Years Of Love escrita por TheSkyLight


Capítulo 13
Memórias


Notas iniciais do capítulo

Finalmente internet é pra glorificar de pé o/



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– Não, não estou falando por mau meninas, é que... – disse os observando ir cada vez mais longe - Jack às vezes esquece que crianças crescem, e, quando crescem, não deixam apenas de brincar, deixam de acreditar também.

XxX

– Terra!

Comemorei quando Jack finalmente me colocara no chão.

– Serio? De novo? Já voou três vezes e vai continuar com isto?

Ignorei Jack enquanto respirava profundamente retomando o ar, sentia a náusea aos poucos ir embora. Suspirei aliviado e olhei em volta, reconhecendo o lugar onde estou. Era como entrar em uma ilustração de um conto de fadas. Um conto de fadas meigo e fantasioso. Rochas altas rodeavam a clareira onde se localizava o pequeno lago de cor cristalina. As pedras possuíam uma pintura colorida perfeitamente executada. Algumas flores de todas as cores enchiam meus olhos rodeando o lugar.

– Incrível...

Falei bobo mais uma vez. Jack estava sentado sobre uma das rochas, balançando seus pés descalços sem tocar a agua me observando.

– Que lugar é esse?

– Bem... Aqui é o lugar onde estão as memórias mais especiais e felizes da infância.

– ... Da sua infância?

Perguntei confuso.

Jack sorriu.

– Preciso tirar uma hora para te explicar sobre tudo.

Andei até ele, subindo com dificuldade em uma rocha mais próxima de Jack. Felizmente Frost ajudou-me em minha escalada desajeitada colocando-me ao seu lado.

– Ótimo. Conte-me.

– Bem... Por que acha que Fada leva os dentes das crianças?

– Ham... Para não irem fora...?

Jack riu colocando o cajado sobre seu ombro.

– Quase. Quando Fada recolhe os dentes, ela... Não recolhe apenas dentes, ela recolhe as memórias alegres da infância. Assim, quando se tornam adultos, podem se lembrar das coisas boas que já passaram. Podem lembrar de toda a felicidade, a inocência e a magia com que viam o mundo quando eram crianças.

– Incrível! Então foi assim que você recuperou suas memórias?

– É.

Memórias.

Lembrei-me do que queria dizer a Jack no inicio da manhã. Fiquei tão entretido com o lugar e com Fada que nem lembrei do que realmente queria falar a ele. Preciso contar-lhe sobre meus sonhos, preciso contar que eu fui seu antigo amor e que, de alguma forma, nunca me esqueci dele.

– Jack...

– O que foi?

– Eu... Tenho que te contar algo.

– O que?

– É que... Sabe... Faz um tempo que tenho... Não, deixa eu falar de outro modo... Eu... Sabe que você falou que eu pareço aquele garoto que você, amava? Então, eu... Espera deixa eu formular.

Apesar de ter esperado o dia inteiro para falar com Jack, em nenhum momento parei para criar o discurso que explicaria tudo a ele, inacreditável...

– Hiccup...?

– Er...

– Oi meninos! Desculpem, eu voltei!

Falou Fada pousando desajeitada.

Olhei para chão respirando profundamente, sentia minhas bochechas ficarem quentes. Por que tenho de ser tão ruim em... Falar?

– Até que não demorou tanto, costuma dizer um minuto e passar horas reclamando das caries com suas fadinhas.

– Hmpft. Hiccup!

Olhei para Fada que voou até meu lado.

– Quer saber o que este lugar é? Quando eu recolho os dentes eu...

– Já contei a ele.

Fada olhou feio para Jack.

– Eu que devia contar isto! Eu que guardo as memórias!

– É, mas foi com estas memórias que eu cheguei a Hiccup, portanto, minha história é mais dramática e vale mais.

– Não! Eu mudo a vida de milhares de crianças!

– Mas nenhuma delas se apaixona por você.

– Hmpft, você é insuportável Jack.

Ri dos dois. Quando o alvo de implicâncias não era eu, as brincadeiras idiotas de Jack até pareciam divertidas. Conversamos por um bom tempo, perguntei muitas coisas sobre os guardiões. Era engraçado imaginar Noel com tatuagens, Coelho com dois metros de altura e Sandman brilhando sem dizer se quer uma palavra. Fada me perguntou muitas coisas sobre como os adolescentes cuidam dos dentes. Jack se divertiu muito com a sua frustração. Estávamos rindo quando avistei uma fadinha ao longe, nos olhando de trás de uma flor.

– Hm, Fada? O que ela tem?

– Hã?

Fada olhou para a pequena fadinha que escondeu-se atrás da flor.

– Ah... Por alguma razão elas sempre tem uma queda por Jack.

– Por alguma razão? Eu sou lindo, engraçado, inteligente...

– Não esqueça de sutil

– Isso!

Revirei os olhos.

– Jack você é um caso perdido.

– Obrigado.

– Hihihihi.

Acho que já estou me acostumando com a risadinha fina e levemente irritante de Fada.

– Vou falar com ela.

Disse Jack erguendo-se.

– Hm?

– Com a fadinha. Tenho que dar atenção as minhas fãs.

Falou sorrindo orgulhoso, então jogou-se contra o ar, voando até a flor amarela onde a pequena fadinha escondia-se.

– Você precisa conter suas fadinhas, o ego dele já é grande o suficiente.

Fada e eu rimos juntos enquanto Jack ocupava-se em falar com a pequena fadinha que pousara em sua mão. Ficamos em silencio por um momento, não fora um silencio constrangedor até ela falar...

– Então... Você gosta mesmo de Jack, não é?

Perguntou Fada enquanto observava seu próprio reflexo na agua. Sorri sem graça olhando para frente.

– Sim, bastante.

– Ótimo... Ham, Hiccup...

Olhei para Fada que parecia nervosa, dava para perceber que queria dizer algo, ou tentava decidir como diria algo esfregando suas mãos uma nas outras nervosamente.

– Sim?

– Sabe... É muito raro uma criança ver a mim ou Noel ou o Coelho, mas já aconteceu algumas vezes. No entanto, com Jack não. Poucas crianças lembra dele, e... Bom, só uma acredita nele, você.

Apenas acenei positivamente, tentando entender onde ela queria chegar.

– Eu imagino como Jack deve ter ficado feliz em ver você, sendo tão parecido como ele diz que você é com seu antigo namorado. Nós também ficamos quando uma criança nos vê, mas... Vocês crescem, vocês crescem e aos poucos vão conhecendo os problemas do mundo, vão se apaixonando, percebendo suas responsabilidades e vão esquecendo, ignorando e desacreditando em nós. Então, para não nos chatearmos por vocês se afastarem, nós tentamos não nos apegar. Por isso eu prefiro trabalhar aqui do que em campo, recolhendo os dentes e correndo o risco de ser vista. Mas Jack... Nunca precisamos lhe explicar isto, sabe, achamos que ninguém nunca o veria realmente. Porém, você o viu, você acreditou nele. E, nossa, ele ficou tão feliz.

Falou sorrindo desviando seu olhar de mim voltando a observar a agua.

– Nas ultimas décadas ele estava mais fechado do que nunca, suas visitas estavam cada vez mais raras e o inverno cada vez mais frio. No entanto... Há alguns dias ele chegou tão alegre contando-me sobre você... Eu podia ver um brilho em seus olhos que raramente via em Jack. Estava tão empolgado, tão apaixonado... Não tive coragem de falar com ele sobre isto...

Finalmente, entendi onde Fada queria chegar.

– Acha que vou abandona-lo?

Fada olhou sem graça para suas próprias mãos.

– Você vai crescer. Vai mudar, ainda é muito jovem, mesmo que odeie que lhe digam isto você ainda passara por fases diferentes. Talvez em uma delas nem precise de Jack...

– Eu amo Jack!

Fada olhou-me surpresa pelo que eu disse. Acho que até eu me surpreendi calando-me no instante seguinte. Fada sorriu.

– Que bom. Eu acredito que ele também o ame. Mas, ainda assim... - levou seu olhar a Jack que ria enquanto a pequena fadinha voava a sua frente – Jack sofreu muito, Hiccup. Por não lembrar de quem era, por se sentir sozinho, por sentir que não pertence a nenhum lugar... Não quero que ele se feche outra vez.

Fada quer que eu me afaste de Jack. Posso resumir tudo o que ela disse nisso. Pude ler as entrelinhas, ela apenas não queria dizer esta frase, não quer me magoar, mas quer dizer isto e acredita que Jack ficaria melhor sem eu ao seu lado. Olhei para as minhas próprias mãos. Eu sou ruim para Jack?

– Hey!

O loiro pousou ao nosso lado. Não conseguia encara-lo, sentia-me tão mau pelo que Fada dissera... Não consigo me imaginar deixando Jack, não consigo me imaginar com outra pessoa. Mas... Admito que meus gostos já mudaram muitas vezes, já passei por várias fases como: não querer sair de casa, querer tudo que meus colegas querem, ouvir apenas rock alternativo... Mas, esta regra dos adolescentes de passarem por fases e serem bipolares se aplica ao amor também? Amar Jack será apenas uma fase de minha bizarra vida adolescente?

– Hiccup?

– Hm?

Ouvi Jack chamar-me erguendo olhar para o mesmo, tentei evitar olhar em seus olhos para que não percebesse nada. Infelizmente, acho que Jack me conhece bem demais...

– Esta tudo bem com você?

– Sim! Tudo bem!

Sorri falsamente. Jack me observou por um minuto então olhou para Fada.

– Vou leva-lo para casa, esqueci que crianças precisam de no mínimo doze horas de sono.

Falou bagunçando meu cabelo, Fada sorriu concordando.

– Oito horas...

Murmurei baixinho enquanto Jack me segurava em seus braços. Aconcheguei-me em seu peito acenando para Fada que despediu-se sorrindo abanando freneticamente quando Jack começara a voar.

Jack voou para dentro de meu quarto e colocou-me com cuidado em minha cama. Tirei minhas botas, meu casaco e rapidamente cobri-me com o cobertor. Jack estava sentado em minha cama a minha frente.

– Gostou do lugar?

– Sim! É lindo.

Esforcei-me para esboçar o sorriso mais natural que podia.

Jack olhava-me preocupado, mas cauteloso ao mesmo tempo, ele queria saber o que se passava comigo, mas não ia forçar-me a falar. Ahhh, podia ser mais gentil?

– Jack.

– Hã?

– Eu... Preciso falar com você.

Frost olhou-me com atenção.

Enquanto Jack trazia-me para casa pude refletir sobre o que Fada dissera para mim e sobre o que eu queria dizer a ele, então, finalmente pude decidir o que falaria a Jack.

– Sim?

– Eu... Eu quero falar sobre a nossa história.

– Nossa história...?

– É. A nossa história de daqui alguns dias e a nossa história de trezentos anos atrás.


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Notas finais do capítulo

Povo vocês não tem noção da correria que foi conseguir internet pra postar pra vcs x.x Mas tudo bem eu sei que vale a pena :3 Eu retirei a data de postagem mas não queria demorar tanto, não se preocupem já estou trabalhando no próximo capitulo ^^