O Filho da Lua escrita por Murillo França


Capítulo 4
IV – Origens familiares.


Notas iniciais do capítulo

A história de nossa família nos persegue, nos orienta, e as vezes até nos moldam!



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–TIO! – exclamou Guilherme ao entrar no quarto e se deparar com Otavio.

O grito não era de alguém que se sentira feliz ao ver o tio, mas de alguém que parecia realmente surpreso, e talvez até... Assustado. Guilherme tirou o tridente do meio da fivela em forma de circulo de seu sinto, e este aumentou vinte vezes de tamanho virando um tridente prateado de verdade.

–Ola Gui. Não nos vemos há tanto tempo! – comentou Otavio levantando a mão esquerda.

Gui foi puxado por uma força invisível e bateu na parede oposta aporta que acabara de passar.

Matheus e Luna correram até ele que ainda estava colado na parede segurando firmemente o tridente.

–Eu posso te tornar humano Matheus, totalmente humano, basta abrir mão de seus poderes, e dar eles pra mim. – disse Otavio falando calmamente. Porem sua voz era fria demais pra parecer cordial.

–Você fez a água do bebedouro se voltar contra mim não foi? – perguntou Matheus.

–Tinha que me aproximar de você – justificou – mas vamos, você não se machucou, agora o que me diz de fazermos negócios – ele estendeu a mão ficando a alguns centímetros de Matheus.

–Tire o Hipocampo do seco! – exclamou Matheus pegando o tridente de Guilherme e batendo com o fundo dele no rosto de Otavio.

Guilherme caiu da parede quando Otavio foi nocauteado, e Luna entregou a ele o livro das sombras:

–Você tem mais magia do que eu, leia esse feitiço! – exclamou Luna.

–O Poder da água irá afastar aquilo que quer nos machucar! – leu Guilherme, depois pegou o Tridente da mão de Matheus, e continuou lendo segurando o Livro e o tridente com a mão direita, e segurando a mão de Luna com a mão esquerda.

O Poder da água irá afastar aquilo que quer nos machucar! – exclamaram os dois, e na quinta vez, Otavio foi jogado contra a janela por uma força invisível, e Matheus observou o homem voar até ser lançado contra a água.

–Nossa! – exclamou Matheus.

–É uma Wicca! – exclamou Guilherme – tinha até me esquecido – Bom feitiço!

–Foi da minha avó! – comentou Luna em resposta – por ironia praticamos magia canalizando a força pela água. A maioria dos Wiccanos como eu geralmente usam o fogo...

–Entendo, você não é... bruxa, é uma praticante da religião né? Não se preocupe, em alguns anos você vai poder até dominar a água como se fosse uma dobradora! – incentivou Guilherme.

–Quem era ele? E como ele fez isso? – perguntou Matheus a Guilherme.

–Nosso tio, irmão da sua mãe e do meu pai! – respondeu.

–Ele é mal? – perguntou Matheus.

–Se chama “tentar roubar a magia dos irmãos” de ser mal, então, ele é mal! – respondeu Guilherme.

–Ok, acho que tá na hora de falarmos sobre minha árvore genealógica! – decidiu Matheus.

–Matheus – interrompeu Luna – Adorei a festa, serio, gostei mesmo sambar na cara daqueles chatos, mas tenho que ir, não quero me envolver em assunto de família, principalmente quando a família em questão é mais poderosa!

–Obrigado por ter vindo. – agradeceu Matheus abraçando-a. – Não pode ficar pro bolo? Vai ser daqui a pouco.

–Vou ficar, mas vai ser lá em baixo. – respondeu ela depois que se soltou do abraço. Deu um ultimo olhar pra os dois primos, em seguida, saiu do quarto.

–Ok, nossa família... – começou Guilherme sentando-se na cama e procurando as palavras certas. – Somos o clã dos “Filhos da Lua”. Temos muita energia em nosso código genético.

–Energia? Quer dizer magia? – perguntou Matheus.

–Sim, mas o que é magia se não energia? – perguntou Guilherme – bem, pelas lendas, nos descendemos de uma união mortal da lua com o mar. Mas isso não importa. O que importa, é que nossa magia é muito forte. Um exemplo foi o que Otavio fez, Atlantis normais conseguem sim controlar a água, mas só em um estado físico, ou gasoso, ou liquido ou solido. Mestiços já conseguem dominar a água, e simplesmente a água, ou seja em qualquer estado físico em que ela se encontre. Nossa família também.

Guilherme fez um gesto com a mão e a água surgiu do ar depois se juntou numa bola flutuante em cima de sua mão.

–Você tirou a água do ar? – perguntou Matheus.

–Sim – respondeu, em seguida olhou pra bola de água e ela congelou – os que controlam a água no estado gasoso não conseguem liquefazer, mas os como nós, que realmente controlam a água, podem fazer qualquer coisa. Somos dominadores.

–Então ele fez aquilo dominando a água no estado gasoso? Ele fez a água que existe no ar te prender contra a parede? – perguntou Matheus.

–Sim, mas é algo muito difícil de fazer, os dominadores em geral só entram no estado gasoso na hora de evaporar ou liquefazer a água. De acordo com a física o estado gasoso de uma matéria é quando ela está com mais energia, sendo assim é mais fácil pra gente liquefazer e mover.

–E ele não só moveu a água, como te manteve preso na parede? – Matheus não conseguia acreditar no que ouvira.

–Não sei como ele fez isso... Mas ele é perigoso, sugou o poder do nosso avô, o pai dele, tentou sugar a magia da sua mãe e do meu pai, meu pai o venceu, e sua mãe foi poupada por alguma razão que desconheço.

–Poupada? – agora que Matheus ficou ainda mais confuso.

–Houveram lutas, ele venceu contra nossa avô, perdeu contra meu pai, mas sua mãe, ele venceu, porem na hora de fazer o feitiço pra sugar a energia mágica dela, ele desistiu e a deixou pra trás. Mas soubemos de coisas que ele fez, ele tentou achar um parente nosso, nosso tio avô e a família dele, nem eu nem sua mãe sabemos se ele conseguiu fazer algo, e meu pai que é humano então... Mas meu pai me contou que ele ficou furioso quando soube que meu pai virou humano, tipo, eu até entendo, meu pai lutou pela magia, venceu, e no final desistiu...

–Ironicamente frustrante! – concordou Matheus.

–Seus convidados estão esperando, vamos descer pra comer o bolo. – lembrou Gui puxando Matheus na direção da porta.

Depois do parabéns, de servir o bolo, e de dançarem um pouco mais, a festa finalmente acabou. Sr. Simon foi esperto em contratar uma equipe de limpeza, porque o trabalho de limpar seria demais pra uma pessoa só.

–Thetheu, amanhã vou te levar num povoado de sereianos, já preparei tudo! – comentou Guilherme se deitando no colchão de ar.

–Olha eu perdoei hoje mais cedo, mas se me chamar de Thetheu só mais uma vez, eu vou te bater. – avisou Thetheu.

–Vamos dormir, amanhã teremos um dia cheio! – respondeu Guilherme se cobrindo.


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Notas finais do capítulo

No próximo capitulo:
Matheus colocou a mascara, que era bem pequena e confortável, e Guilherme simplesmente pulou na água. Gui segurou a mão de Matheus e os dois foram mergulhando cada vez mais fundo. Matheus não podia acreditar no que vira. Eram várias construções com materiais que ele nem podia imaginar o que era. E lá estavam eles. Ok, fora algumas mulheres serem carecas, eles não eram tão estranhos, alguns tinham uma crista na cabeça, a cauda de todos era diferente da de Guilherme, e os tons de pele variavam de verde, passando pelo azul, e indo pro cinza pra se camuflar com o ambiente. Eles estavam nas águas dos sereianos!



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