I've found a reason for me
To change who I used to be
A reason to start over new
And the reason is you

– Hoobstank

Point of View: Zach

Acordei com a luz que adentrava pela janela do meu quarto. Abri os olhos e senti-me momentaneamente cegado pela Sol que parecia brilhar lá fora. Sentei-me na cama e suspirei.

Encarei o quarto a minha volta e olhei para a parede, onde outrora encontrava-se uma imagem de Valerie. Suspirei e levantei-me encarando a parede por alguns instantes. Eu precisava refazer essa pintura.

Saí do quarto ainda pensando nas tintas que teria de comprar e desci as escadas de minha casa, passando a mão por meu braço. Fui para a cozinha e abri a geladeira à procura de algo para comer. Peguei a garrafa de leite e um pão que encontrava-se sobre a estante da cozinha.

Sentei-me à mesa e tomei meu café calmamente, pensando em tudo o que acontecera no dia anterior. Não havia palavras para descrever a alegria que senti quando descobri que Valerie não havia me traído com aquele tal de Thomas. O alívio e a felicidade eram inigualáveis.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo som do celular tocando. Procurei em volta e notei que o mesmo estava sobre a mesa, peguei-o e sorri ao ver que era Valerie quem ligava.

— Oi minha pequena, tudo bem? - Perguntei com um sorriso bobo no rosto. Eu jamais havia sentindo algo assim por alguém. Valerie era a primeira pessoa que eu realmente amava com todas as forças que meu coração permitia.

— Oi Zach - pude ouvir o riso dela do outro lado da linha e sorri encantado. Passei a mão pela nuca e esperei que ela prosseguisse:

— Eu estou indo para sua casa mais tarde, tem problema? - Ela perguntou e apenas respondi, sem sequer pensar:

— Claro, pode vir para cá - respondi sorrindo. Passar um ano longe dela não foi nada fácil para mim, agora eu apenas queria aproveitar o tempo perdido e ficar com ela o máximo que pudesse.

— Daqui uma hora estarei aí - ela disse e eu assenti:

— Okay, beijos.

— Beijos - ela respondeu e depois desligou o celular. Olhei para o relógio e fiquei surpreso ao notar que já eram dez e meia da manhã. Não havia notado que estava tão cansado assim.

Terminei de tomar café e subi as escadas. Entrei em meu closet e abri o guarde-roupa à procura de algo para vestir. Tomei banho e coloquei a roupa que havia escolhido: Uma blusa de algodão branca e uma calça jeans azul escura.

Depois de quinze minutos, Valerie chegou a minha casa. Desci as escadas e sorri ao vê-la parada encarando algo no chão.

— Oi princesa - disse a puxando para mim. Beijei sua testa e analisei o rosto dela, notando a forma como os olhos castanhos esverdeados dela brilhavam sob a luz do Sol.

— Tudo bem? - Ela perguntou, ainda abraçada a mim. Mas, por mim, poderíamos ficar daquela maneira pelo tempo que fosse.

— Sim, e você? - Perguntei erguendo o rosto dela com o polegar.

— Estou melhor agora - ela murmurou sorrindo. Puxei-a para dentro da casa e subimos as escadas em silêncio. Ao chegarmos ao meu quarto, notei que ela ficou parada alguns instantes encarando a parede em branco onde, outrora, encontrava-se a imagem dela.

Pude notar que seus olhos ficaram tristes de repente e segurei sua mão, afagando-a com carinho:

— Vou refazer a pintura - murmurei ficando de frente para ela. Valerie olhou-me e fiquei contente a notar que seus olhos voltaram a brilhar. Apertei sua pequena mão com força e perguntei:

— O que faremos hoje? - Ela questionou me avaliando. Olhei em volta pensando e então lembrei de uma conversa que eu e Valerie tivemos tempos atrás e sorri. Caminhei em direção ao telefone e pedi que meu segurança reservasse uma cabine para mim e para Valerie no London Eye.

— Nós vamos ao London Eye - disse olhando-a. Eu havia lembrado que certa vez Valerie me dissera que sempre quis conhecer a roda gigante e eu não mediria esforços para vê-la feliz.

Eu odiava altura, mas aquilo não importava muito agora. Nos preparamos e logo saímos de minha casa.

Não demorou muito para chegássemos ao London Eye. Entramos na cabine e eu pressionei a mão dela com uma força um tanto quanto desnecessária, mas não pude evitar. Meu coração batia loucamente contra meu peito, enquanto a roda gigante girava a uma velocidade considerável.

Valerie pressionava o corpo contra a pequena janela, ela parecia fascinada com o que via e em seus lábios um sorriso de júbilo fazia-se notar. Observei-a, fascinado, esquecendo, por alguns instantes, do meu medo de altura.

Eu sorri ao vê-la olhar fascinada para a vista de Londres e quis abraçá-la, mas preferi não fazê-lo. Queria que ela aproveitasse ao máximo a viagem. Ela me encarou com os olhos brilhantes e abraçou-me com força, pegando-me de surpresa. Apertei-a e inalei seu perfume, ficando levemente embriagado.

Eu sentia falta daquilo. Mas saber que agora estávamos juntos era o que me acalentava. Depois de sairmos da roda gigante caminhamos em direção à rua. Segurei a mão de Valerie e olhei-a de soslaio.

Passamos em uma barraquinha de pipoca e comprei uma para ela, que comia parecendo estar morrendo de fome. Ri da gulodice dela e perguntei:

— Não comeu hoje?

— Comi, mas estou morrendo de fome - ela disse colocando mais pipocas na boca. Ri e ela me encarou brava, fazendo um bico extremamente fofo. Beijei-a, fazendo-a desmanchar o bico e continuei a segurar sua mão.

Caminhamos pela praça durante um bom tempo. Eu mal sabia dizer quantas horas haviam passado, mas não importava. Eu só queria ficar perto dela. Conhecemos toda aquela região de Londres. Andamos por algumas ruas, depois decidi levá-la a uma pizzaria excelente onde as pessoas não iam muito aquela hora da tarde.

— Não sei como ninguém veio lhe pedir autógrafos - ela disse me encarando. Concordei, achando aquilo um pouco estranho e dei de ombros. Eu não reclamaria jamais daquilo, gostava de ter minha privacidade com Val.

— Quer que eu te leve à uma pizzaria? - Perguntei ao notar que já estava escurecendo. Ela assentiu, parecendo adorar a ideia e eu ri.

Atravessamos a rua e caminhamos para a pizzaria, que não ficava muito longe dali. Ao chegarmos lá, sentamos em uma das mesas mais reservadas do lugar e fizemos nosso pedido.

— Zach - ela murmurou e eu a encarei. Alisando sua mão por sobre a mesa:— Você teve algo com Perrie?

Revirei os olhos e respondi, prontamente:

— É óbvio que não, eu e ela somos apenas bons amigos - disse olhando-a. Ela sorriu de canto, parecendo satisfeita com minha resposta.

Comemos nossa pizza e depois pedimos um táxi para que eu a levasse de volta ao hotel. Ela parecia cansada por ter andado bastante durante o dia.

Valerie estava com a cabeça encostada em meu ombro e olhava para um ponto fixo qualquer. O taxista parou e eu disse:

— Eu vou continuar no carro - Valerie suspirou e deu-me um selinho rápido. - Eu te amo - falei dando-a um beijo na testa. Ela sorriu e respondeu apenas:

— Eu também te amo - depois, saiu do carro e eu fui para minha casa, decidido a repintar Valerie naquela mesma noite...