Disturbia escrita por Flávia Rolim, Ana


Capítulo 15
XV - Um de Nós, Dois Deles


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoas!
Eu, primeiramente, quero me desculpar por todo esse tempo sem postar. Estive com vários problemas ao longo desse ano (trabalho, faculdade, separação dos pais, doença da amiga e escrever o meu livro) e não consegui ter cabeça para atualizar fanfic nenhuma. Sinto muito por ter demorado quase 1 ano. Peço que me entendam, por favor.
Não prometo ter a frequência que eu tinha quando comecei, mas vou tentar seguir com a história e finalizá-la. Não vou deixar vocês na mão.. prometo!

MEILING BRIEFS: Não sabe como a sua recomendação me incentivou a escrever esse novo capítulo, menina. Chorei um monte de alegria, me senti culpada e finalmente sentei para escrever. Por isso dedico esse capítulo a você. Muito obrigada.

A todos que comentaram e estão acompanhando, meus mais sinceros agradecimentos. Obrigada por tudo!!

Enfim, divirtam-se!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/471254/chapter/15

Bobby andava de um lado a outro da sala com um livro grosso nas mãos.

Dean estava sentado em uma das poltronas e observava Sarah e Sam conversando e gargalhando. Tinha um copo com Whisky nas mãos e virou o conteúdo de uma vez. Só percebeu que sua versão feminina sentou ao seu lado quando lhe encheu o copo outra vez.

— Isso é um saco, não é? — perguntou.

— Bobby vai achar um alguma coisa. Tudo vai voltar ao normal em pouco tempo.

— Não estou falando de estarem presos aqui. Estou me referindo a Sam e a Sarah.

— O que tem eles? — o loiro olhou para ela de soslaio e bebeu um gole da bebida transparente em seu copo. Fez uma careta no segundo seguinte. Era muito mais forte.

— Não finja que não sabe. — ela também bebeu e igualmente fez uma careta. — Está falando consigo mesmo, amigo. A única diferença é que eu tenho peitos. — Virou a cabeça para outro canto da sala e lá estava Scott e Samantha. — Eu sinto a mesma coisa.

— Não podemos, Deanna.

— Eu sei que não. — respondeu. — porque acha que estou bebendo isso?

— Vou tomar um banho e dormir um pouco. Estou começando a ficar com dor de cabeça. — O loiro novamente esvaziou o copo e o colocou na mesa de centro, bem em frente ao sofá em que estava sentado. — Obrigada pela bebida.

— Disponha. — respondeu a jovem e encheu o copo outra vez.

Dean não se despediu de ninguém, apenas seguiu para o seu quarto. Tirou a roupa e seguiu para o banheiro. Deixou que a água morna escorregasse por seus cabelos e passasse por todo o corpo. Precisava relaxar e, naquele momento, só tinha aquilo. Pensou em pegar o impala e ir até um bar, beber tanto quanto podia e de quebra conseguir uma ou duas companhias para a noite, mas desistiu. Já não parecia mais tão correto depois que ele pensou em Sarah.

Estava tão perdido em pensamentos que só percebeu a loira, na sua frente, quando ela abriu o box e entrou junto com ele. Dean limitou-se a observar a mulher: os seios largos e fartos, a cintura tão fina que parecia poder quebrar a qualquer toque mais intenso, os quadris largos e as coxas grossas. Uma mulher perfeita.

Ela o agarrou e o colocou contra a parede azulejada. Beijava-lhe a boca com muito desejo e esfregava seu corpo ao do caçador. Dean adorou aquilo, mas estava confuso. Não era natural aquilo. A afastou.

— O que pensa que está fazendo? — perguntou ofegante. A água saia quente do chuveiro e o vapor tomava o lugar. Os corpos molhados eram tentadores e deslizavam com bastante facilidade.

— Se não podemos ter aqueles que queremos, temos que afogar a magoa além da bebida. Não concorda?

— É uma proposta e tanto, mas não é estranho para você?

— Não. — Deanna beijou o pescoço do homem que fechou os olhos apreciando os lábios macios correr por sua pele arrepiada. — Eu sou você e se vamos fazer isso, seria quase igual a uma brincadeira solo, não acha?

A jovem afastou-se bem a tempo de ver um bico se formar nos lábios do loiro e ele concordar com o pensamento dela.

— Então que seja uma brincadeira solo. — Dean segurou Deanna pela cintura e a ergueu no ar. Fechou o chuveiro e andou com ela até a cama. Não se importaram de estar completamente molhados, apenas queria uma cama macia que pudesse aguentá-los por uma ou duas horas.

...

— Acho que achei alguma coisa no diário do nosso ancestral. — falou Bobby aproximando-se dos quatros que ficaram na sala. — Aqui diz um feitiço que pode consertar tudo, mas precisa ser feito pelos dois bruxos da dimensão, ao mesmo tempo.

— Como farei esse feitiço se eu estou completamente sem poderes? — Sarah perguntou.

— Aqui também responde essa pergunta. — A mais velha dali entregou o livro para a jovem bruxa, que o dividiu com Scott.

— Okay, eu preciso passar metade do meu poder para a Sarah. — ele encarou a mulher. — Como?

— Eu conheço um feitiço. — a bruxa falou. — Nós conhecemos.

— O grimório, página 603. — Scott levantou correndo e pegou a mochila. Retirou o livro grande de lá e o trouxe a vista, já abrindo-o na página que falou. — Está aqui, transferência de poderes.

— Excelente, podemos voltar para o nosso mundo. — falou Sam. — Dean, pegue as coisas, nós... — olhou em volta. —... Alguém viu o Dean?

— Ele e Deanna estavam sentados agora há pouco no sofá. — respondeu Samantha e apontou para o copo de whisky que o loiro bebia.

— Será que foram dormir? — perguntou Scott.

— Indo ou não precisamos deles aqui embaixo. — a loira seguiu rapidamente para as escadas e de lá para o segundo andar. Foi direto ao quarto do loiro e abriu a porta sem bater. — Dean, encontramos um modo de... — Ela paralisou ao ver Deanna sentada no colo do homem, com as pernas ao redor da cintura dele e beijando-lhe a boca. Scott chegou no momento seguinte.

Os dois, que antes estavam envolvidos, se afastaram rapidamente e se cobriram com os lençóis. Scott e Sarah deixaram o quarto rapidamente e desceram as escadas. Cada um foi para um canto diferente do lugar: Sarah foi para o tronco que ficava próximo do lago e Scott seguiu para a arena de treino, sentando em uma das carcaças dos carros.

Foi impossível Dean e Deanna não os seguir e iniciar uma conversa constrangedora que parecia ter sido ensaiada pelo fato de serem idênticas.

— Está tudo bem com você? — perguntou o loiro sentando ao lado de Sarah no tronco.

— Porque não estaria?

— Não sei. Você pareceu bastante chateada. Eu meio que senti a obrigação de vim me desculpar.

— Não há razão para que eu me sinta chateada.

— É constrangedor para mim falar isso, mas foi como se eu tivesse transando comigo mesmo. Na verdade era...

— Dean, pare. — Sarah respirou profundamente. — Você não me deve nada. Nenhuma explicação ou pedido de desculpas. Nada. — Os olhos do loiro estavam focados nos da jovem. — Eu não sou sua mãe, sua irmã ou sua mulher. Não tem que se explicar para mim. — Levantou-se quando terminou de falar, mas foi pega pelo braço.

— Você não é idiota, Sarah.

— E nem você. — ela o encarou. — Não posso e sabe disso. Não me machuque desse jeito.

— O maior machucado dessa história toda sou eu. — o homem deu um passo na direção da jovem. — Amar uma pessoa e não poder tocá-la é a pior tortura que um ser humano pode passar.

— Eu sei exatamente o que você sente. — a loira puxou o braço e os olhos encheram-se de lágrimas. Deu as costas para Dean, mas ele a agarrou com força, a puxou para perto e tomou-lhe os lábios em completo desespero. Não se importava de ser empurrado por ela segundos depois ou ser novamente enfeitiçado, mas ele precisava daquilo.

Sarah agarrou-lhe os cabelos da nuca e o prendeu naquele beijo tanto quanto ela podia e queria. Já o havia sentido antes, quando ele a beijou na sala de seu tio, mas ali era completamente diferente. Ele sabia que no momento em que se separassem, tudo acabaria. Por isso não a largava para nada, não queria vê-la se tornar uma estranha. Não suportaria.

Mas então ela o afastou. O rosto repleto de lágrimas de dor.

Dor por não poder beijá-lo quando quisesse, por não poder tê-lo em seus braços, por viver um amor que era certo ser o mais completo fracasso. Desde o início.

Dean balançou a cabeça negativamente enquanto corria novamente para ela e a tomava outra vez em seus braços. Era urgente e aquele primeiro beijo não conseguiu aplacar o desejo que tinha dentro dele. Talvez nem o segundo também conseguisse, mas ele sabia que era o máximo que conseguiria. Tinha que aproveitar o mínimo segundo.

Novamente foi empurrado para trás.

— Eu imploro, por tudo o que mais ama, que não faça isso outra vez. — ela pediu com a respiração falha e o desespero em cada palavra. — Pelo amor de Deus, Dean, não.

— Sarah...

— Fica longe de mim. — ela deu a volta e correu para dentro da casa. Segundos depois Scott também estava ali. Sarah sabia que havia acontecido com ele também. — Eu sinto muito.

— Não podemos. — respondeu colocando os ingrediente em uma tigela de metal.

— É uma maldade sem tamanho. — a jovem soluçava a ponto de suas vistas embaraçarem. — O que fizemos para merecer isso?

— Fomos amaldiçoados. — respondeu finalmente tendo tudo misturado na vasilha. — O amor nos foi privado, Sarah. Quanto mais cedo aceitarmos, melhor lidaremos com isso.

— E se não for? E se isso foi um mal-entendido ou um medo bobo que colocaram na cabeça de uma dos nosso ancestrais e isso passou adiante como uma verdade?

— Penso nisso sempre, mas você quer arriscar? — ele a encarou, mas ela negou. — Nem eu.

— Como estamos? — Perguntou Bobby e Sarah enxugou os olhos rapidamente, mas era obvio que estava chorando. O olho vermelho entregava.

— Prontos. — respondeu Scott. Bobby chamou os outros, mesmo que os dois bruxos não conseguissem encarar Deanna ou Dean. Uniram-se um pouco mais afastados da equipe e fizeram o feitiço de transferência de poderes. A loira confirmou o sucesso do processo quando criou uma quantidade de fogo em seus dedos.

O próximo passo era deixar o grupo, que queria voltar para a dimensão, mais próximo da tigela com os materiais já misturados. O outro teria que ficar ao redor deles. Scott e Sarah, perfeitamente alinhados, começaram a repetir o mantra que estava no diário. Primeiramente em voz baixa até que atingiram o tom mais alto que conseguiram.

Uma luz forte invadiu o lugar. Dean, Sam e Sarah sentiram um solavanco forte e, quando conseguiram abrir os olhos, estavam outra vez no quarto de motel onde tudo havia começado.

...

Sarah saiu do banheiro enxugando os cabelos loiros com uma toalha limpa. Usava uma calça jeans preta e uma camisa branca com o símbolo do “AC/DC” na frente.

Reparou que estava sozinha com Dean, no quarto.

— Onde está o Sam? — perguntou desconfiada, enquanto olhava ao redor, reparando nas três camas. Dean estava sentado na cada da loira, a do meio.

— Pedi que fosse comprar alguma coisa para a gente comer. — explicou quase como em um sussurro. — Queria ficar a sós com você.

— Porque?

— Precisamos conversar sem que o Sam saiba. Falar sobre o que aconteceu.

— Achei que havíamos deixado bem claro que...

— Você tinha razão. — Dean a interrompeu e levantou-se da cama. — Preciso mesmo ficar longe de você. — sorriu sem vontade alguma. Era difícil fazer aquilo. — Eu juro que achei que daria conta, mas não dou.

— Do que você está falando?

— Estou indo embora. — respondeu e observou a expressão da jovem. Sarah buscava uma saída, não poderia deixa-lo partir. — Da estrada eu ligo para o Sam e explico tudo, mas por agora preciso ir.

— Dean você não está pensando direito, você só está confuso. — o loiro deu um passo na direção da jovem e ela deu dois atrás.

— Acho que eu quero isso? — perguntou. — Não posso nem mesmo me aproximar de você que se afasta. Tem medo que eu faça alguma coisa.

— Não é de você que eu tenho medo, Dean! — ela respondeu tentando, sem sucesso, prender um choro. — É de mim.

— De você?

— Eu sei que não vou conseguir se você tentar.

— Por isso mesmo que eu estou indo. Não vou conseguir ficar sem tentar. — O caçador demorou-se um pouco observando a jovem. Queria decorar cada detalhe dela, porque tinha a certeza que não a veria outra vez. Seguiu até sua bolsa verde e a colocou nas costas. — Adeus, Sarah!

— Adeus, Dean. — ela respondeu entre o choro. O homem pegou a arma, a chave do carro e deixou o lugar. A loira desabou sentada no chão, chorando inconsolável. Tendo a dor abafada pelos motores do impala que seguiu rápido pela rua e desapareceu na bifurcação da entrada do motel com a avenida principal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso amores! Mais tarde edito a história e coloco o banner do capítulo!
Beijão para todos e inté o próximo!

Flávia Rolim



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Disturbia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.