I'm Alice escrita por Yume


Capítulo 1
I'am Alice


Notas iniciais do capítulo

*White Rabbit Hunt = Literalmente "Caça ao Coelho Branco"



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Eu não sou ninguém em especial. Apenas uma jogadora nesse mundo.

Uma jogadora do maravilhoso game White Rabbit Hunt.

As regras são simples:

1-Você luta até a morte.

2-Você pode fazer aliança com no máximo três pessoas.

4-Você pode jogar individualmente.

5-Ao matar alguém com nome, você tem direito a tomar posse de seu título.

6-Os jogadores são apenas aqueles que têm nome em Wonderland.

7-Você não pode desistir.

8-Aquele que ganhar o Game recebe o título White Rabbit.

9-A Guerra não pode ser interferida por pessoas de fora.

10-A Guerra só acaba quando resta apenas um, ou seja, no final terá que trair seus aliados. O ganhador será Rei por 4 anos.

O interessante nesse mundo é que apenas as pessoas com importância têm nome (e rosto). Aqui a morte não é o fim. Se você morrer, pode apenas recomeçar.

As ordens da Rainha de Copas são absolutas. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Andava pela floresta, cheia de rosas vermelhas. Estava perdida... Mas jamais admitiria isto.

-Mal começou o jogo e já se perdeste Alice? – Indagou o Coelho Branco.

-Cale-se, Shiro. Eu não estou perdida!

-Sempre orgulhosa como sempre. – Ele se aproximou de mim, seu olhar me desafiava.

-Você já quer brigar? Vamos nessa. – Dei um sorriso irônico, ambos sabíamos que era contra as regras (Impostas pela rainha) lutar em lugar público, e em tempos de paz.

-Adoraria tirar este orgulho nojento de sua cara, Alice. Estou ansioso pelo jogo.

-Igualmente, devo trazer cenouras para você? – Eu disse, provocando-o. Ele irritado me ignorou e continuou seu caminho.

Senti-me vitoriosa, finalmente deixei aquele filho da mãe tão irritado a ponto de não argumentar mais comigo. Algo tão banal, mas que deixa um gosto de vitória.

Saí do jardim, ficava perto do castelo. A rainha me odiava, e isto era o que me vazia me aproximar tanto do castelo.

O jogo iria dar início em três dias, tempo suficiente para deixar todos com raiva e contra mim se eu não calar a boca. Perfeito, isto torna as coisas bem mais divertidas.

Fui em direção ao chapeleiro, era calmo e nunca se irritava.

-Você irá participar do jogo, Alice?

-Claro, com certeza darei o troco no coelho branco e a rainha de copas pelo último jogo.

-Entendo, aguardarei por isto.

Ele retirou o chapéu como cumprimento, deixando seus olhos azuis mais visíveis, se destacando entre os longos cabelos negros e pele albina.

Por um instante fiquei admirada, foi tão curto que não deu para perceber. Retirei-me de lá.

Anoiteceu, fui à cidade passear, algo eu que raramente fazia.

Encontrei com o coelho branco novamente, e fiz cara de insatisfação. Ele retribui com uma careta.

Ignoramos um ao outro e cada um seguiu seu caminho. Encontrei uma barraca, tinha algo que nunca havia visto.

-O que é isto? – Indaguei.

-Olá Alice. São crepes. – Disse o vendedor sem face nem nome.

-Quanto custa?

-Uma moeda.

Comprei e experimentei. Aquilo tinha um gosto incrível. Resolvi voltar para casa. Não gostava de multidões. Até pelo fato de eles não terem rosto nem nome... E sempre olharem para mim.

Eu não era deste mundo. O coelho branco me trouxe aqui. Como? Não me lembro, faz cerca de sete anos.

Peguei o caminho para casa. Dei de sorte com o Gato Cheshire. Ele foi uma das pessoas que me guiaram para me adaptar neste mundo.

-Olá Alice. – Ele cumprimentou.

-Olá, Andy.

-Irá participar do jogo este ano?

-Sim, e obviamente irei me vingar de Shiro!

-Você ainda não superou? – Ele disse, seguido de uma leve risada amigável. Seus cabelos loiros brilhavam na lua, dando destaque a seus olhos roxos.

-Bem, tenho que voltar... Está ficando tarde.

-Sim, cuidado por ande anda. Boa noite.

Eu tentei voltar para casa... Como esperado, me perdi.

Não sei como, fui parar na casa da Lebre de Março. Era um dos aliados do Chapeleiro. Eram tão bons amigos quanto vizinhos. E sim, eles moravam um ao lado do outro.

-Alice? Perdeu-se novamente? – Ele perguntou, nada surpreso

-Sim...

-Eu te levo em sua casa. Tome mais cuidado.

No caminho de casa, ouvi um barulho e notei uma sombra no arbusto, que logo se manifestou, tentando nos atacar.

-Que sorte que vim com você, eles estavam te esperando Alice! – Falou a Lebre, enquanto atacava uma das sombras que se aproximaram.

Eu materializei minha foice, atacando ligeiramente as sombras. Era uma arma forte e ágil. Porém era rara e única em Wonderland. Ninguém além de mim tem ou já teve uma dessas. Era algo novo.

Livramos das sombras, cheguei segura em me tranquei em casa. Aquelas sombras eram ressentimentos humanos, causados por vazios nas pessoas. Por algum motivo eu era odiada por elas. Elas nunca me atacaram fisicamente, como o que acontecera, o máximo que me ocorreram foram alucinações. Havia algo estranho, eu sentia.

No dia seguinte fui andar pela cidade, estava inquieta demais para ficar em casa, e não estava animada a ponto de ir provocar a Rainha e o Coelho.

-Algum problema, Alice? – Perguntou o Chapeleiro, que eu não notei se aproximando.

-Não, estou bem, apenas ansiosa pelo jogo... – Eu disse isto, pois não queria preocupá-lo.

-Alice... Se há coisas que você não é boa, uma delas é mentir. – Ele respondeu.

-Ontem fui atacada pelos Ressentimentos.

-Espere... Eles atacariam alguém? Isto é estranho. Mesmo assim, venho notado algo estranho nas pessoas. – Ele olhou ao arredor. Acompanhei seu olhar. Realmente, havia algo estranho neste mundo. As pessoas pareciam tão desanimadas. Mesmo sendo seres inferiores, sem nome nem rosto, aquilo era estranho.

-Tem razão, há algo errado... – Eu falei enquanto bebia meu café. – Certamente há algo ocorrendo aqui... – Eu me retirei da mesa, me despedindo dele.

Estava cansada, queria dormir.

Cheguei em casa e joguei-me na cama. Tive um sonho... Lembrei-me de minha família. O que estava ocorrendo com ela agora? Senti falta de minha irmã, dos livros que ela lia... Das aulas no piano com minha mãe, dos estudos com meu pai.

Aquilo tudo para mim era uma passado distante, em um mundo distante. Eu me isolei, o motivo eu não quero lembrar... Eu não posso lembrar, isto faria minhas memórias despedaçarem. Aquela tragédia deve ser esquecida. Para o meu bem.


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Notas finais do capítulo

Oi oi o/ comentem se devo continuar a obra ou não, dependerá de vocês ♥



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