POV HARRY

Hogsmeade não estava mais coberta de neve mas continuava fria. Me dirigi até a casa onde Rony estava e parei na entrada olhando a rua antes de entrar, eu estava embaixo da capa mas continuava com a sensação de estar sendo seguido.

Bati três vezes na porta em um ritmo rápido e logo ouvi o barulho de chaves. Hermione abriu a porta com cautela e me encarou com a testa franzida.

_ Harry tire a capa. – ela diz antes de me dar passagem para entrar. – Acho que as vezes você se esquece que está invisível... Como você está? E Gina? E os bebes? E nossos filhos?

_ Hãm... Estão bem, mas eu preciso contar umas coisas. – digo entrando atrás dela em uma sala espaçosa, ocupada por uma grande mesa redonda e algumas poltronas onde estavam sentados Gui, Jorge e Carlinhos. A mesa estava lotada de papéis e alguns mapas, estes sendo analisados por Rony. Meu amigo estava visivelmente cansado e estava meio desleixado, seus cabelos já estavam ficando com alguns fios brancos contrastando com o tom ruivo.

_ Harry! – Gui diz se levantando e apertando minha mão. – E você... Não é?

_ Claro. – respondo retirando o disfarce com a varinha. – Não sabia que vocês todos estariam aqui...

_ A família toda está, pelo menos a maioria. – Jorge informa voltando a sua poltrona depois de me cumprimentar. – Meus pais não quiseram sair da Toca, como dizem quando mais velhos mais apegados ficam... Nossas mulheres estão aqui mas saíram hoje a tarde para cuidar das casas, uma besteira na minha opinião...

_ Percy teve um certo probleminha mas acho que ele chegará em breve. – Carlinhos continua com um sorriso torto. – Pelo jeito Molly não quer voltar tão cedo da Espanha.

_ Imagino como Percy deve estar... – digo e me volto pro ruivo mais novo. – Você está bem Rony?

_ Ele não consegue dormir direito. – Hermione responde antes do marido com um tom apreensivo. - Eu disse que virar a noite tentando achar esses bandidos não vai resultar em nada mas você sabe o quando Rony é cabeça dura...

_ Nada? Eu já identifiquei três dos infiltrados. – Rony diz com um tom de irritação na voz, e depois solta um suspiro e me encara. – Eu estou bem Harry, e você?

_ Bem. – eu respondo. – Você disse que descobriu três...

_ Sim, e adivinha, alguns são velhos amigos... – Rony me diz com um riso seco. – Se lembra da Pansy?

_ Parkinson? – pergunto surpreso. – Pensei que ela tivesse sumido depois da guerra.

_ Não, ela se casou e tomou o nome Wachinton. – Rony respondeu com certo desprezo na voz. – O marido dela, Hector Wachinton era um figurão na Bélgica, embaixador da Inglaterra no ministério de lá... Até descobrirem que ele era seguidor de Voldemort.

_ Entendo... – eu digo me sentando em uma das cadeiras. – E então ele conheceu a Pansy e os dois planejaram um plano maligno para se vingar de nós?

_ Mais ou menos. Os dois vieram para a Inglaterra a alguns anos atrás, e eles se encontraram com duas pessoas em especial, uma foi o Goyle.

_ Qual é! Aquele imbecil está metido nisso? – pergunto exasperado.

_Bom, ele não é o cérebro do grupo mas aceitou tudo de bom grado. Você sabe que depois da guerra o mundo deu as costas as pessoas que eram do lado das trevas. – Rony diz suspirando. – Só aqueles que se arrependeram tiveram chance, como o Malfoy... – eu percebo ele fazer uma careta com o sobrenome.

_ Goyle foi preso e depois o soltamos. – digo pensativo. – Ele passou quando tempo em Askaban? 10 anos?

_ Isso. Nós pensamos que ele não ia aprontar nada e que era inofensivo mas nos enganamos cara... Goyle passou estes dez anos remoendo sua raiva por nós, por que para ele nós éramos os culpados pela sua situação... Nós e o Malfoy.

_ Imagino, ele devia amar Malfoy e depois o loiro quebrou o coração do balofão... – Jorge comenta com um sorriso torto e Carlinhos ri pelo nariz.

_Bom, Pansy e o marido se encontraram com Goyle e os três em um momento de rara esperteza decidiram que deviam se vingar do “Trio de Ouro”. – Rony diz fazendo outra careta.

_ Eu odeio esse título. – Hermione exclama baixinho e eu concordo com a cabeça.

_ Eu sempre odiei títulos... – comento. – Mas Rony, como você sabe disso tudo?

_ Por causa do resto da história. – Rony responde com a voz rouca. – Eu fui procurado dois dias atras por uma moça, Matilda Rosier.

_ Hm... Rosier. – murmuro incomodado.

_ Isso... Ela veio me alertar lá no escritório. – Rony conta e pelo canto do olho vejo Hermione se remexer na cadeira. – Disse que soube que o irmão, Gerald Rosier estava aprontando com os Wachinton e com Goyle, que eles estavam aprontando contra nós. Ela me contou como eles se conheceram, em uma reunião casual na Travessa do Tranco e que o irmão dela tinha aceitado na hora, mas ela não.

_ Não sei porque. – Hermione resmunga.

_ Matilda disse que o irmão nos odiava porque os pais tiveram sua ruína com o fim da guerra, o pai deles morreu e a mãe afundou em uma miserável depressão e morreu pouco depois e eles ficaram sozinhos. – Rony continuou. – Mas ela não nos culpa por isso, acha que a culpa de tudo foram dos próprios pais.

_ Ela está certa. – Carlinhos comenta com um sorriso.

_ Então, Matilda se afastou do irmão e dos outros, mas eles a ameaçaram e ela ficou com medo de nos contar algo. Só reuniu coragem a pouco tempo. – Rony diz com um suspiro. – Mas ela só sabia que eles tramavam algo, e que tinham a ajuda de muitos outros, que como eu te disse, estavam infiltrados em diversos lugares, inclusive no St. Mungus, onde descobriram e roubaram a poção.

_ Mas eu não entendo... Como eles souberam da poção? – pergunto com o cérebro trabalhando a procura de uma resposta. – Anna estava trabalhando nela para ser um poção de cura para sei lá o que...

_ Coma. – Hermione completa rápido.

_ Isso. – digo com um gesto impaciente. – Como eles descobriram o que a poção poderia fazer?

_ Creio que posso responder isso. – uma voz diz atras de mim e eu dou um pulo assustado. Minerva arqueia as sobrancelhas e da mais uns passos em direção a mesa. – É muito bom rever todos vocês. Sr. Potter, não devia estar na aula?

_ É Potter, matando aula, que feeio... – Jorge comenta rindo do cunhado mas logo se cala sobre os olhares de Hermione e Minerva.

_ Falou o cara exemplar né? – digo irônico e rindo.

_ É muito bom vê-la diretora, mas... o que faz aqui? – Hermione pergunta o mais educada possível cortando as minhas implicações com Jorge.

_ Vim lhes informar uma coisa muito importante. – a diretora diz séria. – Hoje de manhã descobri que foi Horácio que contou sobre a poção.

_ O que? Como, quando, porque? – Rony indaga boquiaberto.

_ Bom, o Professor nunca foi modesto né? – Gui diz um tanto sombrio. – Devia estar se gabando por ter ajudado na criação de uma poção da juventude!

_ Exatamente Sr. Weasley. – Minerva diz fria. – Horácio acabou falando demais lá no St Mungus e só agora ele se tocou que foi isso que provavelmente fez o tal grupo de bruxos das trevas descobrir sobre a poção.

_ E eu pensando que poderia ser um deslize de Anna, Neville e Gina até brigaram comigo... – Hermione diz suspirando.

_ Gina? Tem falado com ela? – pergunto curioso.

_ Sim, você Sr. Potter pode ter se esquecido dos amigos mas Gina não. – Hermione me responde me fazendo corar. – Nós duas continuamos trocando cartas, mas não se preocupe, não contei nada disso aqui a ela.

_ Ótimo. – digo ainda envergonhado. – Diretora,é bom que tenha vindo porque eu notei os infiltrados na escola.

_ Sério? Como? – Rony pergunto se animando.

_ Lily e Hugo viram a primeira. – digo e Rony e Mione ficam tensos. – Eles reparam em uma menina na sala deles, eles nunca a viram e ela sumiu depois da aula, não a achamos mais. Depois Alvo se esbarrou com outro cara que ele nunca viu e o seguiu, mas o garoto sumiu também... Então eu vim aqui contar a vocês.

_ Então eles estão aparecendo e sumindo? – Carlinhos indaga com uma careta. – Que sem sentido.

_ Eu acho... que eles estão aparecendo sempre perto dos nossos filhos, esperando o momento certo para atacar, e enquanto isso ficam mudando de aparência para não serem pegos. – Hermione conclui pensativa. – Essa menina que nossas filhos viram pode ter passado por vocês com os cabelos diferentes, e vocês nem repararam.

_ Eu concordo. – Rony diz.

_ Mas... como eles estão na escola? – Minerva pergunta exasperada. – Com eu e os outros professores não percebemos que eles são alunos novos e desconhecidos?

_ Isso eu não sei. – respondo negando com a cabeça. – Não seria melhor contar a todos os professores? Alerta-los...

_ Farei isso agora mesmo, e na próxima vez que estes jovens aparecerem, vão ser pegos. – Minerva diz séria e dirigindo para a porta. – Não demore Potter.

_ Ok... – digo antes dela bater a porta. – Ei, como ela entrou aqui?

_ Eu não tenho idéia. – Hermione diz cruzando os braços. – Mas agora Harry, temos um assunto muito importante para descutir.

_ Porque o assunto atual é muito tranqüilo. – Jorge comenta rindo.

_ Hãm... Que assunto? – pergunto apreensivo.

_ Gina. – Hermione me responde e eu engulo em seco.

_ O que tem a Gina? – Gui pergunta estreitando os olhos para mim. – Potter?

_ Não é isso! – Hermione exclama. – Eu queria dizer que acho melhor você contar tudo a ela Harry.

_ O que, ta maluca? – indago com a voz esganiçada. – Ela vai me matar, e vai ficar nervosa e estressada e isso vai fazer mal a ela, e aos bebes!

_ Harry, Gina não é uma mulher histérica, e muito menos é do tipo que perde o controle em uma crise séria como essa. – Hermione argumenta. – Ela não vai enlouquecer e... eu acho melhor você contar porque se ela descobrir sozinha, aí você vai se encrencar!

_ Gina odeia ser enganada... – Carlinhos comenta baixinho e seus irmãos concordam.

_ Ela já sabe que tem algo de errado. – Hermione continua. – E está muito desconfiada... E sem saber de nada ela pode se por em perigo, e se ela soltar quem é realmente? Se os comensais souberem que Gabriela é Gina eles vão coloca-la como alvo principal! Eles sabem que ela está gravida!

_Ok, eu vou contar ... – digo derrotado e suspiro. – Você tem razão, como sempre...

_ Que bom que é só sua aparência que tem 17 anos. – Hermione diz sorrindo e eu a encaro.

_ Como assim?

_ Nada, só acho que o Harry jovem não ia concordar comigo tão fácil. – ela diz dando de ombros e eu reviro os olhos.

_ Então, novidades dos nossos filhos? – Jorge pergunta.

_ Não muito, o namorado da minha Lily, o tal do Parker brigou com a família. – digo e Rony da uma risada reparando o desgosto da minha voz pelo “namorado”. – Rose e Scorpius brigaram mas já estão bem. – digo só para ver Rony bufar. – Roxanne e Lorcan brigaram também...

_ Pra que minha filha ia brigar com o Lorcan? – Jorge pergunta confuso.

_ Não sei direito, mas parece que eles tiveram um rolo e...

_ Um rolo? Minha filha não tem “rolos”! – Jorge diz com uma careta.

_ Enfim... foi isso... E James não para de falar do casamento e...

_ Que casamento? – Gui pergunta esganiçado e eu esfrego meus olhos antes de encarar os olhares curiosos, exceto de Hermione e Rony que devem estar sabendo.

_ É que... Meu filho James.... pediu a Dominique em casamento. – digo lentamente enquanto a boca de Gui se escancara.

_ Casa...casa.... CASAMENTO? – ela grita assustado. – O que é Harry? Sua família tem algo contra mim?

_ O que? Porque...

_ Primeiro você se casa com minha maninha. – Gui diz contando nos dedos. – Depois aquele seu afilhado colorido se casa com a minha linda filha Victorie... e agora ISSO? JAMES NÃO VAI LEVAR A DOMINIQUE!

_ Gui..

_ ELES SÓ TEM 17 ANOS! QUE ABSURDO! – ele continua berrando já com a face vermelha. – Uma irresponsabilidade sem tamanho, o que SEU FILHO TEM NA CABEÇA?

_ Eles estão apaixonados, é normal essas idéias. – Hermione diz cautelosa.

_ MAS ELES SÃO MUITO JOVENS! – Gui grita em resposta. – E minha Dominique caiu do papo do James mas logo vai perceber que ele é um safado e...

_ Opa, opa, opa.... Pode gritar sobre o casamento mas não ofende meu filho. – digo sério. – Seu sobrinho.

_ ENTÃO! ELES SÃO PRIMOS! – ele continua. – Namorar eu até aceitei porque pensei que era uma coisa de momento mas CASAR? Nããão...

_ Olha, eu não acho que é ideal eles se casarem, mas vamos nos acalmar ok? – digo respirando fundo. – Eu e Gina os convencemos a esperar até a formatura e depois conversar com você e Fleur...

_ Conversar nada nós...

_ Ah Gui, larga de ser chato! – Carlinhos exclama. – Como o Harry disse, depois vocês seis se sentam e resolvem isso de boa...

_ Hm... – Gui resmunga cruzando os braços. – Ok, mas mantenha seu filho o mais longe possível da minha loirinha hein? Não quero saber que ele... ele... tirou a... inocência da minha menina...

_ Qual é Gui! – Jorge diz rindo. – Acha mesmo que isso ainda não aconteceu entre eles?

_ E-Eu....

_ Tudo bem, se você “não quer saber”, eu não digo nada. – Jorge o corta rindo um pouco mais junto com Carlinhos.

_ POTTER! Seu filho... minha filha... Hein?

_ O que? – pergunto me fingindo desentendido.

_ Você sabe!

_ Hãm... Eu tenho que ir, tenho aula... – digo andando para trás. – Dou lembranças a seus filhos... Tchau!

_ HARRY POTTER! – ouço Gui gritar antes de eu me cobrir com a capa e correr dali rindo e temendo a vida do meu filho mais velho.

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POV GINA

_ Qual é o problema meninos? – pergunto olhando para James e Alvo que pareciam aéreos o almoço todo.

_ Nada Gabriela, estamos bem. – James responde forçando um sorriso e eu estreito os olhos desconfiada.

_ Hm... Cade o Colin? – digo olhando para a porta. – Ele sumiu depois de falar com você James... O que era? Devia ser sério já que você nos interrompeu... daquele jeito...

_ Bom, vocês deviam ser mais controlados né? – James diz sorrindo e se vira para Alvo. – Acredita que eu peguei eles se agarrando de novo?

_ Qual é! Vocês querem nos traumatizar quantas vezes? – Alvo diz com uma careta e eu reviro os olhos.

_ Larguem de ser dramáticos! – eu exclamo. – Sigam o exemplo de Lily, ela não se importa, né Lily?

Logo que eu olho para minha filha me arrependo. Lily se solta do beijo profundo que ela dava em Arthur para me encarar ofegante. James e Alvo ficam vermelhos e estreitam os olhos, devem ter puxado isso de mim....

_ Lily Luna Potter que pouca vergonha é essa? – James pergunta nervoso. – Onde já se viu ficar de agarramento no salão principal!

_ Pensei que fosse mais respeitosa Lily! – Alvo exclama negando com a cabeça e agora Lily que fica vermelha.

_ Me desculpem, não vou mais fazer isso. – Arthur diz envergonhado e Lily bufa.

_ Não ligue para eles Art. Olha só quem está falando, os dois hipócritas! – ela diz com a voz fina. – Ficam de agarração por aí e depois vem bancar os irmãos decentes! Ah me poupe!

_ Mas... Mas.... esse é um lugar público! – James diz receoso.

_ E eu não fico de agarração por aí não! – Alvo diz nervoso. – Eu SOU decente!

_ Ah claro, e aquele dia suas roupas estavam amassadas daquele jeito porque hein? – Lily pergunta levantando as sobrancelhas. Alice, que estava passando por eles e indo conversar com suas amigas da Lufa-Lufa corou e desviou o olhar indo mais rápido.

_ Nós estávamos juntos, como bons namorados, mas nada de muito indecente. – Alvo diz também corado. – Acha mesmo que eu faria sexo com Alice na escola? Eu respeito ela, e a amo muito para fazer uma coisa tão importante em uma escola! Sem ofensas ... – ele termina apontando para mim.

_ Alvo! – exclama assustada mas não escondo o sorriso pelo o que ele disse. – Olhe, foi muito bonito o que disse... Você quer que a primeira vez de vocês seja perfeita certo?

_ Certo... – ele responde coçando a cabeça. – Mas agora vamos parar com esse assunto...

_ Ok. – digo rindo e continuo o almoço ainda olhando para a porta a espera de Harry quando vejo Dominique indo embora apressada. Eu nem vi ela se levantar da mesa! – James, a Domi está bem?

_ O que? – ele pergunta com a boca cheia de bolo. – Hãm... Está! Eu acho... Porque?

_ Nada não. – respondo e me levanto sem antes pegar uma caixa de feijãozinhos e experimentar um. – Humm... Espinafre! Junto o que eu queria!

_ Que horror! – Roxanne exclama fazendo cara de nojo.

_ Essas mulheres grávidas e suas vontades esquisitas... – Fred comenta baixinho. Eu reviro os olhos e vou atrás da minha sobrinha loira. Já virava um dos corredores quando olhei pela janela e a vi sentada perto do lago, dei meia volta e andei apressada até ela.

_ Dominique?

_ Que? Ah! Oi Tia Gina... – ela diz forçando um sorriso e se voltando pro lago.

_ O que esta fazendo aqui? – pergunto ficando ao seu lado. – Hoje está frio, pode pegar um resfriado.

_ Eu só estou pensando, não se preocupe. – ela diz suspirando e volta a encarar o lago. Eu a imito e espero pacientemente longos minutos até ela soltar um suspiro forte e me encarar com os olhos azuis brilhando.

_ Tia Gina, eu não sei se você é a pessoa ideal para eu desabafar, afinal eu quero falar sobre o James e ele é seu filho... – ela diz olhando pros próprios pés e eu lhe toco o ombro a incentivando. – É que eu estava pensando e... James é muito impulsivo não acha? Ele decidiu ser jogador e já fio marcando testes, assim do nada... Ele sempre foi assim, sempre tomou decisões sem pensar...

_ Sim, mas a maioria acabaram bem. – digo lentamente e Dominique me encara de novo.

_ Eu.... eu estou achando... que o pedido que ele fez a mim, de casamento, foi por impulso... – ela diz quase em um sussurro. – Acho que ele ficou com medo de me perder para outro e me pediu em casamento porque assim eu voltaria com ele...

_ Ora que idéia! – digo nervosa e seguro a menina pelos ombros carinhosamente. – Dominique, James é louco por você! Ele nunca faria isso... Eu tenho certeza que o pedido dele foi impulsivo, mas não acho que foi sem base... Ele só... apressou bastante as coisas entre vocês.

_ Mas eu... Eu estou com medo Tia Gina, medo e duvida. – ela diz com a voz embargada. – Eu fiquei muito feliz com a idéia de me casar, mas eu não sei como vai ser, se vou dar conta de cuidar do lar.... e James vai viajar muito, pode achar alguém melhor. Ele pode se arrepender... Oh, eu estou apavorada!

_ Dominique Weasley! – digo com a voz firme. – Olha, eu entendo que você está com medo, porque um casamento é algo muito importante... Mas não fique assim. Se existe amor, tudo se resolve!

_ Aí que está a questão. – ela diz deixando uma grossa lágrima cair pelo seu rosto pálido. – Eu não sei se ele me ama.

_ Domi... – sussurro e lhe dou um abraço apertando deixando ela soluçar discretamente. – Eu não posso dizer que ele te ama, só quem pode fazer isso é James... Mas posso te dar minha opinião...

_ Que seria?

_ Que desde o momento que James, com 13 anos, me disse que você tinha mudado de uma largatixa albina para uma menina de verdade... Eu soube que você além de sobrinha seria minha nora um dia. – Dominique se afasta um pouco e me encara com um olhar confuso.

_ Mas lembra o que o Alvo disse? Que amava tanto Alice que queria que a primeira vez dela fosse especial, em um lugar especial?

_ Sim... Porque? Sua primeira vez foi ruim? Foi com James? Ele machucou você? – pergunto nervosa.

_ Não, foi ótima... Mas foi aqui na escola, em uma sala... – ela conta corando. – Foi com James mas... ele não ligou para esse negocio de especial!

_ E você liga? – pergunto arqueando as sobrancelhas.

_ Não... Para mim aquele momento ali foi extremamente especial, cada coisinha. – ela diz. – Mas não sei se foi para ele....

_ Acho que isso é só com James... Porque não pergunta a ele? – digo a virando e empurrando-a para o castelo.

_ Sim, vou sim. – ela diz limpando o rosto e arrumando os cabelos loiros. – Obrigada.

_ Nada. – digo sorrindo e ela entra, eu dou um sorriso e um suspiro e dou um passo para o castelo quando sinto uma coisa no meu ventre. Meu filho se mexendo! Não....

MEUS FILHOS SE MEXENDO!

_ Meus lindinhos! Como estão? – pergunto emocionada e sinto eles se mexerem de novo. – Lindos...Lindos...

_ Ora, não sabia que tinha uma grávida em Hogwarts! – escuto uma voz atrás de mim e encontro uma jovem sorridente. Ela tinha cabelos loiros escuro presos em um rabo de cavalo e olhos castanhos, não tinha traços marcantes ou interessantes mas era bonita, e parecia me lembrar alguém...

_ O que? Grávida? Não! Foi impressão sua. – digo tentando disfarçar mas ela ri pelo nariz.

_ Não precisa fingir, eu vi você falando com a barriga. – ela diz apontando para meu ventre. – Não se preocupe, eu também faço isso.

_ Também faz... Mas porque... Espere! Você está gravida? – pergunto e ela abaixa a cabeça um pouco.

_ Sim, descobri a algumas semanas.

_ Oh, mas você é muito nova! – exclamo.

_ Eu tenho a mesma idade que você. – ela diz franzindo a testa. – Não é?

_ Sim, claro. – digo dando uma tossida.

_ E como está lidando com isso? – ela pergunta um tanto baixo. – Sabe, gravida na nossa idade....

_ Eu estou bem, até. – digo sorrindo para a garota. – Meu...namorado, me apoia muito.

_ Que bom. O pai do meu filho me abandonou. – ela diz com a voz fria e eu solto um arquejo surpresa.

_ Oh, eu sinto muito! – digo destacando cada palavra. – Ele era seu namorado?

_ Não... – ela responde e desvia um olhar marejado. – Ele simplesmente não ligou para mim ou para meu filho.... e agora estou aqui sozinha, desabafando com uma estranha.

_ Estranha? – indaga segurando seu braço com piedade. – Bem, meu nome é Gi...Gabi, Gabriela Watson. E você?

_ Hãm... Érica... Matias. – ela diz um tanto ofegante.

_ Pronto, não somos mais estranhas! – digo sorrindo e ela corresponde.

_ Bom, Gabriela.. – Érica diz respirando fundo. – O que acha de conversarmos um pouco? Podemos nos sentar ali no lago...

_ É claro! – respondo animada e ela dá um sorriso maior, um tanto torto, mas não liguei e a segui.