A Última Lágrima. escrita por Pedro C


Capítulo 11
Resposta.




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'' A fé é uma conquista difícil, que exige combates diários para ser mantida. ''

Paulo Coelho.

— Eu sou um demônio. — afirmou. — Vivo graças á tristeza.

Segurei as lágrimas de medo nos olhos e o fitei com nojo, eu estava tremendo. Não duvidei, essa era a única resposta certa para a minha pergunta. Sua rapidez e força é além de um ser humano, um demônio.

— Por isso eu sou incrivelmente forte. — ele cuspiu as palavras. — Por isso sou incrivelmente rápido.

Ele continuava parado no mesmo lugar, sem expressão. Estava pensativo. Lembrei de quando vi ele nervoso naquela noite: olhos vermelhos fissurados, tremendo para conseguir se controlar, e depois na escola do mesmo jeito.

— Eu vou embora! — afirmei.

— Entre, por favor. — ele olhou para a porta da tal casa.

— Eu não vou á nenhum lugar com você! — minha voz estava embargada. Tremia meus lábios com medo de deixá-lo irritado. Com medo do que ele poderia fazer contra mim.

— Por favor. — pediu.

Sua face estava indecifrável. Do mesmo jeito que estava triste com sua realidade, estava assustado, pensativo. Não pensei no que iria fazer. Ele iria tentar me levar para dentro á força, então eu corri. Assim que dei alguns passos ele estava na minha frente com a mesma expressão.

— Não quero te fazer nenhum mal. Venha. — estendeu á mão.

— Me deixa ir! — falei. — Não vou contar para ninguém. Nada.

— Bella.

Eu tentei me afastar... Mas foi tarde de mais, ele parecia ter despertado. Seus olhos claros estavam brilhando como o céu estrelado.

— Eu prometo escutar você. — disse e ele se aproximou de mim, recuei. — Mas não agora, quero ficar sozinha!

— Tudo bem. — falou e então ele se mexeu. Eu assenti e entrei no carro batendo a porta com força.

Liguei o carro e sai dali olhando ele no retrovisor, tentando ficar o mais distante, vendo se ele não me seguia.

[...]

Ele era um demônio. Como os vampiros dos filmes e histórias ele sobrevive de algo dos humanos. A tristeza. Tremia toda vez que pensava nele assim.

Sai do carro sem me importar se estava trancado e fui direto para a cama. Não me importei com o silêncio da casa, nada. Só precisava ficar sozinha. Ele poderia me matar agora mesmo se pensasse que contaria para alguém, ele poderia se alimentar de mim.

Soltei todo o choro que estava preso, todas as lágrimas. O medo me consumia por total e só o que conseguia pensar era o que ele era. Parecia que meus músculos haviam virado água e a escuridão me dominava por completo, me arrastando para um sonho...

‘’ — Eu matei seu pai. — falava trincando os dentes.

— Por quê? — indagava assustada, sem medo dele me atacar. Eu o amava.

— Ele tinha depressão, era muita tristeza. Não consegui me controlar, estava com sede! — tentava se explicar.

— Eu odeio você! — falava e procurava algo para lutar contra ele igualmente. Assim que achei uma barra de ferro lembrei que amava-o. — Mas eu te amo.

Então ele me olhou, parecia excitado em me ver assustada e chorando com uma enorme dor de saber que meu grande amor havia matado meu pai. Edward olhou para mim com os olhos vermelhos como brasa e os lábios trêmulos. ‘’

Despertei, afirmando que não estava triste. Com os olhos inchados e ainda chorando, acordei. Havia sol no céu, um sol acinzentado cor de chumbo . Olhei no relógio que marcava que já era de manha.

Havia dormito a tarde e a noite toda, pelo menos estava viva. O único sonho que eu lembrava, eu sempre esquecia meus sonhos, me lembrou de que meu pai morreu da depressão e a depressão é uma pessoa com muita tristeza.

Um demônio o matou.

Como uma injeção derramando o seu remédio na minha corrente sanguínea eu fui dominada pela raiva, um demônio havia matado meu pai! Edward havia matado meu pai!? Eu precisava saber.

Então, me arrumei rapidamente, como sempre, e desci as escadas tentando esconder meus olhos inchados.

— Bom dia. — disse. — Até mais tarde.

— Que olhos inchados é esse? — ela riu. — Também, dormiu a tarde e a noite... Fiquei assustada, filha.

— Por quê?

— Você chorou agora de manhã. Escutei daqui. — ela parou o que estava fazendo e suspirou. — Amor?

Revirei os olhos.


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Notas finais do capítulo

Olá ;)
E ai o que acharam do Edward?
Quem já sabia o que ele era?
Vamos comentar :)))))
Até quarta ;)
Bjos.