Pov's Selena Mitchell

– Kath, tenho um caso pra gente. St. Louis, não fica muito longe daqui. – Comi mais um pedaço da minha torta – Podemos chegar em poucas horas.

– Caso sobre o quê? – Kath disse terminando de beber seu café.

– Mais de cinco pessoas mortas em menos de duas semanas, as vítimas foram estraçalhadas. – Falei mostrando o jornal pra ela.

– Acha que pode ser Lobisomem?

– Pode ser, mas aqui não diz nada sobre os mortos estarem, ou não, com seus corações. – Terminei de comer minha torta, deixei duas notas de dez em cima do balcão e Katherine e eu seguimos para St. Louis no meu Camaro 69.

Quando chegamos à cidade o meio dia já havia passado, então compramos alguns hambúrgers e refrigerantes e resolvemos comer no nosso quarto de hotel.

– Esse foi o melhor quarto que pegamos até hoje, parece um flat. – Katherine falou bebendo seu refrigerante.

– Parece mesmo. – Dei ombros, aquilo não me importava muito – Agora porque não vai colocar seu blazer pra ir investigar a cena do crime?

– Você não vai? – Perguntou colocando seu lanche na mesa.

– Não, vou ficar e pesquisar o que pode ter matado aquelas pessoas. – Falei enquanto mexia no meu laptop. – Eu li um pouco mais sobre a reportagem e aqui diz que não houve roubo de nenhum órgão, ou seja, não foram lobisomens.

Katherine assentiu e voltou para o quarto, colocou seu blazer e eu lhe entreguei um distintivo falso.

– Ok, não vou demorar, me dá a chave do carro. – Disse após guardar o distintivo dentro do bolso.

– Ta aqui, mas se tiver um arranhão, você é uma caçadora morta. – Entreguei a chave pra ela, que assentiu com empolgação em dirigir o carro.

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– Voltei! – Ouvi Katherine gritar ao abrir a porta, ela resmungou mais alguma coisa, mas não pude entender do quarto em que estava.

– Eu to aqui no quarto. – Vesti minha jaqueta, tinha acabado de sair do banho – Descobriu alguma coisa?

– Encontrei dois caçadores trabalhando no caso também, eles podem ajudar a gente. – Disse entrando no quarto – Estão lá na sala.

– Eles concordaram em nos ajudar? – Perguntei um pouco confusa arrumando a arma no cós da minha calça.

– Sim, vamos, eles estão esperando. – Seguimos em direção a sala.

– Isso é ótimo, é sempre bom ter caçadores dispostos a aju... – Parei na entrada da sala ao ver aquele homem sentado no sofá – Você?

– Mitchell? – Levantou-se do sofá e eu fui até ele.

– Winchester, – Falei – O que você ta fazendo aqui?

– Fazendo o que caçadores fazem. – Respondeu chegando mais perto de mim. Meus olhos estavam fixos nos dele.

– Esta me seguindo? – Perguntei desviando o olhar pra Damon, que estava sentado na poltrona.

– Não ia perder meu tempo seguindo alguém como você, Sel – Desviei meu olhar para o dele de novo.

– Ótimo, então vá embora, nós já estamos com esse caso.

– Acha mesmo que vou deixar um caso em suas mãos? Nós ficamos e vocês vão. – Arqueei a sobrancelha um pouco surpresa com sua resposta.

– Não vamos embora, não abandonamos nossos casos. – Falei me referindo a Katherine e eu.

– Então porque não trabalhamos juntos? – Damon se pronunciou. Olhei pra ele como se fosse a coisa mais absurda do mundo.

– Se a princesinha aceitar, não vejo problemas. – Dean respondeu baixando seu olhar sobre mim.

– Katherine, vamos trabalhar com esses bons rapazes nesse caso. – Disse olhando rapidamente pra ela.

– Espera, vocês se conhecem? – Kath se pôs ao meu lado assim que me afastei do Winchester.

– São velhos amigos. – Respondi.

– Velhos amigos? Porque não me disse que tinha amigos tão bonitos? – Ela falou em tom de indignação.

– Katherine! – Disse assim que ela terminou a frase, ela ia falar mais alguma coisa mais a interrompi com um ‘‘cala a boca’’.

– Bom, – Damon se levantou e seguiu até a mesinha onde se encontrava seu notebook – estávamos analisando o caso e concluímos que isso cheira a contratos.

– Contratos? Quer dizer, pactos? – Kath perguntou um pouco confusa.

– É, acho que estamos lidando com Cães do Inferno. – Damon terminou sua bela conclusão do caso.

– Maravilha, então só precisamos descobrir qual será a próxima vítima. – Falei me sentando ao lado de Damon e puxando seu notebook. Katherine também se sentou mais ela segurava seu laptop.

– Gente, – Kath chamou nossa atenção – acho que encontrei. – Virou a tela do seu laptop pra todos nós que nos encontrávamos sentados em volta da mesa.

– Homem, que antes era secretário, vira diretor de empresa em 24 horas. – Dean, falou lendo a reportagem que condizia ao ano de 2004 no laptop – Parece um pacto pra mim. – Concluiu.

– Existem controvérsias, homem casa-se com mulher de mais de 20 anos de diferença de idade, e ela morre uma semana depois deixando o marido milionário. – Sorri vitoriosa pra Dean, já que eu também tinha um possível pacto.

– Ok, quais os cães do inferno vão atacar primeiro? – Damon se pronunciou parecendo um pouco conturbado com toda essa ‘bagunça’.

– Não tem como saber, e isso vai ser daqui a pouco. – Fechei o notebook olhando o relógio que apontava pras 23hrs, e pactos sempre são cobrados á meia-noite.

– Precisamos nos separar. – Dean falou.

– Tudo bem, Dean e eu vamos até o primeiro suspeito e vocês dois ficam com o segundo. – Katherine disse colocando o seu casaco.

– Nada disso, eu vou com Dean, não quero ver ele te passando cantadas imbecis e olhando pras suas pernas. – Olhei pra Dean que rolou os olhos e Katherine soltou uma gargalhada que com certeza dava pra se ouvir do andar de baixo.

– Eu não faço esse tipo de coisa. – Dean falou se dirigindo a Kath.

– Faz sim, e Damon também, mas pelo menos as cantadas dele são melhores. – Justifiquei.

– Já me convenceu, Sel. – Disse ainda com humor na fala.

– Ótimo, estão com o Impala? – Perguntei.

– Sempre. – Damon respondeu.

– Kath, ta aqui chave do meu carro, e vê se cuida dele. – Entreguei a chave pra ela.

Dean e eu descemos até o estacionamento e eu pude ver aquela belezinha de carro parado.

– Me dá a chave, Dean. – Falei acompanhando Dean.

– O que? – Disse parando na minha frente.

– A chave. – Olhei pra chave que ele segurava em mãos – Me dá, eu vou dirigir. – Dean soltou uma risada falsa.

– Mas não vai mesmo, meu amor. – Continuou andando, agora, um pouco mais rápido.

– Dean! – Chamei fazendo uma voz de choro, mas ele nem se quer parou de andar. Corri até ele e me pus na sua frente – Me deixa dirigir o seu carro pelo menos uma vez.

– Não! Nem o Sammy dirige meu carro.

– Mas eu não sou seu irmão, eu sou a Selena. – Tentei convencê-lo.

– Pior ainda, você é insuportável. – Dean passou por mim e entrou no carro.

– Como ousa dizer isso de mim?

– Entra logo no carro, pessoas estão morrendo. – Falou ignorando totalmente minha pergunta. Entrei no carro e bati a porta mais forte do que deveria recebendo olhares furiosos de Dean.

Pov’s Katherine

– Vira pra direita. – Damon falava enquanto checava suas mensagens pelo celular – E agora pra esquerda. – Tínhamos acabado de sair do hotel, e eu estava tomando a máximo de cuidado pra não arranhar o carro de Sel.

– Damon, posso te dizer uma coisa? – Falei olhando pra ele rápido e logo voltando a olhar a estrada.

– Pode Kath, acontece... – Ele ia dizer alguma coisa, mais o interrompi.

– VAI PRO INFERNO. – Gritei no carro, não aguentava mais ele me dizendo pra que lado dirigir – EU SEI ONDE A DROGA DA CASA FICA!

Damon não falou mais nada o resto do percurso inteiro, achei melhor mesmo.

Chegamos na casa do tal cara que se chamava Joshua Williams, segundo o que Damon tinha me dito, pegamos algumas armas e eu peguei um pozinho de ‘voodoo’ que Selena tinha conseguido com um caçador, ele servia para espantar os cães infernais.

Batemos na porta da casa do cara, que assim que nos viu fechou a porta novamente, o que eu não entendi muito bem, talvez ele estivesse tendo as alucinações provocadas pela presença dos cães.

– Senhor Joshua, nós estamos aqui pra ajudar, podemos salvar sua vida. – Falava enquanto Damon batia na porta repetidas vezes.

– Vocês não podem me ajudar! Ninguém pode! – Ele gritou do outro lado da porta.

– Por favor, confie na gente, sabemos o que estamos falando, você provavelmente fez um pacto há alguns anos atrás, não foi? – Damon cessou as batidas e tentou convencer o homem a acreditar na gente. Lentamente a porta foi aberta e ele nos deixou entrar.

– Como vão me ajudar? – Perguntou um pouco confuso.

– Você vai ficar dentro desse circulo aqui. – Expliquei enquanto desenhava um circulo ao seu redor – E ele te manterá seguro, enquanto meu colega e eu acabamos com aquelas coisas. - Joshua apenas assentiu.

– Como você quer fazer isso? – Damon falou me puxando pro outro lado da sala.

– Não conseguimos vê-los, não tem como matar a menos que ele – Apontei com a cabeça pro homem que estava no meio da sala – nos ajude.

Damon entendeu o recado e foi até Joshua, enquanto eu arrumava armas com sal e também peguei minha faca especial, havia roubado de um demônio a tempos atrás, ela servia pra matar quase tudo.

Ouvimos barulhos vindos da cozinha, corredor e também da porta de entrada, como se alguma coisa estivesse arranhando, provavelmente um cão.

Damon e eu seguramos nossas armas e nos colocamos ao redor de Joshua. Os barulhos ficaram mais altos e então Josh começou a gritar e apontou o dedo pra onde o cão estava, sem pensar corri até lá e enfiei minha faca no pescoço do animal.

Josh avisou sobre onde os outros dois estavam e Damon cuidou deles, o cara podia ser um idiota, mais com certeza era um ótimo caçador.

– Leve isso sempre com você, vai te proteger desses bichinhos. – Disse entregando um saquinho com o tal voodoo pro homem que apenas assentiu.

Damon e eu voltamos pro hotel, torcendo pra que Sel e Dean estivessem lá, já que o telefone deles só dava ocupado. Tirei a chave do quarto do meu bolso e quando abri a porta já pude ouvir um ''Sabe o que eu acho? Que você deveria calar essa boca'' vindo da Sel. Ela e Dean estavam brigando, novamente.

Continua...