Different Worlds escrita por myla


Capítulo 6
Minha História


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelas reviews! Vocês são demais! Vamos ao capítulo!



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POV´s Annabeth

Acordo em minha cama. Não faço a mínima ideia de como cheguei lá, apenas sei que cheguei. Tento me lembrar de algo. Mas a dor em minha cabeça é insuportável. Levo um susto quando penso que tenho aula hoje. Então me lembro de que hoje é sábado. Não estou com nenhuma vontade de levantar, mas eu não podia ficar o dia todo na cama.

Levanto-me e vou até a cozinha tentando me lembrar de como vim parar em minha casa e como foi à noite passada. Só então me lembro de um fato importante. Estou de ressaca. Estou de ressaca porque sai com Percy escondida no meio da noite. Ah, não. Então me lembro do beijo. Lembro-me de sair por aí no meio da noite, me lembro da chuva, de Percy me beijando e depois tudo some. Lembro-me de Percy me oferendo bebida e eu aceitando. Como isso foi acontecer. Eu não sabia nem quem era aquele garoto e deixei que ele me beijasse.

Torci por minha mãe não descobrir nada. Há esta hora ela ainda deve estar dormindo. Então olho o relógio da cozinha 14hs! Então vejo um pequeno papel embaixo do relógio, vou até lá e vejo o bilhete. Só poderia ser de minha mãe.

“Querida Annabeth,

Tive que sair em uma viagem de última hora, desculpe você estava dormindo e não quis acorda-la. Lamento ser uma viagem longa. Umas duas semanas. Ligo quando puder!

P.S: Volto antes do baile de primavera!

Com carinho, Atena”

Ótimo, duas semanas sozinha.

Eu estava acostumada com essas viagens de última hora. Eram frequentes. Quando a casa ficava bagunçada demais eu chamava Lenny, a empregada da família. Ela trabalhou para meus avós quando minha mãe era pequena.

Vasculhei a caixa de remédios até encontrar um para dor de cabeça e resfriado, depois de ter apanhado chuva com certeza eu tinha pegado um resfriado.

Subo para meu quarto e me jogo embaixo das cobertas. Sem que eu perceba já estou dormindo novamente.

Sonhei com Percy, como eu já poderia esperar. Estávamos de volta aquela rua deserta. Mas eu não era eu. Eu estava olhando Percy andar de mãos dadas e do nada o sonho mudou. A garota que Percy andava não era eu. Ela tinha cabelos ruivos e estava de costas para mim. Percy começou a dançar com ela e a beijou. Mas era eu que deveria estar ali! Acordo assustada com a campainha tocando.

Desço correndo as escadas torcendo para que fosse um de meus amigos. Eu ainda vestia a camisola rosa de quando eu acordei.

Como assim eu estava de camisola? Não me lembro disso.

Abro a porta e fico aliviada ao ver Silena parada no meio da chuva.

– Entra. – Convido.

Ela entra e nós duas vamos para meu quarto.

– O que aconteceu? Ligamos para você a noite inteira. – Começa ela. – Dormimos todos em minha casa! Foi muito legal! Mas você some sem dar explicação.

– Acho que meu celular está sem bateria. – Digo. Mentira eu desliguei.

– Annabeth, você está horrível. – Disse ela. Pelo menos é sincera.

– Eu estou resfriada.

– Não! Você está de ressaca. Onde você esteve!?

– Em lugar nenhum! – Tento me defender. Como ela sabia?

– Não adianta mentir!

Eu estava a ponto de responder algo quando ouvi algo bater em minha janela. Só poderia ser Percy, ele havia feito isso ontem. Mais ninguém teria jogado tampas de garrafa de cerveja em minha janela.

– O que foi isso? – Disse Silena se levantando para ir até a janela.

– É o vento! Deixa que eu feche a janela! – Respondo me levantando e correndo para janela antes de Silena.

– Tudo bem. – Disse ela levantando as mãos.

Era Percy. Ele estava na calçada e vez sinal para que eu descesse, mas respondo fazendo sinal para que ele espere.

Fecho a janela e me volto para Silena.

– Quem estava ali? – Pergunta Silena.

– Ninguém.

– Era Lee?

– Não!

– Você não saiu mais com ele? Ou era com ele que você estava ontem? – Disse ela com um sorriso no rosto.

Eu ainda não poderia contar a ela, não sabia quase nada sobre Percy.

– Não! Eu estava resfriada já disse.

– Sei. – Responde. – Mas já vou indo, não quero atrapalhar vocês! E eu só passei para saber como você estava. Ligo mais tarde para combinarmos alguma coisa.

– Tudo bem. – Dou um abraço nela e ela vai embora.

Mas provavelmente eu não estaria disponível mais tarde, penso.

Vou me trocar e desço para ver o que Percy quer.

– Oi. – Digo.

Ele me surpreende roubando um selinho.

– Oi. Vamos rápido, você não queria saber onde eu moro? Pois então vamos.

– Nossa que mudança. Mas tudo bem, vamos.

Entramos no carro e ele me leva para um lugar perto de onde ele estacionou o carro na noite anterior.

– Vamos. – Fala ele quando paramos o carro.

Onde ele estava me levando?

Ele para em frente à porta de um pequeno galpão, olha para os dois lados e depois abre.

O lugar até que era legal. Tinha uma cozinha em um canto, um sofá, duas camas e em frente ao sofá um móvel com uma televisão. Nos fundos tinha uma porta que imaginei dar para o banheiro. Ao lado tinha outra que imaginei ser o armário.

– Entre ou quer um convite formal. – Pergunta Percy. – Vou explicar tudo.

– Onde estão Nico e Thalia? – Pergunto.

– Por aí. – Responde ele. – Quando fui até sua casa eles saíram também.

– Ata, mas pode começar a explicar.

Ele me puxa e sentamos no sofá, mas não ligamos a TV.

– Tudo bem, por onde posso começar? – Pergunta ele.

– Pelo começo seria bom. – Respondo.

– Meus pais se conheceram em um verão. Numa praia onde minha mãe passava as férias com seus pais. – Começa a contar. – Meu pai era um play boy, era sustentado por seu pai, meu avó, que anos depois morreu. Eles passaram apenas esse verão juntos. Depois ele sumiu e deixou minha mãe grávida e sozinha. Seus pais a abandonaram sozinha. Ela fez de tudo para me criar, mas não conseguiu. Não tinha terminado de estudar então acabou na rua como garota de programa e praticamente me deu para sua mãe, minha avó era a pessoa que eu mais amava no mundo. Ela cuidava de mim, mas quando eu tinha 5 anos ela morreu. Então me vi sozinho, tive que voltar para minha mãe, não queria ficar com ela, eu perguntava sobre meu pai, tinha esperança de poder ficar com ele, tinha esperanças dos dois se casarem, tinha esperanças de ter uma família, mas tudo deu errado. Quando eu tinha 8 anos minha mãe se casou com Gabe. Isso estragou tudo. Ele batia nela, batia em mim. Mas ela continuava com ele, não tinha como sustentar nós dois sozinha, então teve que se casar com ele. Quando eu tinha 12 anos conheci meu pai. Ele era rico, o grande empresário Poseidon, que não me assumiu como filho, simplesmente me desprezou. Então tive que continuar com minha mãe e Gabe, se passaram alguns meses, eu não aguentei mais. Gabe foi demitido do emprego e chegou bêbado em casa. Quebrou tudo. Bateu em minha, pensou que ela estava morta e veio para cima de mim, eu corri, consegui alcançar a cozinha e peguei uma faca. Enfiei a faca em seu pé ele fez um escândalo e com isso consegui escapar. Fugi, nunca mais voltei, não sei se minha mãe estava morta ou viva, não sei se Gabe foi preso por algo que fez. Depois encontrei Nico e Thalia. Eu vivia na rua, não tinha uma casa até semana passada. Quando Nico encontrou esse lugar. E estamos morando nele. Acho que contei tudo.

Eu estava chocada. Então essa era sua história. Ele tinha razão, eu não entenderia se ele tivesse me contado isso antes.

– Isso é chocante.

– Eu sei.

– E você sobreviveu a tudo isso?

– Não, isso é apenas meu fantasma.

Ele consegue fazer piada até nessas horas. Ele me puxa para si e me beija. E eu sabia que não me importava com sua história, ou o que aconteceu, onde ele mora ou quem ele é. Eu estava apaixonada por ele.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não gostaram? Reviews? Acho que lá para quarta posto o próximo! Beijos!



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