Years Of Love escrita por TheSkyLight


Capítulo 12
O Covil de Fada




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Falei irritado virando para a parede tapando-me até a cabeça. Respirei fundo e concentrei-me em esquecer Jack, fechei meus olhos e relaxei aos poucos sendo levado aos sonhos.

– Oi Hiccup!

– AHHHHHHHHH!

XxX

Como sempre, cai da cama embolado nos cobertores.

– Er... Acha que eu devia ter esperado você falar primeiro?

– Teria sido melhor.

Empurrei o cobertor virando-me para cima, sentado em cima do chão de madeira olhando boquiaberto para o teto.

Jack estava lá, flutuando e rindo de mim como de costume, porém, ao seu lado, havia uma garota meio... Beija-flor? Seu rosto é fino com grandes olhos curiosos e hiperativos que não paravam de mover-se examinando todos os lados, cada canto do quarto, assim como suas asas brilhantes que também não paravam de mexer-se por um minuto. Haviam pequenas criaturinhas, muito parecidas com ela, voando acima de seus ombros. Uma destas criaturinhas parecia muito confortável sentada em cima do ombro direito de Jack. Achei que acreditar na existência de Jack Frost fora difícil, agora, isto...?

– Pare de rir do pobrezinho!

– Hahahaha! Não sabe quantas vezes ele já fez isso!

Ignorei toda minha surpresa quanto ao ser de asas a minha frente dando espaço para minha habitual vontade de bater em Jack.

– Jack!

Jack continuava rindo, o que me fez revirar os olhos. Acho que já me acostumei com sua alegria em tirar sarro de mim.

– Não se preocupe, ele é assim dês de quando o conheci e olha que faz décadas.

Décadas?

– Jack você é muito mau educado, quer nos apresentar logo?!

Quase pude rir da bronca que Jack levara da ser meio humana meio beija-flor a qual colocara suas mãos sobre a cintura de penas o olhando com um olhar julgador. O que, para minha surpresa, realmente tivera um efeito sobre Jack.

– Esta bem, esta bem. Hiccup, esta é Fada. Fada, este é... – Jack olhava para a Fada, então olhou-me pausando sua frase. De algum modo, entendi o que queria saber, a autorização que me pedia, então apenas acenei discretamente com a cabeça - ... meu namorado, Hiccup.

Acho que sorri um pouco, por que fiquei feliz com isto...? Bom, a resposta é um tanto óbvia, não? Jack reconhecera-me como seu, seu namorado.

Nossa, isso é tão brega quanto me pareceu? Oh Jack, já não basta fazer-me gostar de garotos ainda tem dê-me fazer agir como uma garotinha apaixonada?

– É um prazer conhece-lo, Hiccup.

– Hã?

Por um minuto fiquei tão entretido com minha discussão interna que até deixei de prestar atenção no que falávamos.

Jack ergueu uma sobrancelha olhando-me.

– Quero dizer, é um prazer conhece-la também!

– Ceeeerto...

Jack flutuou até mim ajudando-me a levantar.

– Ei, achei que ficaria mais animado por conhecer a Fada.

Sussurrou baixo para mim.

– Eu estou... Deveria estar mais?

– Bom, as crianças costumam fazer centenas de perguntar quando conhecem a Fada.

– ... Vou ignorar o fato de me chamar de criança. Que tipo de pergunta?

– Tipo... ‘’ Para onde meus dentes vão? ‘’, ‘’ Por que eu nunca vi você?’’, ‘’ Por que não leva os dentes que meu avô perdeu?’’ e coisas do tipo.

– Espera. Ela é a fada do dente? Tipo, a que vem buscar os seus dentes a noite e deixa dez reais.

– Vinte reais, dez reais, cinco reais, um real, algumas moedas, depende.

Falou sorrindo para mim.

– Serio?!

Olhei para a Fada que estava dando uma bronca em uma de suas fadinhas que não parava de encarar Jack.

– Você é a fada do dente!

Fada me olhou confusa.

– Er... Não é óbvio?

– Não. Sei lá, eu imaginava a fada do dente de branco, com roupa de dentista e talvez um chapéu de dente ou algo assim.

–... Chapéu de dente?

Jack riu baixinho ao meu lado, mas o ignorei.

– Espera, foi você que levou meus dentes?

– Mais ou menos eu...

– Serio?! Então por que quando eu tinha oito anos eu ganhei mais que quando tinha dez?

– É que...

– Alias para onde os dentes vão?

– Eles...

– E onde que...

– Hiccup!

– Que?

– Lembra o que eu falei das crianças perguntarem?

–... Ok, eu parei.

Resmunguei olhando para o lado.

– Hihi, ele é fofo.

– Eu?

Acho que minhas bochechas estavam rosadas... Odeio a minha pele às vezes...

– Claro! Jack falou que você era uma gracinha mas eu queria confirmar.

– Falou?

Olhei para Jack que fingia estar prestando atenção ao mosquito que pairava sobre a parede.

– O que mais ele fa...

E antes que eu pudesse terminar de falar fada estava puxando minhas bochechas avaliando meus dentes.

– Olha! Estão bem branquinhos! Hiccup você não masca muito chiclete, não é?

– Nhasãdso

– O que?

– Nhãnho

– Acho que foi um não. É eu percebi isto, você nem precisara usar aparelho! Incrível!

– Ceeerto, agora deixe ele em paz.

Falou Jack colocando suas mãos sobre os ombros da Fada a tirando com certa dificuldade de perto de meus dentes. O agradeci por isto mentalmente.

– M-mas, eu nem examinei os caninos direito!

– Tá bom, tá bom, vai ter tempo para isto.

Um bico de tristeza misturado à teimosia formou-se no rosto de Fada, o que Jack ignorou virando-se para mim.

– Então Hic, o que acha de conhecer o covil da Fada?

– Covil...

– A-agora?

– Claro!

– É que...

– Hiccup, é uma oportunidade única. Tá, mentira, provavelmente ela vai te convidar umas centenas de vezes ainda MAS, você deveria ir.

– Eu... Esta bem.

– Bom garoto.

Jack bagunçou meu cabelo, assim como os tios chatos fazem quando nos encontram após muito tempo.

– Jack!

Fada ria novamente.

– Hihihi vocês são uma gracinha.

– Ela... Sempre é assim?

Murmurei baixo para Jack que respondera com o mesmo tom de voz.

– É.

– Ah...

Fada bateu palmas chamando nossa atenção.

– Pombinhos! Quero ir logo! Minhas fadinhas não conseguem se manter organizadas sozinhas por tanto tempo!

– Ok. Estamos indo.

Fada sorriu então atravessou a janela voando com suas pequenas fadinhas meio beija-flor ao seu lado.

Jack virou-se para mim.

– Tá bom, suba nas minhas costas.

...

– Oi?

Jack me olhou por um minuto então caiu na gargalhada, como sempre...

– TINHA.QUE.VER.A.SUA.CARA. – apenas continuei o encarando até Jack retomar o folego – Ai, ai, ai Hiccup. Olhe, seu pervertido, você tem que subir em minhas costas para eu poder leva-lo até a casa da Fada.

– Primeiro; Eu não sou pervertido. – falei sentindo minhas bochechas ficarem quentes novamente – Segundo; Tenho que ir... Voando?

– Tem.

– Não tenho outra opção?

– Não.

– ...

– Sobe.

– ... Pelo menos espere eu colocar botas e um casaco primeiro.

o O o

– AIMEUDEUSEUVOUCAIR!

– Hiccup! Você vai cair se continuar se mexendo!

– JACK EU QUERO DESCER!

– Quer se acalmar?!

– AIMEUDEUS EU TO CAINDO!

– HICCUP! PARE DE SE MECHER AGORA MESMO E FIQUE QUIETO!

Abracei forte o pescoço de Jack escondendo meu rosto em seu ombro, então, fiquei quieto. Tentei ignorar a brisa congelante e a ideia de Jack bater em algo e cairmos contra alguma pedra. Aimeudeus não posso abrir os olhos.

– Hiccup...?

– S-sim...?

– Tudo bem?

– T-tudo bem.

– Ótimo. Já estamos chegando.

o O o

– TERRA!

Comemorei ajoelhando-me no chão.

– Nossa que exagero.

Pisquei os olhos tentando fazer minha breve tontura passar.

– Você... Nunca voou com ele?

– Eu tentei, estávamos a menos dez metros do chão e ele quase teve um ataque cardíaco.

– Oh...

– Estou ouvindo!

Reclamei ainda ajoelhado.

Fada andou até mim colocando uma de suas mãos em meu ombro.

– Esta tudo bem querido, já vai passar, Jack realmente adora fazer giros, manobras e coisas deste gênero enquanto voa.

– Eu vim praticamente em linha reta...

Ouvi Jack resmungar ao fundo, mas o ignorei.

– Obrigado, Fada.

Fada sorriu para mim, o que prontamente tratei de retribuir.

Finalmente, encorajei-me a erguer a cabeça.

– Wow.

Não havia como descrever melhor aquele lugar. Era simplesmente... Wow. Era incrível. Provavelmente, deve ser maior que minha cidade. Era louco, fantasioso, mas me parecia muito bem estruturado pois cada uma das centenas de fadinhas sabiam perfeitamente para onde deviam ir.

Fada sorriu orgulhosa.

– É incrível, não é?

– É...

Falei bobo olhando para todos os lados. Uma das pequenas fadinhas passou sobre minha cabeça, então abanou sorrindo. Fiz o mesmo, então ela voltou a voar em direção as outras.

– As pessoas vangloriam Noel que entrega presentes em uma noite. Mas imagine recolher dentes todos os anos! É muito mais difícil!

Sorri sem graça, realmente, nunca havia pensado nisto.

Uma pequena fadinha voou com pressa até a Fada.

– O que foi pequena? É mesmo?! Não pode ser! Eu não creio que eles perderam este canino!

Queria entender como Fada pode compreender o que elas falam, além de suas vozes serem muito baixas é como ouvir alguém falar mil palavras em um minuto.

Jack suspirou levando sua mão a testa.

– Fada. Não.

– É SERIO?! – falou Fada sorrindo batendo palmas sem dar atenção a Jack – Esta bem eu vou!

– Fada. Você tem visita.

Fada mordeu o lábio inferior voando até mim.

– Ah Hic, me perdoa por abandona-lo por um segundo? Preciso ver isto!

– Claro, pode ir, é seu trabalho.

Fada sorriu emocionada.

– Muito obrigada!

Então saiu voando junto de suas fadinhas em uma conversa animada sobre caninos.

– Desculpe, é muito raro mantê-la parada por mais de trinta minutos.

– Estou vendo. – girei em torno de mim mesmo tentando absorver todos os detalhes do lugar – Não é para menos, quero dizer, olhe o tamanho deste lugar! Deve ter muito trabalho por aqui.

– É... Quer ver um lugar mais legal?

– Mais que aqui?

– Exato.

Jack ergueu sua mão para mim, a qual segurei e no segundo seguinte estava sendo carregado em seu colo.

– Jack!

Exclamei rindo.

– Não parava em minhas costas, vejamos se assim ficara mais quieto.

Passei meus braços ao redor do pescoço de Frost outra vez. Ao menos sentia-me mais seguro assim. Jack beijou minha testa então lançou-se no ar outra vez. Eu juro que tentei aproveitar, mas estremecia sempre que via a altura que estávamos. De repente, encarar o blusão azul de Jack parecia uma visão muito mais agradável.

Observei os dois voarem para longe, Jack segurava o pequeno Hiccup em seu colo, o qual não erguia seu rosto cheio de sardas por nada.

– Jack parece feliz, certo meninas?

Falei suspirante para minhas pequenas fadinhas.

– Estou contente por ele, mas... Aquele garoto é humano...

As fadinhas agitaram-se a minha volta.

– Não, não estou falando por mau meninas, é que... – disse os observando ir cada vez mais longe - Jack às vezes esquece que crianças crescem, e, quando crescem, não deixam apenas de brincar, deixam de acreditar também.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que demorei T-T Mas é um bom motivo. Ando muito insatisfeita com minha escrita, detesto ter a sensação que podia ter revisado mais estando tão próximo do fim do fic! Portanto, não vou postar mais uma vez por semana. Não se preocupem não levara um mês XD Mas tentarei postar uma vez a cada duas semanas.
Enfim, o que acharam da aparição da Fada? Esta linda