Radioactive escrita por Artur, Lucas XVI


Capítulo 6
Capítulo 06 : We can't stop


Notas iniciais do capítulo

Aí está mais um capítulo feito por mim (Lucas).Está repleto de ação e suspense, espero que gostem. Boa leitura á todos e deixem seus Reviews.



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Quinn estava abatida e bastante cansada, a chuva ensopava toda sua roupa, o que a fez ter que diminuir o ritmo para uma caminhada. Ele sequer se atreveu a olhar para trás, apenas continuou caminhando com a faca em mãos até notar que grunhido dos Walkers estava mais notório... Eles estavam perto.

A jovem loira forçou uma corrida até um par de grandes árvores ali perto, escondendo-se atrás do grande arvoredo. O grupo de Errantes parou de súbito ao notar o desaparecimento da mulher e limitaram-se á ficar parados por alguns instantes, Quinn evitou até respirar, não queria ter de correr outra vez ou ter que avançar contra aqueles comedores Reanimado. Passaram-se poucos minutos até que o grupo de Walkers voltou a cambalear, dessa vez para o lado oposto ao de Quinn, que se sentiu aliviada e até deixou escapar um breve sorriso... Breve.

Merda... Resmungou em tom triste ao se dar conta de que os Walkers caminhavam agora na direção do acampamento, onde Lucy estava. E mais uma vez viu-se em um impasse: Precisa voltar e proteger Lucy, mas precisava achar os outros logo. Por favor, faça com que algo bom aconteça ao menos uma coisa! Pediu aos céus, seus olhos estavam lacrimejando e ela mal conseguia se manter em pé. Encostou sua cabeça no tronco da grande árvore e chorou... Suas lágrimas misturaram-se com as gotículas de chuva enquanto que seus soluços ecoaram pelo local. Pensou em esperar para ver se realmente algo de bom aconteceria, mas sentiu-se um lixo quando foi contrariada pelos céus e do horizonte emergiu uma horda de Errantes vinda em sua direção.

Não podia mais ficar ali, não devia! Ela tinha que tomar uma decisão rápida... E tomou.

Quinn deslizou vagarosamente sua mão até suas vestes, retraindo de lá um revólver. Apontou-o ao alto e efetuou um único disparo. Após, correu. Correu como nunca havia corrido antes, suas lágrimas e expressão tristinha haviam sumido, tal como a chuva. Correu de volta ao acampamento, lamentou-se sobre estar perdida, mas ao encontrar as duas grandes árvores frutíferas da região pôde ter certeza de que estava no caminho certo. Enquanto a loira passava pelos cantos da floresta na direção do acampamento ia atraindo os olhares famintos dos Errantes, que se amontoavam em uma corrida atrás da moça.

São muitos. Mesmo se eu chegar lá eles vão... Lamentou-se, mas logo depois espanto esses pensamentos e pôs-se á focar na corrida de volta á Lucy. Embora a situação fosse péssima, Quinn só conseguia pensar em salvar Lucy, estava determinada. Continuou correndo...

Minutos Antes...

Nada de especial por aqui, acho que aquelas invasões foram casos á parte. Proferiu Ryan.

Discordo se andarmos mais aposto que encontraremos um monte deles. Respondeu Anne, referindo-se aos Errantes.

Se andarmos mais? Questionou Ryan, pensativo. Parece uma boa ideia.

Agora sou eu quem discorda. Pronunciou-se Dean, ríspido.

Você não consegue concordar em nada com ninguém? Qual é, estamos em uma patrulha. Devemos sim explorar todo o perímetro, que saco! O que foi agora, hein? Exclamou Ryan em tom normal enquanto olhava furioso para Dean,Ryan era de fato uma pessoa gentil e legal, mas sua paciência tinha um limite e Dean com suas críticas e negações o tirava essa cota de paciência.

Não é uma boa ideia. Foi tudo o que Dean disse, mantendo a expressão séria.

E porque não? Diga! Esbravejou Ryan.

É, porque não é uma boa ideia? Perguntou Anne, juntando-se ao coral de questionamentos.

Deixamos duas garotas no acampamento, sós. Explicou-se o rapaz.

Isso é machismo, sério mesmo que esse é o motivo?! Disse Ryan, raivoso.

Realmente, faz sentido. Disse Anne, concordando com Dean.

Ryan virou-se para Anne, olhou-a de cima á baixo e proferiu:

Vão se juntar contra mim agora?

Temos cada um uma arma, e elas? O que elas têm?- Questinou Dean, ignorando a pergunta de Ryan.

Exatamente, elas só têm facas. Não podemos ir muito longe. Argumentou a morena.

Elas são duas! E..- Tentou argumentar Ryan mas foi interrompido por Anne .

E eles estão em números incontáveis.

Ryan calou-se de imediato, pensou em tudo o que fora dito e até admitiu em pensamentos que eles estavam certos, não podia se afastar muito do acampamento e largar a patrulha era indispensável visando os últimos acontecimentos.

Okay, o que sugerem? Por fim rendeu-se Ryan.

Já nos afastamos bastante do acampamento. Então vamos continuar a patrulhar só pelas... Laterais, literalmente. Explicou Dean.

Estou de acordo, e o tempo disso aqui não pode demorar também. Concordou e acrescentou Anne. Após, os dois olharam para Ryan, que sorriu e assentiu com a cabeça, concordando.

Vamos fazer o seguinte você v-.. Antes que pudesse indicar as Coordenadas, o som de um disparo ecoou pela floresta de modo cortante e entrou pelos ouvidos do trio. Eles pararam tudo os que estavam fazendo e apenas se entreolharam, o som era óbvio. E o motivo também...

Temos que voltar, vamos! Rápido! - Ordenou Ryan enquanto já corria pelo caminho de volta ao acampamento. Dean corria lado-a-lado com Ryan enquanto Anne acompanhava-os mais distante.

Que merda, eu sabia! Resmungou Dean. - Eu sabia!

Ryan e Dean estavam visivelmente arrasados e nervosos, trocavam ofensas e ideia do pior que poderia ter acontecido. Anne parou de repente, e levou um tempo até que os dois rapazes notassem e parassem juntamente, esbravejando em um coro contra a morena:

Que merda você está fazendo?! Vai descansar agora?!

O tiro não veio do acampamento. Proferiu Anne, desconfortável. Dean e Ryan criaram rugas de preocupação, agora que a morena havia dito, o tiro realmente não parecia vir do acampamento, tal como eles perceberam que a natureza daquela situação era estranha. Anne continuou: - Foi um único disparo, significa que algo maior que um ataque dos Walkers está atrás disto. Quem atirou queria chamar nossa atenção.

Eles estão perceberam que a morena estava certa, ninguém em sã consciência dispararia contra um único errante sabendo das consequências disso. Foi então que eles correram, correram com mais agilidade e ferocidade ainda.

Atravessaram uma parte da floresta e observaram um grande buraco ao chão e poucos Errantes mortos no local, deduzindo que o autor do disparo esteve por ali. Enquanto corriam eles especulavam mentalmente o que estava acontecendo, estavam confusos e assustados. Assustaram-se ainda mais quando passaram pelas duas árvores frutíferas que servia como ponto de referência e avistaram mais além um quinteto de Wlakers dispersos que pareciam cambalear atrás de outro grupo ainda maior. E como uma chuva repentina, as piores imagens possíveis da consequência daquilo tudo invadiram as mentes do trio. Eles continuaram a correr...

No acampamento...

Lucy abriu lentamente os olhos, a claridade que invadia a cabana a fez sentir uma dor insuportável nos olhos. Estava fraca e muito tonta, sentia-se mal. Tentou chamar por Quinn, mas tudo o que conseguiu proferir fora estranhos barulhos rachados. Tentou pôr-se de pé, uma, duas, três vezes, não conseguiu. Conseguiu rolar para o lado, e pôde colocar a cabeça para fora da cabana. Embora estivesse sentindo-se mal e assustada, sentiu-se feliz ao pensar que encontraria Quinn ali. Ficou parada naquela posição por alguns minutos, olhou a sua volta e nada viu, nem Quinn, nem qualquer outra pessoas. Desesperou-se ao notar que estava só e tentou gritar por alguém, falhou mais uma vez. Estava prestes a chorar, até ouvir o aterrorizador grunhido se aproximar. O walker aproximou-se lentamente e cheio de fome, Lucy olhou para todos os lados procurando algo para se defender e encontrou a faca deixada por Quinn fincada em frente á barraca. Esticou o braço direito e pegou a lâmina, rolando para dentro da cabana logo em seguida.

O errante debruçava-se sobre o pano da cabana, aproximando-se da entrada á cada tentativa falha. Lucy sabia que mesmo com a faca não conseguiria se safar, não se o enfrentasse naquele estado, acamou-se e tentou pensar bem uma saída, precisava de tempo e não o teve. O Walker desabou no chão em uma de suas tentativas e eles percebeu a fenda de entrada para á tenda e começou a rastejar com bastante ferocidade sobre Lucy. Que por sua vez, viu-se perdida, mas parecia determinada a sobreviver, estava segura e assustada ao mesmo tempo. Olhou para a barraca e então teve uma ideia, foi tudo muito rápido, em um instante Lucy estava prestes a ser mastigada por aquele ser podre, e no outro a loira rasgava o pano da barraca com a faca, abrindo passagem para poder rolar para fora. O errante tentou segui-la pela fenda aberta, mas Lucy esforçou-se e conseguiu erguer sua perna e chutar a base que sustentava a armação da barraca. Foram necessários três chutes para que a estrutura desabasse sobre o errante, prendendo-o em seu interior e retendo seus movimentos.

Se antes estava exausta, agora estava muito mais. Lucy esgueirou-se para perto de uma árvore encostada á rocha no meio do acampamento e sentou-se de forma á apoiar suas costas sobre o tronco da grande árvore. Ela segurou firmemente a faca em suas mãos e atentou-se, não conseguia gritar por ajuda ainda e tudo o que podia fazer era esperar. Suas forças estavam se esvaindo mais uma vez, viu sua visão ficar turva e obscura, mas despertou-se ao notar o grupo de errantes que se aproximava do acampamento e logo atrás deles, Quinn.

Quinn se aproximou enfim do grupo que já estava bastante próximo do acampamento, forçou uma corrida ainda mais rápida em contorno á horda, ultrapassando-os. Só então deixou de correr e caminhou apressada até chegar definitivamente no acampamento, viu a barraca caída e um volumoso movimento dentro de si, e sentiu-se aliviada ao encontrar Lucy recostada á árvore e salva.

Vamos morrer. Conseguiu pronunciar Lucy em um tom quase inaudível.

Mas ainda não morremos. Sorriu Quinn e caminhou para frente de Lucy, olhou-a por alguns instantes e virou-se para o grupo de errantes que se aproximavam.

Temos que... Ugh, fugir.. Disse Lucy.

Arf, não aguento outra corrida e você não está em seu melhor estado. Respondeu Quinn enquanto recarregava sua pistola e preparava-se para a ação.

Descul...pe. Nã-não posso te ajudar nessa.. Disse Lucy, exausta.

Pode sim, apenas fique viva e acordada. Respondeu Quinn.

Quando os Errantes enfim adentraram aos domínios do acampamento, Quinn iniciou uma série de disparos contra o crânio dos walkers repetidamente, alternando entre os da esquerda e os da direita. O grupo era numeroso, e embora ele estivesse se reduzindo em meio aos disparos, Quinn observou outro grupo vir logo atrás deste.

Quinn decidiu disparar com uma certa e calculada moderação. Cessou os disparos aleatórios e se focou nos errantes que estavam formando uma linha frontal de ataque, esses eram um grupo de seis no total. Ela não era uma boa atiradora, e demorou um pouco até que todos os seis primeiros reanimados tombassem, aproveitou o tempo para recarregar e continuou com a tática, alternando entre fileiras com cinco á seis walkers. Ao término da segundo, os corpos já se amontoavam ao chão, causando tombos em quem vinha atrás, o que diminuiu o ritmo de avanço dos reanimados e deu tempo para Quinn recarregar outra vez. Notou que aquela era seu último cartucho de munição e que o grupo adjacente já havia se juntado ao principal. Era óbvia sua derrota e morte, mas mesmo assim a loira não derramou uma única lágrima e continuou á atirar.

Estava quase no fim das balas, quando ouviu outra série de disparos por trás do volumoso grupo de errantes. Foi então que Anne, Dean e Ryan juntaram-se á Quinn na luta contra aqueles seres pútridos e famintos. Vários disparos foram efetuados até que o número da horda fosse reduzido á quatro errantes. Quinn já havia detonado toda sua munição, jogou sua arma no chão e sacou seu canivete do bolso, uma fúria inexplicável invadiu-a e ela avançou contra o quarteto de walkers, forçando os outros cessarem os disparos.

A loira cravou o canivete com uma ferocidade incrível nos três primeiros reanimados, finalizando-os com um único golpe. A última errante era uma mulher gorda e totalmente desfigurada, avançou contra Lucy com um instinto selvagem para devorá-la. A loira se afastou para o lado e esticou seu pé, fazendo a errante tropeçar e cair de bruços ao chão. A seguir Quinn se jogou contra a walkers, segurou-a pelos cabelos e esfaqueou sua face tantas vezes que causou espanta geral nos sobreviventes, na última fincada, Quinn gritou de raiva e levantou-se olhando para o que já não podia mais ser chamado de cabeça.

Meu Deus, Lucy! Anne e Dean correram para verifica-la, Lucy conseguiu pronunciar as palavras e contar de como sentiu um calafrio por todo o corpo e logo após ter sua visão totalmente tomada pela escuridão. Enquanto Anne e Dean tratavam de Lucy, Ryan caminhou até Quinn que ainda olhava o estrago que tinha feito na errante e ergueu sua face com delicadeza. Quinn largou a faca no chão e então deixou lágrimas escorrerem por sua face.

Você foi esplêndida, obrigado por cuidar da Lucy e do acampamento. Disse Ryan com um sorriso em face. - Mas você pode parar agora. Essas não são todas as lágrimas que você tem para chorar. Você foi ótima, sério. Mas pode parar.

Não. Não posso parar. Nós não podemos parar. Pronunciou Quinn, firme e segura de si. -Eu não vou parar, nós não vamos parar. Continuaremos á lutar, á sobreviver, á viver... Nós não podemos parar.


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