NARRADO POR AYA CHANG - CAÇADORA

Havia brigado mais uma vez com o meu pai, mas agora era para valer. Ele ficava me culpando e dizendo que a morte de Miki, minha irmã, é culpa minha. Eu faria qualquer coisa pra tê-la aqui novamente comigo, mas na no dia em que fomos atacadas por uma matilha de híbridos fui pega de surpresa, não tinha nada que podia fazer; além de desmaiar claro.

E é por isso que me tornei uma caçadora. E quer saber? Longe do meu pai eu irei me dar bem. Não terá ninguém para reclamar da hora que eu chego em casa, do sangue nas minhas roupas, de minhas armas e da hora que eu acordo para treinar. Eu nem faço tanto barulho assim...

Ele não entendia meus motivos, ele nunca me escuta. Quando cheguei à casa aos prantos dizendo para ele o que havia acontecido, ele simplesmente não acreditou. Quem acredita em seres sobrenaturais não é? Apenas quem já viu, ou quem é um.

Não sei quais foram os lobos que mataram minha irmã, mas sei que uma cidade precisa de mim. Cambridge.

Pelos boatos que ouvi a coisa por lá está feia; ninguém ousa sair à noite, ninguém ousa andar sozinho pela cidade. Está um caos.

Quando eu cheguei à cidade eram seis horas. Estava começando a ficar escuro e eu tinha que ser rápida.

Não sou uma das melhores pessoas para se juntar aos caçadores, afinal trabalho melhor sozinha, mas não consigo matar um clã de lobos por conta própria.

Estacionei a moto meio escondida atrás de algumas árvores e andei calma até a frente da casa olhando sempre ao redor. Nada de suspeito, perfeito.

A casa tinha um aspecto bonito. Era de três andares, pintada de branco e bem escondida pelas árvores ao redor.

Em um dos quartos passos que dei enrosquei meu pé em uma corda e cai no chão, o que pareceu acionar algum tipo de alarme fajuto dentro da casa e logo eu tinha companhia. Cinco pessoas me apontavam armas.

– Quem é você? – Perguntou um.

– Aya. Eu vim em paz, bandeirinha branca. – Fingi estar abanando um lenço branco.

– Atira nela! Não é nem um pouco confiável, pode estar nos espionando! – Argumentou uma garota. – Atira!

– O que? Não, eu não sou do mal, é sério. Só...

– E é uma ótima atriz!

Revirei os olhos.

– Meu nome é Aya Chang, sou uma caçadora. Eu soube que vocês estavam precisando de auxílio e vim ajudar.

– Como você sabe? – Perguntou a mesma garota aproximando sua arma de mim. – Alisson te contou?

– Nárriman, se acalma.

– Não. Eu soube enquanto estava vindo para cá, ouvi a conversa de uns carinhas estranhos em um beco.

Eles se entreolharam.

– Devemos confiar nela?

Uma mulher de cabelos e olhos castanhos revirou os olhos me dando e mão e me ajudando a levantar.

– Sou April.

Ela terminou de apresentar a todos enquanto me ajudava a desamarrar a corda do meu tornozelo.

Drake virou-se entrando na casa.

– Chega até a ser estranho ter tanta pessoa querendo nos ajudar.

A tal da Nárriman esquentadinha aproximou-se de mim dizendo “estou de olho em você” e logo deu as costas.

– Ela parecia ser mais simpática há algum tempo atrás... – Edgar fitou-me sorrindo. – Bem vinda ao país das maravilhas.