Ao chegar em casa Sherlock deu de cara com a Sra. Hudson. Ele tentou ignora-lá, mas ela o cutucou.
–Sherlock, você está bem, querido?
–Melhor do que nunca –forçou um sorriso.
–Cadê John?
–No hospital.
–Você sabe o que acontece depois de amanhã, não sabe?
–É domingo?
–É o aniversário de John! –disse em tom comemorativo.
–Claro que... Eu sei –ele não sabia, mas não quis demonstrar.
–Vamos comemorar, fazer algo pra ele.
–Sim, claro. –ficou pensativo.
Um táxi parou em frente á casa. Era John. De longe já tinha visto Sherlock e a Sra. Hudson parados.
Já estava escurecendo e ficando muito frio. Eles subiram.
–Como foi seu dia Sherl?
–Foi distrativo.
–Bom. Ânn, você sabe onde está minha caixa de primeiros socorros?
–Ah sim! Eu a peguei semana passada, eu meio que... Cortei o dedo numa experiência.
John se segurou pra não rir.
–Vou pegar –seguiu para o quarto.
Sherlock estava distraído e deu um pulo com o grito que John deu. Ele se levantou e correu para o quarto.
–Por que diabos você tem uma ratoeira no guarda roupas? Nunca tivemos ratos, mesmo com essa imundice que você faz e deixa! –disse em tom descontrolado e alto, tentando tirar a ratoeira de seus dedos.
–Eu tinha um rato de experiência, ele fugiu... Deixe-me ajudar – Sherlock estava rindo. Ajudou John e pegou os primeiros socorros pra lhe fazer um curativo. –Me desculpa! –riu novamente, sendo discreto.
–Olha só –se acalmou –Eu sou o doutor aqui ein. –sorriu.
–E o seu?
–Meu o que?
–Dia, John, como foi?
–Ah sim! Foi normal, nada impressionante como uma ratoeira no guarda roupa do meu amigo.
Sherlock terminara o curativo e ficou encarando o homem a sua frente.
–Você gostaria de... –Parece que Sherlock não está acostumado com esse tipo de assunto que está tentando puxar. –Gostaria de...
–Jantar fora?
–Ouvir minhas teorias sobre o novo caso?
Eles disseram ao mesmo tempo.
–Que tal os dois, hun? –Disse John, animado.
–Podemos jantar, mas não fora. Noites de sexta feira, restaurantes lotados... –Fez uma cara de incomodado.
–Tudo bem, eu concordo com você. Me parece bem mais agradável, nós dois aqui, apenas nós, jantando aqui é bem melhor. –John se aproximou de Holmes.
–Okay! –Sherlock levantou e se esquivou de um provável beijo que John o daria. –Um caso que aparentava ser chato parece ter mudado de rumo.
John não parecia tão animado.
–Eu vou buscar uma pizza. –deu um sorriso forçado e sarcástico e saiu.
Holmes ficou no quarto por um tempo, desarrumando algumas coisas que John tinha arrumado. Depois disso sentou, pegou a habilitação que tinha encontrado e começou a deduzir, tirou algumas conclusões, entre elas incluíam: A habilitação aparenta velhice, está gasta e com o papel amarelado, o dono já a renovou e guardava aquela por motivo de orgulho por ser sua 1° carteira. Na foto estava um rapaz de terno, sério, dava pra ver que a foto era mais velha do que a habilitação. O nome na habilitação era Vincent Roper... Viveash... Claro...
–Sherlock! Pizza! Venha! –John gritou e Sherlock perdeu a concentração instantaneamente.
Ele guardou a habilitação novamente em seu bolso, pois tem mais coisas para serem analisadas e seguiu para a sala.
–Você pediu de queijo?
–Sim...!?
–Odeio esse cheiro.
–Ahh, Claro! E adora o cheiro de cadáveres na geladeira.
–São casos diferentes, John. –Se jogou na poltrona.
–Você não vai comer?
–Não estou com fome.
–Eu odeio você.
–Não, você não odeia.
John não queria comer sozinho e optou por não comer.
–Vai Sherlock, diz suas teorias já que está tão inquieto com isso. –havia desanimo na voz de Watson, ele achava que teria uma sexta feira noite divertida com seu ‘amigo’ mas vai ser um caso. Não que isso não seja divertido, mas isso não era o que ele realmente queria.
–Primeiramente, já ouviu falar em alguém chamado Vincent Roper Viveash?
–Espera... Vincent –estava pensando –Roper... Hmm... Viveash! Sim! Eu conheço esse nome. Não conheço a pessoa, mas o nome... Bom, sabe meu blog? No inicio eu postei minha tentativa de deduzir você, tive minhas conclusões e houve quatro comentários. Dois eram apenas divulgação de blogs ou até vírus. O outro era uma jornalista querendo fazer uma entrevista com você, não respondi. E a ultima pessoa tinha esse nome Vincent Roper Viveash. Ele comentou “Você o descreve como se fosse uma pessoa espetacular. Eu acho totalmente ao contrário, pra mim Sherlock Holmes é um homem falso, todos deveriam rever seus conceitos sobre ele.”
–Por que nunca me disse?
–Quis te poupar desse comentário, achei que fosse só mais um hater que desacredita no poder de sua dedução. Achei que não fosse importante.
Sherlock remexe os olhos, leva sua mão ao bolso e mostra á John a habilitação.
–Aqui está uma foto desse tal Viveash, essa é a carteira de habilitação dele.
–Que? Onde encontrou isso? –John pegou a carteira e encarou o homem da foto.
–No local do crime da Rua Grendon, onde estivemos mais cedo.
–Esse homem, não tenho certeza, mas posso jurar que esse olhar é familiar.
–Tente se lembrar John, facilitaria muito.
–Espere, vou usar meu ãhnn, como você chama mesmo?
–O que?
–Quando você se desliga do mundo e pensa muito –Riu
–Palácio Mental.
–Exatamente! Como usa isso? Com você sempre funciona.
–É uma estratégia difícil John, é como meditar. Quando você aprende a meditar sua mente se desliga do mundo real, fica totalmente vazia. Quando se usa o Palácio Mental você se desliga do mundo real pra relembrar tudo àquilo que...
–Lembrei! –John interrompeu a explicação de Holmes –Claro, o oftalmologista. Eu o vi uma vez perto do meu consultório, estranhei porque ali não é a área dele, e aqueles olhos, esses olhos –apontou para a foto –me olharam, não como um estranho olha pra outro, era como se ele me conhecesse. Ele realmente me lançou um olhar de psicopata.
–Eu preciso de um momento. –Sherlock se levantou deu uma parada do lado de John, passou as mãos de leve em seu rosto e foi para o quarto.