Radioactive escrita por Artur, Lucas XVI


Capítulo 3
Capítulo 03 : World of Selfish


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, e obrigado a todos que estão acompanhando, esse será a introdução da nossa nova personagem :) Fizemos um trailer da fic e algumas partes deste capítulo está no trailer, por isso a demora para posta-lo mas espero que notem a semelhança de algumas cenas com a do Trailer, e por favor comentem a respeito disto . Aberto a criticas e elogios :)

http://www.youtube.com/watch?v=h4aHUpMsHFc



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Radioactive

O trio de sobreviventes foram pegos de surpresa quando uma mulher não muito mais velha que Lucy saiu dos arbustos, sua face estava limpa embora suas roupas estivessem negras e parcialmente rasgadas. Ela demonstrava não estar cansada, apenas assustada ao ver que ali estava um grupo de humanos, realmente humanos. Apesar do contentamento interior, a mulher de cabelos negros recém-chegada ergueu uma pistola, direcionando-a á Dean, que a imitou sacando também sua arma rumo á mulher. Todos espantaram-se, inclusive a mulher de cabelos negros, estava evidente na face de todos que o que eles menos queriam naquele momento era mais uma batalha.

As armas permaneceram em riste e o silêncio silvou de forma lenta e duradoura sobre aquele que outrora fora um acampamento e que agora assemelhava-se á um campo de batalha...

Ambos se posicionaram na defensiva, Ryan estava mais próximo a Dean enquanto que Lucy e Quinn se afastaram um pouco .

– Vamos com calma, não há necessidade disto ! – Indaga Ryan tentando deixar a situação mais confortável possível. Dean lança um olhar fuzilante para o rapaz que rapidamente engole tais palavras, a morena continuava a observar atentamente todos que ali estavam presentes.

– Qual o seu nome ? – Questiona Lucy aproximando-se um pouco .

– Não sou obrigada a dizer. – Responde rapidamente ela voltando a afirmar. - É feio apontar uma arma para uma dama . – Ironiza ela e Dean rebate .

– Não vejo nenhuma dama na minha frente .

Os olhos de Dean fixam nas roupas pútridas e rasgadas da jovem mulher, que diante de tal afirmação do rapaz, começa a rir .

– Parece uma disputa de quem é o mais irônico . – Indaga Quinn em sussurro revirando os olhos, toda aquela situação lhe deixava extremamente entediada .

O silencio agora prevalece no local, só o que podia-se escutar eram os cantos dos pássaros que na floresta estavam, e depois de minutos com armas miradas em uns aos outros a morena cessa-se .

– Meu nome é Anne .. Anne Millman . – Ela diz por fim, dando um leve suspiro de desapontada . Seus movimentos são copiados por Dean que coloca sua arma na cintura . Lucy faz um sinal para Ryan, que aproxima-se da loira .

– O que vamos fazer com ela ? – Ryan aproxima-se já perguntando .

– Por mim ela fica . – Responde Lucy .

– Não sei se é o certo, ela parece muito imprevisível .

– Estamos nisso a poucos dias, não sabemos o que é o melhor a se fazer, talvez quanto mais pessoas .. melhor . – Persiste Lucy convencendo Ryan que vai em direção a jovem dizendo que a mesma pode permanecer com eles .

– Não me lembro de ter pedido para ficar . – Ela afirma sarcástica, Ryan finge que não escutou tais palavras retirando-se próximo dela .

Dean sentou-se próximo a fogueira montada por Ryan, já que de noite o frio seria dominante . Lucy demonstrando afeto pelo jovem rapaz de olhos azuis, senta-se ao lado de Dean afirmando :

– Ela definitivamente vai ficar conosco, eu convenci o Ryan .

– Você é muito bondosa . – Retruca Dean seco como sempre e menosprezando o ato da loira que engole a saliva, recompondo-se saindo do local, Dean observa a ação da garota e percebe que a mesma enxugava uma lágrima solitária que escorria pelo seu rosto claro .

– Vocês dois são novos aqui, e não sei se possamos confiar definitivamente em ambos, portanto os dois irão em busca de mantimentos seja lá qual for .

– Não irei com ela . – Dean responde sério .

– Acontece, que agora você não tem querer . – Ryan diz esboçando em face sua seriedade diante do momento fazendo Dean calar-se e aceitar ir junto a Anne .

Era de tarde, quando Dean e Anne já com suas devidas mochilas, saíram do acampamento, aquilo era crucial para Dean, ter que conviver com inúmeras pessoas, principalmente pessoas irritantes ao seu ver . Salvar a Lucy foi a maior burrada que ele fez na vida, já que nunca ligou para ninguém, alguém que sempre esteve sozinho terá que acostumar-se com pessoas diferentes e personalidades distintas .

Pov. Anne Millman

Sempre fui meio egocêntrica, muito orgulhosa, meio fria eu diria...Sempre procurei não precisar de ninguém, talvez isso seja meu mal, ou talvez seja minha maior qualidade...Enfim, nunca corri atrás de nada e nem de ninguém, então se eu te procurar, acredite, você é tudo pra mim.

Sou o que sou somente o que sou e não o que acham não me descrevo afinal, você já tem uma opinião formada a meu respeito às vezes fico numa dúvida existencial
de caráter introspectivo e me pergunto: quem sou? Mas a resposta já é certa: não sei o que sou, sou simplesmente EU!!!

Não me ensine a ser egocêntrica. Não me ensine a me comportar da forma que eu subjugo como errado. Toda alegria que se vê, no íntimo de sua própria alma, demonstra-se ludibriada pela agonia do orgulho de não se deixar perceber o quão ruim é estar só!

E agora ter que compartilhar momentos distintos com pessoas distintas, é como se eu fosse outra pessoa, eu e o Dean caminhamos afastados um do outro, e como sempre o silencio se predomina diante de nós, em meio ao barulho dos nossos passos, Dean diz sua primeira palavra desde que saímos do acampamento .

– Você é como eu, calado . – Fico observando o seu jeito de falar e realmente ele é estranho ! Obviamente não falei isso em voz alta, mas retornando a pergunta do mesmo, acabo que respondendo :

– A única diferença é que eu sei sorrir . – Não sei se isso ajudou, muito pelo contrario, só esfriou ainda mais o comportamento dele . Dean tenta dialogar mas sempre volta para si próprio e assim fica uma situação chata .

– Tem várias casas por aqui, vamos naquela e se contarmos com a sorte poderemos encontrar algo que seja útil .

Ele aponta para a casa escolhida, nem notei que chegamos em um lugar movimento, mesmo que seja pelos zumbis . Andamos um poucos antes de chegar nela, e logo na esquina nos deparamos com inúmeros walkers que na rua a direita estavam .

– Oh meu Deus . – Sussurrei enquanto que Dean pega nos meus braços puxando-me para longe . Atravessamos a calçada, corremos um pouco até que chegamos na casa escolhida, ela era a terceira depois da esquina, podíamos ter pego outra, mas Dean sempre achando que sua decisão é a melhor, pelo menos foi o que pareceu para mim .

Ao chegarmos na casa determinada pelo capitão Walt, alguns errantes começaram a aproximar de nós, talvez pelo cheiro de carne viva não sei ao certo, por isso tivemos a necessidade urgente de adentrar na casa . Dean gira a maçaneta a porta realmente se abre, e nós adentramos na mesma, mas não cheguei a dar três passos, um errantes que estava estendido na parede ao lado da porta, agarra minha perna . Sou pega de surpresa e pelo susto acabo caindo ao chão, mas antes dele me abocanhar, Dean saca sua Desert Eagle e atira no crânio daquele verme e todo o sangue jorrado vem em minha direção me deixando toda ensanguentada .

Rapidamente, Dean empurra o sofá da sala até a porta, para servir como bloqueio, ele realmente pensa rápido, tomando decisões inteligentes, era obvio que o disparo atrairia mais deles e se tentarem alguma coisa, seriam meramente bloqueados . Vasculhamos a casa toda, fui direto para cozinha, estava morta de fome, e por sorte a geladeira estava cheia, abri a mesma colocando tudo que via na mochila para levar ao acampamento .

– Não brinca !! – Eu grito, esboçando minha felicidade .

– Minhas decisões nunca falham . – Dean ironiza com o olhar .

A casa era grande e espaçosa, tinha dois quartos, cozinha, sala .. tudo que uma casa normal tinha . Não trocamos uma palavra sequer, lá era confortável .. mas a presença de Dean deixa tudo extremamente desconfortável . Sento-me no segundo sofá, coloco meus pés sobre o mesmo abraçando minhas pernas, estava fazendo frio, e eu daria tudo por um cobertor .

– Não acha que esse decote aumenta o seu frio ? – Ele diz irônico pra variar, seu questionamento foi em relação ao meu traje, apenas um sutiã, fico sem entender até que ele completa .

– Sua roupa .

– Aah, minha camisa já estava rasgada e agora a pouco você melou ela toda de sangue, tive que tira-la, não sou imunda . – Respondo a altura .

– Tome isto . – Ele diz retirando o seu casaco preto entregando-me, ponho o mesmo e o frio agora se esvarria, noto seu porte físico diante da sua camiseta branca regata, mas não dei muita bola, ele depois de pegar algumas coisas da dispensa, facas etc, diz que é a hora de ir, entretendo ao abrir a porta ele nota o caos que está lá fora .

Inúmeros errantes perambulando para lá e para cá, todos atraídos pelo disparo, ele fecha a porta vagarosamente enquanto o único barulho foi do ruído da madeira aumentando ainda mais o suspense .

– Não podemos ir embora, lá fora está conturbado sem falar que já é de noite . – Ele diz chateado .

– Não acha que eles ficarão preocupados com a nossa demora ? – Questionei .

– Não . – Respondeu Dean frio .

– Pelo menos temos um lugar para dormir . – Digo levantando-me do sofá e indo em direção aos quartos, não ouço resposta, Dean permanece calado, e isso me dá raiva ! Mas nem percebo que faço exatamente a mesma coisa com as pessoas, é estranhos ver duas pessoas egocêntricas em um só lugar, e cada um começar a se espelhar no outro, vendo os próprios defeitos .

Já estava ficando uma situação chata, realmente Dean sucedia os limites de alguém extremamente hipócrita, arrogante e principalmente que se acha o centro do mundo que neste momento, nem existe mais . Um dos meus defeitos é a minha paciência, que é mais que curta ! Andejo em direção a ele que estava pensativo sentado no sofá, e estando na frente dele indago :

– Já chega, essa situação entre nós é ridícula . – Eu digo e ele me olha estranhando todo aquele alvoroço . Você é totalmente egoísta . Ok, eu também sou, mas você é insuportável.

– Você não sabe nada sobre mim . – Ele diz nem dando a mínima para minhas palavras .

– Sei o suficiente, você é um rapaz extremamente insensato, que só pensa em si mesmo e nem liga pras pessoas a sua volta, não quer nem saber se a pessoa está bem ou com alguma problema, pois acha que não é da sua conta ! Mas na verdade, você sofre no fundo, pois não consegue demonstrar seus sentimentos aos outros, e acaba menosprezando sem querer as pessoas e isso machuca profundamente você . – Indago desabafando tudo, ele fica assustado com o que eu disse, levanta-se e vai até um dos quartos fechando a porta, isso tudo sem dar nenhuma palavra .

– Como ele me irrita ! Penso revirando os olhos .

Depois de um tempo fiquei sozinha deitada na cama do outro quarto, começo a pensar no que eu falei, e realmente peguei pesado . Não sei porque diabos me senti pena, ele merecia todo desprezo do mundo . Andejei até o quarto onde ele descansava, ainda com a jaqueta entregue a mim, bato na porta duas vezes e ele a abre . Diante de mim estava praticamente outra pessoa totalmente diferente, Dean estava sem camisa o que realçava o seu porte físico e o seu peitoral definido, olho para ele lentamente dos pés a cabeça, e depois de ficar um pouco envergonhada eu digo :

– Sei que fui muito rude com você mais cedo, mas foi como eu estivesse reclamando comigo mesma, sabe .. como se tudo aquilo que eu falei fosse em relação aos meus atos, aos meus defeitos, foi como sua imagem fosse um espelho que estava me refletindo, é difícil alguém como minha personalidade falar isso mas .. me desculpa . – Desabafo novamente e sou surpreendida por Dean que me puxa mais próximo a ele me beijando intensamente, tocando na minha nuca . Esse momento foi único e jamais esperaria algo assim ... . Não me mostre que a alegria do mundo encontra-se dentro de mim mesma, quando se pode aprender muito mais sobre a beleza da vida... olhando dentro dos olhos de outra pessoa .


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