Love Story escrita por AnnieJoseph


Capítulo 14
O café da manhã²




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Virei meu rosto lentamente, como em câmera lenta. Avistei ele do meu lado, que logo veio me dar um abraço de boas vindas. Eu retribui, agradecendo mentalmente por consequentimente ter me livrado de uma queda certeira.

– Oi Michael ! Não disse que viria ? – Tentei parecer normal, e exagerei na felicidade “normal”.

Ele observou meu rosto, ainda sorrindo e disse.

– Aconteceu alguma coisa ? Você parece ter batido o rosto em algum lugar. – Ele inclinou a cabeça pro lado o rosto enquanto dizia.

Rapidamente me liguei. Estava muito vermelha, e isso era visível.

– ... Oh. – Coloquei a mão no rosto.  Não sabia o que dizer num momento desse. “Sim bati o rosto, sou muito desastrada”, ou “Não Michael, estou completamente nervosa e obcecada pelo seu sorriso, e isso me faz ficar quente” ? Não, era melhor não falar nada.

– Michael, dê um pulo aqui. – Alguém que não prestei atenção, chamou Michael atrás de mim. Era tanta gente, que eu não ia localizar.

– Só um momento Annie. – Ele colocou a mão no meu ombro e saiu de perto de mim.

Estremeci com o toque.

Suspirei ofegante, assim que ele saiu de minha frente. Algumas pessoas estavam olhando pra mim, pareciam não entender a minha reação.
Olhei pra baixo, tentando disfarçar antes que alguém percebesse que uma fã estava entre a equipe. Uma garota se aproximou.

– Oi ! Você deve ser a nova tecladista, certo ? – Ela sorriu, me comprimentando.

– Sim. Sou Annie. – Sorri ainda não prestando atenção no que falava.

– Prazer Annie, sou Bella. – Ela esticou a mão e pegou um pote médio de salada de fruta, em cima da mesa e voltou a me olhar enquanto comia.

Ela estava com uma calça colada, igualmente a blusa. Uma roupa de exercício. Estava também com um tênis de mola meio rosa. Me liguei que ela parecia uma dançarina.

–... Você dança, né ? – Quebrei o silencio.

– Sim. – Ela deu uma pausa, e voltou a comer. – Estou com Michael a um ano.

– Legal – Eu sorri sem vontade, olhando em volta novamente.

Michael estava conversando com um cara, que estava perto da grande janela. Era estranho como ele dava conta de tudo. Muitas pessoas iam pra cima dele ao mesmo tempo. Aquilo devia ser difícil. Me perguntei mentalmente se era pelo trabalho, ou pra puxar saco.

A garota, Bella, riu e isso me fez virar o rosto pra ela novamente. Ela segurava a colher fora do copo, me observando.

– Está encantada com ele. – Ela afirmou. Franzi as sobrancelhas.

– hã ? – Me fiz de sonsa. Ela percebeu o meu “encanto”.

Ela riu novamente, se contendo e voltando a comer. Mastigou e engoliu, e voltou a falar.

– É assim mesmo. Você vai se acostumar.

– Não mesmo... – Murmurei pra mim mesma, baixo demais pra ela escutar.

Pronto.

Agora tinha uma garota pra me vigiar aqui. Teria que ser cuidadosa, a menos que ela não pegasse amizade comigo. Me virei, pegando um pote de salada de fruta enquanto espiava de lado, Michael conversar com a equipe. Percebi só agora como estava vestido.
Ele estava com uma calça azul marinho, larginha. Bem Billie Jean mesmo. A camisa era presa num sinto fino, preto, toda listrada de azul claro, marrom e cinza. O fundo da camisa em si, era branco.

– Você vai fazer o show hoje mesmo né ? – Ela não esperou minha resposta – Engraçado, pois nem ensaiou antes. Foi um contrato rápido. É. – Ela andou mais pra frente, comendo outra fruta. Ficou me observando.

– Ah sim. Michael já me viu tocar e logo me contratou. O que aconteceu com o outro tecladista? – Perguntei curiosa. Estava mesmo querendo saber por que Michael me contratara tão rápido assim.

– Outra Tecladista. – Ela corrigiu –... Ela teve que sair. Um problema com Michael. – Ela deu um sorrisinho malicioso.

Eu refleti sobre isso por um tempo enquanto comia a salada de frutas em silencio. Como assim problema ? Senti que ela queria me deixar curiosa, por isso não perguntei por qual “problema”. Olhei novamente pra Michael. Ele não estava mais lá onde estivera antes. Suspirei.

O tempo foi passando, e eu só observava a movimentação. Bella ficou do meu lado, de vez em quando me perguntava algumas coisas pessoas e eu respondia. Michael quase não chegava ao menos perto de mim. Sempre ocupado, andava de um lado para o outro conversando com todos. Ele me olhava as vezes, mas era rápido. Só esse olhar normal, fazia meu coração acelerar.

Olhei no relógio, era 11h. Michael começou a dizer.

– Então pessoal, vamos para o estádio agora. Só alguns ajustes pra noite, e estaremos prontos pra começar. – Ele estava escorado na ponta da mesa bem distante de mim, olhava pra todos sorrindo.

Todos concordaram, e eu não disse nada. Olhava-o abobada. Foi então que ele encontrou meu olhar. Eu me surpreendi.

– Já ia me esquecendo... – Ele ainda sorria, e começou a andar, vindo pra mais perto. Quanto mais ele se aproximava com seus passos graciosos, mais minha respiração se tornava ofegante, mais meu coração disparava, mais eu achava que teria um ataque cardíaco. – Essa é Annie pessoal, ela é a nova tecladista. Sejam educados... –  Ele brincou, fazendo todos rirem.

  Oi pessoal ! –  Eu sorri, e senti meus dentes tremerem. Logo fechei o sorriso e todos riram do meu comprimento.

  Pode deixar Annie, eu vou te tratar muito bem –  Um garoto que pelos trajes, parecia outro dançarino disse. Ele era meio loiro, tinha uma faixa amarela no cabelo que combinava com a blusa. Era bem musculoso.

Eu balancei a cabeça negativamente, entendo a piada pervertida. Todos riram, inclusive Michael.

– Vamos lá pessoal. – Michael acenou como se chamasse todos e começamos a andar.

Eu fiquei em silencio, por mais que andasse ao lado de Michael. No elevador, é claro que não coube todos. Eu fui primeiro com Bella, aquele garoto pervertido que me cumprimentou novamente, se chamava Daniel, e outras duas pessoas que ainda não conhecia.

Assim que descemos ficamos esperando alguns saírem dos outros elevadores. Tinham 3. Michael saiu do segundo, conversando com outras pessoas. E nós acompanhamos uns aos outros. Especificamente ao Michael, é claro.
Assim que chegamos na porta do elegante hotel, não tinha ninguém na rua. Eu não entendi.

– Bella, cadê os fotógrafos ? – Perguntei surpresa enquanto caminhávamos pela calçada, em direção ao prédio do estádio que ficava ao lado esquerdo da saída do hotel. Não passava nenhum carro, nem mesmo uma formiga ali.

– Fecharam a rua. Isso por que o estádio fica aqui do lado. Não tem jeito de sair sem passar pela rua, e não precisa de carro não é. – Ela riu ironicamente.

– Ah. – Me senti muito lesada. Mas esse pensamento se afastou assim que vi alguns guarda-costas se aproximarem. Tudo era muito rápido que, acho que eles já estavam com agente a algum tempo, tipo, segundos.

Voltei a olhar Michael um pouco a minha frente. Ele conversava com todos a sua volta. Pensei em seguida que seria bem difícil falar com ele. Acho que isso era impossível...
Chegamos a porta do estádio. Mais seguranças apareceram. Entramos numa espécie de recepção. Era uma das estradas do estádio, só pra organizadores e tudo.

Andamos mais um pouco entre o prédio, e depois de um andar, uma pequena escada e um elevador, chegamos numa porta que dava em uma das entradas para o estádio. Era imenso.
Dentro de estádio estava com muita gente. Produtores, ajustes daqui e dali, um trabalho mais pesado. Muitas pessoas ordenando coisas, arrumando espécies de passarelas estranhas, com pranchetas, papéis e crachás de identificação.

O palco estava ao nosso norte. Andamos pelo gramado um pouco molhado pela chuva, mas a mesma já tinha cessado agora. Todos continuavam trabalhando, e não se importaram com a chegada de Michael. Ao contrário dos produtores, é claro. Percebi que, todos ali estavam trabalhando seriamente, e não se distraíram com a entrada de Mike. Isso era uma responsabilidade que servia de grande exemplo pra mim.

Finalmente chegamos a frente do palco, que era ajustado de todos os lados. Era grande. A grade que separaria os fãs de perto do palco, já estava sendo montada, e foi aberta pra nós assim que chegamos.

– Está tudo certo. Parece que não vai atrasar nada. – Um cara com uma prancheta, falou com Michael. Mas logo se afastou, falando com outro cara que trabalhava com fiações. Seu rosto era cansado.

Entramos no centro do palco, e todos foram pros seus lugares, olhar os instrumentos de trabalho. Michael ficou sorrindo, seu rosto se iluminou enquanto pisava com graciosidade no chão do palco que ele tanto ama. Eu sorri, observando-o por mais tempo que devia. Depois de olhar fixamente para a extensão do palco, ele virou o rosto bruscamente pra mim, como se tivesse percebido que, eu o observava.
Tomei um susto que me fez morder os lábios de nervoso. Ele sorriu, e se aproximou.

Juro que quase tive um AVC ( Acidente vasculhar cerebral ). O jeito que ele andava era incrível, me fazia sair de orbita. O jeito que olhava, fixamente pra mim sem nenhuma vergonha era de me tremer inteira. Ele parecia flutuar enquanto andava, parecia ser absolutamente sem palavras correspondentes pra dizer.


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