi esperar pra postar hoje mesmo já que é meu primeiro dia de férias!
Boa leitura, espero que gostem.



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Pov’s Katherine Pierce

Chegamos ao necrotério alguns minutos depois. Estávamos com o carro de Spencer, Damon veio a estrada toda cantando alguma música muito irritante do ACDC, que eu não consegui identificar pelo simples fato dele não saber pronunciar as palavras direito e desconhecer a letra.

Entramos no local, era grande e com vários andares, as paredes mantinham um tom claríssimo de marrom e todas as portas eram de vidro alternando entre fosco e liso, estava tudo muito movimentado, pessoas andavam pra todos os lados com papéis nas mãos e agentes de terno e gravata espalhados pelas mesas e cantos completavam o cenário.

Logo que chegamos uma mulher, gorda e sorridente, veio até nos e pediu pra ver nossos crachás, assim que mostramos fomos obrigados a assinar um relatório para controle de entrada e saída no local.

Fomos levados até uma sala no terceiro andar onde o corpo das duas vitimas principais e também das pessoas que elas haviam matado estavam.

– Agentes - Um senhor simpático chamou nossa atenção assim que entramos no local, sorri e o cumprimentei - Suponho que queiram ver o corpo dos assassinos? - Acrescentou

Assenti confusa, não havia percebido que, essas pessoas - que nós chamamos de vítimas - para os ”leigos” na verdade são assassinos e, possivelmente, serão os culpados por todas essas mortes.

– Certamente - Afirmou Damon - Algo em comum entre os dois corpos?

– Na verdade, sim - O senhor foi até uma outra mesa, mais ao centro do local, e puxou a toalha branca que a cobria, lá estavam os dois corpos. - Julie Kytzia e Will Akila, os dois tinham a mesma secreção nos olhos, uma espécie de mucosa - Falou assim que nos aproximamos.

O médico seguiu até outra prateleira e tirou um pote de vidro com um liquido branco e nojento dentro.

– Já mandei pra identificação mas eles não encontraram nada, isso com certeza não é nenhum tipo de droga já catalogada - Completou.

– E sobre as outras vitimas? - Pedi.

– Nada de mais, além de todas serem de descendência oriental - Falou, Damon me mandou um olhar significativo, tínhamos sido muito descuidados e burros a ponto de não chegar a semelhança das outras vitimas.

– Eu me sinto estupida - Disse assim que saímos do necrotério.

– Como deixamos isso passar?

– Não sei - Murmurei entrando no carro.

Pov’s Selena Mitchell

Depois de dar uma checada geral no local da convenção, constatamos que, tirando as pessoas fanáticas por quadrinhos e aquelas usando fantasias, não tinha nada de incomum por ali.

Sam e eu fizemos algumas perguntas as pessoas que cuidavam da coordenação do lugar, mas elas não tinham nenhuma informação sobre as vítimas.

– Voltamos a estaca zero - Comentei me aproximando de Dean e Spencer que estavam ”checando” a área da alimentação, que era ao ar livre.

– Talvez isso nem seja um caso pra gente - Falou Sam.

– Sammy, pessoas não ficam loucas, matam outras pessoas e depois se matam sem que algo sobrenatural esteja envolvido - Dean disse assim que terminou de comer seu cachorro-quente.

– Não sei não, Dean, eu já vi muitos casos como esses acontecendo por ai, isso não é tão anormal assim - Respondeu.

– Vamos voltar pro hotel e ver se Katherine e Damon conseguiram algo e depois a gente concluiu alguma coisa sobre o caso - Spencer falou.

Jurei ter ouvido alguns gritos e desviei meu olhar para uma movimentação enorme que ocorria dentro da casa. Estreitei meus olhos afim de conseguir distinguir o que realmente estava acontecendo, talvez fosse apenas alguma apresentação barulhosa ou alguém poderia ter visto uma aranha, mas alguma coisa me dizia que tinha algo fora do normal acontecendo ali.

– Ei pessoal, acho que temos problemas - Chamei, ainda olhando fixamente pra casa. Sam, Dean e Spencer seguiram correndo pro local e logo fui atrás.

A medida que nos aproximávamos percebi qual era o problema: uma garota de aproximadamente 19 anos, vestida de mulher maravilha e com os cabelos pintados de rosa, estava atacando todas as pessoas no local com uma faca, percebi alguns corpos no chão, totalmente ensanguentados, possivelmente pessoas que já estavam mortas.

Um homem com uma criança de colo passou correndo pela garota e ela pareceu nem nota-lo, seus olhos - que agora pareciam dourados - vasculhavam todo o espaço com atenção, como se ela estivesse escolhendo suas vítimas.

Dean sacou sua arma e se preparou pra atirar, mas antes que conseguisse a garota desferiu um golpe em si mesmo com a faca que estava em suas mãos.

– É melhor sairmos daqui - Spencer falou assim que avistamos a polícia entrando no lugar.

xxx

Voltamos pro hotel onde havíamos nos hospedado, avistei o Mustang 69 vermelho de Spence no estacionamento e me assegurei que Katherine e Damon já haviam chegado.

Subi as escadas apressada, precisava resolver esse caso antes que mais pessoas inocentes morressem, mas o único problema era que eu não fazia ideia de que tipo de criatura seria.

– Adivinha quem tem novidades! - Katherine anunciou assim que entrei no quarto.

– O que descobriram? - Perguntei me sentando na ponta de uma das camas.

– Que todas as vítimas mortas eram descendentes de orientais, alguns da Arabia, e outros do Sudão, mas a grande maioria era do Egito - Damon respondeu.

– Então estamos atrás de um monstro xenofóbico?

Katherine pigarreou e logo depois digitou mais algumas coisas no seu notebook.

– Talvez, também descobrimos um muco branco e espesso saindo do olho dos dois assassinos. E vocês, o que acharam?

– Vimos uma mulher surtada atacando várias pessoas - Respondeu Dean fechando a porta do quarto.

Spencer franziu a testa.

– Ela estava com os olhos dourados ou foi só impressão?

– Sim, ela estava - falou Sammy.

– Então descartamos demônios, a menos que vocês conheçam algum que faça sair meleca de seus olhos depois de eles ficarem dourados - Concluiu Damon.

– Que tal um deus? - Declarou Kath.

– Um deus? Pode ser, deuses são conhecidos por seus atos de vingança - Disse tirando um livro sobre seres sobrenaturais da minha bolsa - Existe algum deus que despreze outras raças?

– Acho que não - Respondeu Dean.

Em pouco tempo todos estávamos com livros, notebooks ou qualquer coisa que contenham alguma informação sobre entidades sobrenaturais. Encontrei todo o tipo de deus, deus da guerra, da sabedoria, do arco-iris e até do sono mas nenhum se encaixava no perfil.

– Encontrei - Proferiu Spencer - Seth, um deus da mitologia egípcia, era considerado o deus da vingança, morte e violência.

– Porque um deus egípcio mataria seu próprio povo? - Julgou Dean.

– Todas essas pessoas que morreram eram descendentes dos antigos egípcios que contribuíram para que esse deus fosse tido como maléfico, fazendo com que as pessoas parassem de adora-lo - Respondeu com um sorriso satisfeito no rosto.

Dei uma breve gargalhada assim que vi a expressão chocada na cara de Dean que murmurou algo como ”nerds” e voltou a se sentar.

– Bingo, acho que temos um ganhador - Fechei o livro que tinha em mãos e voltei a guarda-lo na bolsa - Onde o encontramos e como o matamos?

– Ele pode adquirir várias personificações, as pessoas que literalmente surtaram, na verdade não eram pessoas e sim Seth.

– Isso explica os olhos dourados - Comentou Damon.

– Exatamente - Concordou - Para mata-lo precisamos de uma estaca de Donkor, uma árvore tradicional do Egito.

xxx

Dean, Sam e eu seguimos até o museu da cidade onde, segundo o que dizia na internet, encontraríamos uma peça histórica entalhada com a madeira que precisávamos. Enquanto isso Spencer, Katherine e Damon se encarregariam de encontrar Seth.

Já era tarde mas o lugar estava aberto decorrente de uma festa que acontecia ali pra comemorar a chegada de alguns artefatos históricos novos. O museu era literalmente enorme, havia um jardim decorado com algumas estatuas e flores e ao fundo havia uma floresta, o prédio tinha pelo menos três andares, possuía algumas colunas de sustentação na parte exterior, o que me lembrou a arquitetura grega. Toda sua extensão era cercada por portões brancos.

– Como entramos? - Perguntei observando a extensão e altura das grades a minha frente e também os policias guardando a entrada.

– Vamos tentar entrar pela parte de trás e se infiltrar na festa - Respondeu Dean, observando atentamente todo o local.

Rodamos o quarteirão até chegar na parte sul do museu que era cercado por telas, encontramos um buraco na parte de baixo e, com muita dificuldade, passamos por ali.

Atravessamos a floresta e logo nos encontrávamos no jardim, algumas mulheres muito bem vestidas andavam pelo espaço com taças de vinho a mão, e haviam alguns garçons com comidas e bebidas. Percorremos o jardim sem nenhum contratempo e sem demora estávamos no salão principal.

– É melhor nos separarmos - Sam falou assim que entramos - Sejam discretos e não falem com ninguém, quem achar a madeira primeiro manda uma mensagem.

Assenti e subi as escadas depressa, o museu era ainda mais bonito por dentro, as paredes eram altas e cheias de quadros e quase tudo apresentava detalhes dourados, a escada em espiral lembrava os castelos antigos e as janelas grandes fazia tudo parecer mais amplo e iluminado.

O andar de cima era sobre civilizações antigas, gregos, romanos, persas, fenicinos e egípcios. Tudo era dividido em sessões e salas separadas, rodei os olhos pelo lugar afim de encontrar a sessão de artefatos egípcios, avistei uma porta dourada onde estava escrito ”ANTIGO EGITO” e ao redor vários desenhos e símbolos estranhos.

Corri até a porta, mas fui impedida antes que pudesse chegar lá.

– Você não pode entrar ai - Um homem, alto e magro , chamou minha atenção.

– Ahn, porque não? - Perguntei.

– A sala contem artigos muito importantes, por isso esta fechada essa noite - Respondeu com um leve sorriso no rosto.

– Ah, que pena, eu vim de tão longe só pra ver os itens egípcios - Falei tentando parecer decepcionada -Você é o segurança daqui? - Desconversei.

– Sou sim.

– Então será que não poderia abrir a porta pra mim? Eu realmente quero muito conhecer um pouco mais do Egito - Falei pondo todo o charme possível na minha voz - Você parece ser muito inteligente pode me mostrar algumas coisas legais - Sorri

Eu odiava fazer isso, odiava ter que ”seduzir” as pessoas pra conseguir alguma coisa, mas estava sem escolha.

O homem a minha frente sorriu abertamente, tirando uma chave do seu bolso e abrindo a porta. Meus olhos arderam levemente assim que entrei na sala, tudo por ali brilhava muito, era como se eu estivesse em uma piscina de ouro e prata.

– É verdade que existe uma peça feita da madeira de Donkor? - Pedi me fazendo de inocente.

– Sim, esta ali - O homem apontou pra um canto mais escuro da sala, em cima uma mesa, também dourada, havia uma estaca de cor castanho claro com algumas escrituras em cima.

Me aproximei da mesa e segurei a estaca em minhas mãos, na verdade não tinha nada de muito especial nela, não entendo como pode matar um deus.

– É um item muito antigo, até hoje não se sabe o que ela faz - Explicou se aproximando de mim - Mas muitas culturas dizem que ela mata deuses. Em especial um: Seth.

Ergui minha cabeça assustada com toda a informação que o homem possuía, seus olhos estavam dourados e pequenas guarras apareciam em suas mãos.

A estaca voou das minhas mãos e foi parar do outro lado da sala, derrubei alguns vasos e mesas e sai da sala em disparada, atravessei o saguão onde a festa ocorria e entrei dentro da primeira porta que encontrei assim que virei o corredor. Tranquei a porta pelo lado de dentro, talvez isso atrasasse um pouco Seth.

Com certeza era a sala sobre os romanos, haviam espadas, adagas e uniformes de ferro espalhados por todos os lados, tinha também algumas estátuas de deuses romanos.

Senti meu celular vibrar no bolso da calça que eu vestia, atendi assim que vi no visor que se tratava de Dean.

**

– Spencer acabou de ligar, Seth esta aqui no museu.

– Não me diga! - Respondi irritada - No momento estou fugindo dele.

– Droga, Selena! Onde você esta?

– Isso não importa, pega a estaca que esta no segundo piso e me encontra no térreo, vou tentar levar ele até la.

**

Senti alguma coisa forçar a porta, possivelmente era Seth, corri até o outro lado da sala e peguei uma das espadas que estavam presas na parede.

Assim que a porta se rompeu uma mulher, que mais parecia uma modelo, entrou no local, seus olhos estavam dourados o que me fez lembrar que o deus podia mudar de forma e se transformar em qualquer coisa.

Ele - ou ela - se aproximou de mim com uma espada, um pouco maior que a minha, em mãos. Nunca havia lutado com espadas, e nem sabia se conseguiria desferir algum golpe que pudesse machucar aquela coisa.

A mulher partiu pra cima de mim e acertou de leve meu braço, fazendo com que um corte sangrasse ali. Desferi um golpe em seu ombro direito e logo um liquido dourado saiu da ferida. Aproveitei o momento, pulei por cima de algumas poltronas e derrubei a estátua do que eu julgava ser Marte, o deus da guerra, atravessei a porta da sala e corri pras escadas que levavam até o próximo andar.

O saguão do terceiro andar estava vazio, atravessei correndo sem nem olhar pro deus furioso que estava logo atrás de mim. Subi os degraus rapidamente, senti meu cabelo ser puxado e cai no chão de cara no mármore dos degraus. Seth me deu alguns socos e chutes e rapidamente eu já estava sangrando, tentei alcançar a espada que havia caído alguns degraus acima mas foi em vão.

Lembrei da faca que estava guardada na minha bota, com muito esforço e tentando me desviar dos golpes a alcancei e enfiei na altura do peito do deus. Subi o resto dos degraus correndo e percebi que Dean e Sam ainda não haviam chegado.

Eu estava sem armas úteis e com um deus completamente furioso atrás de mim, em breve estaria morta. Me encostei no batente que protegia as laterais do térreo, olhei pra baixo e percebi que não era tão alto assim.

E se eu pulasse? O máximo que poderia acontecer era quebrar algumas costelas ou ossos, era isso ou morrer.

Seth se aproximava lentamente e sem preocupação, sentei na grade de proteção e coloquei as pernas do outro lado. Sabe aquela vontade de pular que se sente quando se depara com algo muito alto? Pois é, eu não tenho. Escutei os passos do deus mais próximos, respirei fundo e me preparei pra pular.

– Ei, seu filho da puta! - Ouvi a voz de Dean ecoar pelo local. Me virei rapidamente e me pus de pé. Ele, Sam, Katherine, Spence e Damon estavam lá prontos pra acabar com a raça daquele desgraçado assassino.

– Vocês não podem me deter com esse pedaço de madeira inútil! - Falou Seth.

– Sera mesmo? - Katherine tomou a estaca das mãos de Dean e se aproximou rapidamente do deus, que recuou até se encostar nas mesmas grades em que eu estava antes - Fim da linha, imbecil.

Katherine desferiu um golpe com a estaca no lado direito do peito dele, um liquido dourado vazou de seus olhos e uma luz sútil se fez presente ao redor do deus. Ele caiu no chão e se desfez em pó.

Continua...


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Notas finais do capítulo

comentem xxx