Love Story escrita por AnnieJoseph


Capítulo 11
Sim, isso é real.




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– Eu te levo até a porta. – Com a mão tremula, alcancei seu ombro para “guiar-lo” até a porta. Como se isso fosse necessário...

Ele me olhou, parecia reprimir o sorriso novamente, e então caminhou junto a mim.

Cheguei a porta tremendo por inteira. Não sei por que Michael sorriu nesse trajeto, mas eu parecia querer cair no chão de tanta fraqueza.

– Obrigado... Amanhã cedo um carro te pegará aqui pra um café da manhã com a equipe. Preciso te apresentar pro pessoal e... Você deve participar da reunião que fazemos antes de algum show. – Ele disse enquanto eu abria a porta.

Aproveitei pra colocar meu peso em cima da fechadura antes que caísse, tinha praticamente me jogado em cima da mesma. Michael percebeu o jeito que “abri” a porta, pois quase cai ou ao menos quebrei a fechadura ; Ele olhou pra fora, enquanto vestia o casaco e soltou uma leve risada, baixa demais. Queria disfarçar.

– Uhum. Que horas ? – Minha voz soou como  a de uma pessoa que acabou de correr uma maratona inteira. Parecia cansada, procurando forças. Era isso que ele me causava.

O cheiro dele era incrível. Seus movimentos pra colocar o casaco longo faziam o cheiro se espalhar e me envolver de um modo que poderia esquecer de abrir os olhos em questão de uma piscadela.

– As 9:30 – Ele disse entre suspiros risonhos, já com o sobretudo no corpo. Aquilo o deixava mais alto, e mais atraente também.

  Ok. Até amanhã, Michael... – Disse sem graça, mordendo o lábio inferior disfarçadamente, enquanto encarava o chão instantaneamente, e logo pra chuva pesada lá fora.

– Até Annie. Foi um prazer. – Ele me deu um adeus com a cabeça e passou por mim, com a postura que sempre teve. Firme e elegantemente linda. O seu perfume invadiu novamente minhas narinas, me fazendo fechar os olhos de vez.

Abri os olhos e levantei o rosto, tirando minha pequena franja dos olhos pra observar-lo melhor. A parte de baixo do sobretudo  esvoaçava com a pressa que ele andava através do pequeno gramado encharcado da chuva, e logo chegara no carro que estava estacionado em frente ao portão.

Caminhei até a ponta da pequena varanda de madeira, sentindo que não existira chão debaixo dos meus pés. Podia sentir meu coração acelerado sem ao menos tocar meu peito.
O motor do carro foi ligado, apoiei minha mão em uma pilastra enquanto meus pés começavam a ser molhado pela chuva que já alcançava aquela parte da varanda.
Minha boca se abriu de leve, os olhos começaram a marejar de misturas de sentimentos intensos. O carro partiu e eu pude ver uma brecha de Michael olhando pra mim. Muito pouco pude ver, pois o vidro estava semi aberto e era escuro.

– Oh – Murmurei sentindo o peso de uma lágrima rolando pelo meu rosto. Não sabia como agir, queria gritar de felicidade e ao mesmo tempo pensei que estava sonhando. Como pode Michael Jackson estar aqui ? Entrar assim, na minha vida ?!

Um gemido saiu de minha boca, fechei meus olhos tentando escutar a chuva pesada formigar meus pés molhados. Meu corpo se chocou contra o chão, como se perdesse a postura, como se não tivesse forças pra se manter em pé. E realmente não tinha forças. A dor invadiu minha costela, e gritei não por isso. Gritei por uma forma indefinida de amar. Talvez tivesse despreparada pra tantas emoções conjuntas. Talvez tivesse medo.

Meu rosto contorcido pela dor, os olhos fechados fortemente, chegavam me machucar. Abri os olhos lentamente, sentindo o peso das lágrimas acumuladas ali e encarei com uma certa dificuldade a chuva cair novamente. Meus olhos embaçados não me deixavam ver direito. Não me importei, continuei observar um borrão contorcido.

Eu mesma me perguntava o porque de chorar. Fazia sentindo por um lado. O lado de estar emocionada por ver o homem mais perfeito do mundo pra mim. Mas por outro lado... Eu tinha uma dor dentro de mim incontrolável. Parecia que estava devorando meu coração pouco a pouco.

 – devouring my heart... – Apoiei minhas duas mãos no chão de madeira, e olhei para o teto respirando profundamente. A lágrimas escorriam com mais facilidade. Minhas mãos escorregaram pelo chão levemente, fazendo com que meu corpo tivesse contato com o chão. Me deitei mexendo meus pés na chuva, contorcendo-os .  

Manter a respiração uniforme seria difícil, mas teria que me lembrar a cada instante que agora seria diferente. Além de fã, seria uma pessoa que iria trabalhar com ele. Por mais que eu tivesse que me controlar pra não fazer besteiras, eu poderia aproveitar muito desse trabalho. Teria a oportunidade de vê-lo perto de mim. Eu sabia o quão isso era fascinante. Quantas fãs podiam ter isso ? Fora que, com isso, tudo viria normalmente. O que ? Conversas, sorrisos e ver os shows de cima do palco. Era tudo que precisava pra me manter feliz e realizada. E tudo isso, é tão valioso que chega a ser medonho. Tudo de uma vez. Um sorriso do Mike de perto, e tanto que chega doer. Talvez era por isso que estava chorando.

Conversas comigo mesma, mentalmente, me fizeram acordar. Seria uma relação diferente, era profissional, mas mesmo assim não deixaria de ser... Maravilhosa !
Isso me recuperou. Esfreguei meus olhos com os punhos e me levantei no chão. Era difícil me manter no caminho certo, e não esbarrar nos móveis mas eu tentei absolutamente toda a minha coordenação motora possível pra se usar nesse estado. Estava mais segura, mas um frio na barriga não saia de mim. Parecia flutuar, e esquecera das pequenas dores que tinha em determinados lugares do corpo.

 Antes de me jogar no sofá e me afundar em pensamentos de todos os tipos, senti minha calça pesada nas pontas. Olhei pra elas e percebi que estavam molhadas. Andei até a escada rapidamente e subi atrás de uma nova calça de moletom seca.
Me olhei no espelho rapidamente e percebi o estado do meu rosto. Estava tão vermelho que poderia – exageradamente – ser confundido com queimaduras. Agrh.  

A manhã passou correndo, mal percebi que já era 14h. Não sentia fome, mas precisava me alimentar. Decidi comer uma salada de frutas frescas, enquanto tentava ver TV. Eu não vi, mas encarar-la e ver Michael em meus pensamentos eu conseguia. Conseguia perceber também a inquietação do meu coração. Era estranho, batia tão rápido como nunca tinha sentido antes. Estava deitada, e mesmo assim ele insistia em pular. Pensava as vezes que ele poderia querer um descanso, e isso não seria legal.

Pude ver a noite chegar através da janela, isso me chamou a atenção por um tempo. O tempo nublado começou a dar lugar a um céu mais escuro, mesmo assim não deixava de ser escuro e pastoso. Prendi meu olhar na janela, agora não mais vendo o céu. Voltei a imaginar tudo que teria que enfrentar. Tudo era demasiado bom pra mim. Não sei por quanto tempo observei o “céu” lá fora. Tomei um susto assim que a porta se abriu, o que me fez sair dos meus pensamentos privados e encarar minha mãe e Lindsay, entrando sorridentes pela porta.

– O que fazem aqui tão cedo ? Não viriam mais tarde ? – Perguntei curiosa.


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