"Right now

I wish you were here with me

'Cause right now

Everything is new to me

You know I can't fight the feeling

And every night I feel it

Right now

I wish you were here with me"

– One Direction

Dois anos se passaram desde que nós voltamos para a Irlanda.Agora eu e as meninas estávamos fazendo faculdade e trabalhando. Eu estava fazendo faculdade de Relações Públicas, a Gabi de veterinária, e a Jul estava fazendo faculdade de ciência da computação. Apesar de nossa vida estar bastante corrida, nós sempre arranjávamos tempo para encontrar os meninos em Londres durante as férias.

Agora eram eles que viriam nos ver. A banda iria ficar seis meses de férias, antes de eles começarem a organizar seu último disco juntos. Quando eu soube que a banda se separaria, fiquei bastante surpresa. Era estranho pensar que não ouviria mais as músicas deles no rádio; porém, eu sabia que aqueles cinco eram como irmãos agora, e eu tinha a consciência de que Zach jamais pararia de ver os amigos.

Verifiquei novamente o horário no meu relógio e respirei fundo. Juliet estava tomando banho e Gabi estava na cozinha tentando preparar o almoço, e como eu não havia ouvido nada cair e quebrar até agora, ela parecia estar se saindo muito bem em seu intento. Analisei a casa a minha volta e sorri. Eu e as meninas havíamos nos mudado há pouco tempo.

Todas nós tínhamos arranjado empregos melhores e depois de alguns problemas, conseguimos alugar uma casa maior para nós. O lugar tinha quatro quartos, uma ampla sala, um escritório e uma cozinha bem grande. Além de ter um singelo jardim na parte de trás, no qual eu plantava meus lírios.

Eu estava muito feliz! Havia conseguido tudo com que sempre sonhara! Meu namoro com Zach estava cada vez mais sólido, e a cada dia que passava eu tinha a certeza de que era com ele que eu queria pássaro resto de minha vida. Olhei meu reflexo no grande espelho que estava ao lado do armário de mogno branco e respirei fundo. Agora meus cabelos estavam compridos outra vez, mas eu estava pensando seriamente em cortá-los antes de ir viajar com Zach, na semana que vem. Eu realmente havia gostado do meu cabelo curto!

Ajeitei meu vestido e sorri. Eu usava um vestido curto azul claro e uma sapatilha bege. Em meu pescoço, havia o colar que Zach me dera quando completamos dois anos de namoro, há cinco meses.

Juliet saiu do banho e entrou em seu próprio quarto, enquanto perguntava:

— Que horas os meninos irão chegar?

— Zach disse que eles estariam aqui mais ou menos meio-dia — eu respondi, também gritando. Ela moveu a cabeça e fechou a porta. Suspirei e percebi que faltava menos de dez minutos para dar meio-dia e dez.

Eu estava com muita saudade de Zach, e queria vê-lo o quanto antes, queria abraçá-lo, tocá-lo, sentir o perfume delicioso que apenas ele tinha...

Assustei-me com o som de alguém tocando na campainha e sorri, efusiva. Desci as escadas correndo e fui em direção à porta, abrindo-a rapidamente. Do outro lado, eu o vi.

E só isso bastou para que meu coração batesse desesperadamente contra meu peito. Ele sorriu para mim e eu pulei sobre ele, o abraçando com toda a força possível. Eu senti o odor suave de sua colônia masculina adentrar no meu nariz e sorri, afundando meu rosto contra o vão de seu pescoço.

— Oi, pequena — ele disse, me dando um beijo carinhoso na cabeça.

— Oi — falei, sorrindo. Ele se afastou de mim, parecendo um pouco relutante em fazê-lo, e perguntou, enquanto segurava minha mão: — Venham meninos, entrem — eu disse, depois de lembrar que eu tinha que ser hospitaleira. Os meninos entraram na minha casa e pouco depois Gabi e Juliet surgiram na mesma, e mataram a saudade de seus respectivos namorados.

— Está preparada para nossa viagem — Zach questionou depois de algum tempo. Nós dois iríamos para a Turquia, e eu estava super ansiosa! Nunca havia ido para tão longe e estava super curiosa para saber como era o local.

— Sim, na verdade eu estou ansiosa! — Disse o encarando e sorrindo. Ele sorriu de volta e me deu um selinho rápido.

O resto do dia passou rapidamente, e os meninos foram embora às sete e meia para que pudessem fazer check in no hotel no qual eles ficariam.

A semana demorou um pouco para passar, mas a sexta-feira chegou e com ela, a minha viagem dos sonhos.

— Eu não acredito que finalmente estamos indo para a Turquia! — Falei animada. Nós dois estávamos dentro do avião, que agora já ia velozmente em direção ao nosso destino. Ele sorriu para mim e segurou minha mão com força. Eu pude perceber que ele estava nervoso e logo lembrei do medo que ele tinha de aviões e de altura.

— Ei, relaxe... Estou aqui — eu disse, sorrindo. Ele assentiu e respirou fundo, parecendo um pouco mais calmo. A viagem de avião foi tranquila, tirando alguns momentos nos quais enfrentamos turbulências.

Demorou algum tempo para chegarmos em Istambul, onde ficaríamos. Fiquei pasma ao me deparar com o hotel no qual ficaríamos. Era uma enorme construção em estilo imperial e parecia um local extremamente caro. Ao adentrarmos, fomos muito bem atendidos, olhei um panfleto sobre o balcão de mármore e então descobri que o hotel se chamada Ciragan Palace Kempinski.

Fomos em direção ao nosso quarto, que ficava no último andar do prédio. O nosso quarto era provavelmente um dos mais caros de lá. Havia uma ampla cama de casal coberta por uma belíssima colcha dourada repleta de bordados.

O teto era de gesso e havia três janelas tampadas por lindas cortinas estampadas com bordados idênticos aos da colcha. Um lustre singelo de cristal fazia-se notar no teto, tornando o ambiente ainda mais agradável.

Havia uma grande mesa circular a uma certa distância, e um sofá grande de cor bege coberto com várias almofadas. Encostado em uma parede, havia um raque de mogno mel com uma televisão de plasma bem grande. E na parede à oeste, uma grande janela de vidro nos dava acesso a uma belíssima varanda.

— Uau, esse lugar é lindo! — Falei encantada. Ele sorriu e me abraçou por trás, dizendo:

— Fico feliz que tenha gostado, meu amor — falou mordiscando o lóbulo de minha orelha. Nós passamos o resto do dia no quarto, arrumando as coisas dentro de um armário e nos habituando ao fuso horário diferente.

No dia seguinte, nós passeamos pela cidade e conhecemos alguns pontos turísticos.

— Podíamos passear de balão — eu disse animada, praticamente quicando. Zach me encarou e deu de ombros, em puxando em direção à fila. O instrutor nos explicou como funcionava e nos colocou dentro de um dos balões mais bonitos do local. Ele era vermelho e estava repleto de desenhos.

Eu sorri ao sentir o balão começando a voar e me abracei a Zach, enquanto subíamos cada vez mais. Pude sentir o coração dele acelerando e me virei para ele, que parecia nervoso e apreensivo. Olhei em volta e fiquei encantada ao me deparar com o pôr do sol, que tinha seus tons amarelados espalhados por todos os lugares.

— Val — a voz dele saiu sussurrada, me virei e Zach me encarava com expectativa.

— Sim? — Perguntei carinhosamente. Ele pôs as mãos no bolso da jaqueta e respirou fundo.

— Eu amo você — ele disse, e os olhos faiscaram: — Nunca pensei que amaria alguém tanto quanto eu te amo — prosseguiu, fazendo-me sorrir: — E eu quero passar o resto da minha vida ao teu lado — ele se ajoelhou e meu coração acelerou parecendo uma britadeira quando eu compreendi o que ele faria: — Você quer casar comigo?

Ele abriu uma pequena caixinha de veludo, e dentro dela jazia um belíssimo solitário. Ele era de ouro e tinha um diamante no meio. Sorri efusiva, e respondi:

— Sim, claro que sim! — Falei emocionada.

***

Seis meses se passaram desde que Zach fez o pedido, durante todo aquele tempo ficamos correndo atrás dos preparativos, convidados, vestido e até mesmo um local para me converter.

Converteria-me ao islamismo, não por Zach pedir, mas porque queria participar ainda mais da sua vida. A família de Zach não era tão rígida e religiosa, o que me confortava ainda mais.

Iríamos nos casar em um salão de festa enorme, eu me encontrava já pronta, sentindo meus pés latejarem dentro do salto branco. Diferente do que minhas melhores amigas pensaram, mesmo me convertendo ao islamismo, ainda preferi usar trajes de um casamento católico, para não chocar tanto aos olhos de meus parentes.

— Você está parecendo uma boneca Val – Gabi choramingou, terminando de prender meu cabelo com grampos para a trança não se desfazer.

— Obrigada – disse sincera e levantei meu rosto para ver meu reflexo no espelho a frente. Estava usando um vestido branco, de seda, com o busto em gola V, mas de manga longa. Ele era colado no busto e cintura, e se soltava a partir do quadril. Possuía uma pequena calda que se arrastava alguns passos para trás de meu corpo. Em minhas costas havia um pequeno buraco rendado que era contornado por pequenas perolas e se tornava uma única fileira a partir da faixa de meu bumbum, até o final da calda.

Vi a porta do quarto onde estava ser aberta e vi meu pai aparecer pelo reflexo do espelho. Ele parou por alguns minutos ali, sério, mas então sorrio e abriu mais a porta, deixando uma senhora com uma maleta em mãos entrar.

Aquela mulher iria fazer os desenhos em minhas mãos e pés. Mesmo eu optando por um vestido branco, ainda aceitava aquela idéia de pintar meus membros. Ela pegou uma tinta avermelhada, molhou a ponta de seu dedo nela e fixou um ponto em minha testa. Fechei os olhos ao sentir o toque gélido da mulher e fiquei daquele modo até ela terminar seu trabalho. Normalmente quem fazia tal coisa eram os familiares da noiva, mas por toda minha família ser católica, eu e Zach decidimos pedir à sua tia-avó.

— Você é uma das noivas mais lindas que já vi – disse a senhora com um sotaque estranho. Sorri e me olhei mais uma vez no espelho. Agora sim eu me sentia preparada para casar.

— Está na hora Val – Juliet disse mordiscando seu lábio e saindo do quarto onde estávamos sendo seguida pela senhora e por Gabriela.

Respirei fundo e olhei para o meu pai. Ele estava com uma cara séria, como se reprovasse tudo que havia feito desde o momento que sai de casa. Esticou sua mão e relaxou as feições do rosto.

Segurei sua mão e olhei para o quarto, vendo se não havia esquecido nada. O salão estava escuro e barulhento. Apoiei-me no braço de meu pai e quando nos posicionamos na extremidade do tapete avermelhado todos ficaram em silencio. Uma luz forte focou em mim e meu pai e por alguns segundos fiquei cega. Sorri ao conseguir enxergar quem estava a minha frente. Uma musica baixa e lenta começou a tocar e eu senti todos meus pelos se arrepiarem.

Estava tocando a musica que Zach havia dedicado à mim no show. Comecei a andar junto à meu pai e olhei para todos ali. Parentes meus e de Zach, nossos amigos, colegas de faculdade, antigos empresários da banda.

Olhei para frente mais uma vez e vi meu futuro marido parado com as mãos entrepostas uma sobre a outra. Respirei fundo e senti meus olhos lacrimados. Ele estava de terno, tão lindo, tão calmo, que me de vontade de soltar meu pai e correr para seus braços.

Assim que chegamos próximo do pequeno palanque, meu pai entregou minha mão para Zach, que a segurou firmemente. Sua mão estava gelada, o que me querer rir, pois sabia que ele estava tão ansioso quanto eu.

Meu pai foi para o lado de minha mãe, que não expressava sentimento nenhum, diferente da mãe de Zach, que sorria e chorava ao mesmo tempo. Chamamos seis padrinhos, sendo quatro deles os meninos da banda e os outros dois Thomas e o primo de Zach.

Juliet e Liam eram padrinhos de Zach, junto a seu primo e sua irmã mais velha, Nathan e uma prima minha. Thomas e sua nova namorada – que era uma colega faculdade minha – eram meus padrinhos, junto na Gabrila e Harold, Leonard e Elizabeth, que se tornou muito amiga minha.

Um juiz se encontrava em pé em frente de mim e Zach, com um livro em mãos. Ele começou a falar, mas eu não conseguia prestar atenção, pois a todo momento eu ficava olhando Zach, e ele também ficava me olhando. Apenas quando ele disse “Valerie é de livre e espontânea vontade o casamento com Zach Melck?” que eu me dirigi ao juiz.

Minutos depois o juiz nos declarou legalmente marido e mulher, pediu para nós assinarmos um livro muito grande, que deveria ser do cartório e perguntou à Zach onde e encontrava as alianças. Thomas se manifestou, entregando uma caixinha branca e vermelha para Zach, que agradeceu ele com um sorriso amigável.

Eles estavam se tornando amigos desde quando Thomas arrumou uma namorada.

Estendi minha mão para frente e senti o toque tremulo de Zach, colocando o anel dourado em meu dedo anelar. Peguei o anel maior dentro da caixinha e fiz o mesmo que ele, no entanto eu estava tremendo mais que ele, o que dificultou um pouco.

Depois do juiz gritar para todo o salão ouvir que éramos marido e mulher todos os seis pares de padrinhos que se encontravam ao nosso lado nos abraçaram ao mesmo tempo. Eu e Zach riamos abestalhadamente, mas sabíamos que aquilo era apenas o começo de uma vida muito feliz.