A Última Lágrima. escrita por Pedro C


Capítulo 10
Angustia.




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'' Cada um pensa em mudar a humanidade, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo. ''

Leon Tolstoi

Seus olhos estavam fixos em mim, os lábios começaram a tremer e ele os mordia até os cortar. Parecendo que explodiria a qualquer momento. Seu corpo tremia, como se estivesse sendo eletrocutado. E eu mantive minha postura: desafiadora e com um sorriso irônico no rosto. O que ele estava fazendo? Tendo um ataque?

— Me desculpe. — ele sumiu quando abri meus olhos, depois de piscar.

O ar estava ainda com a sua presença, mas seu corpo não. Como isso foi possível? Como ele era tão rápido? Tão forte e por que havia ficado daquele jeito? Meu corpo tremeu só de pensar.

O sinal tocou e eu demorei alguns segundos para despertar lá no mesmo lugar assustada e quando acordei do “transe” voltei para o corredor. Tive mais duas aulas e o dia enfim acabou. Passei a aula toda pensando em possibilidades do que ele poderia ter tido, como ele era tão rápido e incrivelmente forte.

Algumas vezes, meus amigos ou até o professor me chamava a atenção, pois eu tentava achar uma resposta e sempre falhava.

[...]

— Então, eu dou uma carona para você. — conclui com um sorriso. — Você vai poder me contar melhor. Desabafar.

Caroline assentiu meio murcha, e continuamos a caminhar em direção ao meu carro. O tempo estava do mesmo jeito, acinzentado e meio frio. Entramos no carro e o liguei. O motor reagiu facilmente e quando já estávamos na rodovia eu suspirei deixando minhas mãos mais calmas e leve, dizendo:

— Então?

— Ah, sabe... — começou com um sorriso descrente — Eu e Emmett estamos distantes.

— Por quê? —Indaguei. — Você não gosta dele ainda?

— Eu gosto. — ela olhou pela janela a mata. Sua postura ficou mais desconfortável, assim como a minha, mas disfarcei. — Bella, eu não posso falar... É só que, que eu não confio mais nele.

— Hm. — murmurei, para ela continuar.

— Depois disso eu não confio mais. Eu não consigo. — pausou - Mas não quero terminar com ele, eu ainda gosto dele. — sua voz ficou embargada e seus olhos brilhavam por conta das lágrimas.

— Por que não quer contar esse segredo?

— Eu sinto vergonha, não quero prejudicá-lo. Mas, logo você vai saber.

Ela levantou o braço para limpar as lágrimas com as costas da mão. E, no lugar de sua pele lisa e macia do braço vi algo que me assustou, ela estava avermelhada, como se a pele rejeitasse a dor. Cheia de cortes em forma de riscos que iam até o cotovelo paralelamente em fase de inicial de cicatrização

— O que é isso? — perguntei, ela tentou disfarçar abaixando a manga da blusa cinza. — Carol?!

— Isso o quê? — ela sorriu sem graça. Eu fitei seu braço. — Nada! — respondeu seca. Ela não tinha coragem de me olhar nos olhos. Fitou as casas pela janela. — Esquece isso.

— Carol... Eu sei o que é isso. — disse. — Você precisa de ajuda.

— Isso não é nada. — afirmou. — É só um jeito de me livrar de toda essa dor. — ela voltou a querer chorar. — Meu pai e minha mãe brigam, muito. Emmett me ajudava... Mas agora, eu só tenho os cortes para me ajudar. É como se ver o sangue sair da minha pele, ajudava a aliviar a dor. Como um remédio— ela pausou. — Eu não preciso de ajuda.

— Claro que precisa. — disse estacionando.

— Não tente. Se tentar, vai perder uma amiga! — respondeu saindo do carro. — Até amanhã. —

Até. — eu assenti.

Sai em direção á minha casa.

[...]

Dirigia ouvindo uma nova banda no radio, entediada. Quando olhei no banco de trás tinha um papel, que não estava lá desde de manhã. Abri o mesmo, que tinha um recado com uma caligrafia muito bonita e desenhada:

“ Rua Foxy 205. Esclareça suas dúvidas e seus medos.”

Amassei o papel e joguei o mesmo no banco de origem. Alguém havia entrado no meu carro e deixado aquele bilhete, mas alguém que sabia das minhas angustias. Será que nesse endereço encontraria as respostas que queria? Decidi depois de lutar contra minha consciência e fui em direção ao endereço.

O lugar era distante de minha casa, era um lugar bonito com casas de várias cores e dimensões de tamanhos. Procurei o numero 205 dirigindo pausadamente próxima da calçada. Era uma casa moderna, com uma entrada coberta com flores e um gramado em tom de verde de dar inveja. A entrada tinha duas janelas e a porta de madeira polida no meio. Desci do carro, o que queria dizer com '' Esclarecer minhas dúvidas? ''

— Bella? — indagou a voz que eu conhecia, virei meu rosto rapidamente assustada.

Edward.

— O que faz aqui?

— O que você é? — indaguei pausadamente, com receio e trincando os dentes. Eu precisava esclarecer minhas dúvidas. Ele me olhou surpreso com a pergunta.


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Notas finais do capítulo

Olá gente...
Não demorei muito, né?
Estão gostando?
O próximo capítulo será o capítulo revelador.... vamos saber o que o Edward é..
Ate logo e comentem :)