Love Story escrita por AnnieJoseph


Capítulo 18
Sorrisos machucados, mudanças repentinas.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente ! obrigada por tudo, eu estou me sentindo imensamente feliz pelos reviews e as MP's. Nessa cap, eu me impolguei e escrevi demais, e rápido demais. Desculpem se achar algum erro, pois não deu tempo de corrigir. Peço desculpa também por não responder todos os reviews. Ultimamente só tenho tempo pra escrever, ler reviews e postar. A escola está tirando o time todo :D



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– Eu já estou melhor... De verdade, foi uma sorte tremenda me lembrar dessa bombinha. – Suspirei ainda segurando a mão de Mike contra a bombinha. Ele escorou sua cabeça no banco, relaxando o corpo.

Eu podia sentir seu corpo escorado ao meu lado. É tão surreal que, comecei a tremer novamente.

– Me parece que... Você está com frio... Está tremendo... – Ele sorriu brevemente, olhando a chuva lá fora. A mesma não parava de aumentar.

Eu entendi o que ele quis dizer.

– Não tire conclusões das minhas reações... Não é seguro, nem sempre parece o que é. – Eu susurrei com dificuldade através da bombinha. Olhava-o de canto de olho.

Seu semblante pareceu confuso. Me perguntei se tinha o assustado.

– Desculpe perguntar mas, se não é frio... É o que ? – Ele riu sonoramente – Eu sou muito curioso mesmo, espero não estar decepcionando a minha fã. – Ele brincou.

– Oh não. – Respondi rápido, contrangida. – Na verdade, as vezes eu nem sei decifrar minhas reações... – Falei a verdade, mesmo sabendo o por que de ter tremido na base agora.

Ele refletiu sobre isso por um tempo, com o rosto pensativo.

–... Nem eu sei as vezes. – Ele finalmente disse.

Achei melhor não continuar a conversa. Se ela partisse pra o lado da minha tremedeira novamente, não seria nada legal. O que acharia se eu falasse que eu estava tremendo por que estava sentindo o copo dele encostando no meu ? Isso é uma babaquisse de uma garota apaixonada, que tem que ser ignorada, ou não ser comentada pelo menos... O que eu não podia mesmo, era deixar de sentir isso por mais que eu achasse exagero demais !

Voltei a olhar-lo sem medo. Ele parecia pensativo mesmo. Olhei pro contorno do seu braço, estendido de lado conforme ele estava posicionado. Aquilo deveria estar cansando o seu braço. Observei também, que a calça preta estava quase enxarcada pela chuva que entrava através do vidro quebrado. Isso não era legal.

Decidi quebrar o silencio contrangedor.

– Michael, você vai se cansar assim. – Segurei sua mão que estava de baixo da minha, que segurava a bombinha contra meu rosto. Com uma mão, tirei a bombinha e com a outra, tirei a mão dele e a pousei sobre sua perna.

Ele me olhou, e por mais que aquilo fosse perfeitamente normal - olhar uma pessoa - pra mim, era a coisa mais linda e sexy do planeta. Tremi novamente, enquanto gemia baixo. Ele percebeu e pareceu mais confuso ainda.

– Não estava cansado... – Ele mentiu, de uma forma que brincasse comigo sabendo que ele estava mentindo.

– Uhum, sei. E eu estou melhor, consigo respirar. – Tirei a bombinha, olhando pra mesma. Era contrangedor encarar-lo durante 3 segundos.

Guardei a bombinha na bolsa que estava no chão do carro, a minha frente com um pouco de dificuldade devido ao sobretudo estar em cima de mim, me cobrindo. Eu não percebi se Michael tinha olhado pra mim nesse meio tempo.

– Que legal Annie... Seu cabelo é liso mesmo. – Ele gargalhou, me deixando sem palavras.

– Ah, é sim. Pensou que não era ? – Eu voltei a me escorar no banco, olhando-o.

– Ele é tão liso que parece não ser o natural dele... Mas eu não cheguei a pensar isso ! – Ele parou de rir, ficando só nos sorrisos.

Rodei o olhar, me sentindo totalmente presa a aquele sorriso. Cheguei a encarar sua calça. Mike seguiu meu olhar, curioso.

– Você está se molhando todo ! Saia dai, Michael ! – Falei um pouco mais alto, realmente preocupada.

– Isso não é nada... De qualquer jeito, não tem como ficarmos secos dentro de um carro quebrado. É melhor que ficar lá fora, não ? – Ele ironizou, me fazendo rir, mesmo preocupada.

– É sério... Você esqueceu que tem show pra fazer, não é ? Vai que pega um resfriado ? – Disse me sentindo uma mãe. Me chinguei mentalmente por isso.

Ele pareceu se lembrar.

– Ow, é mesmo. Perdi totalmente a noção nessa confusão... Obrigado por lembrar... – Ele pareceu ficar triste de uma hora pra outra.

Me arrependi de ter falado isso, e ter visto seu rosto triste. Não entendia o que ele estava sentindo nesse momento. Ele se levantou com cuidado, e foi pro banco da frente do carro. Sentou no banco do motorista e tentou ligar o carro. O mesmo não deu partida.

– Não quer ligar ? – Falei imaginando a aflição demonstrada dele de tentar ligar o carro.

– Nossa, acho que aconteceu alguma coisa Annie ! Não quer mesmo ligar !

Absorvi a idéia durante 3 segundos. Tempo "suficiente" pra mim "correr" entre tropeços pro banco passageiro da frente, tentando ligar o carro também. Michael tentava ligar e dar partida enquanto eu checava algumas coisas alí mesmo. Me aproximei do banco que ele estava, me inclinando de lado, com as pernas quase pro ar.

Novamente senti o corpo de Michael me tocando, e aquilo me fez estremecer novamente. Me desiquilibrei e cai com tudo pro lado, caindo praticamente em seu colo enquanto ria de constrangimento.
Mike ria também, com um braço debaixo do meu pescoço. Ele por fim sorriu, me ajudando a levantar. Eu parecia um gato querendo sair de uma poça d'água. Ele riu ainda mais olhando a garota maluca constrangida.

– Acho que vamos ter que ir a pé... – Ele falou com os olhos arregalados, como se estivesse brincando. Mas eu, sabia que isso ia ser verdade. Estremeci.

– Mike é sério... O carro não vai pegar ! Agora, nós vamos ter que ir a pé até a minha casa, pelo menos. Como ja é noite, agente espera até a madrugada quando não tiver ninguém na rua, e vamos andando. É arriscado, mas é melhor que ficar aqui... – Eu coloquei minhas pernas em cima do banco, enquanto ele me encarava pensativo.

– Sim... Só tem esse jeito. Mas, olha, eu acho que tem um celular no porta luvas. Me dê ele por favor ? – Ele apontou, e eu segui com o olhar, abrindo o porta-luvas rapidamente. – Talvez agente consiga ligar pro meu produtor e ele vem nos pegar...

Entreguei o telefone a ele, sentindo o toque de suas mãos rapidamente. Ele se virou pro celular, e graças a Deus não percebeu minha mão ainda estendida no ar, e a minha cara de idiota apaixonada olhando ele. Recuei minha mão depois de segundos perdida na inconciencia.

Ele mexeu no celular por mais um tempo e a tela desligou. Ele suspirou pesadamente.

– A bateria acabou ! – Ele falou inconformado.

– Ah não ! Deu tempo de você ver a hora ?

– Sim... – Ele ficou pensativo – Se não me engano, era quase uma e meia da manhã.

– Então o único jeito é descansar um pouco e ir de madrugada – Eu sorri, me sentindo estranhamente intusiasmada.

– Você tem planos bons ! – Ele riu – Vamos fazer isso mesmo. Tentamos descansar até umas... 4 da manhã e partimos pra sua casa. Fica longe daqui ?

– Não, é aqui perto desse próximo suburbio. – Eu sorri entre suspiros pela boca, escorando minha cabeça no banco molhado. A chuva estava me enxarcando por inteira. Só agora tinha percebido isso.

Mike observou a mesma coisa que eu, a chuva me molhando. E riu silenciosamente.

– Tem um carregador reserva no porta luvas também. É só agente levar ele, e carregar o celular lá. Assim meus produtores vão me achar. Isso vai acalmar os animos deles. Acho que pensaram que eu morri, a uma hora dessa. – Ele riu, se escorando também, no banco.

– Oh sim – Concordei entre risos – Devem estar malucos agora.

– E você acha isso legal, não é sequestradora ? – Ele brincou, rindo de olhos fechados.

Eu sorri, me contendo pra não dizer que, tudo nele era surreal.

– Eu sou uma boa menina, isso vai contra os meus princípios ! – Zombei – Estou totalmente decepcionada com a impressão que lhe causei, senhor Jackson ! – Ironizei mais ainda, tentando ser complexa.

Ele riu mais um pouco, agora inclinando a cabeça pro lado direito. Me observou, encarando pela segunda vez o meu sorriso. Ficamos assim durante um tempo. Meu sorriso se fechou quando senti o contrangimento no ar. Michael pareceu perceber, mas disfarçou. Olhei pro vidro, procurando onde enfiar meu rosto. Sentia a pele queimar, de tão quente que estava. O silencio foi quebrado por Michael.

– Sinto-me feliz que você me trate como pessoa... Sabe o que eu quero dizer, não é ? – Ele mordeu o lábio inferior, olhando suas mãos entrelaçadas.

– Quer dizer que, você acha que todos os seus fãs são obcecados em você a ponto de te venerar ? – Eu sorri, brincando novamente. – Bem, eu sei que muitos fazem isso, mas falando sério, sempre te vi desse jeito... Como "pessoa" – Sorri – Acho que, é amor, não idolatria... – Corei assim que falei a palavra "amor".

Ele riu silenciosamente novamente, olhando de novo nos meus olhos. Os olhos penetrantes encontraram o meu.

– Isso é muito legal da sua parte. Alguns produtores até ficaram receiosos quando souberam que você era uma fã, e poderia dar... Trabalho... Mas sabe, eu não enxergo por esse lado nunca. Tanto é que, te contratei...

– Bom depende, acho que se a pessoa souber dividir o trabalho com esse lado fã... Tudo dá certo... E basta ela ter talento pra aquela certa coisa, não ? – Abracei minhas pernas, apoiando a cabeça nos meus joelhos.

Senti os olhos de Mike em mim. Depois de um tempo sem resposta, virei meu olhar pra encarar-lo. Ele reagiu.

–... Sim – Ele falou estranhamente. Parecia estar voando em pensamentos. – É melhor ainda quando, se sente uma confiança nessa certa pessoa. Quando se confia, se sente bem ou seguro. Tudo muda. – Ele me encarou, me fazendo estremecer visivelmente.

Congelei no lugar, observando-o.

Estou confusa e frustrada. Essa era outra indireta? Oh meu Deus !
Não tem nada de mais em escutar uma coisa boa dessas, normalmente. Mas pra mim, era demais. Era além das minhas espectativas. Eu não podia escutar "demais" - sim, isso pra mim era demais -, pra não fantasiar demais. Minha mente é muuuuuuuuuuito fértil ! E com isso, eu poderia me iludir, e me machucar demais também. Tudo era pior em consequencias.

–... Estou com fome. – Disse ainda contrangida depois de um bom tempo. Estiquei minha mão com uma certa dificuldade, pegando minha bolsa.

Procurei nela aquelas barrinhas que colocara mais cedo. Fiz muito bem em fazer isso. As estiquei no ar, sorrindo vitoriosa.

– Tome – Dei uma pra Michael, a de chocolate. Ele pegou, sorrindo. – Essa é de chocolate...

– Obrigado, acertou, eu gosto de chocolate. – Ele sorriu novamente, começando a abrir.

Comecei a abrir a minha, e dei a primeira mordiscada. Mike fez o mesmo.
Ele começou a mastigar, e parecia estar gostando. Seu rosto estava satisfeito.

– Boa ? – Disse com a voz engraçada, devido a barrinha na boca. Ri me repreendendo, com a mão na boca.

– Amei – Ele fez o mesmo, fazendo sua voz também ficar engraçada e riu juntamente comigo.

Estava percebendo que, a frustração estava passando. Agora tinha a tática de me destrair, tirar o olhar dele, assim que ficasse com vergonha. Pois, eu ainda não estou acostumada a encarar a sua beleza, e não só a beleza ! Ele é lindo por dentro e por fora. É tão lindo que me dá um medo receioso. Eu ainda não acredito que isso é verdade. Estar com ele aqui, é uma opotunidade única, e eu tenho medo de perder-la. Pelo menos, eu tenho um pouco de amizade com ele, e isso é tão bom ! O que ele é, de verdade, me faz sentir mais apaixonada. Eu esqueci do astro Michael Jackson e agora encaro o homem Michael Jackson. Os dois são explendidos. É melhor do que eu sempre imaginei, de verdade.

Ficamos em silencio por mais alguns segundos. Eu estou pensando em ir agora pra casa. Estou pensando também na minha mãe.

 – Oh – Meu coração acelerou.Michael me olhou rapidamente, como se perguntasse no olhar, o que estava acontecendo. – Michael, minha mãe. Eu disse que ligaria pra ela assim que saisse do show, e não liguei. O pior é que as notícias do incidente devem estar passando em todos os canais. E agora ? – Perguntei chorosa.

– Oh Annie, vamos agora então... Conforme os carros forem passando, agente se esconde pra eles não verem, é o único jeito. Sua mãe deve realmente estar preocupada. – Ele saiu do carro e eu o segui com o olhar.

Ele deu a volta pela frente do carro, e ficou ao meu lado, abrindo a porta. Eu sorri sem graça, e sai do carro, pegando minha bolsa. Que cavalheiro, uiui...

 – Bem, são 2h e meia agora... – Disse quase tropeçando nas palavras, por uma única razão. Michael estava segurando minha mão enquanto andávamos pra fora da "floresta", com o braço apoiado no dele. – Acha... Bom... ? Digo, seguro ? – Suspirei de prazer, tropeçando nos altos e baixos dos morrinhos. Ele sorriu.

– Pode não ser seguro, mas é o melhor a fazer... – Ele sorriu novamente, e eu pude observar o sangue ainda no seu rosto. Me intristeci.

– Michael, sua testa... Está doendo ? – Eu suspirei super tristinha. Meu rosto estava contorcido de ódio e dor.

Ele olhou pra mim, com os olhos brilhantes. Pareciam estar marejados, mas eu poderia estar enganada pois estava escuro.

– Não... Está tudo bem.

A chuva ainda banhava a cidade. Mas estava mais fraca do que comparado a antes. Estendi meu braço pra frente, deixando o mesmo molhar-se com a água da chuva. Assim que fiquei satisfeita levei minha mão tremula e receiosa a sua testa. Ele ficou surpreso, mas deixou. Comecei a tirar um pouco do sangue que alí estava.
Andamos assim por mais um tempo, Michael estava me guiando enquanto eu olhava fixamente pra ele, aproveitando esse momento. Agora sim, poderia olhar-lo sem ele tirar o meu prazer. Se ele me olhasse, eu não ia conseguir olhar-lo por muito tempo.

Comecei a perceber a luz de alguns carros, poucos carros, a frente, na pista. Tirei os olhos de Michael e segui em frente, agora caminhando por mim mesma. A pista estava bem molhada, e com poucos carros passando. Olhei pra Michael e ele sorriu como se falasse "siga em frente".
Viramos a esquerda, e andamos em silêncio.
Estranho e engraçado era não me sentir contrangida com esse silencio agora. Era tão estranho, que eu nem estava me ligando que Michael Jackson estava ao meu lado. Eu só estava me ligando que ao meu lado, tinha um homem que eu amo demais, e que só consegue me deixar mais apaixonada ainda. Por mais que, esteja com ele a pouco tempo, é como se eu o conhecesse à anos. Eu sorri.

– Sabe Annie... – A voz de Michael me deu um pequeno susto – Eu acho tão legal esse seu lado sem maldade. Estamos aqui, de mãos dadas e você age normalmente. É tão bom saber que, se eu te abraçasse, por exemplo, você não acharia que eu sou um tarado aproveitador. Ou estou enganado ? – Ele sorriu docemente.

– Obrigada – Eu sorri, virando meu rosto pra ele – Acho que todos deveriam ser assim. E eu fico feliz por você reconhecer isso, por que, são poucos que veem isso. Eu sei que você vê isso, por que você ama as coisas simples da vida assim como eu.

Seus olhos brilharam, a boca ficou apertada, como controlando um outro sorriso. De milhares que já haviamos dado.

– Sim. Acho que temos que conversar mais disso. A única que entende ! – Ele riu brevemente, e eu também – O que há em fazer isso, não é mesmo ? Somos humanos, não máquinas de maldade. Aposto que se alguém visse isso, falariam que estamos namorando. Mas se eu de fora, visse isso, acharia a coisa mais linda, e falaria, por que não em abraçar um amigo ? – Ele sorriu, e encarou o horizonte. Estremeci.

– Absolutamente. Eu fico muuuuito feliz que enxergue isso em mim. Não quero que ache que eu estou "aproveitando" nada, pois pra mim você além de cantos é um ser humano como eu. E também posso te abraçar, sem certas intenções. Mas... Como todos não pensam assim, eu entendo que isso fica mal para a imprensa, e acabamos sendo controlados por coisas idiotas. É realmente horrivel...

– Absolutamente – Ele repetiu, com o semblante feliz.

Andávamos rápido, no rítimo. Michael chegou a balançar minha mão com a dele, brincando, e é claro que eu fiz o mesmo. De vez enquando, corriamos pras sombras pra que os carros não nos vissem. E riamos como crianças travessas.
Finalmente, minha casa estava chegando. Na minha rua, apontei para a minha casa, pois Michael não se lembrava onde era.

– Meu Deus Michael, você não lembra ? Não acredito ! – Eu gargalhei, sem medo nenhum de acordar os vizinhos.

– Meu Deus, eu não lembro mesmo – Ele riu, enquanto andávamos de um lado pro outro, como bebados alegres. – Eu tenho muitas coisas na cabeça, senhorita Annie. – Ele fez uma carinha de cachorro brigão, mostrando os dentes perfeitos, trincados em uma brincadeira descontraida. Eu fiz o mesmo, mostrando que não tinha medo nenhum, HAHA !

– Ok, Michael Jackson, vou te dar um desconto. Venha – O puxei pela mão, percebendo só agora que tinha passado da casa. Parei no lugar, rindo demais.

– O que foi ? Esqueceu a chave ? – Ele riu, mesmo sem entender

– Não – Eu segurei o riso, voltando pra trás, o puxando.

Ele gargalhou mais alto ainda, finalmente matando a charada.

– Depois você fala de mim ! Você mesmo esqueceu onde é sua casa ! – Ele ria demais, seu rosto estava tão alegre como eu nunca tinha visto antes.

– Você me destraiu ! – Eu retruquei

Ele continuou a rir, enquanto corriamos pelo gramado, subindos a escadinha da varanda. Tive que colocar o dedo indicador na sua boca, e mesmo assim, ele ainda se segurava pra não rir.
Procurei a chave numa samambaia pendurada perto da porta, e Mike pareceu surpreso com isso. Lembrei-me que ele era diferente, e nunca imaginaria que uma pessoa iria colocar a chave numa planta.

– Michael – Eu sussurrei assim que entramos dentro de casa – Olha, eu acho que minha mãe está no quarto – Eu parei pra escutar a tv ligada no quarto dela, lá em cima.

– Sim, eu to ouvindo também – Ele sussurrou, encolhido junto a mim. – Estamos parecendo ladrões – Ele segurou o riso novamente, e eu dei um tapinha no seu ombro.

– Shhh, elas ainda não podem saber que você está aqui. Não vai ser legal pra você ter duas papariqueiras. Faz assim, eu vou direto pro quarto da minha mãe, e fecho a porta atrás de mim. Nessas horas, a minha irmã deve estar com ela, então, eu destraio elas e você vai pro meu quarto e tranca a porta. Assim que eu chegar lá, eu bato na porta uma vez e você abre ! – Susurrei, o puxando novamente pela mão, pra subir a escada.

Ele me acompanhou, balançando a cabeça positivamente.

Assim que chegamos no segundo andar, na ponta dos pés, eu disse.

– Meu quarto é a segunda porta – Sussurrei.

– Ok ! – Ele sussurou também, ficando atrás de mim.

A porta do quarto da minha mãe estava escorada. Assim que a impurrei, Lindsay estava ali na frente. Tomei um susto e a impurrei com muito receio de que ela visse Michael. Fechei a porta atrás de mim com muito medo, enquanto dava uma ultima espiada no Michael. Ele estava apreensivo.
Minha mãe gritou, assim como Lindsay reclamou pelo impurrão que com certeza não entendeu.

– Ow ! – Ela gemeu – Que isso ?! – Lindsay me encarou, vendo passar por ela e ir abraçar a minha mãe que já estava em pé.

– Filha ! – Minha mãe me abraçou forte.

– Oh mãe, eu estou bem.

– O que foi aquilo ? – Ela me encarou com lágrimas nos olhos – Por que não me ligou ? Como impurrou Michael pra dentro do carro e saiu disparada quase atropelando os fãs ? – Ela quase gritava de nervoso, parecia querer falar tudo mas, ao mesmo tempo não conseguia.

Refleti sobre " Atropelar os fãs ". Eu não tinha percebido isso.

– Mãe, é uma longa história. Não dá pra explicar agora... Fique calma, eu estou bem ok ?

– Como eu posso ficar calma ?! Você quase me matou de susto ! – Ela gritou.

– Mãe por favor ! Não tinha como ligar. Lidar com celebridades te faz pensar e se envolver primeiro com elas, e depois com você. Não deu, o importante é que estamos bem. – Ops, disse demais.

Minha mãe não pareceu perceber.

– Estamos ? – Lindsay tirou minha felicidade. A ignorei, e agradeci a minha mãe por continnar o sermão.

– Eu quero saber mais disso ! Você tem que me explicar o que realmente aconteceu !

– Sim, menos agora, mãe... Eu estou cansada, preciso de um banho. Eu te explico depois tá ? Por favor... – Era errado fazer isso mas, eu precisava sair daqui. Acabara de me lembrar de uma coisa horripilante. – Ah meu Deus ! – Gritei.

– O que foi ?! – As duas falaram em coro.

– Nada ! err, esqueci uma coisa no palco do show ! – Menti, enquanto saia desesperada do quarto. As duas ficaram sem reação, estranhando o meu comportamento merecido.

Agora por que merecido ?

Simplesmente por que eu lembrei das centenas de fotos que tinha na parede do meu quarto. E o pior, é que o cara das fotos estava no meu quarto. E era impossível de não perceber tudo aquilo. Curioso como o Mike era, ele devia estar lendo todos os bilhetes pregados na parede ! Oh não !

Bati uma vez na porta enquanto pulava de nervoso. Meus olhos estavam marejados de vergonha. Bati outra vez e nada. Quando ia bater a terceira vez, Lindsay saiu do quarto da minha mãe. Nesse instante Michael abriu a porta.
Eu não sabia se Lindsay ia vir pro meu quarto ou pro quarto dela. Por mais que eu soubesse que Michael tinha lido mesmo e obviamente visto tudo aquilo, eu precisava olhar nos olhos dele, no sorriso travesso de que descobriu o tesouro e empurrar-lo com toda a pressa pro banheiro. Ele parecia não entender, e eu queria simplesmente sumir daquele pesadelo. Estava morrendo de vergonha. Pude ver o relance de Lindsay entrando pela porta do meu quarto.

– Annieeeeee ! – Ela berrou – Espera, eu quero falar com você !

Michael me olhou assutado, agora entendendo. Eu fechei a porta atras de mim com a respiração ofengante, me "escorreguei" pela porta, me sentando no chão, escondendo o rosto entre a perna e os meus cabelos.

– Agora não Lindsay ! – Eu berrei fanhosa pelo choro.

– Eu vou esperar você aqui ! – Ela berrou, e eu podia entender que ela estava perto da porta.

Pronto, agora tudo estava perfeito !

– Annie... – Michael susurrou como se sentisse culpa de ter visto uma coisa impossivel de não se ver. As fotos.

– Pelo amor de Deus, não fale comigo agora ! – Disse um pouco mais alto do que o permitido. Levantei ligando o chuveiro pra que Lindsay não escutasse a conversa. – Pronto Mike, pode falar agora... Lindsay está ali fora, ela podia escutar.

– O que ? – Lindsay perguntou.

– Nada ! – Eu berrei sem paciencia, sentando novamente do mesmo jeito, escorada na porta.

– Annie, desculpe por ver as fotos... Sabe...

– É impossivel de não perceber – Eu o interrompi – Espero que você não mude sua opinião sobre mim, sobre a fã fanática. Agora é dificil falar sobre isso, mas... – Falei baixo e super envergonhada. Ainda permanecia com o rosto escondido, fugindo dele de alguma forma.

– Tudo bem Annie, eu sei que essa é a forma que você tinha de estar perto de mim. As coisas mudaram agora. – Ele disse suavemente, se aproximando de mim.

Levantei a cabeça e o vi sentar ao meu lado. Ele passou o braço por meu ombro, e meu coração se acelerou. Eu tinha percebido como ele enfatizou o "Tinha" e "As coisa mudaram agora".

– Incrível como você me entende. As mudanças são tão rápidas que, me assustam. – Eu sorri mais uma vez, fazendo ele sorrir também.


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Notas finais do capítulo

Como o cap está grande, eu posso demorar um pouquinho pra escrever o outro. Mas prometo não deixar de postar, mesmo que o proximo capitulo for pequeno demais. Vocês não se importam, não é ? Beeeeeijos ! Obrigada ! ;*