O Filho da Lua escrita por Murillo França


Capítulo 14
XIV – Eles veem do mar.


Notas iniciais do capítulo

Ok, sem frases profundas e melosas hoje, acho que estão cansados disso, peço desculpas pelo Hiatos, e sinto informar pra aqueles que acompanham fielmente essa fic, e os que não acompanham também obviamente, que eu só voltarei a postar segunda, mas depois não haverá mais hiatus! Espero que gostem do cap:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/470049/chapter/14

Guilherme acordou no chão e olhou pra Diana que ainda dormia em seus braços. Ele se lembrou das noites passadas e a abraçou com cuidado pra não acorda-la. O ponto era que os dois já haviam brigado muito, quase já se mataram, e achavam que isso nunca ia dar certo. Eram tantos devaneios e loucuras, que acabaram ficando assustados. Diana acordou e encarou Guilherme.

–Vamos ficar juntos agora? Sem mais confusão e loucuras? – perguntou Guilherme.

–Não posso prometer, mas vamos tentar! – respondeu Diana.

Os dois se beijaram mais uma vez. Agora estavam bem!

–Espera! – Diana já tinha acabado de se vestir quando teve essa epifania – Ele disse que as benções nos deixavam visíveis não foi?

Guilherme não entendeu a pergunta de inicio, mas se lembrou do dia anterior e respondeu.

–Sim, os demônios marinhos agora podem sentir nossa essência. – concordou Guilherme – pelo menos de acordo com o que aquele outro demônio disse.

–Sempre achamos que o Otavio queria extrair nossa essência pra sugar nossa magia, e depois sugar a magia da pedra da lua, mas e se ele tiver com os demônios, tipo do mesmo lado? – perguntou. – Faz sentido, se ele sugar a energia da pedra da Lua e destruir o cristal, depois molha-la os Atlantis vão correr perigo, assim os Atlantes com “e” vão saber onde encontra-los.

–Isso é loucura, se um Atlantis se uni a um demônio... ele está praticamente vendendo sua alma. – comentou Guilherme.

–Que outra explicação você tem pra ele ter conseguido que os demônios infernais e marinhos nos atraíssem? – perguntou – Talvez ele tenha dado um jeito de conseguir o apoio deles e continuar com a alma e com os poderes.

–Se tem um momento pra seus poderes de vidente agirem, esse momento é agora! – exclamou Guilherme.

–Vamos, tenho que pegar minha tiara! – respondeu ela entrando no alçapão.

Os dois desceram as escadas até a caverna subterrânea, ambos entraram na água e nadaram em velocidade máxima até a casa de Matheus, usando mais uma vez, a entrada pela água. Emergiram na familiar caverna subterrânea dos Simon’s, e subiram as escadas até o escritório, devia ser uma sete da manhã, e as pessoas provavelmente estavam dormindo, mas assim que entraram no escritório, ouviram o barulho de uma briga. Venus e Rafael.

–Não, eu sinceramente não esperava, você é homem então eu sabia que não ia ficar na seca, mas esperava que você tivesse a decência de terminar e ser fiel quando eu retornasse! – explicava ela.

–Eu ia terminar... – argumentou ele. Ambos falavam de modo exaltados, porem mantendo o nível de voz num volume que não acordasse nem Matheus e nem os vizinhos.

–Mas o que? Ficou esperando o momento certo? – perguntou Venus – Me poupe. Ou pretendia fugir? Eu ouvi você falando ontem com Matheus, não é justo o que você tá fazendo, tá tentando força-lo a fazer uma escolha dessa aos treze anos?

–Pensei que iríamos pra Atlântida ficarmos os três juntos assim que ele ganhasse cauda! – argumentou Rafael.

–Esse era o plano, mas era um plano egoísta desde o inicio, ele tem uma vida aqui, amigos, e um amo! – argumentou Venus – Acha mesmo que eu votei pra cá por causa daquela pedra da Lua? De fato ela está sim bem escondida aqui porque nunca meu irmão iria imaginar que eu a esconderia na terra, mas eu não vim aqui por aquela pedra, e muito menos por você, eu vim por ele.

–Agora eu não significo mais nada? – perguntou Rafael levantando a voz – NÃO QUER MAIS FICAR COMIGO?

–Fale baixo! – mandou Venus.

–NÃO QUER ACORDAR OS VIZINHOS PRA QUE NÃO OUÇAM SEUS SEGREDOS? – perguntou gritando.

–Não seu idiota, não quero que Matheus ouça isso! – cortou ela – Agora fique quieto, vou verificar se ele ainda está dormindo.

Rafael se calou e Guilherme e Diana puderam ouvir a tia subindo as escadas. Depois de um tempo ela voltou e continuou.

–Ainda hoje você vai acabar com aquela oxigenada, e não acorde Matheus! – avisou indo nadar.

Guilherme congelou Venus e Rafael, depois ele e Diana subiram a escada e foram até o quarto de Matheus.

–No inglês – começou Matheus tagarelando assim que eles entraram no quarto – Atantis só é escrito com i, e tem o mesmo sentido para o povo quanto para os demônios, e Atantic é o nome da cidade e vocês já repararam que merman...

–Entendemos, você tá estudando dialetos no seu subconsciente, acontece que esses jogos de palavras só são possíveis no português, espanhol,e talvez no latim! – comentou Diana – temos algo serio pra falar.

–Achávamos que o plano de Otavio era obvio, que ele queria sugar o poder do cristal da lua e com isso acabaria molhando-o e revelando o nosso povo – comentou Guilherme – por isso é importante que protejamos a pedra.

–Mas, ele controlou os “atlantes” ele os mandou atrás de nós, e se ele tiver feito um pacto com o Kraken? – propôs Diana.

–Kraken? – perguntou Matheus.

–É nossa pior entidade marinha, e sejamos sinceros, ele sempre quis nos destruir, Otavio deve ter oferecido nossas almas! – comentou Guilherme.

–E agora estamos visíveis para os Atlantes, ou seja... cuidado redobrado! – comentou Diana.

–Sem festa a noite? – perguntou Matheus – mas é a ultima semana antes da volta as aulas, eu queria ir a festa de hoje!

–É no Humaitá! – comentou Guilherme.

–Mas vai estar cheio, ninguém vai nos atacar! – comentou Diana.

–Ok, nós vamos! – respondeu Gui.

Má ideia! Se algum dia estiver sendo caçado, não vá a festinhas. Tudo estava normal naquela noite. Até a hora que dois garotos altos e bonitos começaram a encarar os três.

–Ok, com quem eles estão flertando? – perguntou Diana.

–Ou os dois querem você, ou os dois me querem, ou cada um quer um! – respondeu Gui – vem, dança comigo sensualizando.

Os dois continuaram olhando eles dançarem, começou a ficar estranho quando eles também começaram a dançar. Infelizmente o mundo humano é muito preconceituoso, e como numa festa cheia de adolescentes ninguém nota dois garotos dançando? Guilherme puxou Diana que interrompeu o beijo de Matheus e Luna. Os três primos se afastaram da festa e ficaram perto da água.

–Eles podem ser demônios. – comentou Guilherme.

–Ou só duas bibas irônicas! – argumentou Diana.

–Eles estão vindo! – disse Matheus.

Um deles era ato, forte, cabelos loiros e olhos dourados. Usava uma camisa de manga comprida branca e um jeans rasgado. O outro também era forte, e um pouco mais baixo, pele clara, cabelos pretos e uma barba atraente no rosto, seus olhos negros eram realmente atraentes.

–Oi, a festa estava ótima, por que saíram? – perguntou o loiro.

–Acho que isso não é da sua conta! – respondeu Diana.

–Que foi loirinha? Está nervosa? – perguntou novamente o loiro.

–Lipe, deixa eles! – pediu o moreno.

–Bryan, eu sei o que estou fazendo! – respondeu o loiro que aparentemente se chamava Lipe.

–Saiam daqui antes que se arrependam! – mandou Guilherme.

–Sabemos que tem ago acontecendo aqui, ago mágico! – exclamou o tal de Lipe com um tom ameaçador.

–Magia não existe! – respondeu Diana.

Um enorme tentáculo de água emergiu do mar atrás deles e a puxou pra água numa velocidade impressionante.

–Que diabos foi isso? – perguntou Gui.

–Não sei, plagio de h2o? – perguntou Matheus tão pasmo quanto o primo.

–SOCORRO! – gritou Diana tentando saltar com a cauda pra fora da água, mas várias mãos membranosas a puxavam de volta, e os tentáculos eram ainda mais fortes.

–Ela tem uma cauda! – exclamou Lipe sorrindo.

Guilherme olhou pra os dois garotos. Não tinha mais opção, sua namorada, amiga e prima, estava correndo perigo, ele e Matheus correram subiram no murinho e saltaram na água mergulhando atrás de Diana. Mais duas pessoas saltaram com eles. O garoto loiro, Lipe, tinha cauda amarela alaranjada, e Bryan o garoto moreno tinha uma cauda verde escura. Matheus se espantou um pouco, mas Guilherme já imaginava, os quatro nadaram em alta velocidade e alcançaram Diana cercada por um monte de demônios aquáticos.

–Isso explica o tentáculo! – comentou Matheus.

–Não, na verdade eles não deviam ter controle sobre a água! – argumentou Guilherme – É uma ironia justa.

–Então quem está dominando aquele tentáculo? – perguntou Matheus.

–No momento? A gente! – respondeu Guilherme apontando a mão pro tentáculo e congelando a água.

Lipe o ajudou a congelar e Diana quebrou o gelo pra sair. Nesse minuto os demônios Atlantes avançaram pra eles, mas Guilherme usou o poder de parar o tempo, congelando-os. Lipe e Bryan não congelaram.

–Acham que são os únicos que foram abençoados? – perguntou Bryan.

–Mata logo eles! –mandou Diana apontando pros demônios.

Matheus e Guilherme dominaram a água fazendo uma bola de gelo se formar em volta dos demônios. Depois da bola se solidificar, Lipe, Diana, Matheus e Guilherme usaram os poderes de congelar juntos e a esfera de gelo explodiu.

–Ok, oficialmente Otavio trabalha com eles! – comentou Guilherme.

–Cristal de transferência né? – perguntou Lipe.

–Traduz... – pediu Matheus.

–Transferência de energia, se eu te der um posso dominar a água por você não importa o quanto estejamos distantes! – explicou Bryan.

–Por quê eu nunca sei das coisas? – perguntou Matheus.

–Porque nunca presta atenção! – respondeu Gui. – Vamos voltar pra casa, vocês dois têm muito o que explicar.

Os cinco nadaram na velocidade turbo deixando apenas as bolhas como vestígio de sua presença.

–Move objetos, congela o tempo, e você levita por causa de seu dom de ver o futuro que vem da sua tiara? – perguntou Bryan pra confirmar.

Os cinco estavam na caverna submersa da casa de Matheus. Basicamente Lipe e Bryan eram dois tritões australianos que foram enviados para o Brasil pelas serpentes de luz.

–Sabíamos que tínhamos que encontrar três Atlantis que emanavam uma grande energia! – comentou Bryan.

–Vocês dominam a água totalmente ou só em um estado? – perguntou Matheus.

–Um estado – respondeu Lipe – eu sou gelo e ele é o gás e calor.

–As serpentes me deram habilidades energéticas, tipo, eu posso disparar raios elétricos potentes, dar gritos sônicos, e sentir a energia mágica de qualquer ser! – comentou Bryan.

–E eu posso condensar minhas moléculas, posso ficar invisível, atravessar paredes – ele se virou pra Diana – Ou ficar bem... duro.

Guilherme ficou na frente de Diana e disse seriamente:

–Ela tem namorado, é bom continuar intangível.

–Pera, vocês tão namorando? – perguntou Matheus – como eu não sabia de nada? – perguntou.

–Calma gato, posso te mostrar o quanto o gelo pode ser quente! – comentou Lipe.

–Hey, ele tem namorada! – Diana ficou na frente de Guilherme.

–Lipe! – exclamou Bryan – controla esses hormônios pelo amor de Poseidon!

–Como se promiscuidade fosse pecado pra tritões e sereias! – comentou Matheus saindo da água. – Tenho que ver a Luma, e tentem não se matar!

–Vão dizer que... – Lipe ia dizer mais alguma coisa, mas pelo sorriso irônico devia ser mais uma cantada barata. Até porque Bryan o calou com um movimento das mãos que fez a boca de Lipe ficar presa.

–Acho melhor irmos embora, votaremos amanhã depois de umas aulas de bons modos.

–Que Irritante! – exclamaram Diana e Guilherme juntos. – Mas talvez...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No Próximo capitulo:
Matheus também tirou a camisa e entregou a alga pra garota. Luna comeu e a cauda cresceu no lugar das pernas, era de um azul profundo que combinava bem com a personalidade da garota. Os dois nadaram de mãos dadas, apesar de estar de noite, ambos enxergavam com clareza, o mar estava lindo. Os dois se olharam por alguns segundos, e num ato simetricamente perfeito, se beijaram apaixonadamente.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Filho da Lua" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.