Entrei pra dentro de casa direto pra um banho e depois, um café da manhã bem caprichado. Lindsay parecia maluca de tanto falar no Michael. Minha mãe por sua vez, não estava acreditando no que Lindsay disse. Eu só ria de uma situação como aquela, brincando com ela. Ela ficava com mais raiva ainda quando eu dizia que ela estava maluca. Chegamos a nos bater, mas é claro que não foi nada sério. Até agora, nunca foi.

O manhã e a tarde passaram voando. Logo ja estava escurecendo e eu precisava começar me arrumar para o tal jantar de hoje a noite. Eram 18h. Comecei a olhar meu guarda roupa depois de outro banho. Enrrolada na toalha, e com o meu cabelo enrrolado numa toalha também, eu peguei um vestido preto, super colado. Era um dos únicos que tinha tão formais e ao mesmo tempo... Sexy. Sim, tenho que adimitir que aquilo não era o meu gosto. Mas, eu precisava ir arrumada.
O vestido é super colado, daquele que não se respira muito normalmente. Se você tiver uma gordurinha a mais, está ferrada. Ele é bem justo, deixa as curvas bem demonstrativas e o fecho é atrás, por quase todo o vestido. Não tem detalhes, é somente preto, com um contorno nos seios e a costura é mais forçada.

Pousei o vestido sobre a cama enquanto o ferro ia esquentando. Olhei pros meus sapatos abertos na sapateira e mordi o lábio inferior. Talvez poderia ousar um pouco. Peguei o sapado vermelho de salto alto, que combinaria com a bolsa vermelha de mão, e o laço de cabelo que daria um toque de menina. Assim que o ferro esquentou, passei o vestido rapidamente, pensando se iria assim ou não. Não, não, eu ia assim sim !

Passou-se alguns minutos e Lindsay gritou da sala, chamando meu nome.

– O que foi ? – Eu gritei também.

– Tem um cara te chamando aqui na porta !

Eu pensei. Se fosse Michael, ela não diria isso... Mas precisava ver quem era, mesmo se não fosse Michael... Infelizmente né !
Desci as escadas com a pequena bolsa vermelha, e o sapato nas mãos. Ja estava vestida e meu cabelo ainda estava molhado, com o laço vermelho.
O homem estava vestido como um motorista, e eu logo me liguei no que seria. Meu coração acelerou assim que pensei nisso.

– Olá senhorita Annie. Vim te buscar para a festa no clube. – O mordomo gentil disse com as mãos pra trás.

Eu suspirei baixamente, pensando que Michael não estaria aqui. Se ele veio me buscar, ele devia estar na festa já...

– Sim. – Me abaixei com cuidado, até onde o vestido deixava e coloquei os sapatos, escorando uma mão na parede. – Lindsay, diz pra minha mãe que eu fui num jantar e que não demoro. Pra ela não se preocupar. – Disse já de pé, me virando pra ela deitada no sofá.

– Que festa ? Onde ? – Ela se sentou, interessada novamente.

– Não é festa, é um jantar do trabalho. Eu não sei onde é, mas eu não demoro, já disse.

– Ai, ai. Muito chata ! – Ela bufou, se deitando novamente. – Ok.

Me virei, saindo de casa. O motorista me acompanhou, e abriu a porta pra mim no banco de trás.
Entrei e agradeci, observando o luxo do carro. Ele se sentou no banco e deu partida no carro.

– Qual o seu nome ? – Eu perguntei querendo me destrair.

Ele sorriu, parecia surpreso de eu ter perguntado isso á ele.

– Sabe que, você é a primeira que me pergunta isso em anos e anos de trabalho ? – Ele sorriu novamente.

– Ow, sério ? – Falei surpresa.

– Sim. Me chamo Jeorge. Você é Annie não é ?

– Sim... Como sabe ? – Observei novamente os prédios da grande Los Angeles. A noite estava bonita hoje. O céu estava estrelado...

– Me falaram pra dizer seu nome...

Eu voltei a olhar-lo completamente surpresa, com as sobrancelhas juntas.

– Quem falou pra fazer isso ? – Arregalei meus olhos.

– Não sei a origem, senhorita Annie... – Ele falou parecendo não falar quem o disse.

Decidi deixar o assunto de lado, e fiquei pensando no jantar enquanto observava as ruas através do vidro escuro. Percebi que, o tal clube ficava bem por aqui mesmo pois ele não estava se distanciando muito, e isso não me parecia bom. Talvez tivesse fotógrafos na entrada do clube, se fosse por aqui. Só não teria se não tivessem descobrido, o que é quase impossivel de acontecer.Jeorge ficou quieto, até o momento que avisou que nós tinhamos chegado. Isso não foi necessário, pois avistei uma multidão na frente do local, e seguranças também.

– Oh Deus, está cheio de fotógrafos ! – Ja estava aflita mesmo antes de sair do carro.

– Nunca dão paz... – Jeorge disse enquanto abria a porta do carro, pra ir abrir a minha.

Estávamos parados a frente da entrada do clube. Tinham curiosos pelos lados junto com os fotógrafos. Uma passagem estava formava até a entrada, por seguranças e barreiras improvisadas.
Senti meu estomago revirar me lembrando que teria que passar ali. Agora não dá tempo de recuar.
Jeorge abriu a porta, e seguranças prontamente vieram pro lado da porta. Os flashs já faziam meus olhos se incomodarem a essa altura.

Sai com cuidado do carro, olhando pros lados. Os flashs aumentaram assim como a minha surpresa. Por que eles estavam tão interessados na tecladista ?
Essa pergunta não saia da minha cabeça enquanto andei com uma certa dificuldade entre alguns seguranças. Estava incomodada com as fotos, mas não manifestei nenhum tipo de reação aparentemente. Só estava surpresa. E confusa.

Finalmente entrei pela porta do clube, soltando um suspiro de alívio. A recepção era mais luxuosa do que eu imaginava, detalhes em dourado e branco cercava a arquitetura, com estátuas e quadros lindos. Comecei a andar meia perdida, estava sozinha e não avistava ninguém até agora.
Uma coisa eu tinha certeza: O jantar seria super lotado já que, tinham muitas pessoas aqui. E todas elas bem arrumadas. Então, todos eram convidados.
Fui andando um pouco mais, sentindo alguns olhos em mim. Me perguntei mentalmente se isso era pelo incidende com Mike. Oh sim, é claro que é ! Você acha que estão te olhando por que gostaram do seu sapato, sua burra ?!

– É ela ? – Uma voz pouco familiar disse. Antes que pudesse me virar, alguém tapou meus olhos por trás de mim.

Eu podia ouvir risinhos baixos, e rapidamente reconheci quem era. Becky. Era impossivel não reconhecer essa risada.

– Becky ! – Coloquei minha mão nas mãos dela, tentando tirar-las de meus olhos com uma dificuldade pela bolsa de mão estar obviamente na minha mão.

Sorri assim que conseguir fazer isso, e me virei pra abraçar-la. Surpresa.
Janet estava ao lado de Becky, as duas estavam de vestido vermelho. Só que o vestido de Becky era bem mais curto.
Eu abri a boca levemente, vendo Janet Jackson a minha frente !

– Janet ! – Eu sorri super surpresa.

– É agora que você me esquece, não ? – Becky se redimiu, enquanto ria.

– Bem, acho que não preciso me apresentar – Janet sorriu, me abraçando em comprimento. Eu retribui o abraço. – E nem você !

– Como assim ? – Minhas sobrancelhas se juntaram.

– A essa altura, todo mundo já conhece a sequestradora de Michael, você não acha ? – Becky disse me zoando também.

Janet riu, concordando com a cabeça.

– Oh meu Deus. Sério ? – Eu disse mais surpresa ainda.

– Você não lê jornal não Annie ? Nem vê TV ? Nem sai na rua ?

– Tadinha dela Becky ! E é melhor nem sair, nem ver TV e nem ler jornal. Eles mentem muito. – Janet fanhou a voz.

– Concordo Janet... E Becky, pra sua informação senhorita exclamação, eu não sai na rua depois do... Incidente. – Olhei Janet, que parecia nornal. – E sim,não tenho noção dessas coisas. Nem quero ter !

– Pois saiba que você foi capa e manchete no mundo inteiro. Acho melhor ter seguranças agora ! – Janet brincou.

– Sim, eu concordo. Precisamos conversar sobre isso ! Você vai cair pra trás Annie ! – Becky me deu o rotineiro abraço de lado.

– Vocês estão me assustando ! – Eu disse numa brincadeira, com um pingo de verdade.

– Esse é o preço do show business ! – Becky disse, me carregando pra um canto que eu não conhecia.

– Esse é o preço do show business... – Janet repetiu, ficando ao nosso lado. Ela parecia ter dito isso desanimada.

Começamos a andar e é claro que Janet recebeu a sua atenção diferenciada. Todos pararicavam, falavam bem... Como ele aguentava isso ? Parecia tudo falso, ou desnecessário. E não é inveja minha, quando se é famoso tudo fica diferente. O tratamento não é igual, ja cansei de ver isso.
Logo, chegamos a uma entrada e pelo que pude ver, era um jardim.

– O jantar é num jardim ? –  Eu perguntei á elas.

– Sim. – Janet disse.

Assim que pude ver todo o jardim, quase cai pra trás. Ai de mim se não fosse Becky me segurando !
O jardim era incrívelmente lindo, muito decorado e enorme. Obviamente cercado por plantas e árvores bem cuidadas. Existiam bancos de tipos variados espalhados pela extenção. O lugar era iluminado fracamente, dando um ambiente maravilhosamente aconchegante. O lugar mais iluminado era onde ficava a mesa grande, debaixo de uma "oca", ao estilo do lugar. Pude observar lugares mais "reservados" mais lá pra trás. Tinha um chafaris bem distante dali, e uma pequena cachoeira no qual eu podia ver um pouco. Estava tocando uma musica clássica, bem baixinha.

– Que lugar lindo ! – Eu exclamei com um sorriso largo no rosto.

– Sabia que ia gostar. Michael acha esse lugar maravilhoso. – Janet disse me olhando sorrir.

Eu corei, e sorri por ela também.

O tempo passou um pouco, Janet saiu de perto de nós. Ja tinha passado uma hora e meia desde que cheguei e já me sentia bem com Janet por perto. Acabou que nos damos bem, ao ponto de parecermos amigas intimas.Agora, eu e Becky estavamos converçando com um copo de wisky na mão. Eu não sou de beber, mas essa maluquinha me fizera pegar uma coisa mais "forte".
Eu estava com vontade de perguntar onde estava Michael. Ele não foi me buscar e também não  estava aqui até agora.
Janet apareceu minutos depois do pensamento.

– Hey gente, acho que Michael não vem mais. – Janet disse, tirando o copo de wisky de minha mão, balançando a cabeça negativamente. Eu já não estava tão equilibrada depois do primeiro copo.

Meu coração gelou.

– Ah, fala sério ! – Becky disse decepcionada. Não mais que eu...

– Por que ? – Minha voz parecia chorosa. Isso fez as duas olharem pra mim com uma curiosidade de ver possivelmente meus olhos marejados.

– Houve um imprevisto, e ele acabou tendo outros compromissos... Por isso, o jantar vai ser servido sem ele.

– Oh... – Eu respirei.

– Vamos comer, depois vamos dar uma caminhada pelo jardim. – Janet me puxou por uma mão, e Becky por outra em direção a mesa.

O jantar parecia durar uma eternidade. Todos aqueles convidados ali a mesa, pareciam me comer viva. Pareciam esquecer que a comida, não era eu e sim a do prato a frente. Bella, Sann, e Daniel, assim como todos da banda estavam lá. Eu não cheguei a falar com nenhum, apenas sorria pra eles em comprimento. Na verdade, não deu tempo de falar, e nem coragem. Eu estava começando a ser intimidada pelos próprios comentários sobre o incidente. E eu sabia que Bella estava muito incomodada com isso já que, recebi muitos olhares extremamente frios dela.

Enfim, o jantar estava acabando assim que me retirei da mesa junto com Becky e Janet. Nos afastamos pouco da mesa, e logo vieram o pessoal da banda.

– Oi sequestradora ! – Sann e Daniel falaram e grupo, entre risadas.

– Ei, isso não é engraçado ! – Eu retruquei, fazendo todos rirem. Quer dizer, como sempre, menos Bella que olhava pra outro lado, emburrada.

– Tipo assim, aquilo foi radical garota ! – Daniel deu um tapinha no meu ombro.

– Oh se foi. – Exclamei.

A conversa não durou muito tempo, logo estávamos caminhando pelo jardim incrivelmente lindo, com um copo cheio de wisky na mão. Eu não sei por que, mas eu estava com vontade de beber essa noite.

– No pouco que percebi naquela conversa com a banda, eu notei que Bella tem uma fixação pela Janet. Pra mim, está na cara que é falso, mas parece que ela gosta de ser "amiga" de uma celebridade. – Eu retruquei sem pena. Essa bebida estava me deixando mais sincera.

– E você não se engana. Bella sempre quis ser a amiga forçada de Janet por causa do Michael, e pela fama e suas consequencias. – Becky disse, olhando pro chão gramado.

– Sim. Eu sei disso. Mas não ligo, ela é uma besta. Apenas deixo de lado. – Janet deu outro gole no seu suco de laranja. Ela olhou pra mim, parecendo preocupada enquanto eu dava uma golada grande no wisky.

– Bella gosta de Michael. – Trinquei meus dentes disfarçadamente enquanto apertava o copo também.

– Percebi uma afirmação ai ! – Janet riu.

– E é verdade. Ta na cara, todo mundo já sabe ! Também, oferecida do jeito que é... – Becky gargalhou brevemente junto.

– Queria ver Michael. – Disse sem nenhuma vergonha.

– O alcool tem lá suas vantagens ! – Becky brincou.

– Eu sempre sou sincera sua boba ! – Bati no braço de Becky, enquanto ríamos.

Chegamos a pequena cachoeira, onde só tinha nós nas redondezas. A musica ja tinha sumido pela distancia. O que permanecia era o barulho da água se chocando contra ela mesma. Pequenas pedras colocadas posicionadas davam um ar de arquiterura. Era rodeada de verde, perfeitamente linda. A sua frente, tinha um banco de pedra, com um forro de pano bege coberto por plástico duro e duas pequenas mesas ao dois lados.
Todas ficamos olhando a cachoreira por um tempo, prendidas a tanta beleza.

– Isso é lindo ! – Eu sorri, maravilhada enquanto bebia mais.

– Annie maneire na bebida. – Janet me repreendeu.

– Está tudo bem. – Eu tranquilizei mesmo sabendo que não estava acostumada á isso.

Ficamos em silencio enquanto bebiamos. Eu e Janet estávamos olhando a cachoeira, e Becky á nossa frente.
Becky olha pra algum lugar, não pra nós, prendida nessa coisa. Eu fiquei curiosa em ver o que ela estava olhando mas não me virei pra ver. Becky olhou pra Janet e a mesma olhou pra trás. No instante que eu ia olhar, Becky saiu do seu lugar.

– Já volto com mais bebida. – Ela tirou a minha anteção pegando o meu copo pela metade. Aquilo era estranho... Por que ela pegou o meu copo pra pegar mais bebida se ele estava praticamente cheio ?

Janet se pos a minha frente, me olhando.

– Então Annie... O que está achando do meu irmão ? Ele está sendo educado né ? – Ela sorriu, indiferente.

– Ele é muito engraçado ! Tenho uma ótima amizade com ele. – Sorri, me sentindo estranha.

Um murmuro veio de trás de mim. Semicerrei os olhos com as sobrancelhas juntas.

– É ela. – Parecia ter sido Becky quem disse isso. Mas eu não tinha certeza...

Quando estava me virando pra ver quem era, Janet pegou em meu braço cruzado, como estivesse me chamando o olhar. Assim eu fiz. Por mais desconfiada e curiosaque estivesse, eu olhei pra ela.

– Oi ?

– Quantos anos você tem mesmo ? Estou preocupada com você, bebendo desse jeito.

– Sou maior de idade Janet, não se preocupe. Tenho 18 anos.

– Oh sim, mas isso não justifica o excesso. Você me parece uma menina que não é acostumada em ficar bebendo assim.

– Na verdade não...– Suspirei, ela descobriu – Hoje é especial.

– Como assim ? – Ela sorriu – Especial...

– Sim... – Antes que terminasse, algo tapou meus olhos atrás de mim novamente.

Becky só podia estar brincando ! Qual era a surpresa agora ?!

– Becky ! O que foi agora ?! – Eu disse um pouco mais alto.

Dessa vez não esperaria. Alcancei a mão e a tirei do meu rosto, me virando automaticamente. Com o carinho que tinha com ela, fiz o que sempre fazia. Dar um abraço.
Mas dessa vez foi diferente.A risada não era dela. Com o susto, me virei bruscamente. Não estava tão perto assim e quando me virei, acabei tropeçando. Nesse meio tempo, meu coração pareceu tomar um choque. Não era Becky que estava alí. Era Michael.

Quando dei por mim, meus braços ja o envolviam. Os deles começavam a me abraçar. Mas, o impulso me fez chegar perto demais de seu corpo. Perto demais do seu rosto. Perto de mais da sua boca.
Por uma fração de segundos, minha boca já estava em seu lábio inferior, macio como nunca imaginei ser. Meu coração disparado pareceu parar por aquele segundo. Sim, eu estava praticamente beijando Michael. Nossos olhos estavam abertos, respiração ofegante. Podia sentir seu hálito. Isso era uma espécie de beijo, já que minha boca estava concentrada em seu lábio inferior. Minha boca estava encaixada á dele.
Logo, os gritos de Janet e Becky apareceram na minha mente atordoada.
Michael não se moveu, somente apertou suas mãos ainda mais em minha sintura, jamais me machucando.
Eu fechei meus olhos, sentindo meu corpo mole. Os olhos de Michael me intimidaram mais ainda, fazendo aparecer uma pequena vertigem em mim.
Michael me segurou mais firme, e então nossas bocas se separaram. Estava imóvel, pois havia sentido o lábio mais gostoso do mundo junto a minha boca. Não cheguei a beijar Mike, ou sentir sua lingua na minha boca como sempre quis. Mas sentir seu lábio era tão delicioso, que se não fosse a vertigem, eu tinha certeza que teria feito mais. E tenho certeza que esses minimos 5 segundos, se transformariam em horas.