Incondicionalmente escrita por FrozenUnicorn


Capítulo 4
I Love You, Boy


Notas iniciais do capítulo

Quem liga para essa história, certo? Então, nada a declarar ¬¬...



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A Stefani e eu estávamos em nosso esconderijo, entediados como sempre. Eu só conseguia pensar no noivo da Cristal e na sua covardia vergonhosa. Eu sentia vontade de matá-lo, mas eu não podia, pois a Cristal com certeza pensaria que eu sou um homem ruim e não confiaria mais em mim.

_Esquece a Cristal... – disse a Stefani – Ela não é o seu tipo!

_E qual seria o meu tipo? – perguntei com um sorrisinho malicioso, só esperando o que ela poderia dizer.

_An... Bom... É que... – Ela parecia vermelha. Eu gostava de vê-la assim – Você não deveria amar uma simples garotinha frágil e indefesa! Você deveria amar uma mulher! Uma mulher forte, poderosa, corajosa, determinada, de atitude, que sabe o que quer, que corre atrás dos seus sonhos, que nunca desiste, ou seja, você não precisa de alguém fraquinho para proteger! Você precisa de alguém forte que sabe viver!

_Uia, até rimou! – falei, nem um pouco empolgado com o discurso de político dela. Obviamente a tonta estava falando de si mesma... Aquela convencida...

_Como assim, “Uia, até rimou?” Você não vai me dizer mais nada? – disse ela, batendo o pé no chão.

_E o que você quer que eu diga? Que você está falando de si mesma? Nem eu sabia que você era tudo isso... – falei, fazendo pouco caso do chilique dela.

_Ah... Você não entende nada mesmo... – disse ela se trancando em seu quartinho escuro que mais parecia um pedaço da tenebrosa mansão do Conde Drácula. Ela tinha um bom gosto, embora fosse uma garota chata que fica o tempo todo insistindo em me conquistar... Coitada...

Incrivelmente, ela ficou um tempão no seu quarto. Eu abri a porta para ver se estava tudo bem com ela e me deparei com uma garrafa de vodca jogada no chão e a Stefani ali em cima da cama, com a maior cara de doida que os músculos da sua face poderiam moldar.

_Stefani, sua doida! – falei, preocupado assim como um pai fica preocupado com a sua filha – Você tomou uma garrafa inteira de vodca de uma vez só? Você pirou de vez agora ou o quê?

Nem adiantava falar nada. Ela estava mais bêbada do que qualquer um. Eu nem sabia que ela escondia bebidas alcoólicas no seu quarto. Aquela garota me devia muitas explicações quando voltasse ao seu juízo perfeito! Ah se ela devia!

_Breu... – balbuciou ela – Me perdoa... É que... Você sempre me ignora... Eu...

_Não diga isso... – falei, abraçando-a bem forte – Eu gosto muito de você!

Ela, então, retribuiu o meu abraço com ainda mais força.

_Você... Você não me entende, Breu...

_Mas nem você mesma se entende, Stefani!

_Isso é verdade... Mas por que eu não posso demonstrar o que eu sinto por você? – disse ela, acariciando os meus cabelos.

Ela me deixava sem palavras.

Ela era incrível.

Eu percebi que ela estava se aproximando vagarosamente do meu rosto. Eu sabia muito bem o que ela pretendia, mas eu deixei que ela se aproximasse porque se ela já era nervosinha quando sóbria, imagine após ingerir uma garrafa inteirinha de vodca...

Ela, assim, me beijou intensamente, de um jeito que eu nunca havia experimentado antes. Eu estava pensando em interrompê-la, mas algo dentro de mim não permitia que eu fizesse isso. Eu sentia algo por ela. Atração, talvez. Mas amor, não.

Quando o beijo terminou, ela disse:

_Breu... Eu te amo...

Assim que ela disse isso, adormeceu nos meus braços. Eu fazia carinho em seus cabelos ruivos enquanto dizia:

_Durma bem, Stefani... Você vai ter uma ressaca e tanto amanhã...

Eu, então, a coloquei para dormir na sua cama. Foi naquele momento em que eu percebi o quanto ela era linda... Ela, deitada, dormindo como um anjo, digo, como um capetinha... Aquilo me encantava de uma forma que eu não sabia explicar de forma alguma...

Isso sem falar que ela era sexy pra cassete. Aquele top preto, aquela saia curta vermelha, aquelas meias arrastão... E aquelas pernas grossas que...

De repente, eu senti um leve volume nas minhas calças.

_Ok, Breu – falei, para mim mesmo, completamente envergonhado – A Stefani é mesmo uma gata, mas não confunda os seus sentimentos, está bem?

Assim, eu resolvi sair um pouco para arejar as minhas ideias. Eu já precisava disso há muito tempo. Eu não gostava muito de sair, de ver a luz do dia, mas às vezes é preciso fazer um esforço para continuar vivo... Essa é a lei da natureza. E adivinha quem eu encontrei? A Cristal... Linda como sempre, com aquele belo sorriso inocente de sempre...

_Vá embora, Breu! – disse ela – O Ryan não pode nos ver, senão ele acaba com você!

_Vamos ao nosso esconderijo! Ele não sabe que eu vivo lá!

Ela estava com muito medo, mas a minha oferta parecia irrecusável.

_Hum... Está bem...

Eu a levei para o meu antro secreto. Ela, assim, disse:

_Eu posso te fazer uma pergunta?

_Sim, qual?

_Você não limpa esse chiqueiro não?

Ok, aquilo não era exatamente um palácio, mas chiqueiro já era demais...

_Eu? Limpar toda essa bagunça? Eu por acaso tenho cara de faxineiro?

_Que tal se eu te ajudasse a arrumar isso aqui? Eu posso tirar a poeira dos móveis, colocar cortinas coloridas, pintar as paredes de laranja e quem sabe até mesmo colocar algumas flores da floricultura do meu pai aqui! Sim, muitas gérberas, petúnias, rosas, margaridas, cravos, violetas, girassóis, açucenas...

_Você ficou maluca? – falei, olhando-a incrédulo – Você está querendo transformar o meu esconderijo sombrio numa floricultura ou o quê?

_Confie em mim – disse ela, me abraçando – Te ajudar significa muito pra mim...

Eu jamais poderia dizer não para aquele belo par de olhos azuis...

_Hunf... – resmunguei – Está bem... Você venceu, sua boba...

Nós, então, começamos a enfeitar o meu esconderijo. Eu sentia cada vez mais que eu estava completamente arrependido por ter caído naquela ideia de jerico da Cristal... Só faltava ela querer que eu vestisse um manto roxo com bolinhas amarelas de tanto que ela gostava de cores vivas, vibrantes e ridículas!

_Sinceramente... – falei, irritado – Laranja? Você vai pintar o meu esconderijo secreto de laranja? Eu odeio laranja!

_Hum, então você gosta de qual? De verde, de azul, de vermelho, de rosa, de roxo ou de branco?

_Eu só gosto de preto! Eu não preciso de cor!

_A cor preta não tem vez aqui, ok? O preto quer dizer luto, ódio... E isso é tudo o que nós não queremos aqui, está bem?

_Está bem... – resmunguei.

_Você já me viu usando alguma roupa preta?

_Não...

_Pois então, eu sempre estou usando roupas alegres e coloridas! Você deveria fazer o mesmo!

_Eu não gosto muito do seu estilo... Eu prefiro o da Stefani...

_Ah sim... – disse ela – A doida que nos atacou naquele dia, certo? Como é que a conversa chegou nela mesmo?

_Não fala assim dela! – gritei, alto até demais – Ela tinha ido embora, mas já está de volta! Ela está no quarto dela e eu quero que você a respeite, ok?

_Calma, Breu... Você nunca foi tão grosso assim comigo, antes...

_Ah... Me desculpa, Cristal... Eu nem reparei no tom de voz que eu usei com você agora... É que aquela chata da Stefani simplesmente vira o meu mundo de cabeça pra baixo, daí eu perco a linha do raciocínio e nem sei mais quem eu sou ou o que eu faço!

_Você... Você a ama? – perguntou ela, meio triste. Será que ela... Será que ela estava com ciúmes?

_Não... Eu gosto mesmo de... Hum... Bom... De outra pessoa... – é claro que essa outra pessoa era a própria Cristal, mas como dizer isso a ela?

_Ah... Legal... – disse ela – E então? Nós vamos pintar as paredes ou não?

_Claro que nós vamos! – falei, sorrindo como nunca.

Nós acabamos fazendo a maior bagunça... Pois é, nós descobrimos da pior forma possível que nós não tínhamos a mínima vocação para pintores de parede. Eu sujei o vestido dela sem querer. Ela, assim, começou a rir de um jeito lindo... Como o sorriso dela era maravilhoso... Querendo “se vingar”, ela jogou um pouco de tinta na minha roupa também e quando nós vimos, já havíamos começado uma verdadeira guerrinha de tinta. Porém, depois que nós vimos que havíamos sujado o meu esconderijo inteiro de tinta laranja, resolvemos levar aquela história de arrumação a sério e pintar de uma vez aquelas paredes do jeito certo – além de limpar o que foi sujo pela tinta durante a nossa “baguncinha”, é claro.

Algumas horas depois de trabalho árduo e, nossa! O meu esconderijo realmente havia ficado ótimo!

_E aí? O que você achou da minha... Bom... Da minha reforma? – disse ela.

_Sua? Eu te ajudei!

_Você mais reclamou do que ajudou, Breu!

_Ok, agora você me pegou! Mas, olha, eu adorei essa decoração nova, de verdade mesmo! No início eu estava achando que essa sua invenção de moda ia me fazer passar muita raiva, mas até que essas cores e essas flores são mesmo muito bonitas!

_Eu sabia que você ia gostar! – disse ela, tão convencida quanto a Stefani.

_Bom... – falei olhando bem no fundo dos olhos azuis dela – Muito obrigado mesmo pela... Pela sua ajuda... Você é perfeita...

_Não, Breu... – ela fez uma pausa – Você é que é...

Nós estávamos muito próximos, porém, para mim, nós nunca estávamos o suficiente. Eu dei alguns passos em direção a ela. Ela também se aproximou de mim cada vez mais. Eu pus a minha mão em suas costas com delicadeza, mas ao mesmo tempo com segurança. Ela sorriu esplendorosamente de volta. Quando eu vi, ela já estava em meus braços. Nós já podíamos sentir a respiração um do outro. As minhas mãos suavam muito. Eu não sabia o que fazer. Ela também não. “Vai, Breu, seu banana”, eu pensava.

Finalmente tomando coragem, eu fiz o que eu já queria fazer há muito tempo. Eu, assim, beijei-a profundamente como nunca havia beijado ninguém. Aquele foi um momento de cerca de dez segundos, mas que com certeza ficaria imortalizado para sempre na minha mente.

_Eu te amo, Cristal – falei, após o beijo.

_Eu também te amo, Breu, mas nós não podemos ficar juntos... Eu sinto muito... – disse ela, triste – Eu tenho um noivo. Você está morto, eu estou viva. E isso não vai dar certo...

_Isso é verdade, mas eu... Eu...

_Mas nada, Breu... – disse ela, chorando abundantemente – Eu tenho que ir... Senão o meu coração vai se machucar ainda mais...

_Adeus, Cristal... – falei, acenando na minha mais pura tristeza.

_Adeus, Breu... – disse ela, saindo do meu esconderijo, claramente desejando morrer por causa daquele momento que era considerado, ao menos em minha concepção, o mais difícil na vida de uma pessoa:

A despedida.


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Notas finais do capítulo

Você leu? Claro que não, ninguém lê isso .-. Agora, quanto à trilha sonora, além de "Alejandro" da Lady Gaga, agora também há "Dark Horse" da Katy Perry (Stefani e Breu) e "Unconditionally" também da Katy Perry (Cristal e Breu). Sim, foi dessa música que eu tirei o título perfeito para essa história - mas ninguém dá a mínima pra esse detalhe mesmo...