Harry Potter em outro ponto de vista escrita por Ruby


Capítulo 19
Prisioneiro de Azkaban- Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Antes de me matarem pela demora, leiam as notas finais.



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– Como assim você transformou sua tia em um balão? – pergunto ao Harry enquanto embarcamos.

– Não foi intencional, juro. Mas ela mereceu.

Vamos andando pelas cabines do trem e a única que não está cheia é uma que tem um senhor junto. Decidimos entrar e Rony pergunta:

– Quem será que é ele?

– Professor R. J. Lupin. – Hermione responde com certeza na voz.

– Como pode saber de tudo? – ele exclama indignado pra ela e vira para nós pedindo explicação. – Como ela pode saber de tudo?!

– Está escrito na maleta Ronald.

– Acham que ele está dormindo? – Harry pergunta se referindo ao nosso novo professor e nós assentimos enquanto ele fecha a porta da cabine. – Preciso contar uma coisa para vocês.

E então é que ele nos conta uma das coisas que acabaram com a última esperança de ter um ano normal: Sirius Black, o mais novo fugitivo de Azkaban, está querendo mata-lo.

– Novidade em, alguém quer te matar. – dou dois tapinhas nas costas dele. – Mas então vai fazer o que sobre isso?

E então, antes que ele possa responder, sentimos o trem começar a parar. Olhamos confusos e Harry vai até a porta.

– Não podemos ter chegado. – Hermione ia olhar pela janela, mas o trem dá uma grande freada, parando de vez. Estralo o pescoço e Harry é jogado no banco, quase caindo em cima do professor que ainda dorme.

– Parece que tem alguém embarcando. – Rony olha pela janela, enquanto observo sua mão ser contornada por uma camada de gelo no vidro e ele é jogado de volta ao banco.

Eu estava ficando assustada, negar isso seria tolice. De repente, uma figura preta encapuzada para flutuando em frente a nossa cabine, abrindo a porta com a sua mão esquelética. Não foi a vez que eu mais senti medo na vida, mas foi com certeza uma sensação estranha, como se eu não estivesse mais nenhuma razão para ser feliz.

A criatura fica parada um pouco na porta, como se procurasse por algo. E é então, que ela vê Harry. A figura paira em cima dele por uns momentos, emitindo uns ruídos e é como se Harry não conseguisse sair daquilo. De repente, o professor acorda de seu sono e lança um feitiço, expulsando a criatura dali. Potter cai desacordado no chão logo a seguir.

Após uns 5 minutos, com o trem já em movimento, Harry acorda e o Lupin oferece um chocolate, alegando que melhorará a sensação, e vai falar com o maquinista.

– Só eu que...? – o moreno pergunta sem graça.

– Só. – Hermione dá de ombros e logo Rony começa a falar.

– Mas eu me senti estranho, como se nunca mais fosse ser feliz.

– Eu senti isso também! – tento confortá-lo, mas sou interrompida pela nada agradável presença de Malfoy e seus cachorrinhos.

Cachorrinhos no caso são aqueles dois garotos pálidos e gordinhos que sempre estão do lado dele.

– Ó, pobre Potter, desmaiou! – ele faz uma imitação barata de desmaio e eu me sinto no direito de retrucar.

– Malfoy, sai daqui vai, ninguém te chamou aqui. – lanço um olhar cortante para ele, sem tentar me irritar.

Uuuuh, a namorada do Potter ficou irritadinha. – ele faz piada para os amigos dele, já rindo. – Olha, tá igual a um pimentão, acho que o Potter vai ter dificuldade de acalmar ela depois.

Bem, meu plano de “não me irritar” já era. Assim que ele termina de falar, eu me levanto estourando de raiva e o prendo na parede com meu antebraço em seu pescoço.

– Eu não sou namorada dele. – digo rangendo os dentes e olhando advertida para os outros dois, avisado para não interferirem. Vejo com o canto dos olhos que haviam outras pessoas já vendo a cena. O solto. – Saia daqui, antes que eu finalmente te bata.

E então, eu viro as costas, me preparando para voltar para a cabine, até que escuto ele sussurrando para os dois sonserinos.

– Vamos, a namorada do Potter ficou estressadinha.

Nem penso duas vezes, viro com toda a minha raiva conduzida para minha mão e dou um tapa na cara do doninha, que sai cobrindo a cara com a mão, por causa dos meus dedos marcados na pele pálida. Sorrio vitoriosa e algumas pessoas que estavam no corredor se atreveram a bater palmas e rir.

Faço uma reverência por brincadeira e volto para a cabine, onde vejo meus amigos rindo da situação. Provavelmente ganharei uma detenção quando chegar a Hogwarts.

– Mas então Rony, como foi no Egito? Te vi na página do Profeta. – puxo assunto depois que paramos de rir.

– Foi maravilhoso! Até meu rato se divertiu. – ele mostra o Perebas, enquanto gesticula todo animado. – Tinha que ver as pirâmides, são ótimas.

– Imagino. – concordo. – Fui para o Brasil com as minhas primas, e eu recomendo para vocês irem também, lá é lindo!

– Foi longe em. – Harry brinca e eu reviro os olhos continuando.

– As praias são maravilhosas e o clima é bem diferente, mas dá pra acostumar já que eu fui na época em que lá é inverno. O inverno lá não tem neve, e aonde eu fiquei, nem frio direito fazia!

– Você não ficou vermelha não? Ou bronzeada?

– Obrigada Hermione por me lembrar disso. – Reviro os olhos pra ela. – E sim eu fiquei vermelha, foi horrível, mas minhas primas ficaram piores. Imaginem elas, indo para a Beauxbatons todas queimadas, que dó.

Eles franzem a testa com meu último comentário e eu explico melhor.

– Lá, a maioria das pessoas são meio esnobes e há uma grande quantidade de descendentes de veela.

– Por que você não foi pra lá?

– Adoro você também Harry. – respondo irônica. – Mas eu não fui pra lá porque eles são esnobes e lá é bem mais rígido do que aqui. Imaginem todo mundo igual aos sonserinos e com o ego dos grifinórios, ia ser um desastre. E se eu acabasse ficando desse jeito?

– Duvido muito. – Harry diz e eu dou de ombros, pegando um livro pra ler enquanto a viagem acaba.

Já no Salão Principal, o diretor Dumbledore apresenta nossos novos professores: Hagrid, de O Trato das Criaturas Mágicas, e R. J. Lupin, de Defesa Contra as Artes das Trevas. E então, ele começa a falar sobre o fugitivo de Azkaban, Sirius Black.

– Gostaria de informa-los, que para sua segurança, o Ministério achou melhor que os dementadores cercassem a escola, para não permitir que Black possa invadir. Mas devo avisá-los, essas criaturas não sabem diferenciar o que procuram e o que é colocado na frente deles, portanto é melhor que fiquem longe deles, não é da natureza de um dementador ser misericordioso, e lembrem-se, a felicidade pode ser encontrada no momento mais sombrio, é só se lembrar de acender a luz.

E então, o maravilhoso banquete surge à mesa. Enquanto como, vejo Pirraça tentando passar discretamente com uma bombinha de tinta na mão. Quando ele percebe que eu estava encarando, ele faz um sinal para eu ficar quieta e eu aponto para a mesa nas minhas costas, Sonserina. O poltergeist dá um sorriso de quem compreendeu o que eu quis que ele fizesse e eu voltei a comer.

Pelo menos eu achei que ele havia entendido o que eu queria dizer. Ou ele entendeu e ignorou completamente, já que ele jogou a bola de tinta em mim, e agora eu estava completamente cheia de tinta azul e minha comida também.

Todos do Salão Principal estavam rindo de mim, mas graças a Merlin o jantar já estava prestes a acabar. Assim que a comida saiu do prato, eu fui o mais rápido possível para o salão comunal, e me deparei com a Mulher Gorda tentando quebrar o copo de vidro com a sua voz.

– Fortuna Major! – digo irritada e coberta de tinta. Ah vai ter volta, o Pirraça que me espere.

– Espere um pouco, estou ocupada.

– Ela não quer abrir. – trinco os dentes enquanto reclamo para Harry e Simas, que são os mais próximos de mim em comparação as outras pessoas da Grifinória. Eles ainda estão rindo e eu me rendo, começando a rir da minha situação também, mas logo viro para a Mulher Gorda, que continua, sem sucesso, tentando quebrar o copo. – Fortuna Major!

– Agora vai, fique calma.

– Eu estou cheia de tinta. – reclamo e vejo ela quebrar o copo na parede.

– Viram? Só com a minha voz! – ela se gaba e eu reviro os olhos, enquanto ouço Simas, ainda rindo, falar a senha. – Ai tudo bem podem entrar, quanto mau humor.

Enquanto entro no salão, vejo Simas ainda rindo da minha situação toda coberta de tinta e resolvo abraça-lo enquanto ele tenta se esquivar. Agora sim, todos definitivamente riem de seu desespero e de como ele ficou. Sorrio satisfeita e vou tomar banho.

Nada melhor do que começar um ano letivo coberta por tinta.

–--------

Se arrependimento matasse, eu estaria enterrada no momento. Pra que eu fui seguir Harry e Rony quando eles me disseram que “Adivinhação é melhor que Runas Antigas, vem com a gente, vai ser legal.”.

Uma ova.

Era a primeira aula do dia, e nos primeiros vinte minutos eu já estava dormindo na mesa que estava dividindo com Simas e Neville, mas fui desperta pela professora pegando nossas xícaras de chá.

– Meu querido, tem certeza que está tudo bem com a sua avó? – ela diz enquanto lê a de Neville.

– Está sim... eu acho. – ele responde incerto.

–Hm, eu não teria tanta certeza. – a professora Trelawney põe a xícara de volta à mesa e nós inspecionamos o objeto, tentando ver alguma coisa.

– Não tem nada aqui, não é possível. – sussurro indignada pros dois enquanto vejo Hermione aparecer do nada na mesa ao lado, junto com Harry e Rony, aonde a professora está agora, perguntando para Rony o que ele vê na xícara de Harry.

– Ahn... parece que ele vai sofrer muito, mas depois vai ficar feliz por isso? – o ruivo diz meio confuso enquanto olha no livro os símbolos e seus significados.

– Deixe-me ver. – a professora pega a xícara e quase joga-a no chão, de tão surpresa. Logo após, ela vira com os olhos arregalados para Harry. – Você tem o Sinistro.

Metade da sala prende a respiração e os garotos e eu, confusos, começamos a procurar no livro o que seria esse tal Sinistro.

– O Sinistro representa a morte. Se você tem o Sinistro, pode se considerar morto. – alguém no fundo da sala diz.

Que belo desfecho para uma aula. Saímos todos apressados dali, com medo de ficar na mesma sala em que aquela maluca estiver.

Temos dez minutos entre a aula de Adivinhação e a de Trato das Criaturas Mágicas, então resolvo ir até a cozinha rapidamente procurar pela minha elfa e por alguma guloseima, claro.

Chegando lá, Ella logo vem me atender.

– Senhorita, não deveria estar em aula? – pra que eu fui arrumar uma elfa controladora de horários mesmo?

– Ainda não, e não me olhe com esses olhos julgadores. – repreendo-a com brincadeira na voz. – Mas preciso de dois favores seus. O primeiro é algum bolinho para comer enquanto vou pra próxima aula e o segundo são algumas bombas de tinta da Zonko’s.

– Senhorita! – ela arregala os olhos como se quisesse me repreender. Apenas reviro os olhos.

– Ella, apenas obedeça. É errado, mas você continua sendo minha elfa e você disse que lembra como meu pai e mais alguns garotos vinham aqui sempre atrás de comida. Aposto que eles gostavam de aprontar.

– Gostavam sim. – ela se perde em seus pensamentos por um momento, e quando volta, providencia meu bolinho. – Você sabe que vai provavelmente se meter em encrenca não é?

– Não vou não! Só vou atormentar o Pirraça, vai ser minha vingança, só isso. Eu até poderia ir à Zonko’s, mas não tenho nenhum tempo livre hoje, e você é uma elfa, pode aparatar aqui. – argumento.

– Tudo bem, volte aqui depois que essa sua aula acabar. Agora vá já estudar se não sem bomba de tinta! – ela sussurra a última frase e eu sorrio, me virando para ir até perto da cabana do Hagrid.

Descendo uma inclinação parecida com um morro, vejo toda a turma já aglomerada e me apresso, segurando minha mochila com os livros para ela não cair e eu me atrasar mais ainda. Assim que me aproximo, vejo Hagrid me avistando e continuando o que estava dizendo.

– Agora que estão todos aqui, vamos lá. – algumas pessoas se viram para mim e eu sorrio amarelo enquanto prendo meu cabelo. Realmente está bem calor para uma aula ao ar livre. Quando estamos chegando, Hagrid diz para abrirmos os livros em uma página, que não ouvi realmente qual.

– Como que vamos abrir se eles ficam tentando nos matar? – Malfoy diz algo útil e concreto, já que meu livro está amarrado para não ficar me mordendo.

– Ora é só fazer carinho neles! – Hagrid diz como se fosse a coisa mais obvia do mundo, que, de fato funciona. Nos juntamos todos e o novo professor nos apresenta nossa “matéria” de hoje. – Conheçam o Bicuço!

Um hipogrifo, animal metade águia e metade cavalo. Esse animal é extremamente orgulhoso, pior do que eu. Hipogrifos atacam todos que tentam se aproximar sem fazer reverencia ou contato visual.

– Hagrid, você tem realmente uma licença para ter o hipogrifo? – sou a primeira a se recuperar do choque que é ver esse animal, que mesmo sendo maravilhoso, é perigoso.

– É claro que tenho! – o gigante parece ofendido. – O que te faz pensar que eu não teria?

Não respondo isso e tiro a capa, guardando-a na bolsa enquanto escuto Malfoy e alguns amigos irritarem o Harry imitando dementadores. Apenas reviro os olhos e volto a prestar atenção na aula, exatamente na hora em que todos damos um passo para trás, recusando sermos os primeiros a andarem no Bicuço.

Todos, menos Harry, que estava encantado com a criatura.

– Venha Harry, aproxime-se um pouco e faça a reverencia. Espere um pouco para ver se ele retribui, se retribuir pode se aproximar, se não... bem, falamos disso depois. – Harry, sem escolha, anda até um ponto em que Hagrid o manda fazer a reverencia e contato visual. Bicuço se ouriça um pouco, mas se inclina também, ganhando algum bicho morto de Hagrid como recompensa. – Vamos, agora acho que pode fazer carinho nele.

Eu estava observando tudo fissurada para ver até que ponto Hagrid o mandaria ir e quem seria o próximo a tentar a sorte. Harry, com medo, vai se aproximando devagar, até um ponto em que apenas fica parado com a mão esticada e o animal se aproxima. E é então, que Hagrid se prova maluco.

Simplesmente, ele colocou Harry nas costas do hipogrifo e o mandou voar. Arregalei os olhos, mas fiquei observando até onde enxerguei os dois. Se Hagrid deixar mais alguém voar ou fazer carinho, eu quero ser a próxima.

Depois de, no máximo sete minutos, Bicuço pousa com Harry no mesmo lugar em que partiu e Harry desce sorridente do hipogrifo, indo falar com o professor imediatamente.

E é então, que alguém consegue estragar tudo.

– Você não é tão perigosa assim não é mesmo, galinha gigante? – Malfoy empurra algumas pessoas e começa a se aproximar do hipogrifo.

– Malfoy. – Hagrid repreende e Bicuço fica em pé, esticando a pata em direção do sonserino, que levanta o braço protegendo o rosto. Todos os outros alunos gritam com o que o hipogrifo faz e eu grito o nome do Bicuço, como se de algum modo fosse adiantar ele não matar o idiota que mexeu com ele. Deu errado, lógico, o hipogrifo fincou suas unhas no antebraço de Malfoy e o mesmo ficou se contorcendo de dor no chão.

– Está me matando! Eu vou morrer! – o doninha estava com a mão no braço e fazendo uma cena.

Reviro os olhos e resmungo baixinho “dramático”. Deve doer, mas por Merlin, foi um arranhão.

– Hagrid! Tem que leva-lo até a Madame Pomfrey! – Hermione diz e eu reparo em um colar no pescoço dela, com um formato que já vi antes, mas não lembro aonde.

– Ok, ok, eu sou o professor eu levo-o. – Hagrid, desajeitado, pega o aluno no colo e nos dispensa da aula.


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Notas finais do capítulo

Oi gente, então, o cap ta grande pra compensar a demora e eu demorei pra postar por dois motivos: escola e reviews.
Eu quase não estou conseguindo fazer outra coisa de tarde se não a lição de casa e estudar um pouco por causa das minhas provas que começam semana que vem (sem cap semana que vem, já estão sabendo) e também estou tendo um número muito baixo de reviews, e isso desanima muito um autor. Gente, por favor, não vai cair o seu dedo se você deixar só um "gostei, continua" ou algo do tipo.
Enfim, é isso, espero que tenham gostado do cap e não me matem toda vez que eu demorar um tempinho pra postar.



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