Radioactive escrita por Artur, Lucas XVI
Notas iniciais do capítulo
IIh, desculpem-me pelo atraso. Mas bem, aqui está mais um capítulo de Radioactive para vocês. Espero que gostem. Ah, e deixem seus Review. Obrigado por acompanharem a fic até aqui!
Quando enfim seus lábios se separaram, os dois viram-se em uma situação embaraçosa. Dean olhou Anne durante algum tempo com um sorriso bobo em face, enquanto que a moça apenas tentava recuperar o fôlego perdido ao mesmo tempo em que encarava Dean com um semblante assustado. O rapaz tentou se explicar e proferir palavras em sua defesa, mais o máximo que pôde emitir foi sons quase inaudíveis e desordenados, já a morena tentava apenas entender aquilo, por mais que achasse o beijo bom e confortante ainda mais em um momento como aquele, ela sentia-se desconfortável... E confusa.
– Bem, aceito suas desculpas. – Bradou Dean, irônico.
– O que foi isso? – Questionou a moça, séria e áspera.
– A donzela nunca foi beijada? – Rebateu Dean.
– Sério que você vai agir assim? Eu sei que você gostou, não precisa e nem deve disfarçar seus sentimentos. Qual é... – Argumentou o rapaz, seguro.
– Não falo do beijo, falo de seu significado. – Explicou-se Anne.
– Significa que nós estamos... Juntos? – Tentou responder, confuso.
– Não, admito que você beije bem. - Proferiu Anne, mas arrependeu-se no mesmo instante em que notou o sorriso vanglorioso de Dean, continuando posteriormente. – Mas isso é ridículo, loucura.
– Não pode deixar sua amargura de lado pelo menos por alguns instantes? É de amor que estamos falando, amor!
– Não, trata-se de um beijo. Serei claro, te conheço á menos de um dia e não, eu não te amo. – Respondeu, decidida.
– Eu não disse que você me amava ou o contrário, mas é que... Somos tão iguais, tantas coisas em comum... Poderíamos aprender a amar um ao outro, não? – Disse Dean.
– Em tempos como este? Olha, você deve estar confuso, apenas. Amar em um mundo assim é conflitante e pura idiotice.
– Hey, o amor não é algo idiota. E até pessoas como nós sabem que o amor acontece, independente da situação. –Falou Dean, continuando. – Eu sinto algo por você, de verdade. Não acho que seja amor, não ainda. Mas pode dar certo... Você sente o mesmo?
– Eu realmente não sei, ás vezes você é a pessoa mais idiota do planeta e ás vezes você é admirável. Estamos confusos...
– Sim, estamos... O que faremos agora? - Desabafou o rapaz.
– É noite, lá fora está repleto de Errantes, vamos lacrar as entradas e descansar. Partiremos de manhãzinha. – Sugeriu Anne.
– Estava falando de nós...
– Olha, foi um momento de carência. Apenas, ao menos para mim. – Disse a jovem de cabelos escuros, em um tom ríspido e certo.
– Mas e eu? – Perguntou, confuso.
– Vai superar. – Foi apenas o que Anne falou antes de deslocar-se até a sala da casa, sendo seguida por Dean logo em seguida. – Ajude-me a colocar o sofá em frente á porta.
E assim foi feito, Dean limitou-se á empurrar o móvel adjunto á Anne, deslocando-o rente á entrada principal da casa, tampando-a. Depois de feito, o rapaz virou o sofá para fazê-lo cobrir a maior parte da porta e em seguida virou-se para Anne, observando-a.
– Tem mais saídas por aqui? – Enfim falou.
– Espero que sim, vou ver e vou dormir logo depois. – Falou enquanto caminhava pelo corredor do casebre até a cozinha onde encontrou outra porta, observou-a por um tempo até que decidiu empunhar sua faca em mãos e abrir a porta. Com um único movimento, a porta abriu-se e a garota pôde relaxar ao notar que nenhum Errante poderia ter acesso até aquela rota de fuga. A porta dava para um pequeno espaço em divisa com um muro não muito alto.
Pularemos o muro pela manhã... Pensou a Morena enquanto fechava a porta e dirigia-se até um dos quartos desocupados. Ao deitar na cama não pensou sequer uma vez sobre Dean e sua atitude imprevisível...
Dean demorou um pouco parar dormir, procurou buscar certeza em seus sentimentos, estava confuso e cansado, muito cansado e acabou cedendo ao sono no meio de uma discussão psicológica sobre Lucy.
Espero que ela esteja bem. – Pensou pouco antes de adormecer.
Dean ainda dormia quando Anne abriu a porta do quarto onde ele estava, chamando em tom alto seu nome.
– Acorda Dean, vamos embora daqui.
Dean levantou de imediato, vestiu sua camisa e seguiu Anne até a sala.
– Antes de irmos vamos procurar os mantimentos, deve ter alguns por aqui. – Ordenou a morena, o clima entre os dois estava estranhamente normal e Dean limitou-se a obedecer as ordens da Morena.
O rapaz seguiu de volta ao quarto onde dormira e vasculhou o guarda-roupa encostado na parede do cômodo, notou uma grande quantia de roupa feminina e acessória igualmente feminina, seus olhos foram de encontro á uma camisa de regata na cor púrpura comum desenho de uma boneca bordada ao centro. Pegou-se então pensando em como Lucy ficaria vestindo aquilo e resolveu pegá-lo. Despejou a camisa na mochila tal como outras roupas que pudessem ser usadas por homens também, após tratou de encontrar Anne ,que por sua vez recolheu todo o alimento contido na casa: Um pacote de Cereal ainda na validade, enlatados, biscoitos e até presunto, pondo-os na mochila de Dean.
Abriram a porta dos fundos e entreolharam-se por alguns instantes até que Dean tomou a iniciativa de sacar seu longo canivete e começar a escalar o muro.
– Não vai usar sua arma? – Questionou a morena, enquanto escalava também a parede.
– Viu quantos Errantes tem por essas redondezas? Estaríamos mortos se disparássemos um só tiro. – Explicou Dean quando enfim alcançou o pico do muro, sendo alcançado por Anne logo após. A altura não era grande, eles poderiam pular para o jardim da casa vizinha facilmente e por sorte, a passagem estava livre de Errantes. Dean foi o primeiro a saltar, seguido de Anne que quando aterrissou, tratou de empunhar sua faca em mãos.
Eles deslocaram-se de forma ágil e moderadamente silenciosa, atravessaram o curto jardim até chegarem à calçada, havia Errantes nas ruas, mas estes estavam dispersos e em número não tão grande quanto os da noite passada, além de que os seres Reanimados pareciam se entreter com um animal caído ao meio da rua. Atravessaram a rua em uma breve corrida e pararam em uma esquina de um bar.
– Vamos de pé? - Perguntou Anne.
– Sim, chama menos atenção e o caminho não é longo. – Respondeu.
Ao dobrarem a esquina, perceberam que grande parte da população dos Errantes da noite anterior estava agora ali, de frente á eles, mais uma vez.
– Corre! – Gritou Anne ao dar inicio á uma corrida junto a Dean, o bando de seres reanimados e sedentos por carne os seguiu em velocidade quase equivalente. O cansaço já dava sinais de existência perante Dean e Anne enquanto que os Errantes mantinham o ritmo da perseguição. Ao dobrar mais uma esquina, depararam-se com um engarrafamento de carros e motos, formando um verdadeiro e grande labirinto, os dois apressaram-se em contornar os veículos e distanciarem-se da manada de Walkers. O labirinto fez com que os Errantes se separassem em grupos menores, dando oportunidade aos dois de agirem.
– Vamos, fure-os na cabeça e tente não morrer. – Advertiu Dean enquanto se distanciava de Anne, indo em direção á um grupo de Errantes.
– Não preciso de instruções. – Respondeu ríspida e foi para o lado oposto ao de Dean, também combater os seres pútridos e reanimados.
Com os Errantes dispersos, finalizá-los não foi difícil, mas o número era tão grande que Dean e Anne viram-se obrigados a fugir mais uma vez. Agora, com a manda de Walkers reduzida pela metade, o casal contornava os carros pela pista até encontrarem os primeiros sinais de mata aberta. O acampamento estava próximo, e eles pararam antes de adentrar á aquela vastidão verde.
– Não podemos. Eles vão nos seguir e ir para o acampamento! – Alertou a morena.
– E você acha que eu não sei?! – Exclamou Dean, furioso. O rapaz coçou a cabeça em sinal do nevosísmo, tinha que tomar uma decisão e rápido.
– Eles estão vindo... – Observou Anne ao notar o grupo de Errantes aproximarem-se.
– Vamos, tive uma ideia. – Bradou. Juntos, os dois correram de encontro ao aglomerado de carros e pararam em frente ao primeiro veículo que viram. Dean tentou abrir a porta, que por sorte estava destrancada. Anne entrou logo depois, ocupando o banco do carona. A chave ainda estava lá, e os dois mostraram-se agradecidos por isso.
– Vamos de carro? – Indagou Anne, confusa.
– Hehe, não. – Falou, sorrindo. – Ah, e eu não sei dirigir.
Antes que Anne pudesse mandar alguma ofensa ao rapaz, Dean ligou o carro e começou a pressionar a alavanca sob o centro do carro enquanto mantinha o pé sobre a ré do automóvel. Demorou um tempo até que ele acertasse a posição da alavanca, e quando por fim conseguiu dar a ré, o grupo de Errantes debruçava-se sobre a lataria do carro, apavorando-os.
– Segure-se! – Alertou Dean. Após distanciar-se de maneira moderada do grupo de Walkers através da ré, o rapaz deu um pequeno sorriso e acelerou contra os Errantes que vinham de encontro ao veículo, atropelando-os e destroçando-os com o impacto da batida. Alguns dos indesejados ainda insistiam em levantar-se do solo, obrigando Dean a passar por cima deles mais uma vez, até que nenhum Errante pudesse ficar de pé novamente. Alguns estavam mortos, com a cabeça esmagada. Mas a maioria encontrava-se viva, embora que praticamente esquartejada, deixando-os inofensivos.
– Você é maluco!? – Esbravejou Anne, raivosa. A morena abriu a porta e saiu do carro enquanto via Dean fazer o mesmo. Ela o fuzilou com os olhos como se estivesse prestes á mata-lo, e estava.
– Agora podemos ir. – Pronunciou-se o rapaz.
– Precisava disso tudo? – Indagou Anne.
– Você tinha uma ideia melhor? Devia era me agradecer. – Respondeu de forma sarcástica.
A morena nada falou e apenas atravessou á estrada deserta até adentrar á mata aberta, sendo seguida de perto por Dean que mantinha o mesmo ritmo de passadas.
– Será que eles ficaram preocupados? – Questionou Dean, inquieto.
– É melhor que sim... Você está muito falante hoje. – Observou Anne.
– Okay, como nos comportaremos na frente deles? Sobre, você sabe... - Tentou concluir, mais foi interrompido pela Morena.
– Sobre nós? Olha, eu te dei um fora, só. Agiremos normal, a não ser que queira expor isso á todos. – A morena parou de caminhar para olhar observá-lo enquanto falava.
– Você meu deu um fora? Haha, garota nenhuma me dá um pé na bunda! – Gabou-se Dean.
– Eu dei. – Respondeu com um ar de vitoriosa enquanto retomava á caminhada. Dean soltou um risinho também, por mais embaraçosa que fosse aquela situação, ele conseguiu criar um laço especial com a morena... Um laço de amizade.
Caminharam por cerca de meia hora mata adentro, sendo que nos dez minutos finais, o céu encheu-se de nuvens escuras e uma chuva torrencial iniciou-se. A chuva ainda caía quando eles avistaram o acampamento, visivelmente intacto.
Anne seguiu em frente, mas Dean parou ao notar que Lucy esperava sentada sobre o chão por eles, seu coração acelerou e ele percebeu como foi bobo ao enganar-se com seus próprios sentimentos.
– Dean, vem logo! – Gritou Anne já no acampamento, despertando Dean de seus pensamentos. O jovem enfim caminhou na direção do acampamento e parou em frente á Lucy. Olhou-a durantes minutos, enquanto a loira parecia constrangida com aquela situação.
– Que bom que você está bem. Digo, vocês. – Pronunciou a loira, incerta de suas palavras.
Dean nada respondeu, ver os pingos d’água escorrerem pela face de Lucy era hipnotizante. O modo como ela sorria envergonhada e de como arrumava o cabelo para disfarçar o nervosismo... Ele estava maravilhado com a loira, poderia ficar observando-a para sempre. Até que tornou á consciência e decidiu se pronunciar:
– Trouxe isto para você. – Disse enquanto retirava a camisa que havia sido pega da casa onde ele se abrigara e entregava para a loira, que demonstrou uma evidente satisfação e alegria. – Vamos, melhor entrarmos. – Continuou.
Os dois entraram na tenda maior, onde todos se cumprimentaram de novo e Anne e Dean foram parabenizados pelo resultado da missão.
Após trocarem as roupas molhadas, reuniram-se ao redor de uma cômoda velha dentro da barraca para jantarem. Durante a refeição eles conversaram sobre a missão e o método nada discreto de Dean para se livrar dos Walkers, o que causou uma torrente de risadas. No final da refeição, Ryan pôs-se de pé, ergueu seu copo com água e discursou:
– Um brinde á nós, que permaneçamos fortes, unidos e vivos. Que, apesar de tudo o que se passa, todos os problemas e dificuldades que esse mundo caótico nos impõe, possamos ter a certeza de que, independente de tudo. – Deu ênfase nessa palavra antes de finalizar. – Vamos sobreviver!
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