Era uma vez no Oeste escrita por nina


Capítulo 10
Novo acordo


Notas iniciais do capítulo

Oi geeente
Estou muito feliz pelos comentários do capítulo anterior...e também pela quantidade de leitoras novas, sejam muito bem vindas e não sejam tímidas para comentar mesmo com a história em andamento =)
eu também queria agradecer e dedicar esse cap à DUDA CLIMB que recomendou a fic!!! Duda muitíssimo obrigada, isso é muito importante para mim e eu ameeeei =) Esse cap é todinho seu, aprecie com moderação!!
E amanhã teremos o post duplo...agradeçam a Duda hahaha
É isso, eu espero que vocês gostem e boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/471287/chapter/10

Capítulo 10 – Novo acordo

Se eu pudesse evitar todo mundo na manhã seguinte eu teria feito exatamente isso. Na verdade, eu fiquei no quarto que eu dividia com a Tasha até muito tarde, mas minha fome era algo com que eu não podia brigar. Então pegando o pouco de dignidade que me restava eu desci.

Eu me lembrei do que aconteceu ontem à noite. Antes que eu pegasse no sono eu ouvi o som da porta se abrindo e um homem alto olhando através da fresta da porta, eu poderia dizer que era Tiro Certeiro sem ao menos vê-lo. Eu fingia que estava dormindo. Ele ficou ali por um tempo e com um suspiro voltou a encostar a porta novamente. Eu me remoía para saber o que ele queria, mas o formigamento no meu estômago ao lembrar que ele quase me beijou me impedia de confronta-lo naquele momento.

A casa estava silenciosa quando eu desci pela escada de madeira, provavelmente porque já estava tarde e a maioria já tinha saído.

– Ai está você Rose, eu já estava subindo para ver se você estava doente. – Tasha disse.

– Eu estou bem.

– Você deve estar com fome, venha. – ela me levou para a cozinha e começou a preparar um pão com queijo. – Minha mãe saiu cedo para ir ao mercado, com tantas bocas para alimentar as coisas estavam acabando.

Ela me ofereceu um pão e um copo de chá gelado e se sentou na minha frente na pequena mesa da cozinha. Eu nunca negaria que Tasha era uma pessoa legal e atenciosa. O seu problema era sua paixão pelo cowboy arrogante.

– E os outros? – perguntei entre uma mordida e outra.

– A maioria saiu para aproveitar o último dia na cidade. Enoma saiu cedo com seu cavalo, eu não sei onde ele pode ter ido. Mas ele estava perturbado com algo e parecia que não dormiu bem durante a noite, eu sei disso porque o conheço bem. Mas me perguntou o que aconteceu. – ela me olhava desconfiada.

– Eu não faço ideia. – dei de ombros. Não poderia ser por causa do que aconteceu entre nós. Eu era apenas vítima e ele tinha conseguido o que queria.

– Eu me preocupo com ele. Ele fica tão sozinho nessas viagens. – ela também o conhecia, eu não podia negar. Anos de amizade, ou seja lá o que eles tenham, tinha que contar com alguma coisa.

– Bom dia. – Sr. Nagy entrou naquele momento, acompanhado do Mason.

– Bom dia senhoritas. – Mason tinha um sorriso simpático.

Eu e Tasha os cumprimentamos.

– Vocês não vão comer? – perguntei quando vi que eles estavam ali para encher as garrafas com água.

– Já comemos, você é quem está atrasada querida. Você dormiu bem? – Sr. Nagy parecia preocupado.

– Sim. – eu menti. – Qual são os planos para hoje?

– Vamos sair para caçar algumas lebres, mas não acho que Kaluanã ficaria feliz se a levássemos. – Mason disse me olhando com pena. Eu percebi então que os dois homens tinham espingardas penduradas nos ombros.

– Podemos passar o dia juntas Rose. – Tasha sorriu empolgada. – Algumas amigas vão me ajudar com alguns bordados, você poderia nos acompanhar. – isso definitivamente não era algo para mim.

– Está tudo bem Tasha, eu tinha planos para sair e cavalgar de qualquer maneira.

– Sozinha? – Sr. Nagy perguntou preocupado.

– Kaluanã não vai ficar contente. – Mason completou. Eles achavam que ele era meu dono ou algo parecido?

– Eu sou livre para andar por ai, Kaluanã não vai se importar.

Ninguém mais me questionou.

...

Eu me vesti com calça e botas e fui colocar a cela no meu cavalo.

O dia estava limpo de nuvens e fresco, era um bom dia para cavalgar, mesmo que sozinha.

Eu passei pela cidade e isso atraiu muita atenção dos moradores, não sei se por eu estar sozinha ou se pela pressa com que eu passava.

Eu encontrei uma pequena estrada apagada pela estepe seca e resolvi seguir. Passei por alguns homens, mas eles apenas me olhavam com curiosidade e seguiam em frente.

Apenas um parou para falar, mas ele queria direções, o que eu não sabia dar.

Já passava do meio dia quando o trilha parou em um pequeno rio que atravessa o deserto, era um rio de cascalhos com águas rasas e limpas. O sol estava forte e eu decidi me refrescar e dar algo para meu cavalo.

Eu tirei duas maçãs da bolsa na cela e as ofereci, ele as abocanhou feliz e, em seguida trotou até a margem para beber água. Eu me sentei em uma pedra enquanto bebia minha própria água da garrafa que eu trazia.

Quando meu cavalo resolveu que queria comer o pouco capim que tinha ali eu o deixei dar uma volta e me recostei sobre a pedra, aproveitando a sombra da árvore retorcida.

Alguns minutos se passaram enquanto eu ainda bolava um plano para continuar minha jornada para Santa Helena, quando eu ouvi um relincho de cavalo e o barulho de cascos. Eu me levantei e avistei um bando de homens se aproximando da outra margem do rio. Eles pareciam familiares e quando um homem alto e magro, trajando um terno bem passado e uma bandana vermelha avançou no meio dos demais, eu percebi de quem se tratavam. Era o bando do Nathan.

Eu me vi em um impasse. Devo me esconder ou me preparar para segui-los? No fim eu tive que optar pela primeira opção quando um corpo grande apareceu do nada e me jogou no chão. Eu nem precisei olhar, eu sabia que era ele. Por que ele insistia em me seguir assim?

– O que você está fazendo? – sussurrei com raiva. Estávamos abaixados atrás da pedra, a vegetação arbustiva e amarelada nos escondia ainda mais. Eu também tinha certeza de que tinha um cotovelo ralado.

– Salvando você. Parece que você é um imã para problemas senhorita Mazur. – Tiro Certeiro parecia o mesmo de sempre. E ele estava em cima de mim, nossos narizes quase se tocando.

– Como você chegou aqui? – continuei sussurrando. – Você estava me seguindo? – ele me deu um olhar dizendo que eu estava sendo absurda.

– Eu estava andando por aqui e parei para pegar água quando vi você se aproximando. Eu estava vindo até aqui para te repreender por sair sozinha, mas então eu vi o grupo chegando e percebi que você estava muito exposta. – então ele puxou meu braço e examinou meu cotovelo ralado e vermelho. – Me desculpe por isso.

– Tanto faz. – dei de ombros.

Um silêncio constrangedor caiu enquanto esperávamos, e essa posição não ajudava. Eu achava desnecessária, mas ao mesmo tempo não tinha coragem para manda-lo sair.

O som de cavalos foi ouvido de novo, e os cascos batendo no chão foram ficando cada vez mais distantes. Tiro Certeiro espiou e quando viu que era seguro se levantou, me ajudando no processo.

– Agora me explica o que você está fazendo aqui sozinha. – Ele se virou para mim. Eu olhei ao redor antes de responder e vi que seu cavalo estava ao lado do meu, à distancia, aproveitando a vegetação escassa.

– Eu queria sair um pouco.

– Você não mede as consequências Rose? Eu disse que ia protegê-la, mas para isso você precisa fazer o que eu digo.

– Não venha me dar um sermão quando você mesmo faz coisas muito piores com as pessoas e principalmente não me diga o que fazer. – ele sabia do que eu estava falando, pois seus olhos se tornaram tristes.

– Eu acho que eu lhe devo um pedido de desculpas. – ele disse buscando meu olhar. – sobre ontem à noite. – eu fiquei quieta, me perguntando se esse era mais um dos seus tantos truques.

– Eu não queria trata-la daquela forma, você é diferente das outras Rose e...

– Não precisa chegar aos elogios, isso não vai funcionar duas vezes. E quanto ao pedido de desculpas, isso é desnecessário, a culpa é minha por cair nas suas armadilhas. – ele hesitou, mas então o sorriso convencido e arrogante voltou.

– Eu acho que devo desculpas sim, por deixa-la tão frustrada e decepcionada. – eu arregalei os olhos. Filho da mãe.

– Por que você é tão... tão... - eu não palavras para descrever minha raiva, então soltei um gemido enfurecido. Ele riu.

– Por que sou tão... - então ele imitou meu gemido o que me fez estreitar os olhos para ele. – Creio que nasci assim senhorita Mazur. – ele continuou sorrindo o que só me irritou ainda mais. Eu não queria admitir que ele tivesse razão em tudo o que ele falou.

– E não me deixe esquecer de que foi você quem quase me beijo ontem. – ele continuou.

– Você caiu do cavalo e bateu a cabeça com força?

– Eu me lembro de que você fechou os olhos e veio se aproximando de mim, um simples cowboy inocente.

– Você é um hipócrita Tiro Certeiro. – eu gritei. – Eu nunca ia tentar te beijar, nunca. – repeti para enfatizar.

Então virei às costas para buscar meu cavalo quando ele gritou de volta.

– Meu nome é Dimitri. – eu parei onde estava e virei para encara-lo. Eu ouvi certo?

– O que?

– Dimitri é o meu verdadeiro nome. Dimitri Belikov. – ele realmente estava me dizendo seu nome? O nome que ninguém mais sabia? Eu balancei a cabeça em confusão.

– Por que está me dizendo isso?

– Eu queria que você soubesse. – ele parecia confuso com ele mesmo e deu de ombros.

Eu relaxei um pouco e deixei minha raiva extravasar. Por que ele me diria seu nome? Eu, de todas as pessoas? Eu o conhecia há apenas uma semana. Eu mordi o lábio, incerta.

– Obrigada Dimitri. – eu não sabia o que dizer. – Por confiar sua identidade comigo.

Ele parecia sem jeito e coçava a parte de trás da cabeça.

– É, eu queria que você, bem... – ele se enrolou.

– Mas deixe-me dizer, você é corajoso por confiar em mim Dimitri. – eu voltei a me aproximar dele, eu gostava de como o som do seu nome vibrava na minha língua, era um nome estrangeiro, mas eu não poderia dizer sua origem. – Eu não gosto de você e poderia sair espalhando seu segredo por ai. – eu sorri.

– Então acho que teremos que fazer um novo acordo. – ele disse com seu sorriso torto.

– Eu estou em posição para receber algo em troca dessa vez.

– Eu levo você até Santa Helena e você não conta meu segredo para ninguém. – ele disse divertido. Mas isso me surpreendeu.

– Por que você mudou ideia? – perguntei curiosa.

– Isso eu vou deixar para os seus pensamentos. – ele piscou. – Agora vamos, Moira está preparando uma pequena festa de despedida.

Eu ainda me sentia estranha com meus pensamentos, mas acenei e voltamos para os cavalos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?? Agora ela sabe o nome dele..hmmm quem ai tem certeza de que o Dimitri se enrolou pq sente algo a mais pela Rose ?? o/ hahaha
Comentem! favoritem! recomendem
Beijos e até o próximo cap que se chamará...ações precipitadas hmm



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Era uma vez no Oeste" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.