Far as the eye can see under your command

I will be your guardian when all is crumbling

I'll steady your hand

You can never say never

While we don't know when

But time, time and time again

Younger now than we were before

– The Fray

Ajeitei meus cabelos e suspirei. Iria me encontrar com Zach em meia hora e sentia meu estômago revirar. Ter que voltar para a Irlanda estava me destruindo; contudo, eu não tinha opção.

Peguei minha bolsa e me despedi das meninas. Não demorou muito para que Zach surgisse na recepção do hotel, com aquele sorriso que eu amava no rosto. Abracei-o com força e inalei o perfume que ele exalava, sentindo-me inebriada pelo mesmo:

— Oi minha pequena — ele sussurrou carinhosamente. Desceu as mãos pela minha cintura, fazendo-me arrepiar e estremecer diante dos toques, e sorriu ao perceber a reação que seus toques causavam em mim. Beijou minha testa com carinho enquanto eu dizia:

— Olá — murmurei afundando meu rosto no seu peito. Ele apertou-me com mais força, enquanto eu sentia alguns olhares cravados em nossas costas. E juro que não soube dizer se era por causa de nossa demonstração de afeto ou pelo fato de ser Zack Melk.

— Como você está? — Ele questionou relutante. Os olhos me sondaram enquanto um sorriso de júbilo brincava em seus lábios. Segurei a mão dele enquanto caminhávamos lentamente para fora da casa.

— Estou bem — respondi o olhando. Na verdade, eu estava parcialmente bem; mas não queria trazer à tona o fato de que no dia seguinte eu estaria na Irlanda e ele não. Eu apenas queria passar mais tempo com Zach, porém aquilo seria praticamente impossível. — E quanto a você?

— Cansado, mas bem — ele disse enquanto virávamos a esquina. Eu iria passar o dia na casa dele, nós iríamos ficar agarrados e eu tentaria não deixar meu coração dominar minha mente. Se dependesse de meu órgão involuntário e completamente irracional, eu não iria mais embora de Londres. Porém, meu cérebro, sempre muito prestativo, fazia com que eu continuasse sã e racional.

Nós caminhamos em silêncio e logo chegamos à casa de Zach. Subimos e eu me encaixei no peito dele, enquanto ele fazia um carinho delicioso em minha coxa e nós assistíamos à "Cinema Paradiso".

— Val — a voz dele saiu rouca. Virei-me na cama e o encarei. Os olhos cintilavam e me vi presa a eles pela milionésima vez. Meu coração acelerou desesperadamente enquanto uma das mãos afagava meu rosto com carinho e delicadeza. Fechei os olhos, me deliciando com o toque, e respirei fundo. Aproximei meu rosto de seu carinho e questionei, tentando manter minha linha de raciocínio.

— Sim? — Minha voz era apenas um murmúrio.

— Você precisa mesmo ir embora? — Ele questionou, fazendo-me abrir os olhos, que encontraram com o olhar suplicante dele. Zach não havia gostado muito de saber que eu estava prestes a voltar para a Irlanda, e eu também não estava nem um pouco feliz com aquilo, mas precisava entrar para a faculdade o quanto antes, não dava mais para atrasar!

— Sim, infelizmente eu preciso — falei suspirando tristemente. Por mais que eu estive super ansiosa para entrar na faculdade, deixar Zach em Londres seria bastante difícil. Eu já não sabia mais como ficar longe dele, e agora teria que reaprender. — Preciso entrar para a faculdade — disse tocando a mão dele com carinho. — Estou tão animada para entrar no meu curso! — Disse sorrindo.

Ele suspirou e assentiu. Ele sabia e respeitava aquilo. Ele apenas queria me vez feliz, e isso era a maior prova de amor que ele poderia me dar! Ele me puxou pela cintura e uniu seus lábios aos meus em um beijo desesperado. Suas mãos desceram pela minha cintura e ele me tomou em seus braços, como se aquela pudesse ser a última vez em que ele me beijaria. Então com muita delicadeza ele me deitou na cama...

***

As mãos de Zach traçavam um caminho carinhoso pelas minhas costas nuas, enquanto eu fazia formas irregulares com a unha em seu peito tatuado. Suspirei ao ouvir os batimentos cardíacos dele e me aninhei ainda mais em seu peito. Ele beijou minha cabeça e disse:

— Eu te amo — me olhou com suavidade e eu pude meu coração acelerar, no ritmo da bateria de uma escola de samba. Eu poderia ficar ali pelo resto da vida. Ele apertou minha coxa e eu senti todo meu corpo reagir por causa do contato entre nossas peles. Eu sentia que ali eu meu lugar, com ele. Ele me fazia a mulher mais feliz do planeta, e eu tinha a plena consciência de nunca amaria alguém tanto quanto o amava.

— Eu também te amo, muito — disse sorrindo para ele. Ele me abraçou com carinho e nós continuamos ali, abraçados um ao outro.

O dia passou rapidamente e nós ficamos na casa dele, apenas nos curtindo e vendo vários filmes da televisão. Quando eram sete horas da noite, ele me levou de volta ao hotel. Entrei no quarto do mesmo me deparando com Juliet e Gabi arrumando suas malas.

— Oi meninas — eu disse olhando-as. Gabi sorriu para mim, assim como Jul:

— Oi — as duas responderam em uníssono. Me juntei à elas e comecei a arrumar as malas. Nós conversamos um pouco sobre o fato de que estávamos prestes a partir e eu percebi que as duas também não gostavam nem um pouco da ideia; porém, ainda assim, elas estavam tão animadas quanto eu para entrar na faculdade.

Fomos dormir cedo já que no dia seguinte teríamos que levantar às cinco da manhã. No dia seguinte, os meninos apareceram no hotel e nos levaram para o aeroporto.

Agora eu e Zach nos encarávamos em silêncio, enquanto ele acariciava minhas com delicadeza. Ele me apertou contra si e afundou o rosto no vão de meu pescoço. Fechei os olhos, aproveitando o máximo possível o contato e disse, apertando-o:

— Eu amo você... Prometo que volto no meio do ano — senti minha visão ficar turva devido as lágrimas que ameaçavam formar-se em meus olhos e respirei fundo. Ele assentiu e disse, encarando-me:

— Eu também te amo — sussurrou contra meu ouvido, fazendo com que eu me arrepiasse. — Estarei te esperando — eu senti tanta convicção em tais palavras, tanta força e sentimento, que não consegui mais conter as lágrimas. Respirei fundo e me soltei dele, depois de ouvir nosso voo sendo anunciado.

— Adeus — falei apertando a mão dele. Ele suspirou e murmurou:

— Adeus — mandei-lhe um beijo e peguei minhas malas, sendo seguida pelas minhas duas melhores amigas. Olhei para ele uma última vez antes de me virar e sair caminhando lentamente em direção ao portão de embarque.

Depois de o avião decolar, liguei meu celular e coloquei os fones no mesmo. Pus os fones no ouvido e coloquei para tocar minha música predileta, Never Say Never, do The Fray. Fechei os olhos e respirei fundo, decidida a voltar para Londres o quanto antes...