_Um beijo? – perguntei e ele assentiu confiante. – Você acabou de me beijar. – falei irônica.

_Aquilo não foi um beijo. – respondeu abaixando a cabeça. – Só queria lhe fazer um carinho, um simples carinho, e como eu estava com saudades dos seus lábios, decidi cariciá-los com os meus. Excelente ideia, não? – perguntou e eu gargalhei.

_Claro... – murmurei.

Em questões de segundos, seus lábios estavam nos meus, beijando ferozmente, eu brigaria com ele, pois estávamos em um lugar público, e não era adequado nos beijarmos daquela forma, mas “o fogo” de León era intenso, me contagiando, pela primeira vez. Para tentar impedi-lo de fazer alguma coisa indecente, aos poucos, eu fui afastando suas mãos do “hemisfério sul”, ele riu durante o beijo, me desconcertando por inteira. O fôlego parecia se estender a cada segundo. Ele tentava falar alguma coisa durante aquele “gesto” tão carinhoso. Tudo que ouvi foi: “Te necessito”. Não entendi muito bem, mas me deixei levar. Meus pulmões estavam reclamando agora. A falta de ar era evidente em mim, minhas mãos inutilmente tentaram agarrar o León junto ao meu corpo, mas eu não tinha mais forças, sem contar que quase teria uma parada respiratória. Meus lábios se desgrudaram do dele, causando-me certa tristeza. Estávamos no mesmo ritmo, seu peito inflava sem parar, ele também estava sem ar. Nossas respirações estavam altas, aceleradas, e sincronizadas...

_Isso não... Foi um beijo... – disse quase num sussurro. – Você está... Queimando... E tentando me incendiar...

_Desculpe... – sussurrou próximo ao meu ouvido. – É impossível não acender esse suposto fogo quando te beijo, e mais impossível ainda, não tentar despertá-lo... Em você... – disse ofegante.

_Você... É meio... Safado – ri levemente.

_Estamos bem? – perguntou se controlando. – Digo, eu vou poder está próximo á você agora?

_Acho melhor... – respondi. – E sei que quando você partir... – ele me interrompeu.

_Não diga isso... – falou com o dedo em meus lábios. – Não estraga esse momento. Deixe-me ficar com você, cuidando de você, enquanto eu posso... Enquanto estou próximo. – disse derramando uma lágrima sincera de seus olhos, que eu rapidamente sequei, pois odiava o ver tão fraco, perante aos meus olhos. – Deixe-me te abraçar, e te beijar...

_Sim... – sussurrei o abraçando. – Pode me abraçar o quanto você quiser. – falei o apertando contra mim, e ele fez o mesmo. – Pode me beijar, quantas vezes quiser....

_Bebê... – ri ao apelido carinhoso que acabou de me chamar. – Vou te confessar uma coisa. – disse relaxando seus braços em volta do meu corpo. Apenas apoiei meu rosto na curva de seu pescoço e ombro, enquanto esperava o que ele iria me confessar, aproveitei e fechei os olhos. – Quero confessar que com você, eu sinto coisas... Fantásticas, onde nunca senti por garota nenhuma. – falou e eu sorri. – E que eu preciso te ter ao meu lado, todo o tempo...

_Amor... Isso é lindo. – disse fitando aqueles olhos que me olhavam com tanta ternura. – Eu também tenho sentimentos fantásticos por você, além do amor, eu sinto algo inexplicável, algo que não sei dizer...

_Violetta... – León murmurou, mas antes de continuar, fomos interrompidos por uma figura loira que chegou toda toda. Ludmila.

_Olha só, vejo que os pombinhos se acertaram – riu debochada. – Mas eu preciso e vou roubar a Violetta para mim, necessito conversar com ela. – disse me puxando dos braços de León.

Assim que eu fui puxada, León me olhou totalmente confuso, apenas lhe mandei um beijo no ar, e o mesmo sorriu.

Ludmila me arrastou até um canto da escola, onde não tinha quase ninguém, e eu não conhecia aquele lugar da escola. Era tão silencioso e... Estranho! Olhei para ela que estava sentada em um banco, com o rosto apoiado nas mãos.

_Por que me trouxe aqui? – perguntei. – Estava resolvendo as coisas com o León... E não foi você mesma que disse que eu tinha que tomar uma atitude em relação á isso? Pois bem... Eu fiz, mas você nos interrompeu. – disse calma sentando-me ao lado dela.

_É... Desculpe... – falou. – É que eu preciso de um conselho e uma ajudinha com o Federico. – disse triste. – Eu e ele não estamos bem, e isso me incomoda, e me afeta, pois Diego também não está bem.

_Ludmila, francamente, depois de tudo o que aconteceu, você realmente se importa com Federico e Diego? – perguntei e ela assentiu. – Olha só, você é minha amiga, e eu quero que se sinta bem com você mesma, e quero que pare de pensar um pouco no Diego e no Federico.

_Impossível – murmurou.

_Errado! Tudo é possível – corrigi.

_Vai ao cinema hoje? – mudou o assunto.

_Sim, e você também vai. – falei e ela fez uma careta. – Vamos para nos divertir, e você não vai ficar mal pelo Federico, muito menos pelo Diego, logo menos vocês resolvem esse triangulo amoroso. – falei rindo e ela me repreendeu com o olhar.

_Eu vou então. – confirmou. – Mas não prometo nada. – me desanimou agora.

_Tá bom, tá bom... – suspirei cansada. – Vamos voltar ao pátio?

_Claro que não! – respondeu rapidamente. – Pra quê? Para ver você, e o meu priminho querido, aos belos e picantes beijos, tenha pena de mim e da minha memória. – rimos.

_Não exagera.

_Não estou exagerando, é que quando vocês estão juntos é impossível não notar a conexão... E é muito bonito de ver.

Ficamos conversando até o horário do intervalo acabar. Voltamos para a aula, até que o dia não foi tão chato, pelo menos eu não estava mais brigada com o León, mas por outro lado tinha que agüentar Ludmila mal-amada no meu ouvido.

***

Por Francesca #

_Marco, você viu a minha bolsa? – perguntei.

_Se eu não me engano, você deixou em cima da cadeira. – falou. – Francesca, estamos atrasados, o pessoal está esperando lá fora, sabe... Já é tarde!

_Eu sei, eu sei... – falei indo pegar minha bolsa.

Saímos, e logo vimos a galera inteira toda na rua. Sorri. Ludmila estava com uma cara emburrada, e Federico também, até que era engraçado. Iríamos a pé. O shopping não era tão longe mesmo.

_Vamos? – León perguntou pegando a mão de Violeta.

_Sim. – ela respondeu com um sorriso extremamente largo no rosto.

...

_Qual filme iremos assistir?

_Malévola! – Ludmila se manifestou.

_Prefiro a culpa é das estrelas. – Camila disse agarrada ao Broduey, devido ao frio que estava fazendo naquele lugar.

_Sinceramente, eu preferia algo do tipo mais ação... – León falou.

_Ninguém de acordo com ninguém... – Violetta murmurou. – Para mim tanto faz, desde que eu esteja com vocês será numa boa.

_Penso igualzinho, Vilu. – falei.

_Vamos assistir um filmezinho romântico... – Camila disse. – O clima está perfeito para isso...

_Isso vai ser uma melação... – Violetta disse fazendo com que Ludmila concordasse de suas palavras.

_Essa culpa das estralas é modinha... – Marco a irritou.

_Não... É lindo! E eu li o livro, é uma excelente história de romance. – Camila se defendeu. – Agora eu quero ver o filme, né?

_Vocês decidam... – falei. – Só quero assistir um filme com os amigos e depois ir para casa.

_Cadê o Maxi e a Natália? – Ludmila perguntou estranhando o fato dos dois terem desaparecidos exatamente do “nada”.

_Você ainda pergunta? – Violetta disse ironicamente. – Eles não vão assistir filme nenhum com a gente, devem estar se catando num lugar mais reservado...

_É verdade...

...

Por Violetta #

Entramos no cinema. Iríamos assistir A culpa é das estrelas, pois Camila conseguiu convencer todo mundo de aquele filme era o melhor a se ver. Sentei-me ao lado de Francesca de León. Eu iria dividir uma pipoca com o meu namorado, pois ele havia comprado uma pipoca extra grande, sem brincadeira...

Marco e Francesca estavam tão animados... Acho que eles são o casal mais perfeito do mundo, pois estão sempre bem humorados, e eu nunca presenciei nenhuma briga, muito menos discussão. E eu descobri que ele já estão a tempos juntos... Como conseguem? Será que realmente a formula do amor verdadeiro existe? Ou esses dois estão hipnotizados por algum tipo de magia?

Natália e Maxi?! Nem sinal de vida... Acho que esqueceram se dos amigos. Natália nem atendia o celular, maxi muito menos...

Ludmila estava odiando tudo... Diego havia desistido de ir devido ao mau clima que estava entre eles. Federico estava ao lado dela, olhando fixamente para o telão, nem se importando com a mesma.

_Amor? – chamei-o baixinho.

_Hum?

_Vamos lá fora um minutinho? Preciso comprar mais refrigerante. – falei. León rapidamente se levantou, e eu também, Francesca estava tão entretida no filme, que reclamou quando passamos em sua frente, apenas pedi desculpas e saí.

_Eu compro pra você – León disse me dando um beijo na bochecha e logo indo para fila, sorri.

Ajoelhei-me no chão, meus sapatos estavam desamarrados. Assim que os amarrei, levantei-me, só que sem querer senti uma pessoa esbarrar em mim. Era uma garota. Quase dei risada, ela iria bater a cara no chão, mas alguém a segurou.

_Violetta? – o garoto que segurou a menina me chamou. Assim que ouvi aquela voz, mil e uma lembranças invadiram a minha memória. Ele havia mudado, estava diferente, mas com certeza a voz... Não mudou nadinha.

_Tomás? – perguntei abismada por tamanha coincidência de tê-lo encontrado ali. A noite estava tão boa... – O faz aqui?

_Vim assistir um filme. – falou. A garota que estava ao seu lado tossiu propositalmente, lembrando-me da existência da mesma ali. – Ah Claro! Esta é a Ester... – disse nos apresentando. – E você o que faz aqui?

_Vim assistir um filme também, na verdade estou assistindo, apenas vim comprar refrigerantes. – falei.

_Está acompanhada? – perguntou naturalmente, fazendo com que a tal Ester, olhasse torto para o mesmo... Tomás não muda nunca!

_Sim, muito bem acompanhada. – falei sorrindo.

Assim que disse isso senti alguém agarrando minha cintura, eu me assustaria, mas eu sabia muito bem quem era, e agradeci mentalmente por ele ter voltado logo. Olhei para Leon, que tinha a cara um pouco séria, e com dois refrigerantes na mão.

_Pronto, amor. – falou entregando-me um.

_Obrigada – agradeci.

_Seu namorado? – Tomás perguntou na maior cara de pau, não escondendo a curiosidade.

_Sim – Leon respondeu com a cara fechada. – Quem é ele Violetta?