fui caminhando em direção ao quarto de mau-mau. dando passos calmos e lentos.

o encontrei ajeitando seu travesseiro,ele sorriu ao me ver de volta. então, eu fui até ele e me deitei ao seu lado, assim que ele apagou as luzes, me abraçou e me aconchegou em seu peito. pude sentir seu coração acelerado, e sua respiração quente acariciar meus cabelos. como era bom aquilo!

não demorou muito, então peguei no sono e dormi a noite toda. no dia seguinte, acordei sozinha naquela cama. fui até o banheiro fiz minha higiene matinal e desci até a cozinha. Samira era a única que ainda estava por lá.

– bom dia! -ela me cumprimentou sorrindo.

– bom dia! -fui até ela, e a abracei.

– então, você falou com mau-mau não é? -ela perguntou.

–sobre aquilo que você falou ontem?

– sim. -ela me olhava ansiosa.

– não. achei melhor deixar essa conversa com ele para outra hora.- houve uma pausa- Sami... uma coisa estranha aconteceu ontem. eu posso contar com você não é?

– claro que pode Mari! não se preocupe o que você me disser, ficará somente entre a gente. -ela sorriu.

– pois bem. -eu prossegui.- eu senti uma vontade estranha de... de beijar mau-mau! o que você acha a respeito?

ela me olhou com os olhos arregalados e a boca aberta. aquela expressão dela me deixou com medo à princípio.

– ora Mari! você também o ama!!

– não!! ..... eu... eu o amo?

– claro! awwnnt que fofos!! vocês estão apaixonados um pelo outro!

– Sami, eu... eu não tenho certeza. achei que sempre fosse apaixonada por lucas, mas por ele sinto algo diferente do que sinto por mau-mau.

– claro! você ama mau-mau de verdade!

– posso amá-lo como amigo! -falei.

–Mari, você mesma está tentando se enganar. está tão obvio que você ama mau-mau também. vocês formam um belo casal, agora só falta vocês se assumirem!

– haa meu deus. será?

ela apenas afirmou com a cabeça e voltou a sorrir.

eu estava um pouco confusa quanto aquilo ainda. eu apaixonada por mau-mau?

meu amigo de tantos anos! o meu irmão!

depois que Samira me deixou sozinha na cozinha tomando meu café, fiquei pensando sobre aquilo. pensei, pensei e repensei! mau-mau sempre foi essencial para minha vida. e não é normal você ter vontade de beijar seu amigo, certo?

eu estava me convencendo de que eu estava realmente apaixonada por ele.

não seria tão ruim assim. a gente tentaria, se fosse isso que mau-mau quisesse. nossas familias, já são praticamente uma. eu o conheço muito bem, e mau-mau também me conhece como ninguém. sim, eu gostava de lucas. porém estava descobrindo algo muito mais forte por mau-mau, e creio que não fosse só amizade.

durante o almoço, eu agi normalmente com mau-mau. ele me levou até a faculdade como sempre, e nada de diferente aconteceu. a não ser o fato de que eu não parava de olhar para ele. mau-mau até deve ter achado estranho e sorria ao me olhar.

a tarde passou rápido novamente. mau-mau já estava a me esperar na frente do colégio. Tadeu estava no banco traseiro como sempre. eu sorri ao entrar no carro, e mau-mau fez o mesmo.

resumindo, nossos dias foram baseados em sorrisos.

o fim de semana já havia chegado. no sábado pela manhã, eu voltaria para casa matar a saudade da minha família. já havia ligado para eles e combinado tudo.

encontrei mau-mau por acaso na cozinha.

– você não vai para casa? -perguntei. - sua mãe deve estar com saudade de você.

– pois é. eu estava pensando em ir. você vai não é?

– sim. vou amanhã cedo. meu pai virá me buscar!

– vou ligar para casa depois. -ele disse por fim.

peguei um copo com leite gelado, e me sentei no sofá junto com Bruna e Samira. estávamos assistindo tv em plena sexta à noite. o restante do pessoal estava por aí, fazendo alguma coisa útil ou não.

depois de alguns minutos, Bruna subiu até seu quarto, disse que estava cansada. eu e Samira continuamos assistindo. percebi que mau-mau não estava ali embaixo, provavelmente estava em seu quarto ligando para a mãe. então, decidi subir até lá também.

assim que cheguei no corredor dos quartos, percebi que Bruna não estava em seu quarto. onde ela estaria então? ela disse que estava cansada! o banheiro estava vazio. então, me aproximei do quarto de Tadeu, que estava com a porta trancada. Tadeu não costumava trancar a porta! eu sorri ao imaginar onde Bruna estaria.

entrei no quarto de mau-mau, e ele estava arrumando sua mochila. tirando seus materiais e colocando peças de roupas.

– você vai para casa? -perguntei.

– vou sim. -ele sorriu.

eu sorri de volta e me sentei em sua cama. assim que ele terminou se sentou ao meu lado. pegou em minha mão e ficamos ali em silêncio. depois de algum tempo, eu me levantei e disse:

– vou até o banheiro. depois volto dormir com você!

ele sorriu de orelha à orelha. eu já me sentia dona de seu quarto, nem pedia se ele queria a minha companhia.

quando sai do banheiro, me deparei com Bruna saindo do quarto de Tadeu. ela tentou disfarçar mas comigo isso não colou.

– obrigada pelos cálculos de matemática Tadeu! quando tiver com alguma dúvida pode me procurar também! - ela falou tão alto que deixou bem claro que era para que eu ouvisse.

então, eu me fiz de desentendida, e apenas sorri. ela seguiu em direção ao seu quarto e fechou a porta. ela estava tão vermelha de vergonha!!

entrei no quarto de mau-mau rindo. e ele quis saber o porquê. como não escondo nada dele, contei o acontecido. ele riu também.

mau-mau e eu estávamos conversando sobre coisas. estávamos planejando o que faríamos amanhã o dia todo na casa de nossos pais.

– vamos pescar! -ele riu.

– não é uma ideia tão ruim assim. Mathias adora pescar!

– é, eu sei. -ele sorriu

lembrei do meu irmão mathias. poxa, como eu estava com saudade dele!!

então, algumas lágrimas começaram a cair sobre meu rosto. mau-mau se assustou ao vê-las.

– o que aconteceu?

– só saudade de casa. -respondi passando a mão e secando as lágrimas.

mau-mau se aproximou de mim e me abraçou. sempre tão cavalheiro!!

como mau-mau me fazia bem! era tão bom estar com ele. então, eu me virei e encarei seus olhos, que estavam brilhando tão lindamente! ele deu um sorriso meio bobo e continuou me olhando. quando percebi, nossos rostos já iam um ao encontro do outro. meus olhos já haviam se fechado e eu esperava aquele momento ansiosa.

o momento em que eu enfim, sentiria os lábios de mau-mau.

estávamos tão perto, que eu ja sentia que não haviam distancias significativas entre nossos rostos. a qualquer momento iríamos nos beijar !

foi aí então, que meu celular começou a tocar sobre o bolso de minha calça jeans. abri meus olhos e vi mau-mau me olhando sorrindo.

droga de celular!

o retirei de meu bolso e olhei o visor.

LUCAS.

levantei meu olhar, e vi mau-mau retirar os olhos de meu celular, ele sorriu ironicamente e se afastou de mim.

o celular não parava de tocar, então eu atendi.

assim que o fiz, mau-mau abriu a porta do quarto e se retirou...