POV´s Annabeth

– ANNABETH CHASE! EU JURO QUE VOCÊ NUNCA MAIS SAI DE CASA! FICA DE CASTIGO O RESTO DE SUA VIDA! PARA O CARRO NESSE EXATO MOMENTO OU ISSO VAI FICAR PIOR DO QUE JÁ ESTÁ!

Minha mãe estava parada na frente do sofá, vermelha de raiva, parecia que estava a ponto de me arrastar pelos cabelos para fora dali e eu não duvidava dela.

Me levanto rapidamente.

Percy estava jogado no chão, enquanto Nico e Thalia estava deitados em uma das camas.

Mas logo eles processam os berros e começam a despertar.

– Que diabos é... – Fala Nico até perceber a presença de Atena.

– Annie? Por que você está gritando? – Pergunta Percy ainda de olhos fechados.

Eu? Perdi a voz, não sabia o que falar, não conseguia pensar.

– Quem...? – Ouço a voz de Thalia longe, mas eu não consegui entender.

Só percebo que algo está mudando quando Percy se levanta.

– Então você está aqui? Aqui é a casa de Piper? Annabeth? – Berrava Atena.

Ela agarra meu braço e me arrasta pelo galpão enquanto eu estava sem ação.

– Espera! – Diz Percy.

– E quem é você garoto? Fez algo com minha filha? Como ela veio parar aqui? – Pergunta Atena aos berros.

– Eu amo sua filha!

Eu não conseguia me concentrar no que eles falavam, eu estava atordoada demais, Atena berra e puxava meu braço.

– Deixe de ser idiota! Você é um moleque!

Ela me arrasta de lá e última coisa que vejo é Percy xingar sozinho e chutar a porta. Eu não sabia que seria minha última imagem dele.

Minha mãe me bota dentro do carro e sai dirigindo como uma louca pela cidade. Não diz uma palavra, quando chegamos em casa ela me leva para seu escritório e aí ela começa a brigar de verdade.

– Não acredito Annabeth! Não acredito! Eu crio você sozinha, te educo e você faz isso comigo! Realmente você não sabe o que está fazendo!

– Eu gosto dele! Eu amo ele! – Me pronuncio pela primeira vez desde que acordei com os gritos dela.

– Não fale bobagens! Você sabe o que é amar!

– Você também não sabe! Sempre viveu amargurada! Nunca realmente soube o que é se apaixonar! Depois do que papai...

Sou interrompida por um tapa doloroso desferido por Atena.

– Não ouse falar dele dentro dessa casa! – Grita ela descontrolada com lágrimas nos olhos.

– Se você não tem uma história de amor verdadeira me deixe ter!

– História de amor? Você é uma menina! E aquele garoto? Deve ser do tipo que não respeita ninguém, se acha melhor que todos.

– Você não conhece ele!

– Tantos garotos com um futuro, como Lee, ele realmente gosta de você!

– Mas eu não amo ele!

– Não precisa amar, isso não existe, foi criado apenas para iludir as pessoas, e se existir, aprenda com o tempo! – Ela respira fundo e olha para mim mais calma. – Vá para seu quarto, depois conversamos.

Subo as escadas já com lágrimas nos olhos.

Me jogo em minha cama e choro, apenas choro.

Ela tinha descoberto, agora eu estava ferrada. Ela nunca aceitaria isso.

Me levanto e vou tomar banho, não poderia ficar parada, a ansiedade tomava conta de mim.

Mais tarde, quando eu já estava um pouco mais calma Atena aparece em meu quarto, parecendo mais controlada, ela se senta na beirada de minha cama.

– Como você o conheceu?

– Foi em uma festa a uns meses atrás.

– Que festa? Você não frequentaria lugares onde ele poderia estar. – Pronto eu estava ferrada, não poderia contar sobre o castigo que recebi por dar um tapa em Drew, não poderia contar sobre Kelly ou Luke, já que foi assim que conheci Percy.

– Foi em uma festa, pronto.

– Tudo bem. – Ela respira fundo e continua. – É lá que ele mora?

– Sim.

– Cadê a família dele ou daqueles outros dois que estavam lá?

– Percy não gostaria que eu falasse disso, mas ele fugiu de casa quando tinha 12 anos, não sei ao certo a história de Thalia ou Nico.

– Por que não me contou antes?

– Porque sabia que nunca aceitaria.

– Olha, eu sei que você pode gostar dele, mas eu já senti isso, é paixão adolescente, todos sentem, mas não quero que você passe pelo que eu passei.

– O que você quer dizer?

– Sei que não vai gostar, que vai chorar, dizer não, mas é a única possibilidade que acho que daria certo.

– Mãe? Está me deixando nervosa.

– Ainda vou pensar um pouco, amanhã te aviso sobre as providencias que irei tomar.

Ela sai do quarto me deixando olhando para as paredes e tentando pensar em qual é essa providencia.

A noite chega rápido, e só consigo pensar em Percy, não tinha conseguido falar com ele até agora.

Abro a mesinha de cabeceira e pego a única foto que tenho de nós dois. Estava um pouco a amassada e foi tirada em uma daquelas maquinas de fotos instantâneas que tinha no shopping.

Sorrio olhando para aquela pequena foto que me trazia lembrança tão grandes e felizes.

Adormeço ainda pensando no que o futuro me reservava, mas com um sorriso no rosto, o vier iríamos enfrentar.

No outro dia de manhã Atena entra em meu quarto para lançar a bomba que acabaria com a minha vida.

– Bom dia Annabeth.

– Bom dia mãe.

Ela parece nervosa, se senta na cadeira de minha escrivaninha e olha para mim.

– Vai ser difícil dizer isso, fazer isso, mas acho que será o melhor para você.

– Conta logo por favor.

– Você vai para... – Ela respira fundo e procura segurar as lágrimas. – Um colégio interno.

– Mãe? O que? Não!

– Eu sei que é difícil, mas não é de agora que quero isso, você estava estranha, passava muito tempo fora de casa, as vezes seus amigos ligavam perguntando sobre você, mas eu pensava que você estivesse com eles, estou notando essas mudanças a um tempo, e tenho tentado evitar essa possibilidade, mas acho que será o melhor para você. Terá uma educação de qualidade, um futuro brilhante, e ficará longe de encrencas.

– Mas... – As palavras de prendem em minha garganta, o choro toma conta de mim.

Ela anda até mim e me abraça.

– Vai ser difícil para mim ficar longe de você meu amor, mas é o melhor, você virá me visitar e bem... é o mesmo internato que eu estudei, é só para garotas, você ficará bem.

Mas o essas palavras não acabam com o choro, nem me conformam, eu só pensava que teria que deixar Percy para trás, deixar meus amigos, minha mãe, eu estaria deixando minha vida aqui.

Ela passa mais um tempo comigo, depois se levanta e se retira, mas para na porta.

– Você viaja na amanhã, consegui falar com a diretora, que é minha amiga e ela abriu uma exceção, o internato fica em Londres. – Fala ela. – Vou pedir para Lenny vir ajudar você com as malas.

Isso não poderia estar acontecendo! Um dia tudo estava bem, eu estava apaixonada, nada de brigas, no outro eu estava recebendo a notícia de que eu iria para internato em Londres, teria que deixar tudo para trás.

Só podia ser um pesadelo.

As lágrimas que escorriam era doídas, me vaziam lembrar porque eu estava derramando-as.

No meio de todo o drama acho algum sentido.

Como ela descobriu? Sozinha é que não foi.

Eu deveria estar na casa de Piper... Se eles fizeram isso!

Pego o celular e disco o número com as mãos tremendo. Piper atende depois do terceiro toque, dispenso saudações e vou logo ao ponto.

– Foram vocês? Foram?

Um silêncio invade o outro lado da linha.

– Piper responda!

– Talvez...

Não preciso de mais nada, desligo e jogo o celular com força na parede, ele se espatifa em mil pedacinhos, mas eu não precisa mais disso, amanhã eu estaria afastada do mundo, longe de todos.

Percy havia me ensinado a ser forte, sua história tinha me ensinado isso. Eu não poderia desistir. Não agora. Teria que aceitar o que Atena disse, mas eu seria forte, não desistiria de meu sonho. Eu amava Percy. Eu o esperaria.

Mas não sabia se ele me esperaria...