Love Story escrita por AnnieJoseph


Capítulo 12
Insonia inesperadamente esperada.




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– Mais tarde que isso ?! – Lindsay disse ironicamente.

Eu não entendi.

– Filha, já são 23h. – Disse enquanto tirava os sapatos dos pés se inclinando pro lado.

– O que ? – Eu berrei. – Não pode ser !

Procurei o controle no sofá em quem estava deitada e coloquei em um canal que sabia que passaria a hora no visor. Eram 23h e 15. Arregalei os olhos.

– Viu sua burra! Tá viajando, é ?

– Não, devo ter me enganado. – Tentei disfarçar o pânico. Observei a janela novamente e percebi que estava mais escuro que o normal ao “amanhecer”. Tinha ficado aqui a noite inteira, deitada nesse sofá e ao menos percebi. Eu acho que nem me movi. E pra mim, foi como passar uma hora observando o céu enquanto pensava, através da janela.

– Como foi a festa ? – Minha voz saiu fraca. Estava abismada com o ocorrido.

Lindsay se jogou em um sofá com uma cara intediante. Parecia sempre mal-humorada com algo. Minha mãe se sentou no meu sofá, colocando meus pés em seu colo. Ela estava feliz, queria conversar.

– Ótimo ! – Ela olhou pra Lindsay. A mesma bufou. – Lindsay tentou dirigir o carro de seu tipo Erick.

– Oh ! – Eu Como ele deixou ? Zombei.

– Uma  hora ela tem que aprender,  certo ?

– E… Eu sei ! Não preciso aprender nada. – Lindsay mentiu descaradamente.

– Uhum, eu sei disso. – Ironizei.

Lindsay tentava convencer minha mãe de que sabia dirigir, e minha mãe tentava convencer ao contrário. Eu aproveitei pra voltar aos meus pensamentos distantes de mim. O que será que Michael estava fazendo agora ? Suspirei pela boca, fechando os olhos. Imaginei ele sorrindo, e sorri levemente também.

– Ela dormiu ? – Minha mãe murmurou.

– É claro que não ! – Lindsay gritou. Isso me fez abrir os olhos. – Viu !

– Não durmiu denovo querida ? – Minha mãe perguntou observando o quão distraida por pensamentos estava.

 

 

– Sim, dormi. Na verdade... – Hesitei. Decidi não contar sobre Michael ainda – Só estou com um pouco de... Fome. – Suspirei, mentindo. Mas acabei sabendo que estava mesmo com fome.

– Vou fazer algo pra comer. – Ela disse se levantando.

– O que vai fazer ? – Lindsay perguntou, mexendo nas suas unhas grandes.

– Não sei... Talvez frango. – Minha mãe parou na porta da cozinha, observando a TV.

Então, decidi supor.

– Mãe, por que não faz canja de galinha? Estou morrendo de vontade de comer. – Virei meu rosto pra cozinha, estendendo o papel da receita que copiei hoje mais cedo.

– Isso vai demorar. – Lindsay tentou destruir minha alegria.

Eu suspirei, revirando os olhos.

– Não importa ! – Disparei.

Ela pegou o papel de minha mão, me olhando como se me dissesse que não precisava falar assim com ela.

– Calma garotas. Vou fazer a canja, ok, só vai demorar um pouco. – Ela se virou, e foi pra cozinha.

Olhares furiosos de Lindsay na minha direção, por incrível que pareça não me deixavam com raiva. Ao contrário, eu ria, e isso a fazia sentir mais raiva ao ponto de ela ter que jogar uma almofada em mim, pra descontar sua raiva. Por fim, ela se levantou marchando e foi pra cozinha. Agradeci por poder pensar sem alguém observar meu rosto abobado. Lindsay podia ser minha irmã mas, tinha vezes que me irritava. O que fiz pra ela ? Absolutamente nada. Se ela gostava de rebater tudo que faço, teria que rebater-la também.

 Mesmo com tanta felicidade, eu estava sem reação. É tão estranho, tão intenso que, não tenho reação.  Lindsay reclamou a noite inteira pela demora, e eu não me importei. A cada passo que dava na hora de ir tomar um banho, esperando a comida ficar pronta, eu dava pulinhos, com um sorriso fraco no rosto. E isso parecia deixar minha irmã com mais raiva ainda. Podia até ficar intrigada com ela, mas nada que em 5 segundos passasse.

Era 01h da manhã quando a canja ficou pronta. Me sentei na sala mesmo, enquanto comia e ouvia gemidos de dor, por a canja está quente demais. Até me divertia com isso. Minha irmã era uma idiota fresca. Não fiquei ali por muito tempo, já era tarde e precisava me levantar cedo amanhã. O sono bateu rápido, estava cansada talvez de tanto chorar por hoje. Meus olhos se fecharam, não precisei me revirar na cama por muito tempo. Adormeci em um minuto.

Adormecer foi tão fácil, que pensei que dormiria direito. Engano meu.

Passou-se 1 hora e acordei. Olhei pro teto, e fechei os olhos numa tentativa desesperada de “agarrar” o sono, e dormir. 15 minutos, revira aqui e ali. Nada ; 30 minutos... Já era 4 da manhã e não conseguia.
Suspirei com a boca pesadamente, me sentando na cama sem me descobrir. Observei  o quarto, desacreditando seriamente que sucos de maracujá não davam sono. Pelo menos não em mim.

Decidi me levantar. Caminhei até a janela, respirei profundamente o ar frio.
Tempo fechado, ainda. Ninguém na rua aparentemente. Sai dali, caminhando pro corredor. Olhei no meu relógio, 4h e 34 da manhã. Talvez minha mãe tivesse acordada. Oh não, bobagem. Aquela parecia uma pedra. Lindsay também não estava acordada, e mesmo se tivesse eu não iria lá falar que amanhã ficaria praticamente o dia inteiro fora, e faria um show com nada mais, nada menos que Michael Jackson.

Desci até a cozinha, xingando baixo por bater na quina da mesa, na cozinha. Peguei o suco de maracujá, ainda desacreditando que poderia adiantar alguma coisa, mas era melhor tentar do que não tentar. Me sentei no chão mesmo, bebendo o suco rapidamente.
De volta ao meu quarto, observei o que poderia fazer pra pegar no sono. Musica me deixaria ligada, e com certeza eu escutaria o Michael. Isso me deixaria mais ligada ainda. Descarto essa hipótese.

Posso também ver TV. Isso poderia acordar alguém talvez... Oh droga ! O que faria numa madrugada ? Pensei mais um pouco enquanto martelava os dedos na minha perna, encolhida em cima da cama. Eu não ia dormir. Tinha certeza agora que por mais que tentasse, seria em vão. Eu tinha mesmo que me distrair, e não me lembrar que amanhã ficaria de cara com o homem mais perfeito do mundo.

Desci até a sala e liguei a TV. Me sentei, escorei a cabeça na poltrona e viajei em pensamentos de novo. Estava tão ansiosa, que agora sim, eu queria gritar até me sentir rouca. Virei minha cabeça e comecei a assistir um programa pra passar o meu tempo, e me distrair.
O tempo estava passando, e mais eu me sentia frustrada. E nisso, eu cai na real. Que roupa iria ? Eu ficaria esperando até 9:30 da manhã sem me arrumar ?

Num pulo gigante, eu me levantei e corri desesperadamente pela escada, o impacto dos meus pés na madeira da escada parecia um martelo, martelando-a. Me meus pés estavam doendo.
Enquanto corria, olhei no meu relógio de pulso e percebi que daria 06:00 da manhã. Poderia até ser cedo pra você, mas pra mim, não era. Talvez pra uma fã fanática de Michael também seria tarde. Talvez não, seria tarde demais, e se seria. Eu sim, tinha noção de que veria ele, e isso era assustador. O que faria ?

 

 

Entrei na meu quarto, empurrando a porta com mais força. Minha respiração ofegante me fez lembrar de cenas de filme, em que a mocinha fugia pra não ser raptada. Oh que idiotice, como poderia pensar numa coisa dessas nesse momento ?!
Bati na minha cabeça, reprimindo pensamentos idiotas como esse.
Me ajoelhei no chão, em frente a minha gaveta bagunçada e comecei a procurar alguma roupa. Revira aqui e ali, e já comecei a ficar nervosa.

– Droga ! Eu não tenho nenhuma merda de roupa ?! – Gritei, não mais lembrando de que pessoas dormiam essa hora.

– Dá pra você calar a boca ?! Eu quero dormir Annie ! – A voz da minha irmã veio de trás de mim.

Eu não respondi, e ao menos tomei um susto. Continuava olhando as roupas, tentando combinar algo pro café da manhã.
Talvez uma calça.... Hm, acho que não. Poderia ser um vestido, ah, esqueci dos sapatos ! Que sapatos ?!

– Annie ? O que você está fazendo acordada á essa hora, com uma cara de idiota procurando roupa ? Vai fugir, é ? – Ironizou a irmã mais fofa que eu tenho no mundo.

Tsc tsc tsc.

– Vou. – Menti, obviamente.

– Pra onde ? – Ela se assustou

– Lindsay, para de ser burra ! – Eu não olhei pra ela enquanto falava, revirava as roupas – Por que eu fugiria ? Vou sair, apenas.

Ela ficou quieta, e depois disse:

– ... Ah. Pra onde ?

– Vou tomar café da manhã com Michael Jackson, e mais tarde fazer um show com ele. – Franzi o cenho. Até eu estranhei o que estava dizendo. Que surreal...

Ela riu, e se sentou ao meu lado de um modo que visse meu rosto.

– Acredito.

– Não é legal, maninha ? – Ironizei com o rosto raivoso. Já estava com raiva das perguntas me atazanando.

– Por que não avisou, então ? Se te conheço bem, vai aprontar algo. – Ela insistia.

– Ok então. Se por acaso alguma TV mostrar um pedaço do show hoje, eu do tchauzinho pra você, tá ? – Ri sem vontade, revirando os olhos.

Ela me deu um tapa no braço, gemendo de raiva.


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