A Beautiful Love escrita por Mary Jane


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas aqui está!



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Senti minha cabeça latejar com a dor imensa que tinha se espalhado por todo meu corpo. Ouvi as batidas do meu coração acelerarem quando não consegui abrir os olhos. Tentei respirar fundo, mas isso só me fez ficar desesperada com a falta de ar. Respirei fundo novamente, e consegui abrir os olhos, e junto com a escuridão, todas minhas dores sumiram.

Estava tudo muito claro, de forma que demorei algum tempo até acostumar-me com a claridade absurda do ambiente. Prendi o ar que eu tanto queria encontrar ao notar que eu estava no Acampamento Meio-Sangue novamente.

Mas eu não estava realmente lá. Era como se fosse... Como eles chamam aquilo mesmo? Uma mensagem de Íris!

Era como se fosse um espelho, mas ao invés de ver meu reflexo, eu enxergava o acampamento. Vi meus amigos na enfermaria.

Percy estava sentado na beirada de uma cama, e Nico andava pra lá e pra cá, passando as mãos nos cabelos. E então Annabeth entrou correndo no lugar, Thalia apareceu logo depois, acompanhada por Thaís e Leo. Todos eles tinham as expressões vazias.

– Ela reagiu? – perguntara Annabeth á Percy. Ele encarou-a.

Seus olhos estavam vazios. Havia olheiras profundas em sua face. Parecia não comer e dormir há dias.

– Não. – Sua voz era rouca, mas pareceu sair firme. – Ela não vai acordar mais, né?

– Faz uma semana. – concluiu Annabeth – Ela perdeu muito sangue, Percy... Não há mais nada que possamos fazer.

Percy levantou-se, passando as mãos no rosto, como se estivesse prestes a chorar.

– Não pode ser.

Então eu vi. Aqueles cachos curtos e negros que eu tanto tinha dificuldade em arrumar todas as manhãs, aquele rosto quase pálido, agora dez vezes mais pálido do que costumava ser, as bochechas que sempre tinham uma cor rosada, completamente sem vida. Um curativo enorme na região da cintura. Os olhos fechados com tanta suavidade, que parecia que nunca mais iriam se abrir. E então, o tórax, que se movia lentamente, pareceu parar como se soubesse que não tinha mais motivos para continuar seu esforço.

Ela era eu. E eu havia morrido.

~*~

– Alice, acorda. - disse minha tia, na porta do meu quarto - Eu não quero que você se atrase. As aulas começam as 07h00min.

Então eu acordei.

Levantei-me em um pulo, puxando as cobertas para mais perto de mim, como se isso fosse me proteger daquele sonho estranho.

Quem eram aquelas pessoas que me rodeavam? Por que eu estava ferida, ou... Morrendo?

Levantei-me apressada ao ver no relógio que eu chegaria atrasada se enrolasse mais ainda na cama.

Demorei alguns minutos no banho, mas assim que minha tia me chamara para tomar café, eu já estava vestida.

~*~

Tia Sophia parou o carro em frente é escola. Assim que virei-me para me despedir, encontrei uma expressão triste no rosto dela. Sorri fraco e me apoiei no carro, olhando para minha tia.

– Não se preocupe, tia. – falei, tentando parecer firme. – Eu ficarei bem.

Ela sorri triste, balançando a cabeça.

– É melhor você ir, já vai bater o sinal.

Assenti com a cabeça e sai de perto do carro, indo em direção ao colégio. Assim que entrei, havia um extenso corredor. Olhei para o papelzinho em minha mão, que indicava os horários das minhas aulas. A sala que eu deveria estar agora é a 124.

Comecei a caminhar, olhando para cada porta com atenção, mas nenhum sinal da minha sala. Já estava no final do corredor, quando uma porta se abriu e bateu no meu nariz com uma força que pensei que havia quebrado meu nariz. Cai ao chão com um barulho abafado que ecoou pelo corredor.

Um garoto olhou pra mim, com um sorriso esnobe nos lábios. Ele me puxou pra cima com certa violência. Tirei meu braço do seu aperto, colocando a mão sobre meu nariz pra ver se ele continuava do mesmo jeito. Conclui que sim.

– Uma novata. – resmungou ele, olhando para meu papel. – A sala 124 é essa aqui, agora vê se me dá licença, garota.

Ele me empurrou para o lado enquanto saia com um jeito “badboy”, deixando a mochila sobre um ombro só, balançando pra lá e pra cá enquanto caminhava para – acho eu – diretoria.

Ainda com a mão no nariz, ajeito minha mochila sobre o ombro, entrando na sala.

Sento em uma carteira no fundo, jogando a mochila ao lado dos meus pés. Percebi que a aula seria de biologia. Eu não entendia muito bem essa matéria, então peguei uma caneta e o caderno e comecei a rabiscar qualquer coisa, apenas para afastar o tédio.

Por um instante, pensei ter visto um garoto de cabelos negros e olhos verde-mar entrar pela porta, sorrindo para mim, com sua mochila azul-escuro escorregando de sua mão.

Mas ao olhar novamente, percebi que era apenas uma ilusão de ótica. Nem foi confusão. Não havia nem um vestígio sequer de que algum ser vivo passou por ali nesses últimos três segundos.

– Você está ficando maluca, Alice. – murmurei para mim mesma, mordendo o lábio inferior.

Não é como se os caras lindos dos meus sonhos fossem aparecer no meu novo colégio logo no meu primeiro dia de aula, me levando para um novo mundo e, talvez, minha suposta morte.

Engoli em seco ao lembrar o meu corpo imóvel em volta de tantas pessoas desconhecidas. Que também pareciam preocupadas com o fato de eu acordar e abraça-los, dizendo que tudo estava bem que eu estava ali, viva para eles me aturarem o resto da vida.

– Está sendo babaca também, Moore. – sussurrei novamente apenas para minha consciência. – Você nunca teve amigos assim. Seus amigos não existem. Você não existe, ou se existe, é invisível ao olhar de qualquer um.

Respirei fundo, olhando para o desenho que eu havia feito alguns minutos atrás. Abafei uma exclamação ao perceber o que eu havia desenhado. Eu estava ficando completamente maluca!

O par de olhos negros que eu tanto havia sonhado estava ali, parecendo real até demais para um desenho de papel.


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Notas finais do capítulo

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